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Antes de Colombo descobrir a América, a crença na existência de um Novo Mundo, no outro lado do Atlântico, na forma de um continente ocidental, era considerada o sonho de um louco.
No nosso tempo, é igualmente estranha a crença na existência de um Novo Mundo, de um Mundo Subterrâneo, no interior oco da Terra, e que é tão desconhecido da humanidade de hoje quanto o continente americano o era para os europeus, antes da sua descoberta por Colombo. Todavia, não há razão por que ele também não possa ser descoberto e tenha sua existência estabelecida como um fato.
Amoldo de Azevedo, na sua Geografia Física, escreveu o seguinte a respeito do mundo misterioso, debaixo dos nossos pés, em relação ao qual os cientistas nada sabem, além da profundidade de uns poucos quilômetros, distraindo- se apenas com teorias, hipóteses e conjeturas, para esconder sua ignorância: “Temos, abaixo dos nossos pés, uma região imensa, cujo raio é de 6.290 quilômetros e que é completamente desconhecida, desafiando a presunção e competência dos cientistas.”
Esta declaração é absolutamente verdadeira. Até hoje, os cientistas penetraram apenas uns poucos quilômetros para dentro da Terra e nada sabem sobre o que existe mais abaixo, contando apenas com conjeturas, suposições e palpites. Muitas das teorias e crenças, aceitas comumente, a respeito do interior da Terra, não se apóiam em qualquer base científica e parecem se originar do velho conceito eclesiástico do fogo do inferno no centro da Terra, que se parece tanto com a crença dos cientistas, de que o âmago da Terra é uma massa de metal fundido e de fogo. Entretanto, a crença científica não se apóia em evidências mais positivas do que a religiosa. Ambas são apenas suposições, sem qualquer prova.
A crença de que a Terra tenha um centro ígneo veio, provavelmente do fato de que quanto mais fundo se penetra na Terra, mais quente fica. Entretanto, é excesso de extrapolação supor que este aumento de temperatura continue até o centro da Terra. Não há evidência em apoio deste ponto de vista. É mais provável que o aumento de temperatura ocorra somente até que se alcance o nível onde se originam os terremotos e a lava, devido, possivelmente, à radioatividade do material ali existente. Depois que se passa desta camada de calor máximo, não há razão por que não se torne cada vez mais fria, à proporção que se aproxima mais e mais do centro da Terra.
A superfície total da Terra é de cerca de 508 milhões de quilômetros quadrados e o seu peso estimado é de seis sextilhões de toneladas. Se a Terra fosse uma esfera sólida, seu peso seria muito maior. Esta é uma entre outras evidências científicas de que a Terra tem um interior oco.
A autor acredita que a concepção mais verdadeira da estrutura da Terra é a que supõe que, quando o seu material estava derretido, durante a sua formação, a força centrífuga fez com que as substâncias mais pesadas fossem projetadas para a sua periferia, na forma de rochas e metais, para formar a crosta externa, deixando o seu interior oco, com aberturas nos pólos, onde a força centrífuga eraa menos acentuada e onde havia menor tendência à projeção de materiais para fora, tendência que era maior no Equador, fazendo com que a Terra seja bojuda nesta região. Tem sido estimado que, como resultado da rotação da Terra em torno do seu eixo, durante o período de formação, as depressões polares e aberturas assim formadas sejam de cerca de 2.250 quilômetros de diâmetro.
Apresentaremos também evidências, a seguir, que indicam que algum do fogo original e do material incandescente permaneceu no centro da Terra, constituindo o sol central, muito menor, naturalmente, do que o nosso sol, mas ainda capaz de emitir luz e sustentar o desenvolvimento vegetal. Veremos também que, a Aurora Boreal, ou luzes tremulantes que iluminam o céu ártico, à noite, vem deste sol central, cujos raios brilham através da abertura polar.
Assim, se a Terra era, originalmente, uma bola de fogo e de metal fundido, algum deste fogo permaneceu no seu centro, enquanto a força centrífuga, resultante da sua rotação em torno do seu eixo, fez com que seu material sólido fosse arremessado para a periferia, formando uma crosta sólida e deixando oco o seu interior, com uma bola ígnea no centro, constituindo o sol central, que fornece luz para a vida das plantas, de animais e de seres humanos.
A primeira pessoa a apresentar a teoria de uma terra oca, com abertura nos pólos, foi um pensador americano, William Reed, autor do livro Phantom of the Poles, publicado em 1906. Este livro reúne a primeira compilação de evidências científicas, baseadas nas narrativas dos exploradores árticos, em apoio da teoria de que a Terra é oca, com aberturas nos pólos. Reed estima que a crosta da Terra tenha uma espessura de 1.285 quilômetros, enquanto o diâmetro do seu interior oco é de cerca de 10.270 quilômetros. Reed resume a sua teoria revolucionária da seguinte maneira:
“A Terra é oca. Os Pólos há tanto buscados são fantasmas. Há aberturas nas extremidades norte e sul. No interior estão grandes continentes, oceanos, montanhas e rios. É evidente a vida vegetal e animal, neste Novo Mundo, que é provavelmente povoado por raças desconhecidas dos moradores da superfície da Terra.”
Reed chama a atenção para o fato de não ser a Terra uma esfera perfeita, e sim achatada nos pólos, ou antes, que começa a se achatar quando se aproxima dos hipotéticos pólos norte e sul, que realmente não existem porque ali estão as aberturas para o seu interior oco. Assim, os pólos estão na realidade no ar, no centro das aberturas polares, e não na sua superfície, como os pretensos descobridores dos pólos supõem. Reed alega que os pólos não podem ser descobertos porque a Terra é oca nos pontos polares, que ficam no ar, dada a existência ali das aberturas que dão para o seu interior. Quando os exploradores pensaram que alcançaram os pólos foram enganados pelo comportamento estranho da bússola nas altas latitudes, norte e sul. Reed alega que isto aconteceu nos casos de Peary e Cook, nenhum dos quais realmente alcançou o Pólo Norte, como veremos mais adiante.
A começar das latitudes de 70 e 75 graus, norte e sul, a Terra principia a se curvar para dentro. O Pólo é simplesmente a margem externa de um círculo magnético, que fica em volta da abertura polar. O Pólo Norte Magnético, que se pensou antes ser um ponto no Arquipélago Ártico, foi ultimamente mostrado, pelos exploradores árticos soviéticos, ser uma linha com o comprimento aproximado de 1.600 quilômetros. Entretanto, como dissemos acima, em vez de ser uma linha reta é realmente uma linha circular, constituindo a margem da abertura polar. Quando um explorador alcança esta margem, chega ao Pólo Norte Magnético; embora a bússola aponte sempre para ele, mesmo depois que se o ultrapassa, não é realmente o Pólo Norte, mesmo quando se é iludido que o seja, ou que se descobriu o Pólo, por ter sido enganado pela bússola. Quando se alcança este círculo magnético (a margem da abertura polar), a agulha magnética da bússola aponta diretamente para baixo.
