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Os Oito Circuitos da Consciência

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Vamos tentar entender a perspectiva do Dr. (Timothy) Leary a respeito desses mistérios. Para compreender o espaço neurológico, o Dr. Leary supõe que o sistema nervoso consiste de oito circuitos potenciais, ou “engrenagens”, ou mini-cérebros. Quatro desses cérebros estão no lóbulo esquerdo, geralmente ativo, e estão preocupados com nossa sobrevivência terrestre; quatro são extraterrestres, residem no lado direito, “mudo” ou inativo, e são para uso em nossa evolução futura. Isso explica porque o lóbulo direito é geralmente inativo nesse estágio de nosso desenvolvimento, e porque se torna ativo quando a pessoa ingere psicodélicos. (A visão do cérebro simplificada por hemisférios direito-esquerdo é hoje contestada, mas a idéia permanece válida enquanto metáfora, já que a localização dos “cérebros” não interessa na verdade. N. do T.)

 

Iremos explicar brevemente cada um desses oito “cérebros”.

I. O CIRCUITO DA BIO-SOBREVIVÊNCIA

Este cérebro invertebrado foi o primeiro a evoluir (2 a 3 bilhões de anos atrás) e é o primeiro ativado quando a criança humana nasce. Ele programa as percepções em uma tabela dividida em Coisas úteis-alimentíceas (das quais se aproxima) e Coisas prejudiciais-perigosas (Das quais ele foge, ou as quais ataca). A impressão desse circuito condiciona a atitude básica de confiança ou suspeita a qual sempre afetará os gatilhos de aproximação ou esquiva.

 

II. O CIRCUITO EMOCIONAL

Esse segundo bio-computador, um pouco mais avançado, formou-se quando os vertebrado apareceram e começaram a competir por território (talvez 500.000.000 AC). No indivíduo essa realidade-túnel ampliada é ativada quando a fita mestre de DNA aciona a metamorfose de rastejar para caminhar. Como qualquer pai sabe, o neném já não é mais uma criança passiva (bio-sobrevivência) mas um mamífero político, cheio de exigências territoriais (e psíquicas), em pouco tempo se meterá nos negócios da família e na tomada de decisões. Novamente a primeira impressão desse circuito permanece constante pela vida inteira (exceto quando eliminado por lavagem cerebral) e identifica os estímulos aos quais engatilhará comportamentos dominantes/agressivos ou submissivos/cooperativos. Quando dizemos que uma pessoa está se comportando emocionalmente, egoisticamente ou ‘como uma criança de dois anos’, estamos querendo dizer que ele/a está seguindo cegamente uma das realidades-túnel impressas nesses circuito.

 

III. O CIRCUITO DA DESTREZA/SIMBOLISMO

Esse terceiro cérebro se formou quando os hominídeos começaram a se diferenciar dos outros primatas (cerca de 4 a 5 milhões de anos atrás) e é ativado pelas funções lineares do lóbulo esquerdo do cérebro, determina nossos padrões convencionais de manufatura de artefatos e pensamento conceitual. Esta é a terceira “mente” circuito.

Não é por acidente portanto que nossa lógica (e nosso desenvolvimento de computadores) siga a estrutura binária desses circuitos. Não é acidente que nossa geometria, até o século passado, tenha sido Euclidiana. A geometria de Euclides, a lógica de Aristóteles e a física de Newton são meta-programas sintetizando e generalizando as programações para frente/para trás do primeiro cérebro, para baixo/para cima do segundo cérebro e esquerda/direita do terceiro cérebro.

 

IV. O CIRCUITO SEXUAL/SOCIAL

 

O quarto cérebro, lidando com as transmissões de cultura étnica ou tribal através das gerações, introduz a quarta dimensão, tempo. Já que cada uma dessas realidade-túnel consiste de impressões bioquímicas ou matrizes no sistema nervoso, cada uma delas e especificamente acionada por neurotransmissores e outras drogas.

