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Comentários Rosacruzes sobre o Livro da Vida

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Excertos de Evangelho Segundo Marcos
Comentado por Ya’aqov, seguidor de Ya’aqov

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O Livro da Vida [Sefer HaChaim (ספר החיים)] é o livro no qual Yahweh registra o destino de todos no próximo ciclo. Se no Rosh Hashanah (ראש השנה), os nomes foram escritos, isto é, o destino foi traçado, no Yom Kippur (יום כיפור), o livro será selado e, assim, cumprir-se-á o destino.

Aquele que se arrependeu [teshuvá (תשובה)] entre o Rosh Hashanah (ראש השנה) e o Yom Kippur (יום כיפור) conseguiu ter o seu nome escrito no Livro da Vida [Sefer HaChaim (ספר החיים)] e, por isso, será santificado no Shabat HaShabatot (שבת השבת). Porém, aquele que ainda não está pronto, será lançado nas trevas iniciais de um novo ciclo, no qual a ação criativa-criadora atuará, estabelecendo um novo Gênesis[1] e triturando[2] o seu conteúdo a fim de extrair aquilo que estará pronto para ser santificado no próximo Shabat[3].

(Marcos 2:23) e aconteceu, num sábado, passar pelas semeaduras e os seus discípulos começaram a fazer um caminho arrancando as espigas.

Mais um fim de ciclo chegou, é Shabat HaShabatot (שבת השבת). É chegado o momento de santificar o que está pronto para ser santificado e descartar aquilo o que passará por um novo Gênesis. Por isso, os discípulos de Jesus, que o representam e, por isso, são os seus mensageiros, percorrem todas as localidades nas quais algo foi plantado (sofreu ação criativa-criadora), procurando o que está pronto para ser colhido e ignorando o que não está.

Mateus 13 : 37-43

“Ele respondeu: O que semeia a boa semente é o Filho do Homem, o campo é o mundo, a boa semente são os que são filhos do reinado. As cizânias [joio] são os filhos do mau, o inimigo que semeou é o acusador, a ceifa é a finalização do período, os ceifadores os núncios. Portanto, assim como é recolhida a cizânia e queimada no fogo, assim será na completude do período. Enviará o Filho do Homem os seus núncios e recolherão para fora do reinado todas as armadilhas e os que fazem ilegalidade e os jogarão na fornalha do fogo, lá será o choro e o ranger de dentes. Então os justos brilharão como o sol no reinado do Pai deles. Quem tem orelhas escute.”

Dentro do contexto envolvendo a importância da teshuvá (תשובה) no Yom Kippur (יום כיפור), destacamos a expressão “espiga” utilizada no versículo. O termo utilizado em koiné e que se encontra no versículo em análise é stachys (στάχυς) e o seu principal significado é “espiga de grão”. Entretanto, o termo também é utilizado para designar anatomicamente a parte inferior do abdômen[4] e, na medicina, a faixa cirúrgica, a atadura.

Fazendo uso do significado de atadura, posto que a do abdômen já foi referenciado em outros versículos, verificamos que houve a cura daquele que se encontrava doente. Isto é, Levi se arrependeu [teshuvá (תשובה)], pode ser santificado e ter o seu nome escrito no Livro da Vida [Sefer HaChaim (ספר החיים)].

(Marcos 2:24) E os fariseus diziam a ele: “Olha, por que fazem aos sábados o que não é permitido?”

Assim como fizeram por outras 2 (duas) vezes neste ciclo[5], os fariseus, aqueles que ficam em separado[6], indagam Jesus acerca de seus ensinamentos. Como dissemos outrora, a indagação faz parte do processo de aprendizado, posto que eles ainda estavam vinculados às antigas formas decorrentes do processo de manifestação “descendente”, enquanto Jesus está apresentando a segunda parte do processo criativo-criador, que é a etapa “ascendente”.

Outrossim, é fundamental destacarmos um outro ponto relacionado a este versículo. Ele é o terceiro momento no qual os fariseus indagaram a Jesus e, consequentemente, nos versículos seguintes, será a terceira vez que Jesus fará a sua explicação. Dentro da Tradição, há o entendimento de que uma coisa feita por 3 (três) vezes se torna perene, este é um dos simbolismos contidos na letra Gimel (ג), “as portas do paraíso”[7], que possui este valor numérico[8].