Isto tem sido observado por muitos exploradores árticos que, depois de chegarem às altas latitudes, perto de 90 graus, foram confundidos pelo inexplicável funcionamento da bússola e sua tendência de apontar verticalmente para cima. (Eles então estavam dentro da abertura polar e a bússola apontava para o Pólo Norte Magnético da Terra, que ficava ao longo da margem desta abertura.)
Quando a Terra se revolve, em torno do seu eixo, o movimento é giroscópico, como o rodar de um pião. O pólo giroscópico externo é o círculo magnético da margem da abertura polar. Além da margem, a Terra se achata e se inclina gradualmente para o seu interior oco. O Pólo verdadeiro é o centro exato da abertura polar que, por conseguinte, não existe realmente, e aqueles que asseveraram tê-lo descoberto não disseram a verdade, mesmo quando pensavam que a estavam dizendo, tendo sido enganados pelo funcionamento irregular da bússola em latitudes elevadas. Por esta razão, nem Cook, nem Peary, nem qualquer outro explorador jamais alcançou o Pólo Norte ou o Pólo Sul, e nunca o farão. Um artigo muito interessante, sobre o assunto acima, apareceu no exemplar de março de 1962, da revista Flying Saucers, escrito pelo seu editor, Ray Palmer, que acredita que os discos voadores vêm do interior oco da Terra, pelas suas aberturas polares. O artigo é intitulado, “O Pólo Norte — À MODA RUSSA”. Descreve as notáveis descobertas feitas pelos exploradores árticos russos, que confirmam a teoria de uma terra oca e de aberturas polares, como o fazem as observações dos exploradores árticos, as quais nos referiremos mais abaixo. O artigo traz o seguinte subtítulo: “Mais Evidências de Terras Misteriosas no Pólos — Duzentos Anos de Exploração Deram aos Russos um Conceito Novo do Pólo e Tornam Obsoleta a Geografia Antiga — Estão Aqui Fatos Geográficos Indiscutíveis.”
Passaremos agora às citações deste artigo:
“Muitos leitores se lembrarão dos artigos que publicamos com as nossas teorias, de que há algo misterioso a respeito de cada uma das áreas polares da Terra. Sugerimos que há muito mais ‘área’ em ambos os pólos do que é possível mostrar num mapa do globo. Chamamos a atenção para os estranhos vôos do Almirante Byrd, ‘além’ do pólo.
Mencionamos o caso de montanhas desaparecidas e dos diferentes serviços militares desconfiarem das habilidades cartográficas, uns dos outros. Sugerimos mesmo que a Terra é oca, e que gigantescas aberturas, de 3.370 quilômetros, existem nos pólos e que há muitas evidências da existência destas aberturas. Chamamos a atenção também para o fato de haver muito segredo e ‘conversa fiada’ a respeito das áreas árticas e antárticas. Sugerimos também que os discos voadores poderiam vir desta área misteriosa, ou de dentro da Terra.
Uma das coisas na qual fomos mais insistentes é que ninguém ainda esteve no Pólo Norte, sendo falsas todas as asseverações dos que as fizeram, porque o pólo é um ‘ponto’ e não pode ser alcançado, no sentido exato da palavra.
O Pólo Norte Magnético, que se pensava antigamente ser um ponto no Arquipélago Ártico, foi demonstrado, por investigações recentes, se estender através da bacia polar até a Península de Taimyr, na Sibéria. As linhas representam meridianos magnéticos. (Últimas concepções científicas do Pólo Norte Magnético baseadas nas pesquisas dos cientistas russos.)
Reptamos, repetidamente, os pilotos militares e civis que asseveram que voam ‘diariamente’ sobre o Pólo Norte. No caso do aviador militar chamamos a atenção para a manobra, que é padronizada, e que automaticamente torna impossível para eles voar ‘além’ do pólo, voando direto através dele. (Isto é, através das aberturas polares, em lugar de penetrar nelas — o Autor.) Devido às ‘dificuldades de navegação, oriundas de bússolas de todos os tipos’, um aviador ‘perdido’ (cuja bússola não funciona como devia) recupera o seu rumo volvendo-se em qualquer direção até que sua bússola volte a funcionar. No caso das linhas aéreas comerciais, cujos anúncios alardeiam que voam duas vezes por dia sobre o Pólo, elas estão simplesmente ‘esticando’ a verdade por cerca de 3.690 quilômetros. (Elas simplesmente passam sobre a margem magnética da abertura polar, onde a bússola registra o maior grau norte, mas não alcançam o Pólo Norte, realmente, que é o ponto central da abertura polar, dentro destas margens — o Autor.)
Temos disponíveis, nos arquivos russos, dados de várias centenas de anos de história de exploração ártica, que provam o nosso ponto mais importante, além de qualquer dúvida, isto é, que o Pólo Norte Magnético não é um ponto, mas (deduzem os russos) uma ‘linha’ do comprimento aproximado de 1.600 quilômetros. Antes de prosseguir podemos lembrar que pensamos que estão errados nesta dedução, e que em lugar de uma linha é realmente um círculo. Dado a falta de espaço para localizá-lo no globo, os russos foram forçados a comprimir suas observações numa área bidimensional. Tiveram que espremer o círculo dos dois lados, transformando-o numa linha. Gostaríamos agora de apresentar um resumo daquele ponto único da exploração russa que realmente cobre um aspecto mais amplo do que apenas o do magnetismo da Terra.
Eis o que os russos dizem: Os navegadores, nas latitudes elevadas, são sempre perturbados pelo estranho funcionamento das suas bússolas magnéticas, ocasionadas por irregularidades e assimetrias aparentes no campo magnético da Terra. Os mapas magnéticos primitivos foram desenhados na presunção de que o Pólo Magnético Norte fosse virtualmente um ponto. Correspondentemente, foi esperado que a agulha da bússola, que se inclina mais para baixo à proporção que se aproxima do Pólo Magnético, deveria apontar diretamente para baixo, ou quase isto, no próprio Pólo Magnético. Entretanto, os dados de muitas expedições, tanto russas quanto de outras nacionalidades, mostram que a agulha da bússola aponta diretamente para baixo por uma distância muito longa, através do Oceano Ártico, desde um ponto a noroeste da Península de Taimyr até um outro ponto no Arquipélago Ártico. Esta descoberta, a princípio levantou a hipótese de que havia um segundo Pólo Magnético Norte, localizado, tentativamente, a 86 graus de longitude leste. O mapa do campo magnético mostra então os meridianos magnéticos muito juntos, num feixe grosso de linhas, do Pólo Magnético, no Arquipélago Ártico, até a Sibéria. O Pólo Magnético Norte, que se pensava outrora ser um ponto no Arquipélago Ártico, foi achado, pelas recentes investigações, e mostra estender-se através da Bacia Polar, até a Península de Taimyr, na Sibéria.
