O segundo grande perigo no estudo do ocultismo e da magia reside na definição inadequada de objetivos. O universo da magia é um labirinto abrangendo sistemas e tradições que vão da Teurgia Martinista ao Tecno Xamanismo. Diante de tantas opções, que se encontram em abundância nas seções de espiritualidade das livrarias, o desafio é escolher um caminho sem perder o foco. A tentação de explorar e integrar diferentes práticas é grande, mas isso pode desviar o praticante de suas metas originais.
O principal problema que muitos enfrentam é iniciar no caminho da magia sem um propósito claro, o que pode ser comparado a entrar em um labirinto sem mapa. Idealmente este propósito deveria ser sua Verdadeira Vontade, mas isso pode ser pedir demais para quem está começando. Embora a magia seja uma ferramenta poderosa para a transformação pessoal e para alcançar estados mentais em que tudo parece possível — desde iniciar um negócio até estabelecer relacionamentos —, ela exige clareza de intenção. Sem objetivos definidos, é fácil se perder em um emaranhado de possibilidades sem alcançar nada substancial.
Além disso, a falta de metas claras pode levar a uma perigosa obsessão por ideais inatingíveis, onde a pessoa se encontra em um estado constante de autoengano, percebendo-se como alguém que não é, e sem tomar medidas concretas para mudar. Esse estado de confusão pode ser comparado a uma casa de espelhos, onde cada reflexão distorcida reforça delírios de grandeza. Nesse contexto, o indivíduo pode começar a se ver como uma figura messiânica ou dotada de poderes sobrenaturais, um fenômeno frequentemente observado em comunidades mágicas, onde o ego inflado substitui a realização real.
Para evitar esses perigos, é essencial começar com um plano bem definido. Antes de se aventurar nas práticas mágicas, é fundamental escrever claramente as metas e escolher as ferramentas que efetivamente auxiliem na realização desses objetivos. A magia deve servir como meio para um fim, e não como um fim em si mesma. Encarar a magia como parte integral da identidade pessoal, sem objetivos claros, é um caminho direto para a desilusão e uma vitamina para o narcisismo. Portanto, é crucial manter um equilíbrio saudável entre aspirações mágicas e responsabilidades da vida real, como a carreira e relações interpessoais, para assegurar que a prática mágica complemente e enriqueça a experiência de vida, em vez de dominá-la e distorcê-la. Portanto, fazer da magia sua identidade é um atalho para delírios de grandeza. Não cometa esse erro.
Uma resposta em “Três Formas de se Ferrar com Magia”
Muito agradeço por este texto, aqui está um sincero agradecimento da parte de alguém que fracassou demais na Prática Mágicka.