A letra Gimel (ג) é escrita, de maneira extensa, com 3 (três) letras: Gimel (ג), Mem (מ) e Lamed (ל). Nessa formação, ela tem a mesma grafia da palavra “camelo” (גמל) em hebraico, no qual a letra Gimel (ג) simboliza os pés, o ato de caminhar; a Mem (מ), os testes associados a travessia das águas; e Lamed (ל), o ato de aprender, evoluir, disciplinar, ser conduzido para o alto. Na junção destes significados, encontra-se o sentido da caminhada por intermédio das provas até alcançar o conhecimento maior, que é estável e permanente[9].

Assim, a explicação dada por Jesus, a seguir nos próximos versículos, tornará permanente o ensinamento de que, após o período de “descida” na Árvore da Vida, há o período de “subida”, de retorno ao Reino de Deus, à Terra Prometida.

(Marcos 2:25) E diz a eles: “Nunca lestes o que fez Davi quando teve necessidade e teve fome, ele e os que estavam com ele[10],

Visando esclarecer definitivamente acerca do processo de regresso ao Reino de Deus, Jesus inicia a sua terceira explicação aos fariseus.

Em sua fala, inicialmente, podemos destacar a expressão utilizada no versículo em koiné que costuma ser traduzida como “nunca lestes”, oudépote anégnote (οὐδέποτε ἀνέγνωτε). Uma tradução mais precisa do termo seria “nunca se esqueça”, reforçando a ideia de fixar o que ele está ensinando neste momento, como destacamos no versículo anterior.

Após destacar a importância de se lembrar dos ensinamentos, indica o que ele busca transmitir, uma situação na qual Davi e aqueles que estavam com ele tiveram fome. A indicação realizada por Jesus traça um paralelo entre o que aconteceu na época de Davi e o que está acontecendo naquele momento, posto que Jesus é herdeiro de Davi[11]. Isto é, tal qual Davi e os seus, Jesus e os seus discípulos se encontram com fome. Contudo, como vimos nos versículos anteriores, a fome não está ligada a busca por alimento físico, mas à necessidade de se encontrar aqueles que se arrependeram [teshuvá (תשובה)] e estão prontos para serem santificados no Shabat HaShabatot (שבת השבת).

(Mateus 2:26) como entraram na casa de Deus sob o sumo sacerdote Abiatar* e comeu os pães da proposição, os quais não é permitido comer senão ao sacerdote, e deu também para os que estavam com ele?”

Contextualizado que Jesus e os seus discípulos estão buscando aqueles que se encontram aptos a serem santificados, começamos a ter noção do intrincado significado deste versículo.

O evento narrado por Jesus é descrito em 1 Samuel 21:1-5, porém, neste evento, o sacerdote é Aquimelec e ele faz referência a outro sacerdote, Abiatar, que é citado em 1 Samuel 22:20 e em 1 Reis 2:26-27.

1 Samuel 21 : 1-5

“Então Davi se levantou e partiu, e Jônatas voltou à cidade. Davi chegou a Nob e foi ao sacerdote Aquimelec, que veio tremendo ao encontro de Davi e perguntou: ‘Por que viesse sozinho e não há ninguém contigo?’ Davi respondeu ao sacerdote Aquimelec: ‘O rei me deu uma ordem e disse: ‘que ninguém saiba nada da missão à qual te envio e que te ordenei.’ Quanto aos jovens, encontrei com eles em certo lugar. Agora, o que tens à mão (תחת ידך)? Pães? Dê-me na minha mão (בירי) ou o que tiver’. O sacerdote respondeu a Davi: ‘Não tenho pão comum à mão, apenas pão consagrado (לחם קדש), oferecido a jovens (הנערים) que estão sem mulher”.

1 Samuel 22 : 20

“Somente escapou um filho de Aquimelec, filho de Aquitob. Chamava-se Abiatar, e fugiu para junto de Davi.”

