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Vamos consagrar inteiramente esta lição ao exame dos métodos devidos a experiência dos maiores hipnotistas do mundo e provenientes das fontes que, até o presente, têm permanecido inacessíveis ao público. Ouvís os operadores dizerem, freqüentemente, que tal e tal paciente está “pegado”, quando conseguiram fazer passá-lo para o sonambulismo e posto que simples, essa palavra tem uma significação importantíssima. Querem dizer com ela que, quando um paciente atingiu um certo grau de hipnose, não terão dificuldades em mantê-lo nesse ponto ou fazê-lo passar de novo para um estado similar, tantas vezes quantas quiserem.
Um método para operação- -Um operador meu conhecido tinha por método favorito colocar os pacientes numa cadeira, a fim de estudar neles o efeito da primeira hipnose e dizia-lhes: “Fechai os olhos. Revirai-os debaixo das pálpebras o mais alto e o mais para trás que puderdes na cabeça, fazendo todo o possível para olhar para trás no vosso cérebro. Sugeri-vos agora, e com toda a força, que sois incapazes de abrir os olhos; tratai de levantar as pálpebras, cuidando, ao mesmo tempo, de manter os vossos olhos completamente na Vossa cabeça. Não podereis consegui-lo, sejam quais forem os esforços que fizerdes. Conservai as Vossas idéias e os vossos olhos no mesmo lugar, no cérebro, e ides, no mesmo instante, passar para uma profunda hipnose. Não percebereis nenhum ruído na sala e não vos ocupareis absolutamente senão da minha voz”. Este método tem dado bons resultados, e o abaixamento das pálpebras, quase sempre, tem lido seguido de sonambulismo.
0utro método que dá os mesmos resultados satisfatórios. -Outro método para levar prontamente ao sono é pedir ao paciente que olhe para a ponta do nariz; isto o torna vesgo e cansa o nervo ótico.
Auto-hipnose. -Existe outro método em matéria de auto-.hipnose, que podeis vantajosamente tentar em vós mesmos, a fim de dormir de noite; é tapar os olhos até que eles fiquem inteiramente fechados. Permiti-lhes, assim, que se façam vesgos como desejam, mas cuidai em não fechá-los inteiramente. As pálpebras devem aproximar-se uma da outra, até quase se tocarem e a cabeça que fique levemente lançada para trás, a fim de permitir ao olhar o dirigir-se para os pés. O resultado é correspondente a um peso das pálpebras que é o precursor do torpor e do sono.
Rotação da cabeça. -Entre os hipnotistas de teatro que desejam ardentemente influenciar um paciente refratário, é muito frequente dar-lhe a segurar na mão um objeto brilhante e fazê-lo olhar para ele atentamente durante alguns instantes, imprimindo, em seguida, na sua cabeça um movimento de rotação e renovando essa operação quinze ou vinte vezes, sem violência, naturalmente, mas de modo que perturbe consideravelmente a circulação. O resultado procurado manifesta-se frequentemente pelo alivio de uma congestão anterior e pela produção do entorpecimento pedido.
Magnetismo da água. -Os primeiros magnetizadores tinham por costume favorito trazer nas mãos um copinho de água, molhar nela, em presença do paciente, dois dedos da sua mão direita e fazer-1he notar que eles iam transmitir o seu magnetismo à água pela força de vontade; diziam-lhe, em seguida, que, se bebesse aquela água, sentiria imediatamente todos os sintomas da aproximação do sono, tornando, assim, a produção do sono magnéda água. -Os primeiros magnetizadores tinham por costume favorito trazer nas mãos um copinho de água, molhar nela, em presença do paciente, dois dedos da sua mão direita e fazer-1he notar que eles iam transmitir o seu magnetismo à água pela força de vontade; diziam-lhe, em seguida, que, se bebesse aquela água, sentiria imediatamente todos os sintomas da aproximação do sono, tornando, assim, a produção do sono magnético muito mais fácil e viva.
