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Tantra, o Culto da Feminilidade

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Antes da invasão dos povos arianos, a região que eles chamaram de Aryavarta, atual Índia, era habitada por um povo de origem atlante que possuíam baixa estatura, pele moreno escura, conhecido como dravidos, sua cultura diferentemente da ariana, baseava-se na agricultura sua religião fundamentava-se no culto a Grande Mãe, sua organização social era o matriarcado.

Em meio a esse povo, o culto a Grande Deusa, Mãe da natureza, dos deuses e dos homens, era mantido por sacerdotes e sacerdotisas, sendo estas últimas as grandes iniciadoras e Grã mestrinas dos Mistérios da Mãe, conhecidos como Tantrismo.

Os adeptos do tantrismos, homens e mulheres, adoravam a Deusa, através de suas inúmeras formas e nomes, Durga a deusa da força, Lakshimi, deusa da beleza e da prosperidade, Sarasvati, Parvati, etc. todas elas expressando suas diferentes características, como projeções num prisma, de um princípio único, arquetípico, que se manifesta de inúmeras formas na face da terra, através de todas as mulheres, ou iniciaticamente falando da hierarquia dos Barishades.

As mulheres, materializam através de suas características físicas e psicológicas os diversos aspectos da Divina Mãe.

Maha Kâli a Força Cósmica

Entre todas as representações da Deusa, no panteon tântrico, sem dúvida nenhuma Kâli, ou Maha Kâli, a deusa negra, nua, exerce um papel central, para o Adepto do Tantrismo que a adora nas profundezas de seu próprio corpo, na escuridão de seu santuário mais sagrado. Porém, para os não iniciados, Kâli apresenta-se como uma figura horrenda, macabra, pois seus aspectos externos foram forjados, ao mesmo tempo para confundir e afastar os profanos e instruir os discípulos, sobre os Arcanos e Mistérios do Culto da Grande Mãe. Ela, Kâli, personifica a força cósmica que devora e destroi as ilusões e a mediocridade dos seres humanos, “Sua ferocidade aparente, só tem igual na verdade metafísica da mensagem de libertação que ela encarna e ensina aos seus fieis” (O Tantrismo – Michel Jean Varenne).

Nua e Negra, Kâli não conhece diferenciação, encarnando a pura consciência, impenetrável, despojada das roupagens transitórias, ela se perpetua em meio a escuridão, sem nenhum condicionamento. Feche os olhos e a encontrará, na escuridão de seu próprio corpo.

Seus seios generosos, expressão a doçura materna, o afeto instintivo, de uma mãe para com seus filhos, perdidos.

O colar de crânios, que ostenta simboliza as letras do alfabeto sânscrito, representando a totalidade do conhecimento, que ela oferece a seus seguidores.

Sua vasta cabeleira solta, significa a trama que envolve os seres mortais, que condena todos, que não a conhecem ao desaparecimento.

Um cinto de mão decepadas, orna-lhe a cintura, para demonstrar que somente Kâli, pode nos livrar dos frutos kármicos, de nossas inumeráveis ações, através do acesso que a pura energia nos dá a consciência cósmica.

Seus três olhos, representam o despertar da tríade superior, Atmã, Budhi e Manas que ela promove nos Adeptos.

Seus dentes fulgurantes, dourados e sua língua vermelha, personificam a manipulação das energias, sattwica e tamasicas, ou seja, a manipulação do espirito e da matéria, onde o espirito é materializado e a matéria é espiritualizada, no verdadeiro sentido de solve et coagula, ou seja o dissolver e coagular dos alquimistas.

Suas duas mãos esquerdas, uma das quais empunham uma espada, afirmam o inevitável extermínio de nossa forma física, animal, e também a destruição dos liames que nos acorrentam à matéria.

Suas duas mãos direitas, nos levam a seguir com firmeza e coragem a via espiritual que conduz a libertação interior, a vitória sobre a morte física.

Kâli, é a expressão de um Mistério Arcano oculto aos olhos dos não iniciados, que conduz a valores espirituais transcendentes, personifica a força última, constitui a introdução ritual indispensável ao principio da Shakti (energia).