Para ativar o primeiro cérebro tome um opiáceo. Mamãe Ópio e Irmã Morfina trarão você lá para baixo, até a inteligência celular, até a passividade da bio-sobrevivência, até a consciência flutuante do recém nascido. (Esta é a razão pela qual os Freudianos identificam vicio aos opiáceos como um desejo de retorno a infância.)

Para ativar a segunda realidade-túnel, tome uma quantidade abundante de álcool. Padrões territoriais dos vertebrados e política emocional mamífera aparecem imediatamente enquanto a bebida desce, como Thomas Nashe intuitivamente percebeu quando categorizou os vários estados alcóolicos com rótulos: “bêbado como um asno”, “bêbado como um bode”, “bêbado como um porco”, “bêbado como um urso”, etc
Para ativar o terceiro circuito, tente café ou chá, uma dieta rica em proteínas, anfetaminas ou cocaína.

O neurotransmissor específico para o quarto circuito ainda não foi sintetizado, mas é gerado pelas glândulas após a puberdade e flui vulcanicamente através dos condutos sangüíneos dos adolescentes.

NENHUMA DESSAS DROGAS TERRESTRES ALTERAM AS IMPRESSÕES BIOQUÍMICAS BÁSICAS.

Os comportamentos que elas acionam são aqueles que foram armazenados no sistema nervoso durante os primeiros estágios de vulnerabilidade à impressão. O circuito II bêbado exibe os jogos emocionais aprendidos dos pais na infância. O circuito III “mente” nunca vai além das permutações e combinações dessas realidades-túnel originalmente impressas, ou com abstrações associadas com essas impressões através de condicionamento posterior. E assim por diante.

Mas todo esse robotismo Pavloviano/Skinneriano muda drasticamente e dramaticamente quando nos viramos para o lóbulo direito, os circuitos futuros e os químicos extraterrestres. Os quatro futuros “cérebros” são:

V. O CIRCUITO NEUROSSOMÁTICO

Quando esses quinto “corpo-cérebro” é ativado, configurações planas Euclidianas explodem multi-dimensionalmente. Mudança gestalt, nos termos de McLuhan, do ESPAÇO VISUAL linear para um todo-penetrante ESPAÇO SENSÓRIO. Uma excitação hedonística ocorre, uma surpresa extasiante, um desprendimento dos mecanismos compulsivos dos primeiros quatro circuitos. Eu acionei esses circuitos com maconha e Tantra.

Esse quinto cérebro começou a aparecer cerca de 4.000 anos atrás nas primeiras civilizações que mantiveram uma “classe de lazer” e tem aumentado estatisticamente nos séculos mais recentes (mesmo antes da Revolução das Drogas), um fato demonstrado pelas artes hedonísticas da Índia, China, Roma e outras sociedades influentes. Mais recentemente, Ornstein e sua escola demonstraram com eletroencefalogramas que este circuito representa o primeiro salto do linear lóbulo esquerdo para o analógico lóbulo direito.

A abertura e impressão desses circuito tem sido a preocupação dos “técnicos do oculto” — xamãs tântricos e hatha yogis. Enquanto a quinta realidade-túnel pode ser atingida por privação sensorial, isolamento social, estresse psicológico ou choque brutal (táticas de terror cerimonial praticadas por gurus patifes tais como Don Juan Matus ou Aleister Crowley), tem sido mais tradicionalmente atingida pela aristocracia educada das sociedades de lazer que resolveram os quatro problemas de sobrevivência terrestres.

Cerca de 20.000 anos atrás, o quinto neurotransmissor específico foi descoberto por xamãs na área do Mar Cáspio na Ásia e rapidamente se espalhou por outros magos através da Eurásia e África. É, claro, a cannabis. Erva. Mamãe Maria Joana.

Não é acidental o fato de que o “cabeção-emaconhado” geralmente refere-se a seu estado neural como “alto”, ou “fora do espaço”. A transcendência das orientações planetárias gravitacionais, digitais, lineares, ou Aristotélicas, ou Euclidianas, ou Newtonianas (circuitos I-IV) é, numa perspectiva evolucionária, parte de nossa preparação neurológica para a inevitável migração de nosso planeta natal, hoje em seus primórdios. Esta é a razão pela qual tantos “cabeções-emaconhacos” são freaks de Jornada nas Estrelas e adeptos da ficção científica. (Berkeley, California, certamente a Capital da Cannabis dos EUA, tem um Posto de Troca da Federação na Avenida dos Telégrafos, onde o abonado pode facilmente gastar US$500 ou mais num único dia, comprando contos, revistas, bugigangas em geral.)

