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Em Nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso!
O Significado do Islamismo
Todas as religiões do mundo tomaram o nome do seu fundador ou da comunidade e nação na qual essa religião surgiu. Por exemplo, o Cristianismo foi buscar a sua denominação ao Profeta Jesus Cristo; o Budismo ao seu fundador, Glautama Buda; o Zoroastrianismo ao seu fundador Zoroastro; e o Judaísmo, a religião dos Judeus, do nome da Tribo Judá (do país da Judéia) onde nasceu. Semelhante é o caso de outras religiões. Mas tal não aconteceu com o Islamismo. Esta religião goza (atualmente professada por mais de setecentos milhões de seres humanos, em todo o mundo) da peculiaridade de não ter qualquer associação com uma determinada pessoa ou povo. A palavra “Islamismo” não transporta em si qualquer relação, – pelo que não pertence a uma pessoa, a um povo ou a um país em particular. Nem é o produto duma mente humana, nem está confinada a uma determinada comunidade. É uma religião universal e o seu objetivo é criar e cultivar no homem a qualidade e comportamento do “Islamismo”.
A isto se impõe automaticamente a questão: o que significa “Islamismo – Islam”? E o que é um “muçulmano”?
1. Islamismo e Muçulmano
Islamismo é uma palavra árabe implica submissão, entrega e obediência voluntária. Islamismo significa completa submissão voluntária a Deus (1). Outro significado literal da palavra “Islamismo” é “Paz” e isto significa que só se pode encontrar a paz física e mental através da submissão e obediência voluntária a Deus. Uma tal vida de obediência traz paz ao coração e estabelece a verdadeira paz na sociedade em geral.
(1) N.E. –Não queremos deixar de frisar, que existe uma noção errada sobre o Deus dos muçulmanos. O termo “Allah” aparece-nos constantemente na imprensa com o significado de um Deus dos árabes, e, por extensão, dos muçulmanos. É preciso não esquecer que não existe um “Deus” especial dos muçulmanos que adoram o mesmo Deus, venerado pelos praticantes das religiões monoteístas e “Allah” é a palavra árabe – língua litúrgica do Islam – que significa Deus. A título de curiosidade, cabe ainda referir que os católicos orientais que celebram a missa em árabe (v. g. no Líbano e na Síria) chamam ao seu Deus “Allah”, porque o Seu nome em árabe não é outro senão “Allah”. Crer que o Deus dos árabes é Allah, é o mesmo que acreditar ingenuamente que God é o Deus dos ingleses!
Todos podem observar que o universo onde vivemos é um universo normal. Há ordem e lei entre as unidades que constituem este universo. A cada coisa está cedido um lugar num grande esquema, o qual trabalha dum modo magnífico e soberbo. O sol, a lua, as estrelas e todos os corpos celestes estão unidos entre si num sistema esplêndido. Seguem uma lei inalterável e não sofrem o menor desvio do seu curso ordenado. A terra gira sobre o seu próprio eixo e no seu percurso à volta do sol segue escrupulosamente o caminho para ela destinado. Do mesmo modo, tudo no mundo, desde o pequeno eletro até a enorme nebulosa, seguem invarialmente a sua própria lei. A matéria, a energia e a vida, todas elas obedecem às suas leis e crescem, transformam-se, vivem e morrem de acordo com essas leis. Mesmo no mundo humano as leis da natureza são bastante claras. O nascimento, crescimento e vida do homem são todos regulados por um conjunto de leis biológicas. Ele retira o sustento da natureza de acordo com uma lei inalterável. Todos os órgãos do seu corpo, desde os pequenos tecidos até ao coração e ao cérebro, são governados por leis prescritas para eles. Em resumo, é um universo governado por leis e tudo nele segue o curso que lhe foi ordenado. Esta lei poderosa que penetra e governa tudo o que constitui o universo, desde a mais fina mancha de pó até às enormes galáxias do firmamento, é a lei de Deus, o Criador e Regente do Universo. Como toda a criação obedece à lei de Deus, o Universo inteiro, por isso, segue literalmente a religião do Islamismo – porque o islamismo significa obediência e submissão voluntária Deus, o Senhor do Universo. O sol, a lua, a terra e todos os outros corpos celestes são, portanto “muçulmanos”.