As sacerdotisas dravidas, despojavam a Deusa de todas os seus atributos externos, afim de obter a visão da energia impessoal, incondicionada, criadora e destruidora dos mundos.

Uma das características dos Adeptos do Tantrismo, é a capacidade de despojar cada acontecimento, quer seja uma sensação física, uma emoção ou um terremoto, para reconhecer a energia, a Shakti, em ação, livre de toda a qualificação moral.

A doutrina da Shakti, afirma que o mundo sem dúvida é Maya, ilusão, mas que ele é também a manifestação intempestiva da força, ou da Shakti. Ao invés dos vedantinos e budistas, que posteriormente, dotaram o conceito de Maya de uma interpretação profundamente abstrata e idealista, exacerbando seu aspecto ilusório, os dravidos, ressaltavam seu aspecto de ilusão gerada pela força da manifestação, que cria e destroi simultaneamente, chamando-a de Maya-Shakti, diziam que, “o conceito de força, para que se exerça na Sadhana, na prática, é um guia mais seguro do que a nebulosa idéia de espirito”(Tantra Tatwa).

As sacerdotisas ensinavam aos discípulos, através dos símbolismo da dança dos sete véus, os segredos, do desvelamento de Ísis, ou de Maya-Shakti, cada véu representando um aspecto da ilusão que ocultava a força geradora de mundos, plasmadora das formas e doadora da vida. Sendo que ao discípulo é indispensável conhecer a força, afim de libertar-se integralmente de sua rede, sem tal conhecimento da natureza de Maya-Shakti, a libertação que se alcança, não passa da ilusão da libertação.

Shakti é a força que transborda criando e destruindo as cegas, Maya é a ilusão da existência dos “eus” distintos do Todo, meros fantasmas criados por esta força, que precisa ser reconduzida a sua origem e reunida a consciência espiritual, ao Purusha.

Desde que o Adepto realize nele este princípio, desde que a força extraviadora e extraviada, deixe de diluir-se nos fenômenos, nos fantasmas, na mera procriação de formas cada vez mais inconscientes, então como diz o Kulanarva Tantra, ai então, “o mundo de sansara (o mundo do sofrimento) se torna o próprio lugar de libertação”.

Maya-Shakti, é compreendida pelos Adeptos, como uma força desgarrada, inconsciente de si mesma, em movimento e em transformação constante, que deve ser conduzida a união com um polo de natureza impassível e serena, para o qual inevitavelmente a força se voltará enfim.

Esse polo é Purusha, ou o espirito, impassível ante as manifestações da força reprodutora, reverenciado na figura masculina de Shiva, o impassível, aí então surge a manifestação da divindade andrógina, o deus e sua força, Shiva-Shakti, não mais Maya-Shakti, a força inconsciente geradora de miragens, mas a suprema personificação do divino, Pai-Mãe, Brahma, “a união em nós de Shiva, o impassível, e Shakti a devoradora, provoca a libertação dos fenômenos perturbadores e o gozo da realidade última”.

Shiva, O Impassível

O Deus vagabundo, andarilho, sem domicílio, dançando nos lugares de cremação, seminu com o corpo untado de cinzas, ornamentado com serpentes, utilizando a meia lua na fronte, que senta-se sobre a pele de tigre, empunhando seu tridente, ou que cavalga o touro, com seus olhos brilhantes sempre alheios a tudo, fixos na eternidade, sem família, sem casta, sem origem, ninguém conhecendo sua idade.

Essa divindade masculina, adorada pelos dravidos, representa o espirito absoluto, contemplativo, o modelo arquetípico do Adepto que forma par com a Shakti. Shiva representa a consciência e Shakti a força, ambos devem ser reintegrados.

