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No Mormonismo, a teoria do Deus-Adão foi uma doutrina ensinada por Brigham Young e outros líderes do início da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (SUD) envolvendo o estado de Adão como um Deus antes de sua aparição no Jardim do Éden.
Durante a vida de Brigham Young, elementos da teoria do Deus-Adão foram ensinados nas reuniões da igreja, cantados em hinos da igreja, e incluídos na cerimônia de Endowment (Investidura) da igreja.
Segundo Young, o Adão bíblico é identificado como o arcanjo bíblico Michael. Ele teria sido ressuscitado e atingido a divindade em outro planeta. Young disse que Adão trouxe Eva, uma de suas esposas, com ele à Terra, e os dois se tornaram mortais, comendo os frutos do Jardim do Éden.
Porém, as declarações de Young foram extremamente controversas, como a que se segue:
[Adão é] “nosso Pai e nosso Deus, e o único Deus a quem devemos adorar” [1]
Hoje, essa doutrina é geralmente aceita pelos mórmons fundamentalistas.
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (SUD), entretanto, repudiou a doutrina. Alguns dentro da Igreja Mórmon acreditam que a doutrina nunca foi ensinada, que foi apenas opinião de Young ou que foi mal interpretada.
Ensinos de Joseph Smith:
De acordo com Brigham Young, a teoria do Deus-Adão foi ensinada oralmente por Joseph Smith Jr., antes de sua morte em 1844. A evidência de que Smith deu origem à doutrina consiste na própria afirmação de Young [2], uma reminiscência de 1877 [3], e os indícios recolhidos pelos escritores mórmons fundamentalistas.
Ainda, Joseph Smith claramente ensinou que Adão foi o Arcanjo Miguel:
“E também com Miguel, ou seja, Adão, o pai de todos, o príncipe de todos, o ancião de dias;” (D&C 27:11)
Ensinamentos de Brigham Young em 1852:
Se Joseph Smith ensinou ou não secretamente a doutrina do Deus-Adão, a primeira explicação desta doutrina foi feita por Brigham Young (foto ao lado), que falou na Conferência Geral na primavera em 9 de abril de 1852.
Seu sermão foi gravado estenograficamente por George D. Watt, secretário de Young [4]. Watt publicou o sermão em 1854 no periódico inglês Journal of Discourses, em um volume endossado por Young e pela primeira presidência da igreja [5]
Na transcrição de Watt, Young disse que pretendia discursar “quem foi que gerou o filho da virgem Maria”, um tópico que ele disse que “ficou misterioso neste reino até este dia” [6]. No transcrito lê-se:
“Agora ouvi, ó habitantes de terra, judeus e gentios, santos e pecadores! Quando nosso Pai chegou ao jardim do Éden, entrou nele com um corpo celestial, e trouxe consigo Eva, uma de suas esposas. Ele ajudou a organizar este mundo. Ele é Miguel, o Arcanjo, o Ancião de Dias! Acerca de quem santos homens têm escrito e falado–ele é nosso Pai e nosso Deus, e o único Deus com quem devemos lidar. Todo homem sobre a terra, que professam ser cristãos ou não o professam, devem ouvir isso, e saberão disso mais cedo ou mais tarde.” [7]
Lê-se no discurso:
“Jesus, nosso irmão mais velho, foi gerado na carne pelo mesmo personagem que foi no Jardim do Éden, que é nosso Pai Celestial.” [8]
“Quando a virgem Maria concebeu a criança Jesus, o Pai concebeu-o de acordo com sua imagem. Ele não foi concebido pelo Espírito Santo. E quem é o Pai? Ele é o primeiro da família humana” [9].
Young explicou que Adão “foi concebido pelo seu pai no paraíso” da mesma forma que Adão concebeu seus próprios filhos e filhas, e que havia “três personagens distintos, chamados de Eloheim, Yahovah e Miguel… Jesus, nosso irmão mais velho, foi concebido na carne pelo mesmo personagem que estava no jardim do Éden, e que é nosso Pai do Céu.” [10]
Ele disse:
“Eu poderia dizer muito mais sobre isto, mas se eu lhes contar toda a verdade, a blasfêmia não seria nada, em vista da superstição e extrema moralidade da humanidade…. Agora, todos aqueles que podem ouvir essas doutrinas, façam uma pausa antes que elas [doutrinas] tragam a luz sobre eles ou trate-as com indiferença, pois elas irão provar a sua salvação ou condenação.” [11]
Posteriores desenvolvimentos da doutrina por Young:
Em uma conferência especial em 28 de agosto de 1852, Young explicou em maiores detalhes o mecanismo pelo qual seres celestiais como Adão e Eva puderam gerar descendentes mortais.