Em termos magnéticos, ‘o pólo’ é uma área muito extensa, que atravessa a Bacia Polar, de um continente ao outro. Tem, pelo menos, 1.600 quilômetros de comprimento e, pode ser acrescentado que existe, de uma maneira difusa, por mais 1.600 quilômetros. (Não é realmente um ponto no norte longínquo, e sim a borda da abertura polar, pois quando o Almirante Byrd o ultrapassou e entrou na abertura polar, que leva ao interior da Terra, deixou o gelo e a neve do Ártico para trás, e penetrou num território mais quente — o Autor.)
Assim, quando o Almirante Peary (e qualquer outro explorador ártico que tenha usado uma bússola magnética) assevera ter alcançado o pólo, está fazendo, na verdade, uma afirmação muito vaga. Pode somente dizer que alcançou um ponto, o qual pode estar em qualquer lugar numa área de 3.200 quilômetros (a borda magnética da abertura polar), onde sua bússola apontou diretamente para baixo. Uma conquista notável, mas não ‘a descoberta do Pólo’.
Uma vez que outros tipos de bússolas, tais como a giroscópica e a de orientação inercial, têm igualmente limitações, podemos ousadamente dizer que jamais alguém alcançou o Pólo, e ainda mais, que não há um ‘Pólo’ a alcançar.
Em seguida, tendo se encontrado desafiados para explicar o estranho comportamento da bússola na Bacia Polar, os teóricos recorreram ao espaço, à atmosfera mais alta e até mesmo ao sol, para explicar o que acontecia com os instrumentos. Então o Pólo tornou-se a interação do campo magnético com as partículas carregadas de eletricidade do sol.
“Mais significantes são as referências desfavoráveis aos antigos cartógrafos, cujos mapas são agora ‘nuvens espessas congeladas na imaginação dos cartógrafos como massas de terras’. A Marinha, por exemplo, sente-se um pouco desconcertada quando o Exército diz que as suas montanhas perdidas do Pólo Sul nunca existiram, porque não a podem encontrar pelo seu próprio e confuso cômputo, baseado num pólo magnético, que ‘não está lá, de modo algum’.
Constatamos então que novas áreas de terras são descobertas e velhos mapas jogados fora, porque as terras que mostravam não estão mais lá. (Esta confusão é devida ao funcionamento irregular da bússola, no norte longínquo, dado que o Pólo Magnético Norte não é um ponto, como os antigos cartógrafos supunham, e sim um círculo em volta da margem da abertura polar — o Autor.)
Isto nos traz ao assunto das ‘terras de mistério’, de grandes extensões nas áreas polares, que podem, possivelmente, ser colocadas no nosso globo, sem superposições sérias, de maneiras impossíveis… Poderia ser de lá que se originam os discos voadores?”
É bem sabido que os Pólos Magnéticos Norte e Sul não coincidem com os pólos geográficos, como deveriam se a Terra fosse uma esfera sólida, convexa nos pólos. A razão pela qual os pólos magnéticos e geográficos não coincidem é porque, enquanto os pólos magnéticos ficam ao longo da margem das aberturas polares, o pólo geográfico fica no seu centro, no ar, e não em terra sólida. Como veremos abaixo, o verdadeiro pólo magnético não está na margem externa da abertura polar, mas no centro da crosta da Terra, que deve estar a cerca de 640 quilômetros abaixo da superfície, ao redor da abertura polar. Por esta razão a agulha da bússola ainda continua a apontar verticalmente para baixo depois que se passa a margem da abertura e se peneira nela. Somente depois de passado o seu centro começaria a agulha a apontar para cima, em vez de para baixo, mas de qualquer maneira, depois de alcançar a margem da abertura polar, a bússola já não funciona horizontalmente, como antes, mas verticalmente. Isto tem sido observado por todos os exploradores árticos que alcançaram latitudes elevadas e ficaram intrigados com isto. A única explicação é a fornecida pelo conceito de uma terra oca e de aberturas polares, com o pólo magnético e o centro de gravidade no meio da crosta da Terra, e não no seu centro geométrico. Como resultado, a água do oceano, no lado de dentro da crosta adere à sua superfície interna da mesma maneira como o faz em relação ao lado de fora. Podemos calcular que o pólo magnético da Terra e o seu centro de gravidade sejam uma linha circular, em volta da abertura polar, mas no seu meio, a cerca de 640 quilômetros da superfície da Terra.
Em apoio da concepção citada, de estar o pólo magnético situado na margem da abertura polar, Palmar enumera os fatos seguintes: entre cada pólo magnético, em volta da Terra, passam os meridianos magnéticos. Ao contrário dos meridianos geográficos, que medem a longitude, os meridianos magnéticos vão de leste para oeste e vice-versa. A diferença entre os meridianos geográficos, ou norte e sul verdadeiros, e a direção indicada pela bússola magnética, ou o meridiano magnético de um determinado lugar, é chamada de declinação. A primeira observação foi feita em Londres, em 1580, e mostrou uma declinação leste de 11 graus. Em 1815, a declinação alcançou o valor máximo a oeste de 24,3 graus. Isto corresponde à diferença de 35,3 graus em 235 anos, que é equivalente a 3.400 quilômetros. Se traçarmos um círculo em volta do pólo, com um raio de 1.700 quilômetros, de modo que tenha o diâmetro de 3.400 quilômetros, tal círculo representaria a margem da abertura polar, ao longo da qual, neste caso, o Pólo Magnético Norte se desloca, de um ponto ao seu oposto, na outra extremidade de um diâmetro de 3.400 quilômetros, em 235 anos. É esta a razão pela qual não coincidem os pólos magnéticos e geográficos. O pólo geográfico é um prolongamento do eixo da Terra, e uma vez que este passa pelo centro da abertura polar, está no espaço vazio — não podendo, por conseguinte, jamais ser “descoberto” por qualquer explorador, uma vez que não se encontra em terra sólida. De acordo com Marshall Gardner, a borda da abertura polar, que é o verdadeiro pólo magnético, é a de um grande círculo, de 2.250 quilômetros de diâmetro. É tão grande que, quando um explorador passa por eis, como muitos o fizeram, não percebe que está seguindo para o interior da Terra e sim imagina que continua na sua superfície, devido sua declividade ser muito suave. O pólo magnético pode, por conseguinte, ser qualquer ponto da margem circular da abertura polar. Sobre isto, Palmer diz o seguinte:
“O ponto focal, ou seja o pólo magnético real, existe, num determinado tempo, apenas numa parte da circunferência daquele círculo, e se desloca, progressivamente, em volta do círculo, numa ‘órbita’ definida, que leva cerca de 235 anos a se completar. Isto faz com que o pólo magnético se desloque, aproximadamente, 30 quilômetros por ano.