Shiva, é representado no tarô de Marselha, pela figura do louco, ou do Adepto iluminado, que no ritual tântrico, diante do espetáculo embriagador da Shakti, das suculentas iguarias, das mesas guarnecidas de bebidas, da visão exultante de lindas mulheres, deve manter constante lucidez, permanecendo firme, sem se deixar incomodar um minuto sequer pelo toque desenfreado dos sentidos estimulados, participando de tudo, sem temer infringir tabus ancestrais e ao mesmo tempo jamais cedendo às instâncias grosseiras, provocadas pela palpitação dos desejos inferiores. As músicas, as danças, as bebidas, as festas, todos os encantos da Shakti, não são suficientes para desviar o Adepto de seu ideal, ele transubstância organicamente o veneno em néctar da imortalidade, envolvendo-se para se desenvolver, participando sem se perder, ou se diluir, dos mistérios da Deusa, que é são os mistérios da própria vida.

Enquanto a Shakti deve ser fisicamente ativa, através das inúmeras formas de sua expressão, Shiva, permanece imóvel, impassível concentrando-se em tudo o que surge, ilumina-se em sua própria consciência. O Adepto que segue o caminho de Shiva, repousa no centro imóvel, onde o tempo e o espaço se diluem, cosmosifica o seu corpo, fazendo com que a força, a Shakti, volte as origens, promovendo a reabsorção de Shakti-Prakriti, em Shiva-Purusha. Deixa de revestir Maya, e ao invés disso realiza a reintegração da essência incriada. O Adepto do Shivaismo, era designado como “morto em vida”, pois havia morrido para o mundo, deixando de alimentar ilusões, retirando-se da existência fenomênica, onde nós continuamos a perpetuar-nos às cegas, gerando formas ilusórias cada vez mais inconsciente, numa explosão demográfica que ameaça a existência do próprio planeta.

Dessa forma, o que se espalhava cegamente, povoando os mundos, regressa ao seu ponto de origem.

Para tanto, o Adepto, deve assimilar, dominar absolutamente a força vital invocada nas manifestações da Shakti, do contrário ela se manifesta sob a forma de uma sede devoradora que nada pode satisfazer, a não ser a morte. Por isso dizem os tantras, que, “todo o praticante que se monstra incapaz de controlar corretamente o desencadeamento de forças provocado pela Shakti, cai vítima de sua influência oculta”, vitimado por uma espécie de intoxicação dos sentidos, sofre um dependência passiva e destruidora, que em breve absorverá sua consciência, tornando-se um sátiro, um “demônio”, objeto passivo de uma força nefasta, invisível, ou seja, o “tigre”, o devorou…

A Sadhana ou Prática Tântrica

Segundo o culto primitivo dos dravidos, Shiva, a consciência e Shakti, a energia, precisavam se tornar um, essa união, esse casamento místico entre a energia e a consciência, devia fazer-se no corpo do devoto, através de várias práticas, ou sadhanas, que incluíam, os asanas, posturas corporais, o pranayama, controle da respiração, os bandhas, contrações musculares, os mantras, sons mágicos e os yantras, as mentalizações de formas geométricas. O uso combinado desses elementos, objetiva fechar os canais psicossomáticos, reduzindo ao mínimo os desperdícios, promovendo um acumulo de energia, que de outro modo, fluindo por nossas correntes vitais, é desperdiçada no exterior do corpo. As correntes, por onde flui nossa energia vital, se dividem em três modalidades, o pensamento, ligado a Satwa, a respiração ligada a Rajas, e as secreções glandulares, ligados a Tamas. O Sadhaka, ou o praticante da Sadhana, utiliza os mantras para por a energia em movimento, ai então equilibra seu pensamento através da mentalização de yantras, atua sobre o seu fôlego por meio do pranayama e estimula a liberação de suas secreções glandulares utilizando asanas e bandhas.

Além das técnicas acima, o praticante deve realizar a vigilância dos sentidos, que promovem divagações e estimulam os apegos aos desejos, a exteriorização, geralmente nossos sentidos agem sem percebermos, induzindo-nos a vários atos automáticos, que prejudicam a harmonia, indispensável a Sadhana Tântrica.