De acordo com Young, quando um casal se torna deus e deusa, eles começam a criar uma descendência espiritual. Depois, eles começam a criar tabernáculos mortais nos quais os espíritos podem habitar indo ao novo mundo recém-criado, onde eles:
“ele [Adão] precisava ter Eva para começar o trabalho da geração, e ele entraram no Jardim, e continuaram comendo e bebendo das frutas do mundo físico, até que essa matéria grosseira estivesse difundida suficientemente pelos seus corpos celestiais, para permitir que eles, de acordo com as leis estabelecidas, produzissem tabernáculos mortais para seus filhos espirituais”. [12]
Em 19 de fevereiro de 1854, ele reiterou esta doutrina em um sermão [13]. Ele também reiterou esta doutrina em outubro de 1854, na Conferência Geral [14] e em um sermão que foi dito ter “a mais vasta audiência, como se tivesse enfeitiçada” [15].
Na conferência de outubro, Young anunciou como esclarecimento que Adão e Eva foram:
“o pai e a mãe naturais de todos os espíritos que vem a este planeta, ou que recebem tabernáculos neste planeta, consequentemente nós somos irmãos e irmãs, e Adão é Deus, nosso Pai Eterno” [16]
Quando Young discursou sobre essa doutrina novamente, no começo de 1857, ele enfatizou novamente que “nos tornarmos conhecedores de nosso Pai e nosso Deus “era” um dos primeiros princípios da doutrina da salvação” e que “nenhum homem pode desfrutar ou estar preparado para a vida eterna sem este conhecimento”. [17]
Ele referiu-se novamente a Adão como “Deus nosso Pai Celestial, ou nosso grande Eloim”. [18]
Contudo, ele disse:
“Se Adão é um personagem que deve ser considerado nosso Pai Celestial, ou não, é um mistério considerável para muitos. Eu não me importo, em nenhum momento, como são essas coisas; não importa se nós consideramos Ele nosso Deus, ou Nosso Pai ou nosso Avô, pois em qualquer caso nós somos da espécie de uma família, e Jesus Cristo também é da nossa espécie”. [19]
Ele indicou, entretanto, que este grande Eloim (Adão) teve uma vida e se tornou Deus (era, portanto, um ser ressurreto)
Ele criou os espíritos da humanidade, criou a terra e então a terra começou a receber os corpos físicos das crianças. [20]
Ele era capaz de gerar corpos físicos “usando partes do material que estava organizado e compunha esta terra, até que Seu sistema estivesse carregado dele” [21]. Mais tarde, então, ele desceu fisicamente e se tornou o pai físico de Jesus [22].
Reações contemporâneas a doutrina:
A reação dentro da comunidade mórmon sobre os ensinamentos de Young relativo ao Deus-Adão foi mista. Enquanto muitos mórmons sinceramente aceitaram a doutrina, outros a consideraram equivocada, ou interpretaram de acordo com o seu conhecimento prévio.
Aceitação positiva:
O anúncio inicial de Young 1852 sobre a doutrina foi tido por muitos mórmons como profética. Por exemplo, o secretário da Conferência Thomas Bullock registrou que durante o sermão de Young, “o Espírito Santo estava sobre ele, com grande poder.” [23]
Em uma sessão da Conferência Geral no dia seguinte, conselheiro de Young afirmou que concordava que “o Deus e Pai de Jesus Cristo foi Adão”. [24]
Outro apóstolo, Franklin D. Richards, aceitou a doutrina que “Adão é nosso Pai e nosso Deus”, declarando numa conferência realizada em junho de 1854 que “o profeta e apóstolo Brigham assim o declarou, e esta é a palavra de Deus” [25]
O Primeiro conselheiro de Young, Heber C. Kimball adotou o ponto de vista do profeta com entusiasmo, e pregou em 29 de junho de 1856 que:
“Aprendi pela experiência que só existe um Deus que diz respeito a este povo, e Ele é o Deus que pertence a esta terra – o primeiro homem. Que o primeiro homem enviou seu próprio Filho para redimir o mundo.” [26]
Enquanto isso, os mórmons começaram a cantar uma série de hinos reconhecendo a doutrina em suas congregações locais. Havia também hinos mórmons publicados que ensinavam essa ideia.