O significado extraterrestre de estar “alto” é confirmado pelo astronautas; 85% daqueles que já entraram na queda livre da gravidade zero descrevem “experiências místicas” de êxtase típicas do circuito neurossomático. “Nenhuma foto pode mostrar quão bela a Terra parecia,” delira o Capitão Ed Mitchell, descrevendo sua Iluminação em queda livre. Ele soa como qualquer yogi ou “cabeção-emaconhado” bem sucedido. Nenhuma câmara pode mostrar essas experiências, já que elas ocorrem dentro do sistema nervoso.

QUEDA LIVRE, NO MOMENTO EVOLUCIONÁRIO CORRETO, ACIONA A MUTAÇÃO NEUROSSOMÁTICA, crê Leary. A princípio essa mutação foi alcançada “artificialmente” por treinamento yogico ou xamânico ou pelo estimulante do quinto circuito, a cannabis. Surfar, esquiar, mergulhar e a nova cultura sexual (massagem sensual, vibradores, arte Tântrica importada, etc.) evoluíram ao mesmo tempo como parte de uma conquista hedonista da gravidade. O estado “Ligado” é sempre descrito como “flutuante”, ou na metáfora Zen, “um pé acima do chão.”

 

VI. O CIRCUITO NEUROELÉTRICO

 

No sexto cérebro o sistema nervoso se torna consciente de si mesmo como separado de mapas de realidade gravitacionais (circuitos I-IV) e mesmo separado do êxtase-corporal (circuito V). O semantista Conde Korzybski, chama este estado de “consciência da abstração.” O Dr. John Lilly chama ele “metaprogramação”, i.e., consciência de programar a própria programação.

Essa conteligência (consciência-inteligência) Einsteiniana relativística reconhece, por exemplo, que os mapas da realidade Euclideanos, Aristotélicos e Neutonianos são somente três entre bilhões de possíveis programas ou modelos para a experiência. Eu liguei esse circuito com Peyote, LSD e os metaprogramas de “Magick” de Aleister Crowley.

Esse nível de funcionamento cerebral parece ter sido primeiro relatado lá por 500 BC entre vários grupos “ocultos” ligados pela rota da Seda (Roma – Norte da Índia) Está tão além das realidades-túnel terrestres que aqueles que o alcançaram mal podem falar sobre ele para a humanidade comum (circuitos I-IV) e podem dificilmente ser entendidos mesmo pelos Engenheiros do Êxtase do quinto circuito.

As características do circuito neuroelétrico são alta velocidade, escolha múltipla, relatividade, e a fissão-fusão de todas as percepções em universos paralelos de possibilidades alternativas como os da Ficção Científica.

As políticas mamíferas que monitoram as lutas por poder entre a humanidade terrestre são aqui transcendidas, i.e., vistas como estáticas, artificiais, uma charada elaborada. A pessoa não é nem manipulada coercivamente até uma realidade territorial alheia nem é forçada a lutar contra ela com um joguinho emocional recíproco (o costumeiro dramalhão de novela). A pessoa simplesmente escolhe, conscientemente, se vai ou não, e até onde, compartilhar o modelo-de-realidade do outro.

Táticas para a abertura e impressão do sexto circuito são descritas e raramente experimentadas em rajah yoga avançada, e nos manuais herméticos (codificados) dos alquimistas e Illuminati medievais-Renascentistas.

Nenhum químico específico para o sexto circuito é disponível ainda, mas psicodélicos fortes como a mescalina (do cactus sagrado, o peyotl) e a psilocibina (do “cogumelo mágico” Mexicano, teonactl) abrem o sistema nervoso para uma serie misturada dos canais V e VI. Isso é apropriadamente chamado “viajar”, como distinguido do “se ligar” ou “ficar alto” exclusivos do V circuito.

