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Povo da Deusa,
Perguntam, nossos Deuses são reais?’ (ou como um monoteísta a formularia, ‘Deus é real?’), a bruxa responde com confiança ‘Sim’. Para a bruxa, o Princípio Divino do Cosmos é real, consciente e eternamente criativo, manifestando-se através de Suas criações, incluindo a nós mesmos. Esta crença é naturalmente compartilhada pelos seguidores de todas as religiões, que diferem apenas nas formas de Deus que eles constroem como um canal de comunicação com os Seus aspectos. E mesmo estas várias formas diferem menos do que pareceria à primeira vista. Por exemplo, a Isis dos antigos egípcios, a Aradia das bruxas e a Virgem Maria dos católicos são todas formas de Deusas essencialmente concebidas pelo homem relacionando-se à, e extraindo seu poder, do mesmo Arquétipo. Nós dizemos ‘concebidas pelo homem’, mas a construção de uma forma de Deus ou forma de Deusa é naturalmente um processo de mão dupla; mesmo um símbolo parcialmente adequado concebido pelo homem melhora a comunicação com o Arquétipo incognoscível, que por sua vez reage proporcionando uma melhor compreensão de sua natureza e assim melhora a adequação da forma divina.
Um psicólogo não religioso provavelmente responderia ‘Não’ para a mesma questão. Ele sustentaria que os Arquétipos, embora vitais para a saúde psíquica do homem, são meramente elementos no Inconsciente Coletivo humano e não (no sentido religioso) cósmicos por natureza.
Nós nos mantemos à nossa visão do Cosmos, isto é, a visão religiosa, que é para nós a única que por fim faz sentido. Porém do ponto de vista do valor psíquico do mito, ritual e simbolismo, a resposta algo surpreendente à questão é, ‘Não importa’. Cada homem e cada mulher pode se preocupar por si mesmos e as formas divinas arquetípicas foram originadas dentro do Inconsciente Coletivo humano ou lá fizeram morada como a partir de sua morada cósmica – sua importância para a psique humana está para além da dúvida em qualquer um dos casos e as técnicas para chegar à termos saudáveis e frutíferos com eles podem ser utilizadas tanto por crentes como por não-crentes igualmente.
Voltaire disse: ‘Se Deus não existisse, seria necessário inventá-lo.’ Esta observação pode ser tomada como cínica; mas ela pode ser refeita: ‘Se as formas arquetípicas são cósmicamente divinas, ou meramente as pedras de fundação vivas da psique humana, seria sábio de nossa parte buscar relacionamento com elas como se elas fossem divinas’.
Mito e ritual trazem uma comunicação nutritiva com os Arquétipos, e devido à natureza e evolução da psique humana, o simbolismo do mito e do ritual – seu único vocabulário eficaz – é basicamente religioso. Dispensar o mito e o ritual nos desliga dos Arquétipos, o que é uma separação perigosa e mutiladora.
O Mensageiro informa e reflete
Com as bençãos Dela
por Jonas Keller MENSAGEIRO PAGÃO
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