Um deles, de 1856, intitulado “Acreditamos em nosso Deus”, declarava:
“Acreditamos em nosso Deus, o grande príncipe de sua raça,
No Arcanjo Miguel, o Ancião dos Dias,
Nosso próprio Pai Adão, o Senhor da Terra, como é evidente,
Que vai aconselhar e lutar por seus filhos novamente.
Nós acreditamos em Seu Filho, Jesus Cristo…” [27]
A aceitação da doutrina por mórmons continuou durante a maior parte do século 19.
George Q. Cannon, outro membro da Primeira Presidência, quando questionado por seu filho sobre a concepção de Jesus por Maria, perguntou “o que impedia o Pai Adão de visitar e cobrir com sua sombra a mãe de Jesus.” [28].
Novamente, Cannon poderia estar se referindo a Deus pelo título Adão porque Deus foi o primeiro homem em relação a esta terra.
Mais algumas afirmações sobre a doutrina:
– Millenial Star:
“Então Adão é, de fato, Deus. E por que não? Se há vários Senhores e vários Deuses, como as escrituras nos informam, por que nosso Pai Adão não seria um deles?”
Wilford Woodruff:
– Adão é Miguel, ou Deus. Wilford Woodruff Diary, vol. 4, p. 129 (April 9, 1852)
– Miguel (Adão) era um ser ressurreto. Wilford Woodruff Diary, vol. 5, p. 426-427 (January 27, 1860)
– Joseph também ensinou sobre Deus-Adão. Wilford Woodruff Diary, vol. 6, p. 381 (December 16, 1867)
Resistência à doutrina por Orson Pratt e outros:
No entanto, alguns outros membros proeminentes da igreja tiveram problemas com esta doutrina. Mais significativamente, o filósofo e apóstolo Orson Pratt discordava desta doutrina, e manifestava-se publicamente:
“Ele também não acredita que o Pai Adão tinha carne e ossos quando chegou ao jardim do Éden, mas ele e sua esposa Eva eram espíritos e Deus formou seu corpo do pó da terra, e os tornou almas viventes. Ele também disse que acreditava que Jesus Cristo e Adão são irmãos no Espírito, e que Adão não é o Deus para quem ele está orando”. [29]
Mesmo Wilford Woodruff escreveu em seu diário que Pratt não acreditava que Adão era nosso Deus ou o pai de Jesus Cristo (Wilford Woodruff Diary, vol. 4, p. 287-289, September 17, 1854)
Pratt também se manifestava em reuniões privadas com outros apóstolos [30], chegando a expor o seu desacordo em sua publicação, na costa leste, chamada The Seer. [31]
Brigham Young tinha conhecimento da polêmica levantada por Pratt e, em outubro 1857 na Conferência Geral, ele novamente discutiu a doutrina, afirmando que:
“Alguns tem resmungado porque acredito que o nosso Deus esteja tão perto de nós como Pai Adão. Há muitos que sabem que a doutrina é verdadeira.” [32]
“Agora, se acontecer que tenhamos que prestar homenagem ao Pai Adão, que circunstância humilhante seria! Basta esperar até que você passe Joseph Smith, e depois que Joseph lhe permitir passar por ele, você encontrará Pedro, e depois de passar os apóstolos e muitos dos profetas… depois de um tempo, você irá à Jesus. E quando você finalmente encontrar o Pai Adão, quão estranhas serão as suas noções de agora” [33]
Pratt continuou a discutir a questão em fóruns públicos durante meses, apesar de ser repreendido, privada e publicamente por Brigham Young, em mais de uma ocasião [34]. Em 1860, quando confrontado com uma possível desassociação, ele concordou com uma confissão pública, negociada durante uma série de reuniões com a hierarquia da Igreja [35].