1 Reis 2 : 26-27

“Ao sacerdote Abiatar, o rei disse: ‘Vai para Anatot, para a tua propriedade, porque és digno de morte, mas não te farei morrer hoje, porque carregaste a Arca de Yahweh diante d Davi, meu pai, e compartilhaste todas as provações do meu pai”. E Salomão excluiu Abiatar do sacerdócio de Yahweh, cumprindo-se assim a palavra que Yahweh tinha pronunciado contra a casa de Eli em Silo[12].”

O contexto da passagem descrita em 1 Samuel 21:1-5, envolve o período no qual Davi buscava escapar da ação de Saúl, que buscava matá-lo e impedi-lo de se tornar Rei de Israel. Como Saúl havia avisado a todos o que ia fazer, o seu filho, Jônatas, que era muito próximo a Davi, o avisou da intenção do seu pai. Assim, dentro da sua jornada pela sobrevivência, mas, principalmente, para se tornar Rei, Davi foi a Nob (ןב)[13], cidade na qual se encontrava o tabernáculo, e lá, encontrou o sumo sacerdote.

No encontro, Davi informa que está em uma missão secreta determinada pelo Rei, numa alusão a Yahweh e, por isso, requer o que se encontra sob a mão (תחת ידך) do sacerdote e determina que passe para a sua mão (בירי). Isto é, ele requer para si a habilidade que havia sido designada ao sacerdote, de ser o responsável por cumprir os desígnios de Yahweh[14].

Dentro destas responsabilidades, há o destaque para um item que ele havia requerido, pães (לחם). O pão carrega consigo, principalmente, o significado de ser algo produzido pelo trabalho, em outras palavras, é uma massa sobre a qual recai a ação criativa-criadora capaz de transformar os seus ingredientes em algo que alimenta e dá sustentação. Nesse contexto, o sacerdote informa que não possui pães ordinários, apenas aqueles destinados a serem fornecidos para homens sem mulheres, isto é, invólucro para ser utilizado pelo espírito[15].

1 Coríntios 11 : 8-10

“Pois o homem não foi tirado da mulher, mas a mulher, do homem. E o homem não foi criado para a mulher, mas a mulher para o homem. É por isso que a mulher deve ter autoridade sobre a sua cabeça, por causa dos anjos.”

Toda a situação transcrita em 1 Samuel 21:1-5 é um indicativo de que Davi está separando matéria para moldar um homem (Adam)[16] para o seu reinado que está por vir.

Outrossim, apesar da história se passar com Aquimelac, Jesus usa o nome de seu filho, Abiatar, que era próximo a Davi (1 Samuel 22:20) e foi sacerdote durante o reinado de Davi e, deixou de ser quando Salomão assumiu o trono com a morte do pai (1 Reis 2:26-27). Por ser filho de Aquimelac, Abiatar era o seu herdeiro, isto é, aquele que deu continuidade ao seu trabalho[17]. Entretanto, Jesus faz uso do seu nome por ele ser mais próximo a Davi, mas, principalmente, em função do significado dos nomes dos sacerdotes. Enquanto Aquimelac [Abimelech (אקווימלך)] significa “o meu pai (Deus) é rei”, Abiatar [Evyatar (אביאתר)] significa “meu pai é grande (abundante)”.

Diferentemente do contexto no qual Davi se encontrava, que ainda estava no caminho para ser caracterizado como Tipheret, isto é, ainda não havia cruzado o Véu de Paroketh, no contexto do versículo em análise, Jesus já cruzou o véu e já representa Tipheret. Por isso, ele muda o nome do sacerdote, mantendo o contexto da história, pois, apesar de o seu pai (Yahweh) ser rei, ele é O Rei, como é referenciado nas orações do Yom Kippur (יום כיפור), o que não é contido no significado do nome de Aquimalac. Assim, ele faz uso do nome de Abiatar [Evyatar (אביאתר)], indicando a grandeza de Yahweh e, consequentemente, que ele se encontra em um “local” superior àquele na qual Jesus se encontra. Essa sutil modificação do nome do sacerdote, além de não interferir no sentido da passagem, qualifica o que está sendo ensinado, que, tal qual Davi buscou material para compor um novo corpo para o próximo ciclo, adequado àquilo o que está por vir, Jesus também fazia isso, retirando as bandagens[18] daquele que estava pronto para ser escrito no Livro da Vida [Sefer HaChaim (ספר החיים)] e ser utilizado como base para o próximo ciclo.

