Categorias
Bruxaria e Paganismo

Festivais Pagãos

Leia em 7 minutos.

Este texto foi lambido por 292 almas esse mês

As transformações do ciclo energetico da natureza, manifestadas pela variação das estações influenciam as nossas vidas.

Estas celebrações são um meio através do qual os adoradores saudam e comungam com os seus Deuses e Deusas ao mesmo tempo que se alinham ou sintonizam com o fluxo energetico das estações que fazem parte do ciclo da Natureza (Roda do Renascimento). Estas práticas de comemoração dos festivais, aliadas ao estudo, ajudam a criar as condições ideais ao real aprendizado e crescimento espiritual. Nós os Pagãos acreditamos que harmonizando-nos com as forças naturais de cada estação, equilibramos a nossa existência psíquica e física transmitindo assim harmonia às nossas vidas.

Estes são em traços largos os objectivos da comemoração dos Festivais, mas devemos ter em atenção qual o nosso Hemisferio Norte ou Sul e quais as Divindades ou forças elementais que iremos saudar para não criarmos desarmonia e desiquilibrios entre a celebração e a energia da estação, cujas consequencias irão recair sobre a nossa vida psíquica e fisica.

No Paganismo, na área Anglo-Saxónica, existem ritos standard para as celebrações. Nestes constam só a referencia de A Deusa e O Deus, aos quais se devem acrescentar os nomes próprios dos nossos Deuses e Deusas, caso sigamos esta área do paganismo. Se os nossos Deuses e Deusas pertencerem a outras vertentes Pagãs tais como Clássica, Ibérica, Stregaria ou outra não devemos usar esses ritos Anglo-Saxónicos nas nossas saudações, devido às consequencias negativas acima descritas.

Os nomes pelos quais os festivais são conhecidos no Paganismo variam segundo a Tradição e muitas vezes existem diferenças de alguns dias entre as datas em que são realizados.

1 de Fevereiro: Imbolc

No seu caminho pelos céus o sol vai crescendo e ficando mais forte e apesar do Inverno ainda não ter partido a vida começa a florescer; nas casas são acendidas velas para acelerar a partida do Inverno e a chegada da Primavera.

È também um período de renovação, aproveitado em algumas tradições pagãs para limpeza e purificação anual das casas deitando fora tudo o que é velho.

21 a 23 de Março: Equinócio da Primavera

O dia do Equinócio é altura de ir à Árvore dos Antigos e honrar a Deusa viva: Deusa Luminosa, fértil, poderosa. Os dias começam a crescer mais luminosos, maiores e amenos.

Com a fertilidade vem o ovo, as crias, o tempo de Primavera com seus símbolos de Criação e energia geradora. Tudo na Natureza começa a vivificar, a aquecer, a expandir, a crescer. Sendo altura de vivificação e rompimento, é altura de “deitar fora” as restrições do Inverno ido, de largar frustrações e pesares, planear e tentar alcançar aquilo que queremos para nós próprios.

A celebração ao emergente, ao movimento ascendente, não é só desejo é também acção! As sementes germinam, novas plantas despontarão e tornar-se-ão visíveis acima do solo, flores despontam, aguaceiros alimentam a Terra, crias de animais saem de suas tocas para se alimentarem dos primeiros pastos e rebentos… E é o mesmo connosco! Nós sentimo-nos capazes de aceitar riscos, fazer o que está pendente, renovar a casa e o visual, passar da teoria à acção, fazermos as coisas acontecerem. Existe latente um poder de excitação e alegria que despertaremos, acompanhando o crescimento da Deusa.

30 de Abril a 1 de Maio: Beltane

Beltaine é fertilidade resultante da união e do acasalamento. A terra, de novo aquecida pelo retorno do Sol, palpita de vida. Nos campos, os adoradores saltam as fogueiras, crentes na purificação e na fertilidade, resultante do seu acto – montados em vassouras, pulam o mais alto possível incentivando os cereais e outras sementeiras a crescer em vigor.

Devido às diferentes tradições existentes no Paganismo , os festejos, para uns, iniciam-se na noite de 30 de Abril prolongando-se pelo dia 1 de Maio, enquanto que para outros as Festividades têm inicio no próprio dia 1, altura em que as comemorações à luz do Sol atingem o seu ponto mais expressivo nas brincadeiras do May-Pole, nas danças e nos cantares e onde as comidas e a bebida são parte integrante.

21 a 23 de Junho: Solstício de Verão

Alban Hefin (tradições de Caledonii ) Feill-Sheathain (tradições de Pecti-Wita)

Este dia, o Solstício de Verão que cai a 21 ou 22 de Junho, era celebrado na maior parte da Europa e também na Escócia (Litha) e marca o dia mais longo do Sol e a noite mais curta. Ao marcar o apogeu do Sol, a partir desse dia os dias irão diminuindo e as noites tornando-se maiores; contudo algumas colheitas ainda vêm longe, como a do trigo e outros cereais, vinha e outros frutos.