Vôos militares e civis ‘sobre o Pólo’ podem ser feitos diariamente, sem trazer a mais ligeira evidência do enorme orifício na Terra, cujo perímetro eles circunscrevem, independentemente do que as suas manobras de navegação possam presumir, devido ao erro de suposição original, de que estejam passando sobre um PONTO, e não sobre uma enorme circunferência, que tocam apenas num ponto e de cuja curvatura natural se desviam, imediatamente, por estarem viajando em linha reta.”
Se a Terra fosse uma esfera sólida, com dois pólos nas extremidades de seu eixo, funcionando como um magneto, os pólos magnéticos coincidiriam com os pólos geográficos. O fato de que não coincidem é inexplicável, segundo a teoria de ser ela uma esfera sólida. A explicação torna-se clara quando se presume a existência das aberturas polares, com pólos magnéticos ao longo da borda circular destas aberturas, e não num ponto fixo.
Palmer cita uma declaração significante dos exploradores árticos russos, nos seguintes termos: “A exploração e a pesquisa têm mostrado que áreas enormes da superfície da Terra, correspondentes a grandes territórios desconhecidos, poderão ser trazidos ao âmbito da compreensão humana, dentro de breves anos.” Esta declaração russa soa de maneira muito semelhante às do Almirante Byrd, a respeito de serem as regiões além do Ártico “o centro do Grande Desconhecido”. Será que os russos têm conhecimento da descoberta, feita pelo Almirante Byrd, de “um vasto e novo território”, além do Pólo? O comentário de Palmer, em relação a esta declaração russa, é o seguinte:
“Esta é, verdadeiramente, uma frase estupenda.
Considere-se o que realmente diz. Ela diz que, não somente a exploração, mas também a ‘pesquisa’ têm mostrado que enormes regiões da superfície da Terra, e correspondentemente (esta palavra é muito significativa), grandes territórios desconhecidos, poderão ser apresentados ao âmbito da compreensão dos seres humanos, dentro de poucos anos. Em outras palavras: além das áreas que se podem compreender e investigar pela exploração, existem grandes territórios que têm que ser trazidos à compreensão humana, por meio de pesquisas.
Sim, grandes, desconhecidas e mesmo além da compreensão humana atual, existem áreas, e pode ser que, nuns poucos anos, as possamos descobrir e compreender. Em outras palavras: além das áreas que se pode compreender e investigar pela exploração, existem grandes territórios que têm de ser trazidos à compreensão humana por meio de pesquisas.
Nas próximas e poucas frases (dos russos) veremos que há muitas ‘possibilidades de desenvolvimento’ na Bacia Polar, a qual, de acordo com os conceitos atuais, nada mais é do que um oceano gelado. O que será isto, que apresenta tão grandes possibilidades de desenvolvimento? Cubos de gelo para o nosso chá? Não, devem haver possibilidades bem mais interessantes, o tipo das possibilidades que asseguram grandes massas de terras, numa área desconhecida, ainda por explorar e desenvolver.”
Palmer cita os russos, como dizendo: “Tão recentemente como há 30 anos, mais da metade da área total da Bacia Polar era inexplorada e 16 por cento era ainda terra incógnita, somente há 15 anos. Hoje, ainda que isto seja muito desapontador para os jovens geógrafos, a área em branco no mapa da Bacia Polar não diminuiu em quase nada. Ao mesmo tempo, para tristeza dos velhos exploradores e o prazer compreensível dos jovens, existem ainda espaços em branco em outras partes do Ártico. O oceano, o ar e a ionosfera ainda retêm muitos mistérios.”
O comentário de Palmer, relativo a esta declaração russa, é o seguinte:
“Aprende-se aqui que as áreas em branco no mapa da Bacia Polar não diminuíram em quase nada. A seguir, que há ainda espaços em branco em outros lugares do Ártico. Em que outros lugares? O oceano, o ar e a ionosfera, dizem eles, ainda retêm muitos mistérios. Particularmente o oceano, em cuja extensão desconhecida, existem grandes massas de terras, não somente além da nossa capacidade de localizá-las nos mapas, até agora, como também além da nossa capacidade de compreensão.
Poderíamos dizer que tudo isto é conversa fiada.
Poderíamos também dizer que estão fazendo segredo. Entretanto, não o faremos. O fato é que nenhuma das duas coisas é verdadeira. É uma declaração séria, o único tipo de declaração que poderíamos esperar de quem está tentando dizer alguma coisa, mas não o pode, porque ela está ainda acima da sua compreensão. Afirmar que existem grandes massas de terras numa área comumente chamada de um ‘ponto’, é ter de enfrentar um desafio para demonstrá-lo e prová-lo. Uma vez que isto não pode ser feito, o declarante fica incapaz de algo mais do que de vagas referências a mistérios. Compete aos oponentes da teoria da ‘Terra Misteriosa no Pólo’ refutá-la ou provar a sua própria teoria — e esta tem sido irrevogavelmente demolida pelos exploradores e cientistas das duas maiores nações da Terra. O que temos apresentado não é uma teoria — e sim o resultado de centenas de anos de exploração, culminados pelo ano geográfico, no qual ficou estabelecida a informação, que lhes transmitimos, como o ‘novo conceito do geomagnetismo da Bacia Polar’.
O mistério está finalmente vindo à tona, e os escarnecedores são afinal silenciados. Trabalhemos juntos para extrair a verdade deste mistério, que é tão absorvente e importante para a humanidade, Que será isto, que existe em ambos os pólos da Terra, que nos abre novas fronteiras, tão vastas em extensão e natureza que chegam a ser além da nossa compreensão atual? Pode bem ser que a exploração do espaço seja bem menos importante do que a exploração do nosso misterioso planeta, que se tornou agora, subitamente, ‘um vasto território’, bem maior do que jamais sonhamos que fosse”.
A teoria de uma terra oca, com aberturas nos pólos, foi apresentada pela primeira vez por William Reed, em 1906, quando a revelou no seu livro, Phantom of the Poles. Quatorze anos mais tarde, em 1920, outro escritor americano, Marshall B, Gardner, publicou um livro, intitulado A Journey to the Earth’s Interior ou Have the Poles Really Been Discovered?. Aparentemente, ele nada sabia a respeito do livro da Reed, pois não o mencionou na sua bibliografia, que era muito extensa e incluía a maioria dos livros importantes, em explorações árticas, dos quais fez citações em apoio da sua teoria de uma terra oca.