É o caso do ar, da água e do calor, das pedras, árvores e animais. Tudo no universo é “muçulmano”, pois que obedece a Deus é forçado a ser “muçulmano” no que diz respeito à existência do seu corpo. Por toda a sua vida, desde o estado embrionário até a dissolução do corpo em pó, após a morte e todos os tecidos dos seus músculos e todos os membros do seu corpo seguem o caminho para eles prescrito pela lei de Deus.
O seu coração em que, através da ansiedade de verdadeiro conhecimento, trata com amor e reverência os outros, é um “muçulmano” por intuição. Eles são totalmente obedientes à Lei Divina e as suas funções e movimentos são governados somente pelas exortações daquela Lei. Esta é, em resumo, a verdadeira posição do homem e do universo.
Examinemos agora o problema dum outro ponto de vista. O homem é tal modo constituído, que existem dois aspectos da sua vida, duas esferas distintas da sua atividade. Uma é a esfera na qual ele se concentra totalmente regulado pela Lei Divina. Ele não pode mover-se um centímetro ou dar um passo fora dela. Nem pode dela escapar de modo ou forma alguma. Na realidade, como outras criaturas, ele está completamente preso à lei da natureza e é forçado a seguí-la. Mas existe outra esfera da sua atividade. Ele foi dotado de razão e inteligência. Tem o poder de pensar e formar juízos, escolher e rejeitar, de adotar e repelir. Ele é livre de adotar o rumo de vida que escolher. Pode abraçar qualquer fé, adotar qualquer modo de vida e formular sua vida de acordo com a ideologia que gostar. Ele tem de preparar a sua própria linha de conduta ou aceitar uma já formulada por outros. Ele foi concebido com vontade própria e pode planear o seu próprio comportamento. Neste último aspecto, a ele, ao contrário das outras criaturas foi-lhe dada liberdade de pensamento escolha e ação.
Estes dois aspectos distintos coexistem na vida do homem. No primeiro ele tal, como as outras criaturas, nasceu “muçulmano”, obedece invariavelmente às exortações de Deus e é obrigado a permanecer assim. Quanto ao segundo aspecto, ele é livre de se tornar um “muçulmano” ou de recusar sê-lo. Aqui foi-lhe dada a liberdade de escolha e é o modo como uma pessoa exerce esta liberdade que divide a humanidade em dois grupos: a dos grupos e a dos descrentes. Um indivíduo que escolhe reconhecer o seu Criador, que O aceita como seu verdadeiro Senhor, que se submete honesta e escrupulosamente ao código que Ele revelou aos homens para a sua vida individual, decidindo conscientemente obedecer a Deus no domínio em que foi dotado com liberdade e livre escolha.
Agora a sua vida tornou-se uma vida de submissão voluntária a Deus e não há conflitos na sua personalidade. Ele é um verdadeiro muçulmano e o seu Islamismo é completo – pois que esta submissão do seu ser ao desejo de Deus é o Islamismo e nada mais.
Ele submeteu-se agora conscientemente a Ele, a quem já obedecia inconscientemente. Ele agora rende de boa vontade obediência ao Senhor a quem já obedecia inconscientemente. O seu conhecimento é agora verdadeiro porque ele reconheceu o Ser que o dotou de poderes para aprender e conhecer. Agora a sua razão e juízo estão associados – pois que decidiu corretamente obedecer ao Ser que lhe outorgou a faculdade de pensar e de julgar. A sua linguagem é também verdadeira porque expressa com convicção a sua fé no Senhor que lhe concedeu a faculdade de falar. Agora toda sua existência é uma personificação da verdade, pois que ele voluntária e involuntariamente e em todas as esferas da vida, obedece às Leis do mesmo e Único Deus – O Senhor do Universo. Agora se encontra em paz com todo o Universo, pois adora Aquele que todo o Universo Adora. Um homem assim é um vice-governador de Deus na Terra. O mundo inteiro é dele e ele é de Deus.