A oposição menos aberta à doutrina pode ter sido realizado pelos editores mórmons Samuel W. Richards e Franklin D. Richards, que interpretaram a ideia de Adão ser “o Deus” ou “o Pai” no sentido meramente de que Adão, como o primeiro homem mortal, está à frente da família humana.
Deus-Adão no final do governo de Young:
Após os debates públicos entre Brigham Young e Orson Pratt diminuírem em 1860, Young continuou a manter sua crença na doutrina, mas ficou um pouco amargo pelo fato da doutrina não obter aceitação imediata.
Em 1861, ele declarou: “Alguns anos atrás, eu expliquei uma doutrina que diz respeito à Adão ser nosso Pai e Deus, que será uma maldição para muitos dos Sábios de Israel por causa de sua loucura. Quanto à esta doutrina, eles ainda rastejam na escuridão e desejo.
“Esta é uma das mais gloriosas revelações sobre a economia dos céus, embora o mundo mantenha o escárnio. Se eu tivesse revelado a doutrina do batismo para os mortos, ao invés de Joseph Smith, há homens à minha volta que teriam ridicularizado a ideia até o dia da condenação. Mas eles são ignorantes e estúpidos como os burros.” [36]
No entanto, Young e do Quórum dos Doze Apóstolos continuaram a discutir a doutrina em particular. Em 1873, Young novamente fez alusão à doutrina publicamente, e indicou que quando Adão veio para a terra, ele deixou muitas mulheres no lugar de onde veio, exceto Eva. Porém ele disse que “não estava disposto a dar qualquer outro conhecimento sobre a doutrina… À grande e gloriosa doutrina que pertence a este [conhecimento]” [37]
Pouco antes de sua morte, Young certificou-se de que a teoria do Deus-Adão fosse ensinada nos templos SUD, como parte da cerimônia do Endowment (Investidura). Em 1877, enquanto Young estava padronizando a cerimônia do Endowment (Investidura) para ser realizada no templo de St. George, Utah, ele introduziu como parte da cerimônia a “leitura do véu”.
A versão final da leitura, feita após a morte de Young, é mantida privada no templo de St. George. Há aqueles que acreditam que o secretário pessoal de Young registrou suas palavras da leitura em seu diário pessoal. Uma parte deste diário pode ser lida assim:
“Adão era um ser imortal quando veio à esta terra; ele viveu em uma terra similar à nossa…. e gerou todos os espíritos que viriam à esta terra. E Eva, nossa mãe em comum, que é a mãe de todos aqueles seres espirituais do mundo celestial…
“O filho mais velho do Pai Adão (Jesus, o Salvador), que é o herdeiro da família, foi o primeiro filho de Adão gerado no mundo espiritual, que, de acordo com a carne, foi o único gerado conforme está escrito. Em sua divindade, Ele voltou ao mundo espiritual e veio em espírito [glória] à Maria, e ela concebeu para que, pois Adão e Eva já haviam feito o seu trabalho nesta terra. Eles não tiveram seus corpos enterrados na poeira, mas retornaram ao mundo espiritual de onde eles vieram.” [38]
Confusão da doutrina?
Apesar Young se referir a Adão como o “Pai” em seu sermão de 1852, posteriormente Young declarou em seu sermão que “Eloheim, Yahovah e Michael [Adão]” eram três personagens distintos. Além disso, em 1873, ele declarou:
“Nós dizemos que o Pai Adão veio aqui e ajudou a formar a terra. Quem é ele? Ele é Michael, o grande príncipe, e foi dito a ele por Eloheim: ‘Ide e fazei uma terra’ …. Adão veio aqui, e então trouxe sua esposa …. Ele então disse: ‘Quero que meus filhos que estão no mundo espiritual venham morar aqui. Uma vez eu morei sobre uma terra parecida com esta, num estado mortal. Eu fui fiel e recebi minha coroa e exaltação’.” [39]
Doutrina como “não oficial”:
Há certa controvérsia quanto à possibilidade ou não se Young considerou a doutrina do Deus-Adão como doutrina oficial da Igreja. Porém, devemos estar atentos para o final de seu sermão de 1852, onde ele declarou:
“Agora, todos aqueles que podem ouvir estas doutrinas, façam uma pausa antes de trazê-la a luz ou tratá-la com indiferença, pois irão provar a sua salvação ou condenação.” [40]
No entanto, em 1854, após uma grande controvérsia a respeito da doutrina, Young minimizou a importância da doutrina, afirmando:
O “assunto… não é de interesse imediato para o seu ou o meu bem-estar… Não tenho a pretensão de dizer que os artigos da doutrina e ideias que eu devo alcançar devem ser conhecidos pelas pessoas” [41]
Após 1854, Young geralmente recusava-se a dar maiores explicações sobre a doutrina.