Magnetismo do papel -Alguns dispensavam a água, mas magnetizavam dois pedaços de papel, mantendo-os, durante algum tempo, na mão ou em presença do paciente e dirigindo para eles o seu pensamento. Em seguida, davam-nos ao paciente, pedindo-lhe que fechasse os olhos e que mantivesse os pensamentos fixos sobre as sensações que ele experimentava ao contacto do papel magnetizado que tinha na mão. A concentração das idéias produzia o seu efeito, trazendo com rapidez a hipnose, porque o papel magnetizado contribuía para isso, por pouco que fosse.
A sugestão do sono pela eletricidade-O estudante de psicologia não aprecia no seu justo valor o emprego da bateria elétrica como auxiliar da sugestão- Não se pode dar sugestão mais eficaz do que a corrente elétrica de uma bateria, considerando-se esta como tendo um efeito especial sobre o sistema nervoso ou simplesmente atribuindo-se esse efeito à potência da sensação obtida sobre a idéia de um sono iminente. Alguns dos meus pacientes têm entrado num estado de hipnose dos mais profundos sob o estímulo de uma ligeira corrente elétrica duplicada por uma forte sugestão, conquanto eu ainda não tivesse anteriormente produzido sobre eles senão uma ligeira impressão devida ao emprego das sugestões verbais sós.
O emprego do cristal -Tenho freqüentemente aconselhado o, emprego do cristal para o desenvolvimento daquilo que é conhecido sob a denominação de “fascinação do cristal” como um meio de aumento da concentração e que dá um grande passo para o desenvolvimento da faculdade de ser hipnotizado. Essa qualidade é tão particular e, em alguns casos, se aproxima tanto da clarividência, que a gente pode dizer que lhe é idêntica, mas a “fascinação do cristal” não acarreta, na maior parte das ocasiões, senão essa atividade inconsciente que caracteriza o estado sonambúlico. Tomai qualquer superfície polida – um disco de prata, por exemplo, ou, o que é melhor, um cristal – pedi ao vosso paciente que se assente, colocando-o diante dele e olhando-o durante cerca de um quarto de hora, cada manhã e cada tarde, sem dele desviar a vista. Dizei-1he que espere assim, até que uma imagem qualquer se lhe apareça ostentosa à vista.
A visão dos coisas no cristal. -Ainda que as doze primeiras sessões possam permanecer sem nenhum resultado, a faculdade de vêr os objetos no cristal se desenvolve com o tempo e a sua contemplação aumenta gradualmente o poder de vêr com perfeição o reflexo das imagens pintados na sua superfície. Quando este poder se acha inteiramente desenvolvido, ele se sente capaz de projetar à vontade a imagem de toda pessoa que ele deseja ver. A semelhança desse poder com a clarividência é, às vezes, ilustrada de maneira empolgante, quando o paciente vê não somente a pessoa que ele deseja ver, mas ainda, sob uma forma alegórica, o que a pessoa faz no momento da sessão- Ele pode, assim, ver escritas sobre o cristal palavras em relação com o quadro e pode receber noticias telepátiescritas sobre o cristal palavras em relação com o quadro e pode receber noticias telepáticas do original do mesmo.
A hipnose depende da atenção e não da circulação do sangue. -Não é exato dizer-se que a hipnose depende tanto da circulação que ela pode talvez ser produzida somente quando a cabeça está fresca e quando o sangue deixou o cérebro, muito pelo contrário, a hipnose produz-se, freqüentemente, no momento de um estado de congestão cerebral, quando tudo permite pensar que o cérebro está cheio de sangue. É opinião minha que a hipnose depende quase que inteiramente da atenção profunda do paciente, seja qual for a maneira pela qual nos apoderamos dela. Por conseguinte, aconselho-vos que, além de outros métodos, empregueis nos Vossos pacientes os da respiração muito lenta e profunda, de maneira que se convençam de que, prestando toda a sua atenção a esta ação de respirar, passarão tão facilmente para o estado hipnótico como se, em outro caso, a sua atenção estivesse presa por objeto brilhante.