2. A natureza do “Kufr”(descrença)
Em contraste com o homem atrás descrito, existe o homem que embora nascido “muçulmano” e que inconscientemente se conserva muçulmano através da vida não utiliza a razão, a inteligência e intuição para reconhecer o seu Senhor e Criador e faz mal uso da sua liberdade de escolha, preferindo renegá-lo. Um homem como este se torna um descrente e na linguagem do islamismo é um “Kafir (ateu)”.
“Kufr” significa literalmente “cobrir” ou “ocultar”. O homem que renega a Deus é chamado “Kafir” (aquele que “encobre” porque ele oculta, pela sua descrença, o que é inerente na sua natureza e embalsama a sua própria alma) porque, na realidade, a sua natureza está instintivamente imbuída de “Islamismo”. Todo o seu corpo, todos os nervos e todas as fibras, funcionam em obediência àquele instinto. Toda e qualquer partícula da existência – viva ou morta – funciona de acordo com o “Islamismo” e está cumprido o dever que por ele foi designado. Mas a visão deste homem está turva, o seu intelecto está confuso e tornou-se incapaz de ver o que é bem patente. A sua natureza tornou-se oculta aos seus olhos e ele pensa e atua em completo desrespeito a ela. A realidade tornou-se estranha para ele e vagueia na escuridão – É esta a natureza do “Kufr”.
O “Kufr” é uma forma de ignorância, melhor dizendo, é a ignorância pura e simples. Que ignorância pode ser maior do que ignorar a Deus, o Criador, o Senhor do Universo! Um homem observa o vasto panorama da natureza, o soberbo mecanismo que trabalha incessantemente, o grande projeto que está patente em todos os cantos e esquinas da criação – ele vê esta grande máquina, mas não sabe quem é o seu Obreiro e Diretor?
Ele olha para o seu próprio corpo, organismo maravilhoso que trabalha dum modo soberbo e usa-o para realizar os seus fins, mas é incapaz de compreender a Força que trouxe à existência. O Engenheiro que projetou e produziu esta máquina, o Criador que fez o único ser vivo a partir da matéria morta: carbono, cálcio, sódio e outros. Ele é testemunha dum plano soberbo no Universo, mas falha ao tentar ver o Planejador que se encontra por detrás deste plano. Ele enxerga a grande beleza e harmonia no seu funcionamento, mas não vê o criador de tudo isto. Ele observa obras maravilhosas na natureza, mas não vê o Obreiro! No Universo que o rodeia observa excelentes demonstrações de perícia nas ciências e na investigação, na matemática, na engenharia e no projeto, mas é cego quanto ao Ser que trouxe à existência todo este incompreensível universo.
Como é que um homem que não vê esta grande e significativa realidade se pode aproximar de perspectivas verdadeiras da sabedoria? Como é que a visão da verdade e do conhecimento pode ser atingida por um homem assim? Como pode alguém que começou mal atingir o destino correto? Ele falhará ao tentar encontrar o caminho da Realidade. O caminho correto permanecerá oculto para ele e qualquer que seja o seu empenho nas ciências e artes nunca será capaz de descobrir as luzes da verdade e sabedoria. Ele vagueará na escuridão e tropeçará na obscuridade da ignorância. E não só; Kufr é também uma tirania, a pior das tiranias. E o que é uma tirania? É um ato cruel e injusto praticado por qualquer força ou poder. Se forçardes alguém a atuar injustamente ou a atuar contra a sua própria natureza, desejo, ou contra a sua aptidão inerente–é a tirania, em toda a acepção da palavra.