Gardner, no seu livro, apresenta o mesmo conceito da estrutura da Terra, defendida por Reed, asseverando ser ela oca, com aberturas nos seus pólos, mas diverge de Reed na crença de um sol central, que é a fonte da aurora boreal. Nos diagramas do seu livro, Gardner representa a Terra como tendo aberturas circulares nos seus pólos; e a água dos oceanos, que flui através destas aberturas, se adere à crosta sólida, tanto em cima quanto embaixo, uma vez que o centro de gravidade da Terra, de acordo com a sua teoria, se situa no meio desta parte sólida e não no seu interior oco. Por esta razão, se um barco navegar através da abertura polar e alcançar o interior da Terra, continuará viajando, em direção oposta, no lado de dentro da crosta, da mesma maneira como, à noite, estarmos do lado de baixo da superfície da Terra, presos a ela pela gravidade.
O livro de Gardner, que agora está esgotado e é muito raro, parecendo ter encontrado a mesma sorte dos outros escritores sobre o assunto, estando perdido e esquecido e com sua mensagem desconhecida pelo mundo de hoje, tem muitos diagramas interessantes, alguns dos quais estamos reproduzindo. Citamos, a seguir, sua descrição destes diagramas:
“1. Mostrando um corte transversal da Terra, através das aberturas polares e em ângulo reto com o Equador com uma vista clara do sol central e dos oceanos e continentes do interior. (Reproduzido de um modelo feito pelo autor, em 1912.)
2. A Terra, como apareceria se fosse vista do espaço, mostrando a abertura polar norte, que dá para o seu interior, o qual é oco e contém um sol central em vez de um oceano de lava líquida
3. Diagrama mostrando a Terra como uma esfera oca, com suas aberturas polares e sol central. As letras em cima e embaixo do diagrama indicam as várias etapas de uma jornada imaginária através do interior do planeta. No ponto marcado D temos a primeira visão da coroa do sol central. No ponto marcado E vemos o sol central, inteiramente.”
A atração gravitacional é mais forte ao redor da curvatura que vai do exterior para o interior da Terra. Um homem de 68 quilos, provavelmente, pesaria 136 quilos enquanto estivesse navegando através da abertura polar e ao redor da curvatura do exterior para o interior da Terra. Quando alcançasse o interior pesaria somente 34 quilos. Isto é devido a ser necessária menos força para segurar um corpo na parte interna de uma bola oca, em rotação, do que para prendê-lo no exterior, dado a força centrífuga.
William Reed diz que a força gravitacional é mais forte a cerca da metade da curvatura que leva ao interior da Terra, onde está o centro da gravidade, sendo aí tão forte que a água salgada e a água doce dos icebergs (que, como veremos adiante, vem do interior da Terra) não se misturam. A água salgada permanece uns poucos metros abaixo da água doce. Isto permite que se obtenha água doce para beber no oceano Ártico. Entretanto, como pode encontrar-se água doce no extremo norte, onde há somente água salgada do oceano, e como podem os icebergs ser formados de água doce e não de água salgada? A única explicação, como Reed e Gardner salientam e como veremos abaixo, é que a água doce vem dos rios que nascem no interior quente da Terra, a qual, depois que chega à superfície mais fria, subitamente se congela e se transforma em icebergs, que se quebram e caem nos mares, produ-zindo as estranhas ondas de marés que os exploradores árticos têm observado no norte longínquo e que os tem intrigado.
Tanto Reed quanto Gardner asseveram que a temperatura no interior da Terra é muito mais uniforme do que no lado de fora, sendo mais quente no inverno e mais fria no verão. Há precipitação adequada, maior do que na superfície, mas nunca faz frio bastante para nevar. Ê um clima subtropi-cal ideal, livre do calor opressivo dos trópicos bem como do frio intenso das zonas temperadas. Eles asseveram também que a abertura polar norte é maior do que a do sul. Dizem que existe uma Terra Paradisíaca no outro lado da Gigantesca Barreira Glacial que deve ser atravessada para se alcançar o clima mais quente da terra que fica além do Pólo, sobre a qual voou o Almirante Byrd.
A Terra, como apareceria se vista do espaço, mostrando a abertura polar norte abrindo-se para o interior do planeta, que é oco e contém um sol central em vez de um oceano de lava líquida. (Reproduzido de A Journey to the Earth’s Interior ou Have the Poles Really Been Discovered?, por Marshall B. Gardner. Impresso por Eugene Smith Company, de Aurora, em Illinois, em 1920).
Diagrama, mostrando a Terra como uma esfera oca com suas aberturas polares e o seu sol central. As letras em cima e embaixo do diagrama indicam as várias etapas de uma viagem imaginária através do interior do planeta. No ponto marcado com a letra “D” conseguimos uma primeira vista da coroa do sol central; no ponto marcado com a letra “E” podemos ver o sol central em todo o seu tamanho. (Reproduzido de A Journey To The Earth’s Interior ou Have the Poles Really Been Discovered?, por Marshall B. Gardner. Impresso por Eugene Smith Company, de Aurora, em Illinois, em 1920.)
Em volta da curvatura das aberturas polares fica um outro anel de gelo, chamado a Grande e Maciça Barreira de Gelo de Água Doce, ou Barreira de Gelo.
Daqui é de onde se originam os icebergs. Em cada inverno este anel de gelo é formado da água doce que flui do interior da Terra. Durante os meses de inverno, bilhões de toneladas de água doce, vindos dos rios do interior da Terra e fluindo para o lado de fora, através das aberturas polares, congelam na saída e formam montanhas de gelo de água doce, cuja presença nesta região seria inexplicável se a Terra fosse uma esfera sólida. No verão, icebergs com quilômetros de comprimento se quebram e flutuam para o lado de fora da Terra. Eles são constituídos de água doce, quando pode existir somente água salgada nos pólos. Uma vez que este é o caso e como toda a água no lado de fora da Terra, nestas regiões, é salgada, a água doce da qual estes icebergs são formados deve vir do seu interior.
Dentro dos icebergs, têm sido encontrados o mamute e outros enormes animais tropicais, que se acredita serem de origem pré-histórica, porque jamais foram vistos na superfície da Terra, em perfeito estado de conservação. Alguns deles têm sido encontrados com plantas verdes na boca e estômago, do tempo em que foram congelados subitamente. A explicação usual é que estes animais pré- históricos viviam nas regiões árticas, quando estas tinham um clima tropical, e que a chegada do Período Glacial subitamente converteu o Ártico de tropical em uma zona frígida congelando-os antes que tivessem tempo de fugir para o sul. Os grandes depósitos de marfim de elefantes, encontrados na Sibéria e em ilhas do norte, são explicados da mesma maneira. Gardner, entretanto, sustenta uma teoria completamente diferente, com o apoio das observações, feitas pelo Almirante Byrd, de enormes criaturas semelhantes a mamutes na “terra além dos Pólos” vistas nas regiões por ele descobertas. Gardner assevera que os mamutes são animais que habitam agora o interior da Terra e que têm sido levados para a superfície pelos rios e congelados dentro do gelo que se forma quando os rios alcançaram a superfície, formando as geleiras e icebergs.
