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As sugestões pós-hipnóticas – Curso de Hipnose

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Entre os numerosos fenômenos do hipnotismo, nada surpreende tanto ou deixa perplexo o espectador como as sugestões pós-hipnóticas. Mas se quereis estudar com cuidado o capítulo que trata da memória semi-consciente, tereis logo a prova desse notável fenômeno. Elas dependem da perfeição da memória, que é um atributo do espírito semiconsciente.

Como dar as sugestões pós-hipnóticas. -Para dar uma sugestão pós-hipnótica, o operador dirigir-se-á ao paciente pelo modo seguinte, quando este estiver dormindo profundamente: “Dez minutos depois que eu vos tiver acordado, sentireis um desejo ardente de pôr o vosso chapéu e de voltar para casa. Tomareis, pois, o vosso chapéu e pô-lo-eis na cabeça; esquecereis imediatamente o que vos propusestes a fazer e permanecereis na cadeira, falando-me com o chapéu na cabeça. Não sabereis que vos sugeri que fizésseis isto”. No tempo marcado, dez minutos depois do seu despertar, o paciente olhará fixamente em redor de si para tomar o chapéu e, depois de tê-lo achado, o porá imediatamente na sua cabeça e tomará lugar de novo na sua cadeira. Se o interrogais, vos dirá, com toda a sinceridade, que ele não se mexeu de sua cadeira e que o seu chapéu não está na cabeça. Se lhe tirais o chapéu e lho mostrais, por um instante não ficará persuadido, mas, recobrando as suas idéias, confessará que tentou regressar à casa dele.

O paciente pede excusas pelo seu procedimento. -É o que ele dirá para vos convencer de que as vossas sugestões não influenciaram até o ponto de fazê-lo realizar um ato inteiramente alheio à sua consciência. Ele ficará sabendo que, posto que não se lembre do que lhe dissestes, praticou evidentemente uma coisa extravagante, de conformidade com as vossas sugestões. Notareis, neste caso, e invariavelmente em todos os outros, que o paciente ficou de tal modo vexado de parecer uma simples máquina que obedece às vossas ordens, que ele trata de se excusar por todos os meios, de forma que vos faça acreditar que ele sabia perfeitamente o que estava fazendo. Neste caso, ele realizou uma sugestão pós-hipnótica e como esta linha de experiências admite um grande número de variações, será bom examina-1as aqui, sob suas várias fases.

Método para aumentar a força da sugestão. -Para fazer uma sugestão pós-hipnótica por modo mais seguro, é preferível ligardes a sugestão a um de Vossos atos que duplicará a força sobre a mesma sugestão. Por exemplo, suponhamos que dizeis ao paciente, enquanto ele está dormindo: “Quando me virdes sair do quarto, levantar-vos-eis da vossa cadeira e adiantareis os ponteiros do relógio e não vos lembrareis do que fizestes”. Tomareis, então, a sugestão pós-hipnótica facílima por ligardes a realização da vossa sugestão ao ato de deixardes o quarto. Lembrando-vos da tenacidade da memória semiconsciente, compreendereis porque, quando deixais o quarto, a vossa sugestão precedente volta ao espírito desperto do paciente sob a forma de um desejo por não se ter ele recusado a aceita-la no momento em que lha destes.

Quando as Sugestões não dão bons resultados. -As únicas sugestões pós-hipnóticas que não surtem bom êxito são as que foram repelidas pelo paciente no momento em que se lhe ministraram. Se o paciente aceita a sugestão pós-hipnótica que lhe possa ser dada, será cumprida à risca. Mas se dais ao paciente uma sugestão que lhe desagrada ou que é contrária à sua moral, ele se recusará a aceita-la no momento em que a sugestão lhe é dada e ela não fará completa impressão sobre o seu espírito semiconsciente, por causa da oposição com que ele a recebe. será cumprida à risca. Mas se dais ao paciente uma sugestão que lhe desagrada ou que é contrária à sua moral, ele se recusará a aceita-la no momento em que a sugestão lhe é dada e ela não fará completa impressão sobre o seu espírito semiconsciente, por causa da oposição com que ele a recebe.

As sugestões podem ser recusadas. -Para que uma sugestão surta bom efeito, cumpre que

o paciente creia nela firmemente e a aceite. Admito que, em certos casos, o paciente aceite sugestões desagradáveis e seja forçado, aparentemente, contra a sua vontade, a praticar certas coisas que não praticaria se estivesse acordado, mas tenho sempre notado que, num caso de sugestão pós-hipnótica, o paciente não aceita nada desagradabilíssimo, seja qual for a insistência usada pelo operador ou por mais enérgica que a sugestão seja feita. Em presença do operador, o paciente, como eu já disse, fará, às vezes, coisas que não faria se estivesse acordado, mas na ausência dele, quando uma sugestão póshipnótica se realizou, ele não quererá praticar os atos que lhe são sugeridos, se são desagradáveis. Isto simplifica muito o processo, dando-lhe uma base razoável. Quanto tempo estas experiências podem durar.Uma sugestão pós-hipnótica pode ser dada ao paciente de modo que produza o seu efeito, uma semana, um mês ou mesmo um ano, a partir do momento da leilão, e os atos sugeridos serão fielente executados pelo paciente no instante mesmo indicado. Isto é uma nova prova da perfeita memória de um espírito semiconsciente.