A supressão de pesquisa científica nessa área tem trazido o resultado desafortunado de trazer a cultura marginal das drogas de volta ao hedonismo do quinto circuito e as realidades-túnel pré-científicas (a revivescência do ocultismo, solipsismo, Orientalismo Pop, etc.). Sem a disciplina e metodologia científicas, poucos conseguem decodificar com sucesso sinais de metaprogramação que são muitas vezes assustadores (mas filosoficamente cruciais). Cientistas que continuam a estudar esse assunto não ousam publicar seus resultados (que são ilegais) e cada vez mais as largas realidades-túnel somente são percebidas em conversações privadas — como os eruditos da era da Inquisição. (Voltaire anunciou a Era da Razão dois séculos atrás. Nós ainda estamos na Era Negra. A maioria dos alquimistas underground desistiram de tal desafiante e arriscado trabalho individual e restringiram suas viagens aos túneis eróticos do quinto circuito.)

A função evolucionária do sexto circuito é permitir a nós uma comunicação na relatividade Eisteiniana e na velocidade neuro-elétrica, não usando os símbolos laringísticos do terceiro circuito mas diretamente via feedback, telepatia e ligação computadorizada. Sinais neuroelétricos irão continuamente substituir a “fala” (grunhidos hominídeos) depois da migração espacial.

Quando os humanos tiverem escalado para fora do meio de atmosfera-gravidade da vida planetária, a conteligência acelerada do sexto circuito tornará possíveis a comunicação de alta-energia com “Inteligências mais Altas”, i.e., nós-mesmos-no-futuro e outras raças pós terrestres.

É charmosamente simples e óbvio, a partir do momento que percebemos que nossas experiências neurais fora-do-espaço são realmente extraterrestres, ficar alto e sair do espaço passam a ser metáforas acuradas. O êxtase neurossomático do quinto circuito é uma preparação para o próximo passo em nossa evolução, migração para fora do planeta. O circuito VI é uma preparação para um passo após isto, comunicação entre as espécies com entidades possuidoras de realidades-túnel eletrônicas (pós-verbais).

O Circuito VI é o “tradutor universal” muitas vezes imaginado pelos escritores de ficção científica, já embutido em nossos cérebros pela fita de DNA. Da mesma forma que os circuitos da borboleta futura já estão embutidos na lagarta.

VII. O CIRCUITO NEUROGENÉTICO

 

O sétimo cérebro começa a agir quando o sistema nervoso começa a receber sinais de DENTRO DO NEURÔNIO INDIVIDUAL, do diálogo DNA-RNA. Os primeiros a alcançar essa mutação falam de “memórias das vidas passadas”, “reencarnação”, “imortalidade”, etc. Que esses adeptos estão falando de algo real é indicado pelo fato de muitos deles (especialmente Hindus e Sufis) deram visões poéticas maravilhosamente acuradas da evolução, 1000 ou 2000 anos antes de Darwin, e previram a Super-humanidade antes de Nietzsche.

Os “registros akáshicos” da Teosofia, o “inconsciente coletivo” de Jung, “o inconsciente filogenético” de Grof e Ring, são três metáforas modernas para este circuito. As visões de passado e futuro descritas por aqueles que tem experiências “fora do corpo” durante os episódios de proximidade da morte também descrevem o circuito transtemporal da realidade-túnel VII.

Exercícios específicos para acionar o circuito VII não serão achados em ensinamentos yogis; após muitos anos do rajah yoga avançada, normalmente acontece, se é que chega a acontecer, o desenvolvimento de circuitos do tipo VI.

O neurotransmissor específico do circuito é, é claro, o LSD. (Peyote e psilocibina também produzem algumas experiências do tipo)

O circuito VII é melhor entendido, em termos da ciência de 1977, como os arquivos genéticos, ativados por proteínas anti-histônicas. (A ciência de 1996 ainda não contestou isso. N. do T.) A memória DNA se enrolando até a aurora da vida. Um sentido de inevitabilidade da imortalidade e simbiose entre espécies é comum aos mutantes do circuito VII, nós agora percebemos que isto, também, é uma coisa preparada pela evolução, já que ESTAMOS AGORA NO LIMITE ENTRE LONGEVIDADE EXTENDIDA E IMORTALIDADE.