Na Sibéria, ao longo do Rio Lena, jazem os ossos e presas de milhões de mamutes e mastodontes, expostos no solo ou nele enterrados. O consenso das opiniões científicas é que se trata de remanescentes pré-históricos e que o mamute existiu há cerca de 20.000 anos, mas foi extinto na catástrofe desconhecida, que agora chamamos de o último Período Glacial.
Foi Schumachoff, um pescador que vivia em Tongoose, na Sibéria, quem, em 1799, primeiro descobriu um mamute completo congelado num bloco de gelo transparente. Livrando-o do bloco, removeu suas presas e deixou a carcaça de carne fresca para ser devorada pelos lobos. Mais tarde foi mandada uma expedição para examiná-lo e hoje o seu esqueleto pode ser visto no Museu de História Natural, de Leningrado.
Os exploradores polares mencionam a existência tanto de fauna quanto de flora no extremo norte. Também muitos animais, como o boi almiscarado, estranhamente, emigram em direção ao norte, no inverno, o que fariam somente se alcançassem por lá uma terra mais quente. Repetidamente, os exploradores polares têm observado ursos dirigindo-se para o norte, para uma área onde não poderia haver alimentos para eles se não houvesse uma abertura polar para regiões mais quentes. Também foram encontradas raposas, ao norte do paralelo 80, dirigindo-se para o norte, obviamente bem alimentadas. Sem exceção, os exploradores árticos concordam que, estranhamente, quanto mais para o norte se vai, depois de uma certa latitude, mais quente fica. Invariavelmente, o vento norte traz um tempo mais quente. Árvores coníferas foram encontradas, impelidas para a praia, vindas do norte distante. Borboletas, abelhas e até mesmo mosquitos foram encontrados no norte distante, e, entretanto, eles não são vistos a centenas de quilômetros mais ao sul, e somente podem ser achados quando se alcança as áreas do Canadá e do Alasca, capazes de sustentar tal tipo de vida animal.
Variedades de flores desconhecidas foram também encontradas no extremo norte. Foram vistas, vindo e retornando para o norte, aves semelhantes às narcejas, mas diferentes das espécies conhecidas. As lebres são abundantes numa área do norte distante, onde não prospera qualquer vegetação, mas onde são encontrados restos vegetais vagando nas águas abertas mais ao norte.
Tribos de esquimós têm deixado vestígios inconfundíveis da sua migração, pelos seus acampamentos provisórios, sempre avançando em direção norte. Os esquimós do sul falam de tribos que vivem no norte longínquo. Mantêm a crença de que os seus ancestrais vieram de uma terra paradisíaca, no extremo norte.
Na Nova Zelândia e nas latitudes elevadas da América do Sul se encontram fauna e flora idênticas, que não poderiam haver emigrado de uma destas regiões para a outra. A única explicação é que vieram de uma pátria comum — o continente antártico. Todavia, como poderiam ter vindo de lá se é ermo gelado, onde somente os pingüins parecem capazes de sobreviver? “Somente as ‘terras misteriosas’ do Almirante Byrd podem ser a razão destes fatos e das migrações inexplicáveis”, é a conclusão de Palmer.
Muitos exploradores árticos, depois de passarem o anel de gelo, em volta da curvatura que leva ao interior da Terra, continuaram diretos para o norte, até cruzarem a barreira de gelo. Muitos entraram na abertura, que leva para o interior, mas não o perceberam e pensaram que estavam ainda na superfície externa. A razão para isto é que a abertura é tão grande que não se pode perceber a diferença exceto que o sol se levanta mais tarde e se põe mais cedo, com os seus raios interceptados pela borda da abertura polar, depois que por ela se entra. Isto foi observado por todos os exploradores árticos, que seguiram suficientemente para o norte. A abertura polar, segundo Gardner, tem 2.250 quilômetros de diâmetro.
Uma vez chegados ao interior da Terra, os exploradores entraram num Mundo Novo, onde encontraram coisas opostas às que esperavam. A agulha da bússola passou a ficar na posição vertical, em vez de horizontal, como antes, devido ao fato de que o verdadeiro pólo magnético se localiza no meio da curvatura que leva do lado de fora para o lado de dentro da terra. Quanto mais para o norte iam, mais quente se tornava. O gelo das regiões árticas, mais ao sul, desaparecia e era substituído por mar aberto. (O Almirante Byrd encontrou uma ausência total de gelo e neve nas “terras do além do Pólo”, sobre as quais voou por 2.730 quilômetros.) À proporção que os exploradores navegavam mais para o norte, os ventos norte tornavam-se mais e mais quentes. O clima era moderado e agradável.
Freqüentemente, a poeira trazida pelo vento era insuportável. Alguns exploradores, como Nansen, tiveram que regressar por causa da poeira. De onde poderia vir esta poeira, no extremo norte, terra de gelo é água? Reed Q. Gardner atribuíram a origem desta poeira, freqüentemente notada pelos exploradores árticos, a vulcões dentro da abertura polar, que leva ao interior da Terra. Seria impossível contar com vulcões no Ártico, exceto se estivessem dentro da abertura polar.
Em 3 de agosto de 1894, o Dr. Fridtjor Nansen, um explorador ártico, foi surpreendido, no norte distante, pelo clima quente de lá e pelas pegadas de raposas que encontrou. Provavelmente, estava dentro da abertura polar. Sua bússola deixou de funcionar completamente, de maneira que não sabia onde se encontrava. Quanto mais para longe seguiu, na abertura, mais quente se tornou. Se tivesse seguido mais para a frente, teria visto pássaros tropicais, como viram outros exploradores, bem como outros animais que não são vistos na superfície da Terra, como o mamute, que o Almirante Byrd observou, quando olhou para baixo, de seu avião, durante o seu vôo de 2.730 quilômetros sobre a misteriosa terra livre de gelo, na área ártica. Ray Palmer, escreve:
“O boi almiscarado, ao contrário das expectativas, emigra para o norte, no inverno. Repetidamente, os exploradores árticos têm observado ursos dirigindo-se para o norte, para uma região onde não pode haver alimentos para eles. As raposas, também, foram encontradas ao norte do 80° paralelo, dirigindo-se para o norte, e obviamente bem alimentadas. Sem exceção, os exploradores árticos concordam em que quanto mais ao norte se vai mais quente fica.
Invariavelmente, o vento norte traz tempo mais quente. Árvores coníferas são impelidas para terra, vindas do norte. Borboletas e abelhas são encontradas no norte longínquo, mas nunca a centena de quilômetros mais ao sul; não são achadas até que se alcancem as áreas do Canadá e do Alasca, cujos climas sejam adequados à vida de tais insetos.
Encontram-se variedades desconhecidas de flores.