Não fazer mal a ninguém, por pensamentos, por palavras ou atos, isso inclui não fazer mal principalmente a si mesmo, não se impondo uma carga ascética suplementar, pois só é capaz de dar amor quem possui amor, como dizia o Adepto Joshua Bem Pandirá, o Jesus bíblico, ama o próximo como a ti mesmo, sendo imprescindível aprendermos a nos amar, a sermos mais compreensivos conosco, a partir desse comportamento, o amor e a compreensão transbordam naturalmente, envolvendo os demais.

Não ser dualista, ou seja evitar a ilusão de que espirito e matéria são distintos, ilusão que se expressa no dia-a-dia através da distinção entre vida material e vida espiritual. Toda nossa vida é espiritual, e toda tipo de existência precisa de alguma forma de invólucro, de matéria mesmo que extremamente sutil. Espirito sem matéria não existe e matéria sem espirito não existe.

As melhores técnicas ancestrais, jamais poderão alcançar a fusão unitiva, enquanto o discípulo for vitima dessa cisão ilusória, que expressa uma profunda incapacidade para a via de iluminação oferecida pelo Tantrismo.

A partir da não dualidade o discípulo compreende, outros mistérios da manifestação, principalmente o de que o observador e o observado são um só, percebendo o fenômeno ilusório chamado de projeção pelo Adepto Basílides de Alexandria.

Portanto a vida quotidiana do Sadhaka, ou praticante, deve ser centrada, voltada constantemente para o Um, o Ser Eterno, Brahman, pois sem uma atenção firme decidida não dual, absolutamente nada será realizado.

Por meio desses recursos, o iniciado extingue, a cisão entre a consciência e sua manifestação, produtora da idéia fantasmagórica de um mundo material independente do mundo espiritual e vice-versa. A partir do momento em que o discípulo promove em si, esse casamento místico, a fusão dos verdadeiros gêmeos espirituais, num colóquio amoroso, que exalta a natureza do deus homem, a dualidade religiosa, que opunha espirito a matéria, Purusha a Prakriti, Shiva a Shakti, homem a mulher, evolui para a Unidade Divina, que promove sua iluminação, como ser reintegrado na unidade primordial, pois como dizem os iniciados: só pode haver Um!

O Ritual Tântrico

O ritual dos dravidos, orientado pelas Mestras do culto da Shakti, punha em movimento as polaridades subjacentes, fundido-as. Dessa forma, o Sadhaka, ou praticante, homem ou mulher, identificava-se com o princípio último, da realidade indiferenciada, Brahman.

 O conjunto das práticas observadas escrupulosamente cria as condições para que se cumpra esta fusão, do eu individual, com o Eu absoluto. O ritual consiste, portanto, numa mobilização de todas as energias momentaneamente sufocadas ou desviadas, a fim de que elas voltem a se juntar e se coloquem a serviço da LEI, ou seja a serviço da Unidade Primordial.

De todos os rituais tântricos o mais transcendente é o chamado Panchamakara, ou como ficou conhecido, o “Rito dos Cinco M”. Neste ritual os Adeptos absorvem sucessivamente: o vinho(madya), a carne (mansa), o peixe (matsya), o cereal tostado (mudra) e se entregam a união das polaridades masculinas e femininas (maithuna).

A cerimônia dos Cinco M, é em essência um rito de purificação, em cuja a realização não devem se aplicar de maneira nenhuma os discípulos ainda prisioneiros dos prazeres sensuais, incapazes de controlar a respiração, suscetíveis de ceder à cobiça e a embriaguez.

Os detalhes operacionais do Panchamakara, o modus-operandi, são preservados pelo selo do segredo, com o intuito de evitar sua profanação por seres despreparados e movidos por seus baixos instintos, que acabariam sendo tragados pelas energias que inconseqüentemente invocaram.

O Sadhaka (praticante), através do Ritual Panchamakara, utilizando os Mantras, os Yantras, Pranayama, os Asanas e os Bandhas, realiza:

  • A chamada das energias dissipadas;
  • A reoquestração progressiva destas energias em torno de um centro invisível;
  • A fusão e a subida da energia à fonte de onde ela emanou;
  • A transfiguração da força em seu princípio.
  • O que promove, progressivamente, a iluminação do Adepto, que se funde a luz original.