Mas ele faz esta citação em 1856:
“Ainda que tenhamos na história que nosso pai Adão foi feito do pó desta terra, e que ele nada sabia sobre seu Deus antes de ser feito aqui, não é assim; e quando aprendermos a verdade veremos e compreenderemos que ele ajudou a fazer este mundo, e foi o administrador principal naquela operação.
“Ele foi a pessoa que trouxe os animais e as sementes de outros planetas para este mundo, e trouxe uma esposa consigo e permaneceu aqui. Vocês podem ler e acreditar como quiserem no que se encontra escrito na Bíblia. Adão foi feito do pó de uma terra, mas não do pó desta terra. Ele foi feito como vocês e eu somos feitos, e nenhuma pessoa jamais foi feita sob qualquer outro princípio.” [42]
Em 1860, a Primeira Presidência emitiu um comunicado, intitulado “Instruções para os Santos”, a respeito de várias divergências entre Young e o apóstolo Orson Pratt em muitas questões doutrinárias. O comunicado foi feito para esclarecer quaisquer dúvidas sobre a posição oficial da Igreja sobre estas várias divergências doutrinárias.
Contrariamente à opinião de muitos, este documento oficial não abordou a teoria do Deus-Adão. Em vez disso, a declaração relativa à Adão disse apenas que:
“Considera-se mais sábio deixar que esse assunto permaneça sem maiores explicações no momento.” (2 Messages of the First Presidency 222).
Porém, Young continuou a afirmar a veracidade desta doutrina até sua morte Em 1873, Young lamentou-se:
“Quanta descrença existe na mente dos santos dos últimos dias em relação à uma doutrina particular que eu revelei à eles, e que Deus ma revelou – declarando que Adão é nosso Pai e Deus”. [43]
Em 1870, ele alegou que:
“Nunca preguei um sermão e mandei-o para os filhos dos homens, que eles não pudessem chamar de Escritura. Permitam-me o privilégio de corrigir um sermão, e ele é uma escritura tão boa quanto eles merecem”. [44]
Após a morte de Brigham Young, os líderes da igreja começaram a rotular as várias interpretações desta teoria como mera especulação, e negaram que qualquer interpretação particular fora vinculada à Igreja.
Em 1897, Joseph F. Smith, então conselheiro na Primeira Presidência, escreveu uma carta sobre os ensinamentos sobre Adão, contradizendo a declaração de Young de 1870:
“A doutrina jamais foi submetida aos conselhos do sacerdócio, nem à igreja para aprovação ou ratificação, e nunca foi formalmente ou não aceita pela igreja. Portanto, não está, em nenhum sentido, ligada à Igreja. A ‘simples menção’ de Brigham Young ‘sem nenhuma evidência e autoridade foi dada como verdade’. Apenas as Escrituras, a ‘aceita palavra de Deus’ é o padrão da Igreja”. [45]
***
Notas:
1 – Brigham Young, Journal of Discourses, vol. 1, p.50, 51
2 – Collier, Fred (1999), President Brigham Young’s Doctrine of Diety, 1, Collier’s Publishing, ISBN093496405X. (citing minutes of meeting of the Quorum of Twelve, 4 April 1860, in which it was recorded: “It was Joseph’s doctrine that Adam was God…God comes to earth and eats and partakes of fruit. Joseph could not reveal what was revealed to him, and if Joseph had it revealed, he was not told to reveal it.”). Collier (1999, p. 360) (citing Wilford Woodruff Journal of 4 September 1860, in which George Q. Cannon said “that Adam is our Father [and] is a true doctrine revealed from God to Joseph and Brigham. For this same doctrine is taught in some of the old Jewish records which have never been in print….”). Collier (1999, p. 367) (citing Wilford Woodruff Journal of 16 December 1867, stating that “President Young said Adam was Michael the Archangel, and he was the Father of Jesus Christ and was our God and that Joseph taught this principle.”)