O que se chama hipnotismo instantâneo. – Dou aqui outro exemplo da forma mais conhecida da sugestão pós-hipnótica, a qual é a mais freqüentemente empregada e de que os operadores de profissão se servem invariavelmente em cena. Se dizeis ao paciente, quando está hipnotizado: “Logo que eu entrar no quarto, adormecereis, seja qual for a vossa ocupação no momento”, o efeito é como o sugerido; quaisquer que sejam as ocupações do paciente, ele cairá profundamente adormecido, desde que o operador entre no quarto e lhe ordene que durma.

Como triunfar da resistência da paciente. -Acontece, às vezes, que o paciente resiste à influência; o operador fica, então, posto em prova se conhece o seu ofício ou se desanima fácilmente. Se e senhor da sua profissão e adquiriu experiência nesse trabalho, apertará o paciente com sugestões verbais, sem lhe dar um minuto de reflexão e isto sem hesitação, de modo que penetre o seu espírito com a idéia de veracidade dos seus dizeres. Suponhamos que o paciente se tenha recusado a aceitar a sugestão do operador e diga sacudindo a cabeça: “Não quero dormir e não tendes o poder de me fazer adormecer”. O operador andaria errado se ficasse tranqüilo e de novo lhe sugerisse-o dormir. Para bem praticar, deverá pôr a sua mão sobre a fronte do paciente e fechar-lhe os olhos com a outra mão que ficou livre e depois dizer, convictamente: “Tendes necessidade de dormir, estais cochilando, e agora ides adormecer-vos. Dormis profundamente e permaneceis de pé”. Passando a mão, uma ou duas vezes, pela fronte do paciente, o sono seguir-se-á da maneira como a noite sucederá ao dia.

Porque o operador tem bom êxito quando insiste. -O paciente é um sonambulista, isto é, aceita prontamente as sugestões. Foi hipnotizado anteriormente pelo mesmo operador e este pode, de novo, hipnotizá-lo. A sua resistência é nula, uma vez que o operador saiba imprimir-lhe as sugestões no espírito. Desde que hipnotizastes um paciente, podeis reno. -O paciente é um sonambulista, isto é, aceita prontamente as sugestões. Foi hipnotizado anteriormente pelo mesmo operador e este pode, de novo, hipnotizá-lo. A sua resistência é nula, uma vez que o operador saiba imprimir-lhe as sugestões no espírito. Desde que hipnotizastes um paciente, podeis renovar a operação uma segunda vez. Não há senão uma exceção a esta regra; é quando, por uma falsa direção e por uma sugestão má, provocais um sentimento de grande nervosidade no paciente; em tal caso, nem vós ou nenhum outro, empregando os mesmos meios, será capaz de hipnotizá-lo de novo. Já tenho, algumas vezes, feito a experiência, mas o resultado havia sido produzido pelo humor nervoso induzido no paciente pelas experiência extravagantes às quais tinha sido submetido.

Onde reside o perigo. -Pois que falamos desse paciente, podemos indicar onde se acha o perigo quando o operador não pode acordar o paciente que ele hipnotizou. A falta recai inteiramente sobre n operador, como acima indiquei. Se tratais de imprimir sobre o espírito do paciente uma sugestão qualquer desagradável à sua índole e que a não aceite, uma vez acordado, ele fará uma das coisas seguintes: ou não se despertará imediatamente ou passará por um estado de sono mais profundo; em tais conjunturas, as vossas sugestões não teriam efeito visível sobre ele. Recusararia acordar-se e não poderieis chegar a este resultado por nenhum dos meios ordinários postos em ação para acordar uma pessoa adormecida.

O que se deve fazer em semelhante caso. -Se vos sucede encontrar-vos com um caso semelhante, a única coisa a fazer seria abandonar o paciente a si mesmo, permitindo-lhe sair da sua letargia e acordar-se quando bem lhe parecesse. Não procureis despertá-lo nem consintais que alguém o toque. Podeis pôr a vossa mão sobre a sua fronte e dizer, com autoridade: “Como vejo que não desejais acordar-vos agora, podeis dormir por tanto tempo quanto vos aprouver e, quando despertardes, sentir-vos-eis perfeitamente bem e completamente curado da vosso nervosidade. Não sentireis nenhum mal-estar deste sono e podeis acordar-vos quando bem vos parecer”. Se então deixais o vosso paciente a sós, a natureza recuperará o seu curso e, das profundezas da vida semiconsciente, o reconduzirá à superfície. Ao despertar, não sentirá, pois mal algum por isso.

Importância das sugestões pós-hipnóticas. -A sugestão pós-hipnótica é o mau procurado de todos os fenômenos do hipnotismo, porque ela produz um efeito durável sobre a semiconsciência. A sugestão ordinária que derdes a qualquer dos pacientes: “Sentir-vos-eis muito melhor ao despertar-vos e essa melhora será permanente”, é realmente sugestão pós-hipnótica, porque ela trata de um estado de espírito que não se manifestará senão quando a hipnose tiver produzido seu efeito. Isto vos fará facilmente compreender a importância e eficácia da sugestão pós-hipnótica.


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