Vimos que tudo o que existe no Universo obedece a Deus, o Criador. Obedecer, viver de acordo com o Seu Desejo e Leis ou (mais precisamente), ser um “muçulmano”, é inerente à natureza do homem. Deus deu ao homem o poder sobre estas coisas, mas será inerente na natureza destas coisas que elas só devem ser usadas para o cumprimento do Seu Desejo e nada mais. Aquele que desobedecer a Deus e recorrer a Kufr, pratica uma grande injustiça, pois usa todos estes poderes sobre o corpo e alma para se revelar contra o curso da natureza e torna-se um instrumento no drama da desobediência. Ele força a sua cabeça curvar-se perante outras divindades e transporta no seu coração o amor, a reverência e o temor a outros poderes em grande desrespeito à solicitação instintiva destes órgãos. Ele faz uso dos seus poderes e de tudo, sobre o qual tem autoridade, contra o Desejo explícito de Deus estabelece um reino de tirania. Poderá existir uma injustiça, tirania ou crueldade maior do que a demonstrada por esse homem que explora e faz mau uso de tudo o que existe e que, sem escrúpulos, força-os a um rumo que afronta a natureza e a justiça?
Kufr não é mera tirania; é para melhor dizer, pura rebelião, ingratidão e infidelidade.
Contudo, qual é a verdade do homem? Qual é o seu poder e autoridade? É ele o criador da sua mente, coração alma e dos outros órgãos do seu corpo – ou foram eles criados por Deus? Criou ele o universo e tudo o que nele existe – ou foi Deus que o criou? Quem pôs todos os poderes e energia ao serviço do homem – o homem ou Deus? Se foi tudo criado por Deus e só por Ele, então a quem é que pertencem? Quem é o verdadeiro dono? Quem é o verdadeiro Soberano? Na realidade é Deus e só Ele. E se Deus é o Criador, o Senhor e o Soberano, então quem seria um grande rebelde senão o homem que usa, aquilo que Deus criou, contra as Suas exortações – aquele cuja mente está contra Deus que abriga no seu coração pensamentos contra Ele e usa as suas várias faculdades contra o Desejo do Soberano? Se um empregado atraiçoa o seu senhor, acusamo-lo de infiel. Se um funcionário se torna desleal para com o Estado, consideramo-lo traidor e renegado. Se uma pessoa engana o seu benfeitor não hesitamos em condená-lo como ingrato. Mas que semelhança pode ter esta traição, esta ingratidão e esta rebelião com aquela que o descrente comete através do Kufr? Apesar de tudo, quem é a mola principal de todo o poder e autoridade? Quem eleva as pessoas a posições de grande autoridade e poder? Tudo que um homem possui e tudo o que usa para o benefício dos outros é uma dádiva de Deus. A maior obrigação que um homem possui na terra é para com seus pais. Mas quem implantou o amor pelas crianças no coração dos pais? Quem dotou a mãe com o querer e poder para criar, educar e alimentar o seu filho? Quem inspirou aos pais a paixão de depender tudo o que possuem para o bem estar dos seus filhos? Uma breve reflexão revelaria que Deus é o maior benfeitor do homem. Ele é o seu Criador, o seu Senhor, o seu Nutridor, o seu Sustentáculo e também o seu Rei e Soberano. E sendo esta a posição de Deus, face ao homem, que maior traição, ingratidão e rebelião pode existir do que Kufr, através do qual o homem renega e desobedece ao seu verdadeiro Senhor e Soberano?
Não pensem que o homem ao cometer o Kufr faz ou pode fazer qualquer dano a Deus Onipotente. Não. De maneira nenhuma. Uma pequena mancha na face duma , como é o homem neste Universo, que dano pode causar ao Senhor do Universo? Senhor cujos domínios são tão infinitamente vastos que ainda não fomos capazes de explorar as suas fronteiras mesmo com a ajuda do telescópio mais potente; cujo poder é tão grande que miríades de corpos celestes, como a Terra, a Lua, o Sol e as Estrelas, às suas ordens, rodopiam como pequeninas bolas; cuja riqueza é ilimitada e de que Ele é o único Senhor de todo o Universo e que providencia por todos e não necessita que ninguém providencie por Ele. A revolta do homem contra Ele não pode provocar qualquer dano; por outro lado, desobedecendo-Lhe, o homem trilha o caminho da ruína e da descrença. A conseqüência inevitável desta revolta e negação da Realidade é o fracasso nos derradeiros ideais da vida. Um tal rebelde nunca encontrará o caminho da verdadeira sabedoria e visão; o conhecimento que falha ao revelar o seu próprio Criador não pode revelar a verdade.
