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Princípios Ocultos Taoistas

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MIN TZU, excerto de CHINESE TAOIST SORCERY

O número total de princípios ocultos taoístas é tão vasto que é impossível explicá-los todos em um único livro. O que segue é uma explicação geral dos preceitos esotéricos fundamentais que formam o núcleo da tradição mística chinesa.

Crenças Taoístas

O ramo religioso do taoísmo é praticado por aqueles que buscam harmonia com o universo ao seu redor. Os adeptos buscam seu próprio avanço espiritual, não o de mais ninguém. Seu objetivo é expandir suas mentes estudando e tentando entender o reino dos deuses. Os taoístas acreditam que qualquer pessoa pode se tornar um deus, mas para isso, deve dedicar sua vida à busca desse objetivo.

O taoísmo, seja religioso ou filosófico, raramente foi causa de guerras ou conflitos entre os homens. Seus princípios incentivam a autodisciplina em vez de conflitos e contendas com os outros.

Um devoto taoísta nunca sente a necessidade de se intrometer na vida privada de outras pessoas e convertê-las às suas crenças, pois sua religião não é administrada por empresários. Ele está interessado em sua própria salvação, não no destino do mundo em geral, e não se preocupa com os outros, a menos que peçam seu conselho sobre assuntos religiosos.

O Caminho do Taoísmo

A religião taoísta é a luz orientadora que conduz uma pessoa pelo beco escuro do destino. Também é como uma estrada pela qual o homem viaja, buscando entender seu lugar no mundo. Como todas as estradas, essa estrada para o Céu permite que o homem avance em sua jornada, não retroceda. O viajante encontrará essa estrada fácil de seguir se permanecer no caminho principal e evitar atalhos que o desviem da rota mais segura e segura. Ele também descobrirá que, como em qualquer outra jornada, o primeiro passo é sempre o mais importante e, ainda assim, o mais difícil de dar. Deve ser dado rapidamente e sem hesitação, então o resto da jornada será mais fácil de completar. De longe, a estrada taoísta parece estar cheia de curvas acentuadas que lançam medo no coração do viajante, mas uma vez em rota, ele descobrirá que há uma maneira de negociar cada curva e que seus receios foram exagerados.

Se perseverar em sua jornada, o estudante de taoísmo logo descobrirá que, para ser bem-sucedido, deve avançar com confiança. Quanto mais cedo ele perceber que o mundo não foi criado para seu benefício exclusivo e que existem poderes divinos aos quais ele é apenas um fantoche, melhor será.

O princípio das artes marciais taoístas de resistência, chamado “lutar contra si mesmo”, ensina ao homem que seu pior inimigo é a síndrome do “eu em primeiro lugar”, que faz com que uma pessoa coloque seus próprios interesses acima de qualquer outra coisa.

Ao lutar contra seu próprio ego, em vez de lutar contra o mundo, o estudante de taoísmo aprende a autodisciplina e, assim, desenvolve uma personalidade nova e mais madura que o torna adequado para a prática da feitiçaria. Afinal, seja na religião ou na feitiçaria, uma pessoa deve lutar e conquistar a si mesma antes de fazer qualquer progresso substancial. Consequentemente, em sua busca para desvendar os mistérios da vida e da morte, ele deve primeiro aprender a se humilhar antes de tentar humilhar os outros.

Quando interage com os outros, o estudante de taoísmo evita contradição, resistência e fricção, dando-se assim a oportunidade de estudar silenciosamente o caráter e as intenções das pessoas. Dessa forma, ele eventualmente ganha a confiança e o poder necessários para dominar a vontade dos outros sem usar violência.

Eventualmente, o estudante de taoísmo acumula a sabedoria necessária para diferenciar entre verdade e falsidade, certo e errado. Ao observar a influência de causa e efeito nos mundos dos vivos e dos mortos, ele aguça seus poderes discriminatórios. Praticando técnicas de concentração, torna-se capaz de ter uma mente focada, valorizando ou evitando coisas ou pessoas sem ser influenciado por elas. Ao ver o caos gerado por aqueles que oferecem observações infundadas, ele aprende a temer falar sem primeiro saber do que está falando. Com o tempo, torna-se tão forte de vontade que ninguém consegue manipular sua mente ou qualquer um de seus cinco sentidos.

