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Por T. Allan Bilstad
De acordo com Lovecraft, no centro do universo há um deus. Esta divindade, aparentemente no lugar mais importante de toda a existência, a princípio pareceria ser sua razão de ser: a materialização do universo do pensamento em realidade.
Agora, imagine uma massa corpulenta de formas e formas tumultuadas e caóticas, canalizando de forma misteriosa uma melodia de cana fina sem nenhuma melodia ou ritmo. Ao redor desta divindade, como um sultão em seu trono, estão seres semelhantes, de menor estatura, mas de igual forma inquieta e matéria animada, cada um acrescentando às canções pouco saudáveis seus próprios tubos torcidos e espinhosos.
Este é Azathoth, o deus insano e sem forma, a massa louca do caos que canaliza suas canalizações não-mortas, desde seu início até seu fim.
A razão pela qual Azatoth e suas cortes tocam seus canos no centro do universo é desconhecida, nem é conhecida a causa pela qual se esforçam, pois tudo o que vem de Azatoth parece estar sem ordem ou estrutura. Tal é a natureza do caos primordial.
Talvez Lovecraft tenha feito de Azatoth uma metáfora para todo o universo – que o universo existe por causa do caos, e com o caos ele ainda cria. Em suas histórias, Lovecraft menciona que os feiticeiros humanos às vezes imploram a esse deus insano com súplicas e rituais para lhe fazer caril. Estes feiticeiros, vestidos de imagens astrológicas e místicas, carregadas de símbolos, formam uma sociedade, um sacerdócio, se você quiser, que tenta dar sentido aos insensatos. Estes seguidores esperam que suas orações caiam sobre os ouvidos simpáticos: ouvidos no centro do universo, ouvidos que só podem ouvir os sons de suas próprias melodias criadas em tubos profanos e sujos.
Você vê o que um homem poderia pensar se sentisse que o mundo era apenas a causa da insanidade e do caos? Lovecraft o fez, e este axioma ele expressou com tanto cuidado e calculismo em suas histórias de entretenimento.
Azathoth, como em muitas criações literárias, é um símbolo de um todo maior, uma peça de um quebra-cabeça, mas talvez o quebra-cabeça não tenha solução ou significado.
Não se saberia se o quebra-cabeça tem significado até que se comece a construí-lo juntos. E mesmo assim, pode haver apenas o caos na estrutura.
E insanidade.
A insanidade faz o mundo girar … e ao redor … e ao redor … e ao redor …
Extraído de The Lovecraft Necronomicon Primer, de T. Allan Bilstad.
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Fonte:
BILSTAD, T. Allan. Azathoth: Idiot Flutist or Idiot Genius?. The Llewellyn’s Journal, 2009. Disponível em: <https://www.llewellyn.com/jou
COPYRIGHT (2009). Llewellyn Worldwide, Ltd. All rights reserved.
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Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.
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