A inteligência e compreensão deste homem desencontram-se sempre; porque se erram ao tentar saber quem é o seu Criador, não podem iluminar os caminhos da vida. Um tal homem fracassará em todos os assuntos da sua vida. A sua moral e a sua vida cívica e social, a sua luta pela sobrevivência e a sua vida familiar, em resumo, toda a sua existência será transformada. Ele espalhará a confusão e a desordem na terra. Ele derramará sangue, sem a menor compaixão, violará os direitos dos outros homens, será cruel para eles e criará desordem e a destruição no mundo. Os seus pensamentos e ambições pervertidas, a sua visão turva e a sua escala de valores distorcida, e as suas atividades pecaminosas, tornar-lhe-ão a vida amarga, para ele e para os que o rodeiam. Um homem assim destrói a paz e o equilíbrio da vida na terra. E na vida do outro mundo ele será considerado culpado pelos crimes que cometeu contra a sua natureza, o seu poderes e recursos. Todos os órgãos do seu corpo – o cérebro, os olhos, o nariz, as mãos e os pés – queixar-se-ão da injustiça e crueldade que ele cometeu contra eles. Todos os tecidos do seu corpo irão vituperá-lo perante Deus que, como a maior fonte de justiça, puni-lo-á tal como merece. Esta é a inglória conseqüência do Kufr. Ele conduz para beco sem saída do fracasso, aqui e no além.
3-Os benefícios do Islamismo
Depois de avaliar as contrariedades e malefícios do Kufr, vamos analisar os benefícios do Islamismo.Encontrarão no mundo que os rodeia e em vós próprios inumeráveis manifestações do divino poder de Deus.
Este grande universo, que trabalha incessantemente, ordenadamente e de acordo com uma lei inalterável, é uma testemunha de que o seu Desenhador, Criador e Governador é um Ser Omnipotente e Todo-Poderoso, com poderes, sabedoria e recursos infinitos e ilimitados, cujo saber é o mais perfeito e a quem ninguém no Universo ousa desobedecer. É próprio da natureza do homem e de todas as coisas obedecer-Lhe. De fato, ele obedece inconscientemente à Sua Lei, de dia e de noite, porque no momento em que ele atua contra esta Lei, expõe-se à morte destruição. Esta é a lei da natureza, que é observada todos os dias. Deus, contudo, além de conhecer o homem com a capacidade de adquirir conhecimentos, com a faculdade de pensar e ponderar e o sentido de distinguir o bem do mal, também lhe concedeu uma certa liberdade de arbítrio e de ação. Nesta liberdade reside a verdadeira experiência do homem: o seu conhecimento, o seu saber, o seu poder de discriminação e livre arbítrio e de ação. Nesta experiência e teste o homem não é obrigado a adotar um rumo determinado, pois se assim fosse o objetivo da experiência seria anulado.