Evitando o Orgulho Excessivo

O desejo incontrolável de ser o melhor em tudo que se faz (ou o egocentrismo) não é um bom traço. Embora livros e filmes frequentemente apresentem heróis arrogantes e mal-educados, os estudantes de taoísmo rejeitam tais modelos e não tentam imitar seu comportamento.

Uma pessoa arrogante que pensa ser o rei em seu campo está desafiando diretamente o Céu, pois Deus é o único “Número Um” no universo. Tal impertinência resultará na destruição da pessoa, porque o Céu não perdoará ninguém que desafie o direito de Deus de ser o único ser perfeito em existência. Esse princípio também se aplica a nações – o país que ocupa a posição número um no mundo e se considera o “galo do galinheiro” logo será substituído, muitas vezes violentamente, por outro.

A importância de possuir autocontrole é tão grande que nos templos taoístas, os novatos não podem possuir espelhos, e nos templos budistas, os monges devem raspar a cabeça. Narcisismo e autoimportância não são traços desejáveis em quem busca entender os mistérios taoístas. Se uma pessoa deseja aprender a terminar seus dias com dignidade, deve primeiro superar sua vaidade.

Os filósofos taoístas gostam de dizer que consideram a deficiência como o estado perfeito do homem. Isso significa que, embora seja bom ter um pouco de orgulho, é melhor ter o mínimo possível. A melhor maneira de existir é imitar a maneira como a água flui em direção ao mar, cedendo suavemente aos obstáculos em vez de colidir com força contra eles.

O Taoísmo é uma Religião Chinesa

Muitas vezes, pessoas não chinesas acreditam que existem três religiões chinesas: Taoísmo, Budismo e Confucionismo. Mas o Taoísmo é a única religião nativa da China. O Budismo é uma doutrina estrangeira para a China, e o Confucionismo é essencialmente um sistema filosófico. Seitas cristãs também existem na China, pois os esforços de padres estrangeiros no Reino do Meio ao longo dos séculos não foram totalmente em vão.

O taoísmo existia na China muito antes de famosos taoístas como Lao Tsé nascerem. Na verdade, muitos princípios budistas modernos foram emprestados do taoísmo há quinze séculos. Mas ao medir a influência que o pensamento chinês teve sobre o budismo, deve-se lembrar que depois de ser introduzido na China e depois levado para o Japão, o budismo desapareceu em seu local de origem, a Índia. A versão chinesa do budismo tornou-se influenciada pelo pensamento chinês. Quando os sacerdotes indianos queriam reaprender o budismo, eles tinham que voltar à China e ao Japão para recuperar os princípios religiosos que haviam sido perdidos em sua terra.

Polaridade

Um mago que entende o Tao compreende como o universo é estruturado. Ele aprende os princípios de Yin e Yang, sabendo que todas as coisas mudam através do movimento e que o princípio da polaridade se aplica a todas as coisas. Se alguém acredita nos ensinamentos do taoísmo, então deve acreditar que este mundo tem um contraparte em algum outro lugar no tempo e no espaço. Se isso não fosse verdade, os ensinamentos do taoísmo seriam falsos e o universo não existiria. Claramente, a contraparte deste mundo é o além, o lugar onde as almas dos mortos vão para serem julgadas e aguardarem a reencarnação.

O Ladrão do Tempo

Contadores de histórias dizem que há milhares de anos na China, havia um incrível alquimista taoísta apelidado de “Ladrão do Tempo”. Ele viveu na época em que os taoístas eram famosos por transformar metais comuns em ouro puro e por realizar os truques e ilusões maravilhosos que mais tarde foram levados ao Ocidente como “mágica”.

Acredita-se que, ao recitar invocações taoístas e beber poções herbais secretas, esse alquimista poderia manipular os poderes místicos do Yin e Yang e reverter o processo de envelhecimento. Ao roubar anos de sua idade, o Ladrão do Tempo ficava mais jovem a cada dia, ao contrário de todos os outros que simplesmente envelheciam.

Fato ou ficção, essa história circulou por séculos entre pessoas que gostam de contar histórias estranhas. Diz-se que o feiticeiro não tinha discípulos, então ninguém sabe como sua vida terminou. Talvez ele finalmente tenha se permitido envelhecer e morrer, ou talvez ele simplesmente tenha se tornado um feto novamente.


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