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Agora que vimos ao menos a natureza da “biologia” fantasmagórica, vamos olhar os equipamentos utilizados na caça. Existem três ferramentas essenciais para todo caça-fantasma: bom senso, boa sorte e bom humor. Como vimos acima, esta é uma atividade que demanda um pensamento objetivo, paciência e um cuidado para não acreditar em tudo o que é sugerido. Certo de estar munido deste equipamento psicológico, podemos agora começar a nos familiarizar com o arsenal mecânico que você deve adquirir.
Uma das primeiras coisas que deve se passar na cabeça de alguém que se decidiu se tornar um caçador ou caçadora de fantasmas é sair e comprar um mapa do tamanho da parede do seu futuro escritório ou estúdio, esse mapa pode ser da sua cidade, ou melhor ainda do pais. Então já comprar tachinhas de cores diferentes e postule uma legenda (vermelhas para impressões, verdes para entidades, azuis para poltergeiters, as pretas para alguma eventual possessão), blocos de post-its para anotar datas e um logotipo legal para um eventual cartão de visitas. Acredite, esse tipo de coisa é bacana, e não há como negar que muitos caçadores tem
um mapa assim e que a maioria deles, se não todos, tem um desejo secreto de um dia olhar para o desenho formado pelas tachinhas e então perceber o grande plano, “meu Deus, era isso então! Como não notei antes?”. Mas para chegar neste ponto é interessante começar devagar, pense grande, mas dê um passo de cada vez.
Por enquanto vamos dar uma olhada no seu futuro arsenal, seu equipamento para busca, localização e registro de fantasmas. Ainda não existem equipamentos que os aprisione para que você possa levar, no fim de uma caçada bem sucedida, um souvenir para casa. Se a hipótese da geração do campo eletromagnético for for acurada então talvez nos próximos anos tenhamos avanços nesta área em particular. De fato, é um campo novo que certamente fará a fama do caçador que o dominar. Uma experiência do projeto Morte Súbita inc. ainda não realizada postula que se o estímulo eletromagnético for local, então é possível isolar
uma área tridimensional de modo que o fantasma não consiga atravessá-la ficando preso em seu interior. Para isso seria necessário atrair a manifestação fantasmagórica para dentro de uma Gaiola de Faraday hermeticamente fechada e então conseguir ligá-la imediatamente. Claramente este é um experimento muito difícil de realizar, mas os resultados trariam dados muito valiosos para nosso atual corpo de conhecimento.
Tenha também uma lista dos lugares assombrados de sua região de atuação. Toda cidade possui uma dezena ou mais de lugares famosos por suas atividade fantasmagóricas. Caso você não tenha nenhum caso pessoal para resolver e nenhum cliente inicial, estes são bons lugares para se começar a ganha experiência.
E agora talvez surja a pergunta: mas se não posso capturar um fantasma, qual a graça disso? Por que essa atividade se chama caçar fantasmas se eu não caço nada de fato? Até o momento vimos que definir um fantasma pode ser uma experiência frustrante. Simplesmente não há ainda informação o suficiente para se criar algo que vá além das hipóteses atuais. Mesmo assim hipóteses são o que não faltam na área. Uma maneira de se saber se uma hipótese vai além de um chute bem dado sobre algo desconhecido é ver se na prática – na realidade do dia a dia – a hipótese pode ser confirmada, e ai passa a ser uma teoria, que na verdade é apenas uma forma enfeitada de se dizer “acho que essa hipótese faz mesmo sentido”. Um caçador ou caçadora de fantasmas é alguém que não perde tanto tempo com a teoria, apesar dela ser importante, mas com a prática. Um caçador pode ser um filósofo mas antes de tudo ele é alguém que se sente atraído a ir onde os fantasmas
estão e interagir com ele. Não temos ainda como engarrafar um fantasma e levá-lo para nossa galeria de troféus mas isso não quer dizer que saimos de uma caçada apenas com nossas memórias e uma boa história. Com o equipamento certo você vai ser capaz de levar partes do fantasma com você, e guardar essas partes como registros para ir criando um mapa das atividades fantasmagóricas com que teve contato. Neste aspecto caçar fantasmas é como escalar montanhas ou praticar salto
livre. Nós sentimos o impulso de nos preparar, achar o lugar ideal e então “mergulhar de cabeça”. Grande parte das pessoas que caçam fantasmas tem explicações racionais do porque fazem isso, mas no fundo o principal motivo é se sentirem compelidas e lidar com fantasmas. E os equipamentos que veremos agora tornam essa experiência ainda mais intensa, além do que é uma maneira de conhecer melhor os fantasmas, conhecer melhor as circunstâncias em que se manifestam e eventulamente até mesmo descobrir como capturá-los de fato.
A atividade de caçar fantasmas evoluiu muito no último século assim como os equipamentos à disposição do caçador. De cristais dependurados em cordas de prata a equipamentos eletrônicos que podem custar algumas dezenas de milhares de reais. Vamos agora descrever os principais equipamentos, dos mais baratos e rudimentares até aquilo de melhor que a tecnologia atual tem a oferecer. E no processo aprender mais algumas coisas sobre a natureza dos fanstamas. No capítulo sobre como organizar sua caçada você vai ver a importância de cada objeto que vai adquirir e de se organizar com eles, mas por hora vamos começar pelo
básico, a função de cada aparelho ou equipamento.
A primeira lição quando lidamos com qualquer equipamento, e que será repetida e explorada abaixo, é: quando caçamos fantasmas procuramos leituras ou fenômenos sem uma causa perceptível. Por exemplo, você está em um quarto e um porta retratos se ergue no ar. Temos umfenômeno, sem causa aparente. Se estamos em um quarto e a temperatura cai em 15 graus, temos outro fenômeno aparentemente sem causa. Nos dois casos os equipamentos servem para atestar que não existe mesmo algo comum causando esses fenômenos. Se uma massa de ar frio surgiu e a temperatura da região caiu é normal que a temperatura do quarto caia. Se do lado de fora da casa começou a ventar muito e o quarto possui uma janela é normal que a temperatura dele caia rápido, se um
ar condicionado foi ligado é normal que caia. Agora se apenas este cômodo esfriou, ele não possui janelas, ar condicionado, correntes de ar, furos na parede nem nada que possa explicar a queda de temperatura então você está diante de algo único e inexplicável. No caso do porta retrato investigações também devem ser feitas, onde ele estava no momento que saiu voando? Alguém pode ter esbarrado em algo que caiu na mesinha onde ele estava? Houve alguma rajada de ar? É um caso de fantasmas ou poltergeister?
Desta forma o equipamento certo na hora certa pode tranformar a sua caçada em algo épico e lhe render muitos frutos.
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