3 – Collier (1999, p. 233) (citing an 1877 reminiscence of Anson Call, who said he heard Joseph Smith say: “now regarding Adam: He came here from another planet [as] an immortalized being and brought his wife, Eve, with him, and by eating of the fruits of the earth became subject to death and decay and he became of the earth, earthly, was made mortal and subject to death.”).
4 – Watt (1977)
5 – Young, Kimball & Richards (1853)
6 – Young (1852, p. 50
7 – Brigham Young, Journal of Discourses, vol. 1, p.50, 51.
8 – Brigham Young, Journal of Discourses, vol. 1, p.51, April 9, 1852
9 – Ibid.
10 – Ibid.
11 – Ibid.
12 – Brigham Young, Journal of Discourses, vol. 6, p. 275, 1852.
13 – Journal of Wilford Woodruff, February 19, 1854.
14 – Journal of Joseph L. Robinson, October 6, 1854.
15 – Minutes of the General Conference, Deseret News, October 12, 1853.
16 – Journal of Joseph Lee Robinson, October 6, 1854. See also Diary of Thomas D. Brown, October 6, 1854, pp.
17 – Brigham Young, Journal of Discourses, vol. 4, p. 215
18 – Brigham Young, Journal of Discourses, vol. 4, p. 216.
19 – Brigham Young, Journal of Discourses, vol. 4, p. 217 .
20 – Brigham Young, Journal of Discourses, vol. 4, p. 217-218.
21 – Brigham Young, Journal of Discourses, vol. 4, p. 218
22 – Ibid.
23 – Thomas Bullock, Minutes of the LDS General Conference Deseret News, April 17, 1852, page 2
24 – Journal of Wilford Woodruff, April 10, 1852.
25 – Franklin D. Richards, reported in “MInutes of the Special General Council”, Millennial Star 16:534, 26 August 1854.
26 – Heber C. Kimball, Journal of Discourses, vol 4, p. 1.
27 – Sacred Hymns and Spiritual Songs for The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints p. 375 (Liverpool, 1856).
28 – 10 de março de 1888, Daily Journal of Abraham H. Cannon) (na Brigham Young University)
29 – Journal of Thomas Evans Jeremy Sr., September 30, 1852. See generally, Bergera 1980.
30 – Journal of William Clayton, October 3, 1852.
31 – Orson Pratt (March, October 1853), “The Pre-Existence of Man”, The Seer, 1:3, 158–59.
32 – Brigham Young, Journal of Discourses, vol. 5, p. 332, October 7, 1857
33 – Ibid.
34 – Bergera 1980, pp. 13-16
35 – Ibid.
36 – Citado de Manuscript Addresses of Brigham Young. Watt, G.D., transcriber, October 8, 1861, with minor misspellings corrected.
37 – Brigham Young, Journal of Discourses, vol.16, p.160, August 31, 1863.
38 – Journal of L. John Nuttall, personal secretary of Brigham Young, February 7, 1877 in BYU Special Collections.
39 – Brigham Young, Deseret News, p. 308 (18 de junho de 1873).
40 – Brigham Young, Journal of Discourses, vol.1, p. 51.
41 – Brigham Young, 8 de outubro de 1854, Historical Department of the Church [HDC].
42 – Brigham Young, Journal of Discourses, vol.3, p. 316-318, 20 de abril de 1856.
43 – Brigham Young Deseret News, June 18, 1873.
44 – Brigham Young, Journal of Discourses vol.13, p. 95.
45 – Joseph F. Smith, Letter to A. Saxey, 7 de janeiro de 1897, HDC).
***
Fonte: Investigadora. Doutrinas Estranhas: Deus 1 – O Deus-Adão – parte 1. Investigações sobre a Igreja SUD, 2010. Disponível em: http://investigacoessud.blogsp
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