Evidentemente se num exame forem compelidos a escrever uma resposta correta a uma pergunta, o exame não terá qualquer utilidade. O vosso mérito só pode ser julgado corretamente se vos permitirem responder livremente às perguntas e de acordo com os vossos conhecimentos e inteligência. Se a vossa resposta é correta, serão bem sucedidos e terão acesso a progredir futuramente; e se vossa resposta estiver errada, falharão e a vossa falha barrar-vos-á o caminho do progresso. Semelhante é a situação que o homem encara no mundo. Deus deu-lhe liberdade de escolha e ação, de tal modo que permanece livre para escolher o seu comportamento na vida que deseja e considera correto para ele – o Islamismo Kufr. Mas, por outro lado, existe um homem que nem compreende a sua própria natureza nem a do universo. Ele erra ao tentar reconhecer o seu verdadeiro Dono e ao tentar conhecer os Seus atributos; e faz mau uso da sua liberdade por seguir o caminho da desobediência e da revolta. Um homem assim falhou no teste dou seus conhecimentos, inteligência e consciência do dever. Ele falhou ao rivalizar com o padrão estabelecido e não merece um destino melhor do que aquele atrás exposto. Por outro lado, existe um outro homem que sai bem sucedido desta experiência. Pelo uso correto dos seus conhecimentos e inteligência ele reconhece o seu Criador, acredita n’Ele e a despeito de não ser coagido a fazê-lo, ele escolhe o caminho da obediência ao Senhor. Ele não erra ao distinguir o bem do mal e escolhe seguir o Bem, embora ele tenha poder para se inclinar para o mal. Ele compreende a sua própria natureza, as leis e as verdades da natureza e que apesar do poder e liberdade de adotar qualquer rumo, adotar o caminho da obediência e de lealdade a Deus, o Criador. Ele é bem sucedido nesta experiência porque usou corretamente a sua inteligência e todas as outras faculdades. Ele utiliza os olhos para ver a Realidade, os seus ouvidos para escutar a Verdade, a sua mente para formatar opiniões corretas e segue de alma e coração o caminho correto que escolheu.
Ele escolhe a verdade, vê a realidade e submete-se gostosa e alegremente ao seu Senhor e Dono. É inteligente, verdadeiro e vendo a luz da verdade respondeu à sua chamada gostosa e entusiasticamente. Assim, pela sua conduta, provou que não só procura a Verdade como também a conhece e a cultiva. Na verdade, ele está no caminho certo e um homem assim está destinado a ser bem sucedido neste mundo e no que vier.
Um homem como este escolherá sempre o caminho correto em todos os campos do conhecimento e da ação. O homem que conhece Deus com todos os seus atributos sabe o princípio e a fim da Verdade. Ele nunca se deixa desencaminhar, pois que o seu primeiro passo foi dado no caminho certo e ele tem a certeza da direção e do destino da sua vida. Ele ponderará, filosoficamente, nos segredos do Universo e tentará sondar os mistérios da Natureza, mas ao contrário do filósofo descrente, ele não perderá o rumo no labirinto da dúvida e do cepticismo. Sendo o seu caminho iluminado pela Visão Divina, todos os seus passos serão dados no sentido correto. Nas ciências, ele esforçar-se-á por conhecer as leis da Natureza, por descobrir os tesouros ocultos da terra e regular todas as forças mentais e materiais até agora desconhecidas, mas sempre para o melhoramento da humanidade. A cada estágio da sua investigação, a sua consciência em Deus salvá-lo-‘de cometer erros e de usar destrutivamente a ciência e o método cientifico. Ele nunca conceberá ser dono de todos estes objetos, a vangloriar-se de ser o conquistador da natureza, arrogando para si os poderes divinos e soberanos e alimentando a ambição de submeter o mundo, subjugando a raça humana e estabelecendo a sua supremacia sobre tudo por meio do temor e da deslealdade.
Uma tal atitude de revolta e de desafio nunca pode ser tomada por um cientista muçulmano, só um cientista <> pode cair em tais ilusões e a elas submetido, expor toda a raça humana aos perigos da destruição e aniquilação total (2).
Um cientista muçulmano, por outro lado, comportar-se-á dum modo totalmente diferente. Quanto maior for o seu saber no mundo da ciência, mais forte será a sua fé e Deus. A sua cabeça curvar-se-á perante Ele, com gratidão. Os seus conhecimentos serão como o Senhor o abençoou com grande poder e sabedoria e assim ele se esforçará por praticar o bem em prol da humanidade.
