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Os primeiros conquistadores espanhóis que puseram o pé na América meridional ouviram os indios contar-lhes de um
reino maravilhoso e extraordinário, de acesso muito dificil , mas cujo conhecimento valia bem a pena. Não se dizia que o metal precioso era ali ainda mais abundante do que no império dos Incas? O que não era dizer pouco! A riqueza fabulosa dêsse país de maravilhas patenteava-se pelo fato mesmo de seu soberano mostra-se ao seu povo, nas mais belas cerimônias, como o corpo nu inteiramente recoberto de pó de ouro : daí o nome de El Dourado ( “o Dourado” , “homem dourado”) que os aventureiros espanhóis deram muito naturalmente ao soberano, depois , por extensão, ao próprio país.
Desde o século XVI, aventureiros, primeiro espanhóis e portugueses, depois pertencentes a outras nações da Europa,
lançaram-se com intrepidez à procura dêsse paradisiaco Eldorado. Procurar-se-á frenéticamente o Eldorado em diversas regiões da América meeridional , central e setentrional, na Flórida, na Califórnia, ( Lenda das Sete cidades de Cibola) , nos Andes, na região das nascentes do Orenoco, na Amazônia, em MatoGrosso.
Os americanistas contemporaneos acabaram por considerar o Eldorado como mito cristalizador de esperanças humanas ilusórias mas perpétuamente renascentes. A gênese direta dessas lendas explicar-se-ia assim: para os viajantes que descobriram, extasiados no México, na America Central, e depois no Peru, monumentos , costumes , objetos de arte que lhes pareciam de uma suntuosidade incrivel de uma estranheza nova e fascinante, não era normal que , a partir daí, imaginassem a existencia de coisas ainda mais fantásticas e maravilhosas nas regiões ainda não exploradas? Sobretudo se obstáculos naturais ou humanos – como tribos indígenas muito belicosas – barrassem o acesso a elas?
Mas pode-se realmente eliminar a existencia fetiva do Eldorado? Em pleno século XX , os homens ainda se lançam à sua procura, entre eles grandes personalidade, como o coronel Fawcett, um dos amigos do célebre “mago” britanico contemporâneo Aleister Crowley. Seria injusto considera-los todos como exaltados, que se inflamam à porfia por sonhos inconsistentes.
Em 1601, Bario Centenera visitou próximo às nascentes do Rio Paraguai, a misteriosa cidade de Gran Moxo, da qual descreve os monumentos extraorinários e, entre eles uma coluna dotada de iluminação por um sistema artificial notavelmente aperfeiçoado: “No cume dêsse pilar, a uma altura de 7,75 m havia uma grande lua que iluminava todo o lago com seu clarão, dispersando , de dia e de noite, a obscuridade e a sombra”.
Nas partes ainda inexploradas da grande selva amazônica, assim como em regiões menos conhecidas da cordilheira dos Andes, os Indios gabam-se de contatos ocasionais com um povo desconhecido de raça branca , que habita uma ou duas cidades escondidas no coração da misteriosa floreta virgem ou em alturas inacessiveis.
O arqueologo inglês Harold T. Wilkins publicou uma obra com o titulo significativo : Cidades Secretas da América do Sul ( Londres, 1956) . Mas , antes dêle, vários autores tinham conjeturado a existencia de incriveis prodigios no coração do Brasil. O Brasil central é rico em vestigios arqueológicos suscetiveis de perturbar o sono de muitos defensores da ortodoxia. Descobriu-se, em ruinas enterradas na selva virgem , tôda uma série de inscrições em uma lingua desconhecida. Quanto às escritas em linguagens clássicas, elas infrigem também manifrestos desmentidos aos dogmas arqueológicos: não foram achadas no Brasil inscrições fenicias que davam nomes e datas do reinado de soberanos de Sidon e de Tiro? Em certas tribos indigenas da Amazônia, descobre-se a presença bem insuspeita de uma divindade cartaginesa: Kéri. É cada vez menos possivel , se está com boa fé, negar que navegadores antigos ( Fenicios, Cretenses, Gregos – ou , opostamente, Chineses) tenham conseguido outrora tocar a América, muito séculos antes de Colombo. O ceticismo é uma atitude insustentável na matéria; estamos habituados há algumas gerações a ver o Atlantico e o Pacifico atravessados ùnicamente por navios de grande tonelagem; e, entretanto, basta, sem ir muito longe, lembrar as modestas dimensões das três caravelas de Cristovão Colombo – os navios fenícios ou gregos eram já tão grandes quanto elas — para dar-se conta que somos vitimas , nisto como em muitos outros assuntos, de nossos hábitos de pensar.
O Peru ainda não revelou todos os segredos de suas extraordinárias cidades ciclopeanas. O fantástico torna-se ainda mais atual se nos fixamos não mais nos monumentos, nos conjuntos mortos, arruinados, mas nestas cidades misteriosas que são ainda habitadas em pleno século XX.
