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Shimon bar Yochai (Rashbi)

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A contribuição do Rashbi na história da cabala

Quando: Século II

Onde: Judeia

Livro: O Zohar

Importância: desvelou os sentidos ocultos da Torá

Por algo que dificilmente podemos chamar de coincidência o Segundo Templo de Jerusalém foi destruído logo após a morte de Jesus. Seguiu-se também a era das religiões monoteistas que temos hoje, notoriamente o judaismo, o cristianismo e o islamismo. A tradição da cabala teria agora anos difíceis pela frente. Nos primeiros séculos do milênio Yeshua e seus primeiros seguidores mantiveram a essência da cabala viva, mas logo depois tornou-se crime no Império Romano ser judeu ou cristão. A cabala passou então a ser estudada em segredo em uma ocultação que só terminaria no século 16. Seus poucos estudantes o faziam em segredo e com muita cautela de serem descobertos e irem parar primeiro entre os leões e depois nas fogueiras católicas. Entre o medo e as influências externas a cabala do século II precisava de um backup. Foi justamente essa a importância de  Shimon bar Yochai, também conhecido como o Rashbi.

Shimon bar Yochai não queria ser morto pelo imperador Adriano como seu mestre Rabino Akiva e muitos de seus conhecidos. Para fugir da perseguição romana refugiou-se durante doze anos em uma caverna com seu filho onde viveram escondidos por 13 anos orando, meditando e estudando a Torá.  Diz a tradição que logo suas roupas e provisões acabaram e eles passaram a se alimentar de uma alfarrobeira que nasceu por lá e a fazer seus estudos enterrados na areia até o pescoço (não se pode ler o Torá pelado). Um dia o profeta Elias (o mesmos que apareceu no Monte Tabor para Jesus) surgiu de forma sobrenatural para  o Rashbi e revelou todos os significados ocultos da Torá. Nestas ocasiões foi desvelado a eles todos os segredos da cabala.

Após estas aulas (e a morte do imperador Adriano) Shimon bar Yochai saiu da caverna e viu que as pessoas ainda estavam ocupadas em colecionar bananas. Indignado reuniu nove estudantes e voltou para a caverna onde escreveu O Livro do Zohar (Esplendor), baseado em tudo o que aprendeu com Elias. Esta obra de vários volumes tornou-se o principal livro de cabala que temos até o dia de hoje. A tradição consagraria (Rashibi e seus seguidores) como os únicos seres humanos a alcançarem a perfeição e galgarem todos os 125 graus do caminho da Cabala. Se isso for verdade Shimon bar Yochai tetria uma posição ainda mais elevada que Jesus, Moisés e Abraão.

O Zohar foi escrito em aramaico e contêm a base da sabedoria cabalista, seus rituais e suas tradições. Curiosamente ninguém leu essa obra na época. o rashbi declarou que chegaria o dia em que mesmo uma criança de seis anos poderia receber a sabedoria da cabal. Mas até este dia chegar os manuscritos originais do Zohar deveriam ficar ocultos. Enterrado na caverna, o backup estava feito.

Note que mesmo a “cabala cristã” propriamente dita só foi ter início no século XV.  A cabala hermética, ainda que resgate a sabedoria antiga de muitos povos só foi estabelecida no século 19 com a Golden Dawn. Desnecessário dizer que existem muitas lendas em torno do Rashbi. Para muitas pessoas o Zohar foi na verdade escrito por outro judeu, Moisés de Leon (Mosé ben Sem Tob de León) na Espanha, no século XIII, pois não há registros de cópias anteriores. “Mas é claro, estavão enterradas!” dirão os tradicionalistas. Seja como for o Zohar marca em definitivo uma nova parte da história da cabala, e este só veio de fato a luz no século 13. Curiosamente é aos 13 anos que o menino judeu se torna homem. A volta do Zoar a superfície coincidiu com o fim da chamada Idade das Trevas.

 


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