O papel exato do circuitos do hemisfério direito e a razão da seu acionamento pela revolução cultural dos anos 60 se torna clara. Como o sociólogo F. M. Esfandiary escreveu em UPWINGERS, “Hoje quando falamos de imortalidade ou de ir para outro mundo nós não mais estamos falando destes em seu sentido teológico e metafísico. As pessoas estão viajando para outros mundos. As pessoas estão lutando pela imortalidade. Transcendência não é mais um conceito metafísico. Ele se tornou realidade.”

A função evolutiva do sétimo circuito e de sua realidade-túnel é nos preparar para imortalidade consciente e simbiose entre espécies.

VIII. CIRCUITO NEURO-ATÔMICO

Segurem seus chapéus e respirem fundo — esse é o ponto mais avançado onde a inteligência humana já se aventurou:

Consciência provavelmente precede a unidade biológica, ou fita DNA. “Experiências fora do corpo,” “projeção astral,” contato com “entidades” alienígenas (extraterrestres?) ou com uma Super-mente galáctica, etc., como as que eu já experimentei, tem sido descritas por milhares de anos, não somente pelo ignorante, o supersticioso, o simplório, mas freqüentemente pelas mentes mais conceituadas entre nós (Sócrates, Giordano Bruno, Edison, Buckminster Fuller, etc.). Tais experiências são relatadas diariamente a parapsicólogos e foram experimentadas por cientistas como o Dr. John Lilly e Carlos Castañeda. O Dr. Kenneth Ring atribuiu a esses fenômenos o que ele chama, muito apropriadamente, de “inconsciente extraterrestre.”

O Dr. Leary afirma que o circuito VIII é literalmente neuro-atômico — infra, supra e meta-fisiológico — um modelo quântico da consciência e/ou um modelo consciente da mecânica quântica pelos físicos “ligadões” discutidos anteriormente (Prof John Archibald Wheeler, Saul-Paul Sirag, Dr. Fritjof Capra, Dr. Jack Sarfatti, etc.) indicam enfaticamente que a “consciência atômica” primeiro sugerida por Leary em As Sete Línguas de Deus (1962, The Seven Tongues of God) é a conexão que unificará parapsicologia e parafísica nos primeiros experimentos científicos empíricos teológicos da história.

Quando o sistema nervoso é ligado nesse circuito de nível quântico, o espaço-tempo se destrói. A barreira da velocidade da luz einsteniana é transcendida; na metáfora do Dr. Sarfatti, escapamos ao “chauvinismo eletromagnético.” A conteligência dentro da barraca da projeção quântica É o “cérebro” cósmico inteiro, da mesma forma que a espiral de DNA é um cérebro micro-miniaturizado guiando a evolução planetária. Como Lao-tsé disse de sua própria perspectiva do oitavo circuito, “O maior está dentro do menor.”

O Circuito VIII é acionado pela ketamina, um neuro-químico pesquisado pelo Dr. John Lilly, o qual é também (de acordo com um boato generalizado, mas não confirmado) dado aos astronautas para prepará-los para o espaço. Altas doses de LSD também produzem alguma consciência quântica do VIII circuito.

Essa conteligência neuro-atômica está quatro mutações além da domestificação terrestre. (A corrente rixa ideológica está entre os moralistas tribais do IV circuito e os individualistas hedonistas do V.) Quando nossa necessidade por maior inteligência, maior envolvimento na escritura cósmica, maior transcendência, não mais se satisfizer em corpos físicos, nem mesmo por corpos imortais se movendo pelo espaço-tempo em “Warp 9”, o circuito VIII abrirá uma nova fronteira. Novos universos e realidades. “Além da teologia: a arte e a ciência de se tornar Deus,” como Alan Watts uma vez escreveu.

