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Magia do Caos

Criação de servidores – Dando vida a uma ideia

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Muito se tem dito sobre sigilos e sigilização em geral, cada vez mais magistas contemporâneos aplicam tais técnicas para obter resultados simples. Creio eu que sigilização seja uma técnica especialmente apreciada por magistas do Caos brasileiros, pois é o que tenho observado. O que muitos não param para pensar é que um sigilo é basicamente uma ideia – uma ideia codificada para não ser entendida pela a mente consciente e, portanto, não ser reprimida pelo o Censor Psíquico -, que pode ser lançada no subconsciente ou alimentada (pretendo escrever sobre essa segunda opção num futuro próximo). Exemplo: um sigilo do tipo “atraio muito dinheiro” (é interessante escrever o intento de maneira presente, para maior precisão de resultados) é, basicamente, a ideia/intento já descrita (atrair muito dinheiro). O problema da sigilização é que ela apenas trás resultados únicos e “monótonos”, do tipo “conseguir livro tal”, “matar tal pessoa” e bla, bla bla… com sigilização, você não consegue definir como quer ganhar o livro, como quer a morte da pessoa e etc.

 

Claro que tudo que parece ser bom demais tem o seu lado ruim. Entretanto, existe um tipo especial de sigilo que envolve, basicamente, a manipulação de variantes. Um tipo de ideia/intento que, além de ser codificada num sigilo, é fortalecida com frequência. Esse tipo de sigilo é bom principalmente para desejos obsessivos, que você não consegue esquecer com facilidade. Esse tipo de sigilo é o servidor astral. Mas o que diabos é isso? Bem, primeiro é preciso que você entenda que o servidor é uma entidade. Pronto, você entendeu! Agora, é preciso definirmos o que é uma entidade: Qualquer entidade é uma ideia, assim como os sigilos. Exemplo: Atena, divindade grega da sabedoria e da inteligência, é simplesmente a inteligência em si. Os gregos tinham uma concepção do que era essa característica e simplesmente lhe deram um nome e o título de divindade. Logo, Atena é apenas uma característica, inteligência, com toda aquela roupagem e descrição.

 

O mesmo ocorre não apenas com divindades, mas com anjos, demônios e até conosco – somos apenas um pedaço de indefinição e vazio (Kia) com uma roupagem de Ego e ilusão sobre si mesmo, ou “personalidade”. – Uma entidade é um conceito, força da natureza ou ideia com uma roupagem de descrições, pouco importando se você as vê como seres astrais reais ou partes da sua própria mente, já que no final tudo dá no mesmo. O servidor astral é um tipo de sigilo, já que também é uma ideia codificada… a diferença é que você dá um nome a esse sigilo, assim como uma forma e função específica (ou não tão específica). Servidores atuam como entidades normais, ou seja, não precisam ser usados para “obter livro tal”, seguindo o exemplo de antes, mas pode ser útil para que você defina como quer tal livro e todos os outros detalhes interessantes. Servidores também são bons para aqueles desejos obsessivos e urgentes, que você não conseguiria esquecer tão facilmente, como é necessário no caso da sigilização. Agora, com toda a teoria já exposta, vamos para a parte prática da coisa. Como criar um servidor? Primeiro, você deve idealizá-lo. Crie o nome da entidade, pense em sua função… a função central deve ser exata, de preferência. Pense em sua aparência: pode ser ligado a função do ser, mas isso não é absolutamente necessário.

 

Pense em seu tempo de vida, se ele deve deixar de existir em uma data específica ou se ele deve ter tempo ilimitado – é bom pensar nisso porque se você criar um servidor que já cumpriu a sua função e não desfazê-lo, ele tentará manter a sua existência como ideia com descrição independente de você e, provavelmente, tentará se manter vampirizando o mestre ou outras pessoas. Entretanto, há servidores que você cria para missões duradouras e constantes e dá um tempo de vida ilimitado. Pense também em uma forma de destruí-lo, para emergências, mesmo que o seu servidor tenha tempo de vida indefinido. Crie um selo para a entidade, esse selo será a representação da mesma e o meio de controlá-la, ele pode ser criado com um método de sigilização normal (exemplo, se a entidade for para “atrair dinheiro”, você pode usar essa frase para montar um sigilo que servirá como selo da mesma). Então, com tudo em mente, crie o ser! Você pode começar o ritual de criação do ser com um banimento (eu particularmente uso o Ritual Gnóstico do Pentagrama, mas pode ser um ritual que você mesmo criar). Saiba que o servidor precisará de um lugar pra habitar, um receptáculo, e mantenha tal moradia para a criatura com você na hora do ritual. Após fazer o banimento, pegue o receptáculo e comece a inspirar e expirar calmamente, visualizando o seu corpo ser preenchido por uma energia correspondente ao desejo. Coloque alguma parte de você dentro do receptáculo, pode ser um pouco de saliva, sangue, sêmen ou você pode simplesmente dar um sopro dentro do objeto, carregando-o com a energia do desejo correspondente a entidade a ser criada. Visualize a entidade, com a forma escolhida, dentro do objeto, veja ela se formando, tomando uma aparência. Então “diga ao ser” a sua função, o seu tempo de vida (se tiver) e o que você quer dela. Diga que, com o selo em suas mãos, você é capaz de evocá-la e lhe dar ordens.

 

Com tudo isso já dito e gravado em sua mente, dispense a entidade para que ela cumpra o seu dever. Quando quiser evocar o ser para lhe dar ordens, você pode imaginá-lo “dentro da situação”. Exemplo: você tem uma entidade criada por você para lidar com engarrafamentos de trânsito. Durante um engarrafamento, você pode evocar o ser imaginando-o “no meio” da situação e fazendo o possível para acelerar as coisas e acabar com o engarrafamento. Não visualize como a entidade está lidando com a situação, apenas sinta que ela lida e faz o possível para dar resultados. Bem, com essas informações em mente, você está pronto para criar o seu ser e usá-lo para conseguir o que quer. Acredite, servidores podem ser usados para uma infinidade de coisas.

por Black Garden


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