(Marcos 2:27) E dizia e eles: “O sábado acontece por causa do homem, não o homem por causa do sábado.

Esclarecida a questão da construção do Homem (Adam), representado na figura de Levi, um escrita, Jesus dá continuidade ao ensinamento falando do que está por vir, isto é, do ciclo seguinte determinado no Livro da Vida [Sefer HaChaim (ספר החיים)], um novo Shabat decorre da criação do Homem e não o contrário, isto é, que o Homem foi criado por conta do Shabat.

Elohim cria o Homem (Adam) a Sua semelhança[19], isto é, com capacidade criativa-criadora (Gênesis 1:28)[20] vinculada a uma capacidade de compreender e discernir. Percebemos essa questão quando Elohim abençoa o Homem (Adam).

Gênesis 1 : 28

“Elohim os abençoou. Elohim lhes disse: ‘Frutifiquem (פרו) e multipliquem-se (ורבו). Encham a terra e a conquistem. Dominem o peixe do mar, os pássaros do céu e todo animal que rasteja [Nephesch] sobre a terra’.”

Sobre a passagem transcrita, existem alguns pontos que merecem destaque, seja para a compreensão do versículo em análise, seja para a continuidade do estudo.

A primeira delas está no fato do uso do plural relacionado à benção fornecida por Elohim e à Sua determinação. Por mais que, neste momento, só exista Adam, ele é composto por uma dualidade, macho e fêmea. Assim, todas as ações de Elohim recaem sobre a totalidade de Adam, o que inclui tanto o seu aspecto essencial (espiritual), quanto o seu aspecto formal (substância)[21].

O segundo ponto de destaque está na parte inicial da determinação dada por Elohim na sua bênção. Ser fecundo (פרו) envolve a ideia simbólica de se plantar algo para que possa passar adiante os princípios determinados por Elohim. Embora essa ideia esteja no conceito de se ter filhos, ela não é restrita à linhagem sanguínea, pois inclui todo aquele que é passível de ser fecundado pelos ensinamentos da Lei. E, por isso, que Elohim determina a multiplicação (ורבו), para que esses ensinamentos e práticas se multipliquem infinitamente até ocuparem toda a matéria.

Outro ponto é que essa multiplicação e a busca da conquista da terra (matéria) se dá em camadas existenciais, assim como ocorre com a própria estrutura da criação do universo que é feita em 4 (quatro) camadas, os 4 (quatro) mundos. Desta forma, a determinação de Elohim não se restringe a uma ação “horizontal”, mas inclui a “vertical”, de se aprofundar nos recantos mais “ínfimos”.

E todo esse processo se dá por camadas. Existe um ciclo criativo-criador, no qual 4 (quatro) mundos serão criados; habitantes de cada mundo são formados; e um processo de retorno (santificação) é feito. O que não foi santificado, é reunido e submetido a um novo processo criativo-criador no ciclo subsequente semelhante ao anterior. E, assim, sucessivamente até que não exista mais nada na Imagem de Elohim que não tenha sido santificado.

O ensinamento dessa sucessão de ciclos pode ser representado pelo próprio dia. O Sol (a Luz) aparece no leste e projeta os seus raios no sentido leste-oeste. Eles vão desbravando toda a terra, representando o Sol, embora não o sejam. À medida que o Sol se desloca no céu, aquele raio que foi projetado no sentido leste-oeste, inicia o seu processo de retorno, no sentido oeste-leste. Quando o Sol está se pondo no oeste e o ciclo está se encerrando, o raio que foi projetado conclui o seu retorno ao leste, de onde “saiu” inicialmente. Neste momento, um novo período ocorre, à noite, com a ação do Sol tendo cessado, o Shabat do Sol. E é justamente aquele raio solar que retornou ao leste, que parece ter desaparecido na escuridão, inicia o seu processo de maturação e parece surgir como um novo Sol, que, aos poucos, vai nascendo em Nazaré, no meio da escuridão simbólica da Galileia[22], vai ganhando potência criativa-criadora para trazer a luz do Sol para um novo ciclo[23], um novo dia.