Muitas dos costumes tradicionais de Solstício de Verão que chegaram até nós, têm a ver com fogo, fertilidade e protecção. O fogo é um agente purificador e protector, capaz de conceder fertilidade e bênçãos. Era habitual usar grinaldas feitas de verbena e rosmaninho para este Sabbat e contemplar as deidades com a fogueira do Solstício – isto preservava a saúde dos olhos e era também utilizado para a Visão, quando o fogo esmorecia tornando-se brasas… As grinaldas e as ervas mágicas eram lançadas no fogo e ao mesmo tempo era feito um desejo, que se escrito, seria queimado com a grinalda.

Outro costume deste tempo do ano era uma procissão com tochas acesas ao redor dos campos cultivados, para os Deuses os abençoarem. O simbolismo de fogo-roda é valioso e era dito que muitos dos costumes que envolvem o fogo nesta altura do ano protegiam as pessoas de maus olhados, malefícios e enfermidades, e concediam fertilidade aos humanos e animais. Também se dizia que o fogo e os odores de ervas secas queimadas nas fogueiras dariam força ao Sol para que Ele voltasse a renascer .

1 de Agosto: Lammas

No mês de Agosto celebra-se este Festival com as primeiras colheitas – A Colheita do Grão.

Uma característica dos ritos de Lammas em várias tradições é o ajuntamento do grão, o encabeçamento e a fabricação da Mãe – de – grão.

Nos antigos festivais das Colheitas, o Espírito do grão ou milho era “mantido à parte” pelos ceifeiros, e ritualmente colhido pela Sacerdotisa, e guardado numa gaveta. Noutras regiões em vez de guardado na gaveta, fazia-se a Mãe-de-milho que era entrançada em forma de coroa bem “empacotada” e vestida tal como uma mulher; é o grão desta trança que será plantado nos campos do próximo ano… A Mãe-de-milho do Festival de Lammas era pendurada nas vigas do celeiro, alto sobre as lajes ou à entrada das portas, até que o espancar e joeirar estivessem completos. Depois dos festejos Ela era cuidadosamente guardada até à próxima Primavera. Entretanto, alguns grãos da colheita eram escolhidos para o elixir doirado da cerveja ou, na Gália, a Cidra. Esta bebida fermentada era às vezes referida como John Barleycorn.

O mês de Agosto, quente, húmido, é também a época do mês irlandês da Lua de Cevada, tendo o seu inicio com o Festival de Lughnasadh a 1 de Agosto.

21 a 23 Setembro : Equinocio de Outono

Neste período o dia e a noite estão em equilibrio e a partir desta data o Sol vai-se aproximando do seu ponto mais baixo tornando a noite mais comprida.

O festival das colheitas é realizado em agradecimento às Deusas Mães Criadoras por nos terem proporcionado uma colheita fértil que nos dará alimento durante o inverno. Ainda hoje em muitas comunidades rurais são realizadas as festas das colheitas cristianizadas, porque foi a única forma de sobreviverem às perseguições levadas a cabo pelos cristãos em nome do seu Deus único e da sua verdade única.

Na Tradição Ibérica, mais ao menos por esta altura são realizadas as celebrações em honra do Deus Lugus.

31 de Outubro a 1 de Novembro: Samhain

A noite é mais longa e na escuridão da noite é chegado o momento de entrarmos e trabalharmos no mundo das sombras, das memórias e de recordar e contactar as almas dos antepassados. O frio da primeira respiração de inverno, no nosso hemisfério, envolve a Terra que se recolhe. Este é o momento propício para nos recolhermos dentro de nós mesmos, para reflectir e desenvolver as nossas habilidades divinatórias e psíquicas.

Os antigos Celtas, e muitas tradições Pagãs , consideram este dia a Véspera do seu ano novo. É a noite em que as barreiras entre os mundos da vida e da morte se tornam finas como véus e permitem às almas atravessá-las mais facilmente para caminhar entre os vivos e festejar com os seus familiares ainda vivos. Esta é também a noite em que o Deus Céltico Mac de Mansnnon Lir organiza a festa da Velhice.

Na tradição Ibérica honram-se os antepassados agradecendo-lhes a vida e encaminham-se as almas.

21 a 23 de Dezembero: Solstício de Inverno

O sol está no seu menor grau, é a noite mais longa do ano. No meio de escuridão, há uma esperança na renovação solar que em algumas tradições pagãs assume a simbologia da criança renascida. Honra-se a Deusa Mãe que dá à luz o seu filho, o Sol. É tempo de festas de comemoração e incentivo a esse renascimento decorando as casas com ramos de árvores perenes e acendendo o fogo da lareira. No exterior fazem-se danças à volta da fogueira que simboliza a luz e o calor necessários à vida e cultua-se a árvore que representa a resistencia à morte simbolizada pela escuridão e o frio do Inverno.

Por esta altura, dependendo da Lua, na região norte da Ibéria os Velhos reunem-se…

Federeção Pagã


Conheça as vantagens de se juntar à Morte Súbita inc.

Deixe um comentário


Apoie. Faça parte do Problema.