(2) N. E. – É semelhante à situação que hoje afronta o homem. O Dr. Joad diz: << A ciência deu-nos poderes ajustados ao bem e para o seu uso temos utilizado uma mentalidade de estudiosos e de selvagens>>. -O falecido filósofo Bertrand Russel escreveu: –<< Falando francamente, estamos no meio duma corrida entre a perícia humana como meio e loucura humana como fim e todo o aumento de perícia necessária para as executar é um aumento do mal. A raça humana sobreviveu até agora devido à ignorância e incompetência; mas dando conhecimentos e competência combinada com a loucura, não poderá existir nenhuma certeza de sobrevivência. Sabedoria é poder, mas é poder tanto para o mal como para o bem. Pelo que mesmo que o homem aumente a sua sabedoria assim como o seu conhecimento implicará um aumento de magos>>. – (O Impacto da Ciência na Sociedade, pág. 120-21). O falecido pensador expôs o paradoxo por estas palavras: <>. (citado por João em Contra-Ataque do Este pág. 28).
Em vez da arrogância, haverá humildade. Em vez da embriagues do poder, haverá grandes realizações para servir a humanidade. A sua liberdade não será desenfreada. Ele será guiado pelos dogmas da moralidade e pela Revelação Divina. Assim, a ciência nas suas mãos, em vez de se tomar um instrumento de destruição, torna-se um agente de bem-estar humano e da regeneração moral. E este é o modo pelo qual ele expressará a sua gratidão ao seu Senhor pelas ofertas e bênçãos que Ele conferiu ao homem.
Igualmente na História, Economia, Política, Direito e outros ramos da arte e da ciência, um muçulmano nunca ficará atrás do <> nos campos da investigação e do trabalho, mas o seu ângulo de visão e conseqüentemente o seu <> será completamente diferente.
Um muçulmano estudará cada ramo do conhecimento pela sua perspectiva correta, procurará o objetivo certo e chegará a conclusões corretas. Em Historia, dará lições corretas sobre as experiências passadas do homem e descobrirá as causas verdadeiras do aparecimento e queda das civilizações. Tentará tirar vantagem de tudo o que era bom e correto no passado e fugirá escrupulosamente de tudo o que levou ao declínio e à queda das nações. Na política, o seu único objetivo será lutar pelo estabelecimento duma sociedade onde reinem a paz, a fraternidade e o bem, onde os homens sejam irmãos e respeitem a sua humanidade, onde nenhuma forma de exploração ou selvajaria seja desenfreada, onde os direitos individuais sejam respeitados e onde os poderes do estado sejam considerados como uma dádiva sagrada de Deus e sejam usados para o bem-estar comum. No campo do Direito, o esforço dum muçulmano será torná-lo a verdadeira personificação da justiça e da proteção real dos direitos de todos particularmente dos fracos. Ele verá que todos partilham dos direitos e que nenhuma injustiça ou opressão seja imposta a alguém. Ele respeitará a lei, fará os outros respeitá-la e verá se ela é administrada com justiça honesta e equilibradamente.
A vida, moral dum muçulmano estará sempre cheia de devoção, piedade, honestidade e de verdade. Ele viverá num mundo com a crença de que só Deus é o Senhor de tudo, que tudo aquilo que ele ou qualquer outro homem possui foi-lhe dado por Deus, que os poderes que maneja são unicamente uma dádiva de Deus e que a liberdade que lhe foi conferida não é para ser usada indiscriminadamente e que é de seu próprio interesse usá-la de acordo com o desejo de Deus. Ele conversará constantemente na mente que um dia te’ra de voltar ao Senhor e prestar-Lhe contas de sua vida. O sentido da prestação de contas permanecerá sempre firmemente implantado na sua mente e nunca se comportará dum modo irresponsável e descuidado. Pensei na moral excelente do homem que vive com esta atitude mental-a sua vida será uma vida de pureza, de piedade, de amor e altruísmo.