É portanto possível que as misteriosas “entidades” (anjos e extraterrestres) monotonamente registrados pelos visionários do VIII circuito sejam membros de raças que já alcançaram esse nível. Mas também é possível, como Leary e Sarfatti sugeriram recentemente, que Eles sejam apenas nós-mesmos-no-futuro.

Os circuitos do hemisfério esquerdo contém as lições aprendidas por nosso passado (e presente) evolutivo. Os circuitos extraterrestres do lado direito são o roteiro evolucionário de nosso futuro.

Até agora existem duas explicações diferentes do acontecimento da Revolução das Drogas. A primeira é apresentada de forma sofisticada pelo antropolólogo Weston LaBarre, e numa maneira ignorante e moralista pela maioria das propagandas anti-drogas nas escolas e mídia de massa. Essa explicação diz, em essência, que milhões saíram das drogas legais “para baixo” (downers) para as drogas “para cima” (uppers) ilegais porque estávamos vivendo tempos conturbados e muitos procuraram escapar na fantasia.

Essa teoria, no que há de melhor nela, somente parcialmente explica o aspecto mais feio e mais divulgado dessa revolução — o abuso irresponsável de drogas, característico dos imaturos. Não diz nada a respeito dos milhões de doutores respeitáveis, advogados, engenheiros, etc., que haviam se desligado da intoxicação do segundo circuito com álcool para o êxtase do quinto circuito com maconha.

Nem fala ela das investigações pensativas, filosóficas de pessoas de alta sensibilidade e inteligência tais como Aldous Huxley, Dr. Stanley Grof, Masters-Houston, Alan W. Watts, Carlos Castañeda, Dr. John Lilly e milhares de outros pesquisadores da consciência, científicos ou leigos.

Uma teoria mais plausível, desenvolvida pelo psiquiatra Norman Zinberg a partir do trabalho de Marshall McLuhan, diz que a moderna mídia eletrônica mudou tanto os parâmetros do sistema nervoso que os jovens não apreciariam mais drogas “lineares” tais como o álcool e achariam significado apenas nos psicodélicos e erva “não-lineares”.

Certamente isso é parcialmente verdade, mas é muito estreito e supervaloriza computadores e TV sem contar com a cena tecnológica como um todo — a revolução da Ficção Científica da qual os mais significativos aspectos são Migração Espacial (Space Migration), Inteligência Aumentada (Increased Intelligence) e Prolongamento da Vida (Life Extension), a qual Leary condensou em sua fórmula SMIILE.

Migração Espacial mais Inteligência Aumentada mais Prolongamento da Vida indicam a expansão da humanidade em todo o espaço tempo. SM + I2 + LE = infinito.

Sem totalmente aceitar o misticismo tecnológico de Charles Fort, é óbvio que a metáfora do metaprograma do DNA para evolução planetária é muito mais sábia que qualquer um de nossos sistemas nervosos individuais, que são, de certa forma, robôs ou sensores gigantes ou sensores para o DNA. A ficção científica inicial de escritores brilhantes tais como Stapleton, Clarke, Heinlen; 2001 de Kubrick, estavam todos aumentando os sinais claros do DNA transmitido através do hemisfério direito dos artistas sensíveis, nos preparando para mutação extraterrena.

É pouco coincidente que intelectuais “literários” do mainstream — os herdeiros da tradição platônica-aristocrática de que um gentleman jamais usa suas mãos, brinca com ferramentas ou aprende um trabalho manual — desprezem tanto a ficção científica quanto a cultura da droga. Também não é coincidência o fato de que os WHOLE EARTH CATALOGS — criados por Stewart Brand, um graduando dos Travessos Felizes de Ken Kesey — são o Novo Testamento da cultura rural drop-out, cada exemplar com toneladas de informações sobre todos conhecimentos manuais, habilidosos, engenhoquísticos, que Platão e seus herdeiros consideravam apropriados somente para escravos. Não é de surpreender que a última publicação de Brand, CO-EVOLUTION QUATERLY, tenha sido destinada a divulgar o habitat espacial do Prof. Gerard O’Neill, o L5.