Pássaros, semelhantes à narceja, mas distintos das espécies conhecidas desta ave, vêm e voltam para o norte. As lebres são abundantes, numa região onde não cresce qualquer 81 vegetação, mas onde esta aparece como restos que vagam das águas abertas do norte. Tribos de esquimós, emigrando para o norte, têm deixado rastros inconfundíveis, nos seus acampamentos provisórios, sempre avançando para o norte. Os próprios esquimós do sul falam de tribos que vivem no norte distante. Certo tipo de gaivota, comum em Point Barrow, emigra em outubro para o norte. Somente a ‘terra misteriosa’ do Almirante Byrd pode ser responsável por estes fatos e migrações inexplicáveis.”
A lenda escandinava de uma terra paradisíaca no norte longínquo, conhecida como Ultima Thule, comumente confundida com a Groenlândia, é significativa porque, séculos antes do vôo do Almirante Byrd, foi mencionada a existência de uma tal terra sem gelo, nos limites norte da Terra. Escreve Palmer:
“A lenda escandinava, de uma terra maravilhosa, bem longe para o norte, chamada Ultima Thule (comumente confundida com a Groenlândia), é significativa quando estudada detalhadamente, por causa da sua notável semelhança com o tipo de terras vistas por Byrd, e sua singular localização no norte distante. Presumir que a Ultima Thule é a Groenlândia é ir de encontro a contradição do Capote de Gelo da Groenlândia, que enche a bacia groenlandesa até uma profundidade de 3.050 metros. É a terra de mistério do Almirante Byrd, o centro do grande desconhecido, o mesmo que a Ultima Thule, das lendas escandinavas? Existem mistérios também relativos à Antártica.
Talvez o maior de todos seja o próprio mistério biológico, altamente técnico; visto que a fauna e flora idênticas da Nova Zelândia e da América do Sul não podem haver emigrado de uma para a outra, e são tidas como vindas de uma mesma pátria comum. Aquela pátria, acredita-se, é o continente Antártico. Entretanto, num nível mais popular, o maior mistério é o do caso do navio a vela Gladys, comandado por F. B. Hatfield, em 1893. O navio foi completamente cercado por icebergs, na latitude de 43 graus sul e na longitude oeste de 33 graus. Nesta latitude foi observado um iceberg que transportava uma grande quantidade de areia e terra, e que revelou um trilho batido, um lugar protegido formado num canto como um refúgio e os corpos de cinco homens mortos, que jaziam em diferentes partes do iceberg. O mau tempo impediu qualquer tentativa de investigação complementar.
Os cientistas concordam, unanimente, na opinião de que é uma peculiaridade da Antártica a inexistência de tribos humanas nela vivendo. Investigações mostraram também que nenhum navio havia sido perdido na Antártica, naquele tempo, de modo que aqueles homens não podiam ser marinheiros vítimas de algum naufrágio. Será que aqueles homens que morreram no iceberg vieram daquela ‘terra misteriosa, além do Pólo Sul’, descoberta pela expedição de Byrd? Teriam eles se aventurado para fora .da sua terra quente e habitável e se perdido ao longo dos bancos de gelo, tendo sido finalmente levados para a morte no mar, num dos seus pedaços, quebrado e transformado num iceberg, enquanto estavam nele?”
Outro escritor americano, sobre o assunto de ser a Terra oca, chamado Theodore Fitch, referindo-se às barreiras de gelo, que devem ser atravessadas antes que se penetre na abertura polar, que dá para o interior da Terra, pergunta:
— Por que não se pode voar sobre estas enormes barreiras de gelo, ou fazer estradas para sã passar sobre elas, para o interior da Terra?
Ele não vê razão por que isto não possa ser feito, muito embora, como a maioria dos outros americanos, esteja em ignorância total do fato de que o Almirante Byrd voou sobre estas barreiras de gelo, alguns anos antes, e entrou neste novo território. Fitch acredita que, uma vez que estes fatos sejam tornados públicos, todas as grandes nações tentarão estabelecer bases neste Novo Mundo, cuja área de terras é maior do que a da superfície da Terra e que está livre das precipitações radioativas, que envenenam o solo e os alimentos. Este Novo Mundo poderia ser alcançado muito mais facilmente do que a Lua e é muito mais importante para nós, uma vez que propicia condições ideais para a vida humana, com um clima melhor do que o existente na superfície. Fitch o chama de uma Terra Paradisíaca, e acredita que seja a verdadeira localização do Paraíso, uma terra maravilhosa, descrita nos livros religiosos de todos os povos.
Parece que os russos estão fazendo agora o que Fitch sugeriu, mandando frotas de quebra-gelos, alguns de propulsão atômica, para explorar o norte longínquo. O próximo passo será o dos russos repetirem o vôo do Almirante Byrd, através da abertura polar, até a “terra além do Pólo”.
O livro de Fitch é intitulado Our Paradise Inside the Earth. Baseia-se nos trabalhos de Reer e Gadner. Menciona que, no último século, um comandante naval que viajava direto para o norte, penetrou dentro da Terra, embora pensasse que estava se dirigindo em direção ao Pólo Norte. Escreve Fitch:
“William Reed e Marshall Gardner declaram ambos que deve haver uma terra paradisíaca do outro lado da gigantesca barreira de gelo. Ambos são da opinião de que uma raça de pequenos homens morenos vive no interior da Terra. É possível que os esquimós descendam destes povos.
A maioria dos exploradores navegou direto para o norte, até chegar ao redor da curvatura, de 1285 quilômetros, da abertura polar. Nenhum deles soube que estava no lado de dentro da Terra. Estes exploradores encontraram as coisas de modo exatamente oposto ao que esperavam. À proporção que navegavam para o norte, os ventos norte tornavam-se mais e mais quentes. Exceto por fortes ventos quentes poeirentos, de quando em vez, o clima era suave e agradável. Exceto pelos icebergs do interior, o mar era aberto e a navegação fácil. (Reed e Gardner explicam que este estranho pó, encontrado no norte distante e que escurece a neve em que cai, como mostramos acima, é proveniente de vulcões ativos dentro da abertura polar. Isto parece ser a única explicação possível — o Autor.)
Viram quilômetros quadrados sem conta de boas terras. Quanto mais para o norte iam, mais flores, arbustos, árvores e outras vegetações eles encontravam. Um explorador escreveu que seus homens reuniram oito tipos diferentes de flores. Relataram também que viram morros cobertos de vegetação. (Estas observações foram confirmadas pelo Almirante Byrd, que durante o seu vôo de 2.730 quilômetros sobre território sem gelo, viu árvores, vegetação, montanhas, lagos e vida animal — o Autor.)
