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Tamosauskas (e U)
Nossa intenção com estes relatos é falar um pouco sobre a experiência do sagrado feminino dentro do sistema enochiano, e em particular com a figura de Galvah. Os autores não garantem resultados das operações aqui ensinadas caso reproduzidos por outras pessoas, uma vez que se tratam de experiências pessoais dificilmente replicáveis, contudo os relatos específicos com entidades ferminas são escassos neste sistema e cremos que este artigo possam ser uma porta de entrada em benefício dos praticantes.
A figura angelical que acreditamos entrar em contato, é apresentada por Aaron Leitch em seu artigo “Quem é a Grande Mãe Galvah?” onde o autor conta que ela revelou para John Dee e Edward Kelley com o objetivo de revelar para eles a ultima Tábua do Liber Loagaeth, que falava sobre o Fim dos Tempos. Seu nome significa “O Fim”, mas o anjo Illemese, também a chamou de “Sabedoria”, criando assim uma relação com a Santa Sophia dos gnósticos e o anjo Madimi a chamou simplesmente de “Mãe”.
Relato de U
Minha experiência com Galvah aconteceu de forma espontânea. Foi no período inicial da pandemia, quando algumas pessoas do meu time de trabalho, foram transferidas para o trabalho remoto. Devido a essa condição, percebi que poderia realizar um antigo desejo, que era a execução ritual de 50 dias da Arte Sagrada de Gebofal, que foi o mesmo ritual executado por Enoque, de acordo com anjos que instruíram John Dee e Edward Kelly no século XVI. O processo do ritual consiste em fazer uma série de evocações de uma hierarquia angelical, sendo a primeira pela manhã, a segunda por volta do meio-dia, e a terceira e última no começo da noite. O objetivo desse ritual é a busca de uma elevação espiritual e uma comunhão com os anjos.
Dei início ao ritual sem saber muito bem o que iria acontecer, até porque não tinha conhecimento de ninguém que tivesse feito esse ritual antes.
Durante o período percebi uma mudança grande no meu campo mental. Parecia que estava envolvido com algo sagrado durante dia inteiro. Uma das atividades a serem executadas nessas ações, é a pronúncia de uma das chaves ou orações no idioma angelical. Acontece que ao terminar uma ação, a oração continua na sua mente. Eu voltava as minhas atividades e começava a repetir pedaços dessas orações mentalmente. A sensação que passava era a de estar em ritual o dia inteiro.
No quadragésimo terceiro dia, ou seja, sete dias para terminar o ritual, terminei minhas atividades no final do dia e fui dormir. Durante a noite tive um sonho onde estava em um castelo. Estavam presentes vários irmãos do meu convívio da maçonaria. Nós estávamos participando de um ritual de iniciação. O nome do ritual era Ritual Ecumênico para Mestres Instalados. Nós vestíamos terno, camisa social e gravata preta. Usávamos também uma estola preta e um chapéu todo preto que posteriormente descobri se chamar Chapéu de Cavaleiro Templário de Beausent. Deixarei aqui algumas fotos de chapéus bem parecidos com o do sonho.
Enquanto a parte posterior de nossas vestimentas era tudo em preto e pomposo, da cintura para baixo, era tudo em branco, feito de material muito simples na cor branca. As calças eram de algodão cru, e no lugar de sapatos, tínhamos uma espécie de saco nos pés, feito com o mesmo tecido das calças, e para que esses sacos não saíssem enquanto andávamos, tinha uma corda de sisal bem fina que partia do dedo grande e trançada pelo peito e sola dos pés até serem amarradas nos tornozelos.
O castelo era feito de pedras escuras parecendo que elas tinham sido esculpidas a mão. Havia uma escada a nossa frente que fazia uma curva para esquerda e levava a um mezanino, onde se encontrava uma mulher por volta dos seus 70 anos. Era tinha cabelos brancos e curtos com uma pequena franja. Ela foi a responsável por conduzir o ritual.
Não lembro bem todos os detalhes que aconteceram durante a cerimônia, mas a intuição me diz que aquele castelo era uma das Torres de Vigia, mencionadas pelos anjos a John Dee. E a mulher que conduziu a iniciação era Galvah. O nome Ecumênico seria a união das egrégoras humana e angelical.