Não é um acidente que os drogadões prefiram ficção científica a qualquer outra literatura, incluindo aí as escrituras Hindus cheias de aspectos extraterrestres e os poetas viajandões ocultistas-xamânicos dos circuitos VI a VIII como Crowley e Hesse.

As drogas do VI circuitos podem ter contribuído muito para a consciência de metaprogramação que tem levado a consciência súbita de “chauvinismo masculino” (feminismo não-facista), “chauvinismo das espécies” (ecologia, os estudos com golfinhos do Dr. Lilly), “chauvinismo de estrela de média grandeza” (Carl Sagan), mesmo “chauvinismo do oxigênio” (a conferência CETI), etc. As realidades-túnel que se identificam alguém como “branco-macho-americano-terrestre”, etc. ou “preta-fêmea-cubana”, etc, não são mais suficientes para conter nossa conteligência explosiva.

Como a revista Time disse em 26 de novembro de 1973, “Dentro de dez anos, de acordo com farmacêuticos, eles terão aperfeiçoado pílulas e eletrodos para o crânio que proverão êxtase contínuo durante toda a vida de qualquer um sobre a terra.” (De fato o conhecimento farmacológico na década de 90 pode ser percebido dessa forma, vide Prozac e outras drogas em teste. N. do T.)A histeria dos anos 60 sobre erva e ácido era somente a rompimento dessa passagem para o quinto circuito. Nathan S. Kline, M.D., prevê afrodisíacos verdadeiros (MDMA, Ecstasy, sintetizado em 79 e moda dos anos 90, N. do T.), drogas ampliadoras da rapidez de aprendizado (provavelmente E4Euh — “Intellex”, N. do T.) ou, drogas para acionar ou acabar com qualquer comportamento. Alguns foram queimados ou enjaulados no início da revolução da Tecnologia Externa. Alguns que foram enjaulados ou surrados por policiais nos anos 60 eram pioneiros da revolução da Tecnologia Interna.

Jornada nas Estrelas é um melhor guia para realidade emergente do que qualquer coisa na New York Review of Books (uma seção de crítica literária de um dos maiores periódicos norte-americanos, N. do T.) O engenheiro dos sistemas de defesa e suporte a vida, Scotty (circuito I), o emocional-sentimental Dr. McCoy (circuito II), o oficial lógico-científico Sr. Spock (circuito III) e o alternadamente paternalista ou romântico Capitão Kirk (circuito IV) estão perpetuamente viajando através de nossa história neurológica futura e encontrando inteligências dos circuitos V, VI, VII e VIII, por mais que sejam toscamente representadas. (O ser chamado “Q” em um dos episódios é claramente uma visão moralista de IV circuito de um ser no VIII, toscamente representado comicamente e pejorativamente pela visão IV circuito dos redatores. N. do T.)

Em resumo, os vários níveis de consciência e circuitos que nós estivemos discutindo, e exemplificando, são todos impressões bioquímicas na evolução do sistema nervoso. Cada impressão nova cria uma realidade-túnel maior. Na metáfora Sufi, o macaco em que nós cavalgamos vira um novo macaco a cada impressão. O metaprogramador continuamente aprende mais e se torna cada vez mais hábil de se tornar consciente da operação de si mesmo. Nós estamos portanto evoluindo para inteligência-estudando-inteligência (o sistema nervoso estudando o sistema nervoso) e a cada passo nos tornamos mais capazes de acelerar nossa própria evolução.

Leary agora simboliza a inteligência-estudando-inteligência pelo logo: I2.

Nos níveis baixos, você vê com um “I” somente, generalizando. Nos níveis altos, você vê com muitos “I”s. (Trocadilho impossível em português: “I” se pronuncia igual a “Eye” — “Olho”, em inglês, além de ser o pronome pessoal “Eu”, N. do T.)

E o espaço-tempo rompe das três dimensões euclidianas para a multidimensionalidade não-euclidiana.

Robert Anton Wilson, Cosmic Trigger: Final Secret of the Illuminati


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