Outro escritor disse que viu todos os tipos de animais de clima quente e milhões de pássaros tropicais. Eram tantos que um cego poderia derrubar uma ou mais aves com um tiro. A vista era adorável, tanto do céu quanto da terra, e era mais magnífica do que qualquer outra jamais observada no exterior da Terra. Cada um dos exploradores escreveu sobre a majestade da aurora boreal ou “Luzes do Norte”. Assevera-se que as “Luzes do Norte” são realmente provenientes da luz do sol central, de dentro da Terra, brilhando através da abertura do Pólo Norte.”
Fitch chama a atenção para o fato de que o interior oco da Terra tem uma área de terras maior do que a da superfície externa, porque enquanto que 75 por cento da superfície da terra é coberta por água, deixando somente 142 milhões de quilômetros quadrados para a superfície de terras, a superfície total da terra é de 508 milhões de quilômetros quadrados. Fitch assevera que os oceanos do interior não são comparáveis, em tamanho, com os da superfície, e que há três vezes mais terras dentro da Terra do que no lado de fora, de modo que, a despeito da menor circunferência e menor área total do interior, sua área de terras é maior. Fitch diz que o interior tem um clima melhor e mais salubre do que o que temos na superfície, sem ventos frios, furacões, terremotos, tempestades elétricas, ciclones, precipitações radioativas, nefandos raios cósmicos, radiações solares radioativas, erosão do solo devido a chuvas excessivas e outras desvantagens. Tem um clima subtropical ideal.
Outro escritor americano, que foi muito influenciado pelas teorias de Reed e Gardner, é William L. Blessing, que publicou um folheto sobre o assunto, no qual reproduziu os diagramas da estrutura da Terra. Escreveu Blessing:
“A Terra não é uma esfera perfeita. É chata nos pólos, ou, devia-se dizer, começa a se achatar nos pólos. O pólo é simplesmente a margem externa de um circulo magnético e neste ponto a agulha da bússola aponta para baixo. Enquanto a Terra gira em torno do seu eixo, o movimento é giroscópico. O pólo giroscópico externo é a margem magnética de um círculo. Além da margem, a Terra se achata e se inclina gradualmente, como um desfiladeiro, para o interior. O pólo verdadeiro é o centro exato de um cone perpendicular, pois este ponto é o centro exato da abertura ou orifício que dá para o interior da Terra.
A idéia antiga de que a Terra foi outrora uma massa sólida ou fundida e que o seu centro é composto de ferro fundido, deve ser descartada. Uma vez que a crosta da Terra é da espessura de 1.285 quilômetros, isto significa que o âmago de ferro fundido seria de mais de 11.235 quilômetros de diâmetro e de mais de 33.700 quilômetros de circunferência. Impossível.
Da mesma maneira, a velha doutrina de que quanto mais fundo na Terra mais quente fica deve ser descartada também. É o rádio e a radioatividade que produzem o calor da Terra. Todas as rochas da superfície contêm diminutas partículas de rádio.”
Um dos fatos mais enigmáticos da exploração ártica é que, embora a área seja oceânica, coberta de água, que pode estar variavelmente congelada ou parcialmente aberta, em função da época do ano, muitos exploradores têm chamado a atenção para o fato de que, paradoxalmente, existem águas abertas em maiores quantidades nos pontos mais próximos do Pólo, enquanto mais ao sul há mais gelo. De fato, alguns exploradores o acharam muito quente às vezes e foram forçados a despir suas vestimentas árticas. Há mesmo um registro de um encontro com esquimós nus. De fato, acredita-se que a origem da raça dos esquimós seja o extremo norte, de onde emigraram para o sul, para o seu habitai atual. O seu lar original, mais ao norte, era provavelmente mais quente do que o seu território atual, mais ao sul.
É estranho que os livros de Reed e Gardner, que apresentaram uma tão memorável teoria geográfica, apoiada nas evidências das explorações árticas do século passado — uma teoria comparável em importância à de que a Terra era redonda, quando foi pela primeira vez apresentada — fossem tão desprezados (ou foram eles abafados?), de modo que hoje são inacessíveis e muito raros. (Foi por sorte que o autor conseguiu um exemplar do livro de Gardner, de um vendedor de livros raros.) É possível que estes livros tenham compartilhado da sorte das notícias a respeito das descobertas do Almirante Byrd, do livro de Giannini e da revista de Palmer, que anunciou a confirmação por Byrd da teoria de uma Terra oca, com aberturas nos pólos, apresentada por Reed e Gardner. (Um correspondente do autor, que vive em Washington, D.C., escreveu que olhou por acaso os livros da biblioteca de uma alta patente da Força Aérea, com quem tinha negócios, e viu, com muita surpresa, um exemplar do livro de Gardner.) Evidentemente, a teoria de Gardner, de uma Terra oca não é desconhecida dos líderes militares e civis, em vista da sua confirmação pelo Almirante Byrd; entretanto, é silenciada e não discutida abertamente.
Fitch pede àqueles que não acreditam que a Terra seja oca, com aberturas nos seus pólos, para responder às perguntas seguintes:
“Pode-se provar que algum explorador tenha alcançado os assim chamados Pólos Norte e Sul?
Se não existe na Terra qualquer coisa como as latitudes de 83 a 90 graus, como se pode alcançar ou voar sobre o Pólo Norte?
Se a Terra não é oca, por que então o vento norte, no Ártico, fica mais quente à proporção que se navega para o norte, além da latitude de 70 graus?
Por que existem ventos quentes do norte e mar aberto, por centenas de quilômetros, ao norte da latitude de 82 graus?
Por que, depois que se alcança a latitude de 82 graus, a agulha da bússola fica sempre agitada, trêmula e errática?
Se a Terra não é oca, por que então os ventos quentes do norte, acima mencionados, carregam mais pó do que qualquer vento da terra?
Se não existem rios fluindo do interior para o exterior, por que então são os icebergs constituídos de água doce?
Por que se acham sementes tropicais, plantas e árvores flutuando nas águas doces desses icebergs?
Se todos os icebergs de água doce não vêm, positivamente, de qualquer lugar sobre a Terra, como seria impossível a menos que houvesse rios fluindo do interior para o exterior, de onde então vêm eles?
Se o lado de dentro da Terra não é cálido, por que então milhões de pássaros tropicais e animais vão mais para o norte no inverno?
Por que o vento do norte carrega mais pólen e botões do que qualquer outro vento no exterior? Se a Terra não é oca e cálida no seu interior, por que então o pólen colore a neve por milhares de quilômetros quadrados?
Pode ser possível que o pólen de milhões de hectares de flores coloridas faça com que a neve fique vermelha, rosada, amarela, azul, etc.?”
Cortes transversais da Terra, através das aberturas polares e em ângulo reto com o Equador, mostrando uma visão clara do sol central e dos continentes e oceanos do interior. (Reproduzido de um modelo preparado pelo autor em 1912. Patenteado em 12 de maio de 1974, sob número 1096102.)
por Raymond Bernard
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