É falso afirmar que a exploração aérea mais banal bastaria para desvendar tudo. De uma parte as regiões da imensa floresta virgem tropical ou equatorial se prestam muito singularmente para a arte da camuflagem , mesmo em vasta escala. De outra parte, as regiões existem , segundo tradições e levantamentos diversos, uma ou várias “cidades atlantes perdidas” , estão localizadas inteiramente fora dos itinerários aéreos normais e não facilitam absolutamente a exploração por meio de pequenos aparelhos de reconhecimento. Deve-se pensar que o coronel P. H. Fawcett portara-se como iluminado ou como brincalhão quando pretendia , em 1925 , ter descoberto a misteriosa “cidade perdida” atlante de Mato Grosso? Seria realmente muito fácil afirma-lo. Fawcett desapareceria durante uma exploração ulterior; nenhuma prova de sua morte pôde jamais ser fornecida e nada impede, portanto , de imagina-lo prisioneiro dos misteriosos ocupantes da cidade perdida.
O segredo dos Andes : tal é o titulo de uma obra inglesa muito curiosa da qual se encontrará um resumo bem detalhado e longos excertos nos numeros de junho, julho e agosto de 1969 da revista “Onde Vives” . Este livro é obra de alto dignitário de diversas sociedades secretas iniciáticas , entre elas a Ordem Antiga da Ametista e a Ordem da Mão Vermelha — dois ramos sob a proteção dos Rosa+Cruzes . O autor, conservando o anonimato, revela apenas o seu prenome : “Irmão Philippe” (Brother Philippe). Este testemunho extraordinário traz incriveis revelações sobre a sobrevivencia secreta, na América pré-colombiana , de toda a herança espiritual , cientifica e oculta , tanto da Lemúria quanto da Atlantida. O saber dessas duas civilizações lendárias estaria conservado na cidade perdida. Sabemos assim o que era o gigantesco disco de ouro translucido que est”á conservado no templo mais sagrado dos Incas, suspenso ao teto por cordas de ouro puro. Este disco provinha da antiga Lemúria, de onde teria trazido por um casal divino em uma nave aérea chamada Agulha de Prata.
“Diante dêsse disco, sobre um altar de pedra , brilhava a luz branca eterna da chama cristalina Maxin, a luz divina ilimitada da criação. Este disco não era sómente objeto de adoração e a representação simbólica do Sol, mas também instrumento cientifico cuja pujança era segredo da antiga raça dos tempos passados. Usado em conexão com um sistema de espelhos de ouro puro, de refletores e de lentes, curava os doentes que estavam no templo de luz. Além disso, era um ponto focal de concentração de qualidade dimensional; batido de certo modo, emitia vibrações que podiam provocar terremotos e mesmo mudança na rotação da Terra . Regulado no comprimento de onda de um individuo , particular, permitia-lhe transportar-se para tôda parte que quisesse, simplesmente pela representação mental do lugar a que desejasse ir”.
Os espanhóis jamais puderam apoderar-se do disco de ouro; encontraram o templo vazio. O disco tinha sido cuidadosamente escondido num monastério subterraneo dos Andes, situado perto do lago Titicaca. Ali estaria ainda.
Em 1957, a Ordem da Mão Vermelha enviou uma expedição arqueológica , sob a direção do “Irmão Phillipe”. Após ter estudado metódicamente o planalto de Marcahuasi , de estranhos rochedos esculpidos , esta expedição se dirigiu para o Este, em direção das cidades misteriosas de Paititi , para as cidades atlantes escondidas no coração do “Inferno Verde” da selva sul-americana . A 10 de julho de 1957 ela descobriu ruinas fantásticas , com extraordinários monumentos, como uma rocha toda coberta de inscrições em lingua desconhecida , e petrógrifos. Uma das figuras simbólicas representava um rapaz com capacete mostrando o Ocidente, direção da cidade perdida e da Atlantida submersa. As lendas da tribo Machiguengua , tribo indigena que ocupa o território onde se encontraram as ruinas, indicavam — pormenor capital — contatos que seus antepassados tiveram com os “povos do céu” ; eles narravam a série de catastrofes que se tinham produzido no curso dêsse longinquo passado, época sem dúvida do afundamento da Lemúria , do levantamento dos Andes e de Tiahuanaco a muitos milhares de metros acima do nivel do oceano à margem do qual tinha sido construida a “cidade dos gigantes”.
Os exploradores tinham chegado, pensavam eles, às proprias paragens da “cidade perdida de trinta cidadelas” que os próprios
Incas, que não eram absolutamente os primeiros ocupantes dos Andes , tinham já, antes dos espanhóis, procurado em vão. Nas torres desta gigantesca cidade perdida se encontra um cristal ofuscante de luz branca , que brilha perpétuamente .
“É sem dúvida a luz Maxin dos Antigos , que possui a mesma potencia que a usada hoje em dia nos objetos voadores não identificados dos visitantes do espaço. Sabe-se que muitos OVNIs foram assinalados na América do Sul ; é porque a federação do espaço tem uma base perto dos restos da cidade perdida”. Finalmente , estas bases não seriam imensos labirintos subterraneos em Mato Grosso, assim como na Amazonia?
Extraido do livro Homens e Civilizações Fantásticas de Serge Hutin – Hemus – 1971
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