Método de indução ao sono pelo acréscimo do carbono no sistema. -O oposto desta teoria é igualmente exato e, em muitos casos, pessoas que se negaram obstinadamente a ceder por qualquer outro método, cairão numa hipnose profunda se as treinardes a suster gradualmente sua respiração de modo que a torneio muito lenta e insuficiente para a suas necessidades; determinareis nelas, destarte uma sensação de inquietação. Perguntar-meeis porque alguns faquires indianos e homens santos conseguiram cair nos estados de catalepsia que se parecem com o fenômeno; responder-vos-ei que eles desenvolveram em si a arte da concentração até à perfeição, fixando a sua atenção sobre os fatos da respiração e interceptando esta até o momento em que o sistema se torna saturado de ácido carbônico. É um processo de envenenamento lento que, levado ao extremo, causaria algum prejuízo ao corpo; mas se é empreendido sem nenhum receio ou ansiedade, o seu efeito imediato é ir diminuindo a ação do coração, trazendo o torpor pela interceptação do oxigênio do ar e produzindo, assim, um entorpecimento de que quase não se encontra paralelo senão no caso em que entramos num quarto onde a atmosfera está sobrecarregada de ácido carbônico. Notareis que tais casos são sempre seguidos de uma sensação de peso que se transmuda em torpor. Este último estado e o último sono profundo se denominam auto-inductos, quando são a conseqüência de um ato da vontade que tem por objeto tornar lenta a respiração.
Conversão do auto-hipnotismo em hipnose própria. -Se se encontra um operador à mão, cujas sugestões podem ser recebidas pelo paciente, o estado da auto-hipnose toma-se, então, o estado de hipnose e o paciente obedece às sugestões do operador. Mas se este último falha, o paciente permanece na condição de auto-hipnose até o momento em que ele se decidir a acordar.
Meio para empregar a auto-sugestão. -Antes de pôr-se sob a influência, ele pode, desta maneira, deliberar se dormirá uma hora ou duas. Ele pode fazer a si mesmo sugestões semelhantes às que o operador poderia sugerir. Pode libertar-se de toda dor, tanto quanto este último poderia fazer. Não avaliará o fenômeno admirável que produzirá a sugestão passada por outrem, mas ele pode curar-se de muitos incômodos de pouca monta e pode positivamente curar-se do seu nervosismo, da sua insônia, da falta de confiança, da sua memória defeituosa, da sua fadiga depois de um fraco exercício, dos seus maus hábitos, etc. Ele pode, deste modo, fazer muito bem a si próprio, melhorando o seu caráter e a sua saúde. passada por outrem, mas ele pode curar-se de muitos incômodos de pouca monta e pode positivamente curar-se do seu nervosismo, da sua insônia, da falta de confiança, da sua memória defeituosa, da sua fadiga depois de um fraco exercício, dos seus maus hábitos, etc. Ele pode, deste modo, fazer muito bem a si próprio, melhorando o seu caráter e a sua saúde.
Método para provocar a fadiga muscular. -O método seguinte é importantíssimo para produzir a hipnose num paciente que não parece influênciar-se pelos métodos ordinários. Fazei-o manter-se de pé e dizei-lhe que respire longa e profundamente, que levante os braços e os dobre na altura dos cotovelos, que sustenha a respiração por uns oito segundos; dizei-lhe, em seguida, que, por efeito da sua vontade, tenha rígido e firme cada músculo do seu corpo. Os braços, as pernas e as costas podem, assim, enrijecer-se enquanto ele retém a sua respiração. Quando escoarem os oito segundos, ele deve afrouxar repentinamente cada músculo do seu corpo e tomar outros oito segundos de descanso, respirando vagarosa e profundamente pelo nariz. Fazei-Ihe, então, repetir o mesmo exercício supra indicado, respirando outra vez profundamente e retendo a respiração por oito segundos, durante os quais ele enrijece todos os músculos do seu corpo. Permiti-lhe que se afrouxe de novo durante oito segundos e repeti esse exercício durante dez minutos. Ao expirar esse lapso de tempo, ele se queixará de uma fadiga física e pronunciada, da qual podereis tirar partido para fazê-lo assentar-se na poltrona e olhar para um objeto brilhante. Quando os movimentos do seu coração volverem ao estado normal, não pararão ai, em razão do trabalho que ele acaba de experimentar; o seu coração palpitará mais lentamente que de costume e uma sensação de lassidão acompanhada de torpor seguir-se-á e o absorverá por inteiro. Nesse momento, as Vossas sugestões verbais produzirão o efeito desejado, efeito que não se teria produzido se o seu cérebro e o seu corpo tivessem ficado ativos e isentos de todo cansaço.
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