Esse sonho representou para mim uma mensagem de boas-vindas por parte dos anjos, e que a partir dele, estava definitivamente inserido a uma nova egrégora.
Relato de Tamosauskas
O uso por cerca de trinta e tres dias do Mantra da Chave Enoquiano, feito em paralelo a alguns estudos sobre alquimia, que resultavam na produção do texto ‘Santa Maria e o Mercúrio Filosofal‘ que me despertou para a importância da Anima, o arquétipo feminino no trabalho alquímico.
Decidi assim consultar espíritos enochianos femininos para ver se aprendia algo com elas que não estava nos livros. Por coincidência estava também recentemente traduzindo uns textos do Aaron Leitch para o morte súbita e me deparei entre eles com a figura de Galvah. Decidi chamá-la.
Importante informar que nestes dias estava seguindo dia a dia a rotina da Santa Temporada Thelemica proposta pela Ecclesia Babalon. Para chamá-la Galvah intui que poderia usar o mantra descoberto no mês passado intercalado com uma longa vocalização do nome da entidade, tal como descrito no artigo sobre o mantra da chave.
Prossegui assim até cair no sono.
Sonhei que estava em na porta de um castelo feito de pedras pretas e saia em direção a um jardim cheio de borboletas azuis e margaridas. Vejo uma movimentação atrás de um arbusto amarelado de palha seca e de trás dele sai uma senhora bem velhinha, bem magra e repleta de rugas. Ela olha para mim e sorri e conforme vai se aproximando vai ficando mais nova e mais encorpada até que quando chega bem perto tem a aparência de sessenta anos com belos cabelos branco e a vestes como as das santas católicas, mas sem véu. Na minha cabeça naquela hora era Maria mesmo. Eis que ela tira um dos seios para fora me me serve leite em uma taça de cristal. O leite na verdade tinha gosto de uma gemada deliciosa e era extremamente doce sem ser enjoativo de um jeito que não seria possível existir no mundo material.
Nesse dia ocorreram três coincidências dignas de nota. Uma delas foi um texto que, sem saber da operação, Vesta Nox da Ecclesia Babalon me mandou relacionado a Galvah. Logo em seguida o Robson, coordenador do grupo enochiano me sugere pesquisar a Corrente 156. Terceira foi que quando conversei com o Robson a respeito ele me contou que começou a tocar essa música aqui. Galvah, Babalon e Nossa Senhora são todas expressões do Sagrado Feminino cuja intenção era entrar em contato.
Houve ainda um segundo sonho na noite seguinte. Sonhei que dois guias meus estavam defumando minha casa com Palo Santo e mandaram me chamar porque tinham descoberto algo. Cheguei lá e um deles disse que tinha que me falar uma coisa enquanto que o outro ficou quieto o tempo todo.
Falou que estavam fazendo uma limpeza e acharam uma coisa que estava escondida e que só apareceu por causa do chamado a Galvah.
O guia me desafiou e perguntou se eu podia ver o que era. Me esforcei e consegui ver imagens de uma mulher abutre bonitona como se fosse uma harpia e uma caveira horrorosa em seguida. Perguntei se era Galvah mas ele riu e disse que não.
Ai explicou que era uma entidade que estava presa na casa por causa de uma divida antiga com os meus pais ou com quem morou lá antes da nossa família. Seja quem for estava lá ha muito tempo.
Eu falei, ‘ihh coitada podemos soltar ela?’
E o guia disse que isso seria uma coisa boa para mim e só eu mesmo poderia fazer isso porque a casa era minha agora.
Ai perguntei como solto ela? Ele respondeu é só falar: “Senhora da Luz e da Sombra eu te libero” ou “Pela Senhora da Luz e da Sombra eu te liberto”, não lembro mais exatamente a frase.
Pontos em Comum
Os dois relatos foram feitos de maneira independente e sem sequer o conhecimento um do outro. Conversando entre nós os seguintes pontos em comum foram encontrados:
- Contato precedido por uma preparação espiritual de vários dias.
- A presença de um Castelo de pedras escuras.
- Sensação de se aproximar de algo sagrado
- Contato feito por meio de sonhos vívidos.
Uma última curiosidade é a aparência física de Galvah em ambos os casos como uma mulher de idade. Curiosamente ambos concordamos com uma boa semelhança dela com a atriz Judi Dench.
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