Os estágios acima, integrados no Ritual, segundo as qualidades individuais do praticante, promovem num espaço de tempo, mais curto ou mais longo, a recentragem que preludia a realização máxima e final. “O ritual coloca o Sadhaka no centro do processo criador, na perspectiva de uma reabsorção completa dessa criação”.

As características do Adeptos

A compreensão do Tantrismo, do culto da Grande Mãe, exige uma qualidade essencial do discípulo, sejam eles homens ou mulheres, exige que eles possuam oja, ou virya, a virilidade. Somente a virilidade garante uma prática, ou Sadhana, real e eficaz. O mestre que nos esclareceu melhor sobre o significado do termo virya foi Sri. Abhivanagupta, quando afirma que “Não ter virilidade é não ter vida, é não ter a faculdade de se maravilhar…”

O Adepto do Tantrismo, está destinado a se abismar na força, “condenado” a lutar com o tigre, a vencer ou perecer. Sua força interior depende menos da coragem que do fervor, do amor exclusivo pela Shakti, manifestada pela expressão da Deusa no mundo…

Mas como o fogo no altar da Deusa, Maya-Shakti, sempre foi mantido aceso pelas sacerdotisas, estas mais do que ninguém, precisam ser portadoras de determinadas características, tais como a capacidade de experimentar um completo abandono à Energia Cósmica, sem restrição mental ou física, fazendo dádiva de sua pessoa com fervor e amor. Esse amor não deve ser confundido com desejo e sentimento de posse, com ciúme, pieguismos, etc. Esses sentimentos inferiores podem levar-nos as maiores loucuras, porém são incapazes de conduzir-nos a iluminação interior, ao despertar da vida interna e a libertação da morte. A receptividade aos desígnios da Deusa , da Anima Mundi e a expressão do amor fraternal são condições imprescindíveis para a sacerdotisa tântrica. Sua generosidade encerra um poder incalculável, uma reserva energética inexaurível, que convenientemente dirigidos, promovem a libertação da ignorância e a iluminação.

O amor é a chave da iluminação, o verdadeiro amor, que é caracterizado pelo despertar do chacra cardíaco. Somente podemos dar aquilo que possuímos, portanto somente uma sacerdotisa, que possua este centro de força vibrando, mesmo que parcialmente, pode fazer vibrar em uníssono, o centro cardíaco daquele que busca a iluminação, somente ela pode ser investida dos poderes ilimitados da Shakti.

O Papel do Tantrismo na Época Contemporânea

O Tantrismo poderíamos concluir, apesar de ser uma doutrina das mais antigas, está plenamente adaptado à época em que vivemos, época conhecida como Kali-Yuga ou Idade Negra.

Neste período em que a energia encontra-se completamente extraviada na matéria, adormecida e inconsciente, os Adeptos Tântricos, partindo da premissa que durante as crises a energia vital desperta com maior intensidade, utilizam tudo aquilo que poderíamos encarar como obstáculo, como perigo para ativar nossos recursos psico-fisiológicos, afim de que uma vez desperta, a energia possa ser canalizada para seus sete centros de força, colocando-os em atividade para promover sua iluminação interior .

Dessa forma, convertem o veneno em néctar da imortalidade da consciência, numa empreitada perigosa, pois muitos que, friccionando a lâmpada e fazendo sair dela o gênio, acabaram convertendo-se de amo e senhor, em serviçais das forças que não foram capazes de dominar.

Tal realização só pode ser levada a cabo sobre a tutela amorosa e misericordiosa dos Arquétipos divino Shiva-Shakti, ou em linguagem mística, só podem realizá-la aqueles que forem abençoados pela Divindade, que os guardará em suas inevitáveis quedas, abrindo ou mantendo seladas “as Portas de Ouro que nos livram da Deusa Maya”, de acordo com a capacidade e o progresso de cada discípulo na Senda da iniciação.


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