Desta forma, Jesus esclarece que o Shabat só acontece porque Elohim proferiu a sua bênção sobre Adam e lhe transmitiu a incumbência de proceder o tikun olam (תיקון עולם), a “reparação do mundo”[24], durante o Shabat divino. E, não o contrário, que Elohim estabeleceu o Shabat e, por isso, criou Adam.

(Marcos 2:28) De modo que senhor é o Filho do Homem também do sábado”.

Como Adam e,consequentemente, toda a sua descendência foram abençoados por Elohim para realizar o tikun olam (תיקון עולם), a “reparação do mundo”[25], eles se tornam responsáveis por atuar durante o Shabat de Elohim, santificando-o. Assim, o filho do homem[26], significando aquele que nasce na matéria, pois é filho de Adam e, portanto, uno em sua dualidade essência-substância[27], deve continuar atuando mesmo que Elohim tenha cessado a sua ação criativa-criadora.

Essa ação de santificar, no Shabat divino, deve ser levada a todas as partes[28], caminhando na noite, guiado pelo vento que vem do leste e que nos permite abrir as águas e atravessá-la em segurança em direção à Terra Prometida (Êxodo 14:21) e, por fim, passar a ser chamado de Kadosh (קדוש)[29].

Desta forma, Jesus termina o seu segundo ciclo. Enquanto no primeiro, ele estabeleceu o padrão do universo[30], neste ciclo que se encerra, ele criou o seu próprio corpo na figura simbólica de Levi (Mateus), o escriba e fariseu, que agora sabe que, após a “descida”, à o retorno ao Reino de Deus. Todos os “eus” que se encontravam no “local”, que se desenrola os eventos simbólicos deste capítulo, foram unificados em Levi, pois todos aprenderam os ensinamentos expostos por Jesus.

NOTAS

[1] Vide tópico “Um novo Gênesis”, composto pelos versículos de 16 a 20 do capítulo 1.

[2] Vide comentários sobre o versículo 6 do capítulo 1.

[3] Vide comentários sobre o versículo 13 do capítulo 1.

[4] Vide comentário sobre os versículos 8 e 41 do capítulo 1.

[5] Versículos 7 e 16, ambos deste capítulo.

[6] Vide comentário introdutório ao tópico “O Escriba de Jesus”, composto pelos versículos 13 e 14 deste capítulo.

[7] Nos caminhos da Árvore da Vida, aquele que conduz de Tipheret a Kether, passando pelo abismo, é representado pela letra Gimel (ג)

[8] A Torá foi dada no terceiro mês do calendário judaico a Moshé, o terceiro filho de seus pais (depois de Miriam e Aarão), para um povo que tinha três grupos, Cohen, Levi e Israel. Além de a própria Torá ser dividida em três partes, o Pentateuco, os Profetas e as Escrituras.

[9] Este simbolismo também pode ser atribuído, dependendo do contexto, ao camelo (גמל) como montaria. Assim, uma pessoa chegando a um local, montada em um camelo, simbolicamente, pode ser interpretada como alguém que, após uma travessia, enfrentou as dificuldades e alcançou um ensinamento.

[10] καὶ λέγει αὐτοῖς. οὐδέποτε ἀνέγνωτε τί ἐποίησεν Δαυὶδ ὅτε χρείαν ἔσχεν καὶ ἐπείνασεν αὐτὸς καὶ οἱ μετʹ αὐτοῦ.

[11] Mateus 1:1-16.

[12] Siló [Shiloh (שלה)] foi o local no qual, após o período de peregrinação no deserto, foi fixado o tabernáculo..

[13] Nob [Nobe (ןב)] significa “local alto”.

[14] Vide comentários sobre o versículo 7 deste capítulo.

[15] Vide comentário sobre o versículo 30 do capítulo 1.

[16] Vide tópico “O 6º Dia”, composto pelos versículos de 29 a 31 do capítulo 1.