Ele será um benéfico para a humanidade. Não se deixará poluir por maus pensamentos e ambições perversas. Abster-se-á de ver o mal, de ouvir o mal e de praticar o mal. Calar-se-á e não proferirá uma mentira. Viverá por meios justos e honestos e preferirá passar fome a adquirir comida desonestamente através da exploração ou da injustiça. Ele nunca participará na opressão ou a violação da vida e da honra humanas, qualquer que seja a sua forma ou cor. Nunca cederá ao mal, mesmo que isso lhe possa custar um grande desprezo. Personificará a nobreza e manter-se-á honesto e verdadeiro ainda que lhe custe a vida.
Abominará todas as sombras de injustiça e permanecerá firme em relação à verdade, intrépido pelas tempestades de adversidade. Um homem assim será uma força com quem se tem de contar. Ele está destinado a ser bem sucedido. Nada na terra o poderá deter ou impedir o seu caminho. Será o mais honrado e o mais respeitado. Ninguém o excederá a este respeito. Como poderá a humilhação alguma vez visitar uma pessoa que não se encontra preparada para curvar a sua cabeça ou mesmo apertar a sua mão por qualquer favor, exceto a Deus, o Omnipotente, o Soberano do Universo? Será o mais poderoso e eficaz. Ninguém haverá mais poderoso do que ele porque não teme ninguém a não ser a Deus e não procura bênçãos de ninguém a não ser d’Ele. Que poder o poderá desviar do Caminho Certo? Que riquezas poderão comprar a sua fé? Que força poderá moldar a sua consciência? Que poder poderá coagir o seu comportamento? Ele será o mais afortunado e rico. Ninguém no mundo será mais rico e independente do que ele pelo que, viverá uma vida de austeridade, saciedade e contentamento. Não será sensualista, nem indulgente, ou avarento. Contentar-se-á com o que ganhar limpa e honestamente e mesmo que um monte de riquezas adquiridas deslealmente seja posto perante si, nem mesmo gostará de olhar para ele, quando mais dele se servir. Terá paz e felicidade e que riqueza haverá maior do que está? Será o mais respeitado, o mais popular e o mais amado. Ninguém poderá ser mais amável do que ele, pois, vive uma vida de caridade e de bondade. Rara-justiça a todos e a tudo, cumprirão os seus deveres honestamente e trabalhará desinteressadamente para o bem dos outros. A simpatia das pessoas cairá sobre si e gostarão dele, ama-lo-ão e respeita-lo-ão acima de tudo. Será o mais honrado, em quem todos confiarão. Em ninguém será depositada mais confiança do que nele, pois ele não atraiçoará essa confiança, nem se desviará da honestidade: a sua linguagem será verdadeira e o seu procedimento teto e honesto. Será honesto e justo nos seus assuntos, pois quem tem a certeza de Deus está presente em toda à parte e sempre vigilante. Faltam palavras para descrever o crédito e a boa vontade que emana de um homem assim. Não haverá ninguém que nele não confie. É assim a vida e o caráter de um verdadeiro muçulmano.
Se compreenderem o verdadeiro caráter de um muçulmano ficarão convencidos que ele não pode viver na humilhação, na degradação ou subjugação. Está destinado a prevalecer e nenhum poder na terra pode sobrepor-se-lhe. Pois que, o Islam inculca nele qualidades que não podem ser denegridas por nenhum encanto passageiro ou ilusão irrisória. E após viver uma vida respeitável e honrada na terra ele voltará ao Criador, que lhe mostrará a excelência das suas bênçãos, pois que cumpriu o seu dever com eficácia e sucesso e saiu da prova triunfantemente. Ele é bem sucedido na vida deste mundo e no além viverá em paz, alegria e gloria eternas.
Isto é Islam, a religião natural do homem, que não está associada a qualquer pessoa, povo, época ou lugar. É o caminho da natureza, a religião do homem.
Fontes:
www.ziad.hpg.com.br
https://web.archive.org/web/20130120023908/http://www.islamismo.org/islamismo.doc
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