[17] Vide versículo 1 do capítulo 1.

[18] Vide comentários sobre o versículo 23 deste capítulo;

[19] A expressão utilizada na torá que costuma ser traduzida como “semelhança” é Kidemutenu (כדמותנו) que, além de ser traduzida como “semelhança”, “forma”, transpassa a ideia de que essa semelhança está associada a capacidade de compreender e discernir.

[20] Representada na bênção fornecida por Elohim ao Homem (Adam) e a determina de ser fecundo, multiplicando-se, enchendo a terra

[21] Importante destacarmos que essa primeira dualidade do Adam que surge no primeiro capítulo do Gênesis não está associada à ideia de matéria tal qual se entende rotineiramente, embora tais aspectos possuam uma espécie de contraparte material. Para que essa questão fique mais clara, podemos destacar 2 (dois) pares de conceitos que conversam entre si, mas apresentam essa distinção de natureza. Por um lado, encontramos Tsélem (צלם) e Demut (דמוט), que significam “forma” e “semelhança”, respectivamente, em seu aspecto espiritual, enquanto, por outro lado, encontramos Tôar (תאר) e Tavnit (תבנית), que significam, respectivamente, “aspecto” (esboço) e “configuração” em seu significado material.

[22] Vide comentários sobre o versículo 9 do capítulo 1.

[23] E esse movimento constante feito pelo Sol ao longo de 1 (um) ano, lembra a forma da lemniscata (∞), costumeiramente utilizada para simbolizar o infinito. Oficialmente, a criação do símbolo da lemniscata é atribuída ao sacerdote matemático John Wallis (1616-1703) e ela derivaria do numeral romano equivalente a mil, que, por sua vez, deriva do símbolo etrusco para o mesmo numeral (CIƆ), que era utilizado com a ideia de “muito”. Porém, também há a teoria de que o símbolo decorre de uma adaptação da letra grega ômega (ω).

[24] A ideia de reparação dentro do conceito de tikun olam (תיקון עולם), está vinculada a ideia de que o Universo foi devidamente criado e, quando Yahweh cessa a sua atividade, Ele está determinando que a Sua obra deve continuar a ser feita por intermédio da ação dos seus filhos. Então, o conceito não significa que existe algo errado que precisa ser consertado, mas que existe algo que ainda se encontra incompleto e que isso deve ser reparado, para que a obra deixe de estar incompleta.

[25] A ideia de reparação dentro do conceito de tikun olam (תיקון עולם), está vinculada a ideia de que o Universo foi devidamente criado e, quando Yahweh cessa a sua atividade, Ele está determinando que a Sua obra deve continuar a ser feita por intermédio da ação dos seus filhos. Então, o conceito não significa que existe algo errado que precisa ser consertado, mas que existe algo que ainda se encontra incompleto e que isso deve ser reparado, para que a obra deixe de estar incompleta.

[26] Vide comentários sobre o versículo 1 do capítulo 1.

[27] Vide comentários sobre versículo 27 deste capítulo.

[28] Vide comentários sobre o versículo 13 do capítulo 1.

[29] A expressão hebraica kadosh (קדוש) significa “santo”, “puro”, “limpo”, mas possui em sua raiz o significado de “separar”. Ela é utilizada na Tanah (“Bíblica Hebraica”) em 4 (quatro) contextos: (i) para designar pessoas ou uma classe consagrada ao serviço divino, como sacerdotes, primogênitos e anjos (Êxodo 13:2; Levítico 21:6; Deuteronômio 33:2-3), assim como um grupo de pessoas fiéis que receberão o Reino de Deus (Daniel 7:22); (ii) designando lugares sagrados, como o tabernáculo e o Santo dos Santos (Êxodo 29:31; Levítico 6:16); (iii) utilizada em datas (Neemias 8:10-11); e (iv) para designar a própria divindade (Êxodo 31:13; Josué 24:19; Provérbios 9:10; Oséias 11:9; Isaías 1:4; Isaías 40:25). Em koiné, kadosh (קדוש) costuma ser traduzida como hagios (αγιος).

[30] Vide capítulo 1.


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