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Citações de Eliphas Levi extraídas das suas obras e das de outros autores.
A HISTÓRIA DA MAGIA:
A magia foi confundida por muito tempo com o malabarismo de charlatães, as alucinações de mentes desordenadas e os crimes de certos malfeitores incomuns. Caso contrário, muitos explicariam prontamente a Magia como a arte de produzir efeitos na ausência de causas; e com base em tal definição será dito pelas pessoas comuns – com o bom senso que caracteriza o comum, em meio a tanta injustiça – que a Magia é um absurdo. (Introdução)
Na verdade, não pode ter analogia com as descrições daqueles que nada sabem sobre o assunto; além disso, não deve ser representada como isto ou aquilo por qualquer pessoa: é aquilo que é, extraindo de si mesma apenas, assim como a matemática, pois é a ciência exata e absoluta da Natureza e suas leis. (Introdução)
A magia é a ciência dos antigos magos; e a religião cristã, que silenciou os oráculos falsificados e acabou com as ilusões dos falsos deuses, não obstante, reverencia aqueles reis místicos que vieram do Oriente, guiados por uma estrela, para adorar o Salvador do mundo em Seu berço. São elevados pela tradição à categoria de reis, pois a iniciação mágica constitui uma verdadeira realeza; porque também a grande arte dos magos é caracterizada por todos os adeptos como a Arte Real, como o Reino Sagrado – o Sanctum Regnum. A estrela que conduz os peregrinos é a mesma Estrela Ardente que se encontra em todas as iniciações. Para os alquimistas é o signo da quintessência, para os magistas é o Grande Arcano, para os cabalistas o pentagrama sagrado. (Introdução)
A Grande Obra é a obtenção daquele ponto médio no qual reside a força de equilíbrio. Além disso, as reações de força equilibrada conservam em toda parte a vida universal pelo movimento perpétuo de nascimento e morte. É por esta razão que os filósofos compararam seu ouro ao sol. Pela mesma razão esse mesmo ouro cura todas as doenças da alma e comunica a imortalidade. (pág. 500)
Aqueles que encontraram esse ponto médio são verdadeiros e milagrosos adeptos da ciência e da razão. Eles são senhores da riqueza dos mundos, confidentes e amigos dos príncipes do próprio céu, e a Natureza os obedece porque eles querem o que é querido pela lei que é a força motriz da Natureza. É isso que o Salvador do mundo chamou de Reino dos Céus; este também é o Sanctum Regnum da Sagrada Cabala. É a Coroa e o Anel de Salomão; é o Vara de José que as estrelas obedeciam no céu e as colheitas na terra. (pág.501)
O GRANDE ARCANO: OU O OCULTISMO REVELADO:
Originalmente escrito em 1868. Publicado em francês em 1898. Publicado em inglês em 1975. ISBN 0-87728-938-7
Felizes no tempo de Jesus eram os que choravam! Felizes, agora, os que sabem rir, pois o riso é atributo do homem, como disse o grande profeta do Renascimento, Rabelais. O riso é tolerância; o riso é filosofia. Os céus clareiam quando eles riem, e o grande segredo da onipotência divina reside em um sorriso eterno!
– Livro Dois: O Mistério Real ou a Arte de Subjugar os Poderes, Capítulo V: A Escuridão Exterior.
Queremos ser claramente compreendidos neste ponto. Não estamos tentando dizer que sinais e ritos são uma grande farsa. Eles seriam assim se as pessoas não precisassem deles; mas temos que reconhecer que nem todos têm o mesmo grau de inteligência. As crianças sempre ouviram histórias de fadas, e essas histórias continuarão a ser contadas enquanto houver babás e mães. As crianças têm fé e é isso que as salva. Imagine uma criança de sete anos dizendo: ‘Não quero aceitar nada que não possa entender.’ O que alguém poderia ensinar a tal monstro? Aceite o que seus professores lhe dizem para começar, meu bom amigo, então estude e, se você não for um idiota, você entenderá aos poucos.
– Livro Dois: O Mistério Real ou a Arte de Subjugar os Poderes, Capítulo XI: Os Arcanos do Anel de Salomão.
O progresso é uma possibilidade para o animal: pode ser domado, domado e treinado; mas não é uma possibilidade para o tolo, pois o tolo pensa que não tem nada a aprender. Cabe a ele ditar aos outros e corrigi-los, e por isso é impossível argumentar com ele. Ele vai rir de você com desprezo ao dizer que o que ele não entende não é uma proposição significativa. ‘Por que não entendo, então?’, ele te pergunta, com maravilhoso descaramento. Dizer a ele que é porque ele é um tolo seria considerado apenas um insulto, então não há nada que você possa dizer em resposta. Todo mundo vê isso claramente, mas ele nunca vai perceber.
Aqui então, desde o início, está um segredo poderoso que é inacessível à maioria das pessoas; um segredo que jamais adivinharão e que seria inútil contar-lhes: o segredo de sua própria estupidez.
– Livro Dois: O Mistério Real ou a Arte de Subjugar os Poderes, Capítulo XII: O Terrível Segredo.
“Pai, perdoa-lhes”, disse Jesus, “porque não sabem o que fazem.” – Pessoas de bom senso, quem quer que sejam, acrescento, não os escutem, pois não sabem o que dizem.
– Livro Dois: O Mistério Real ou a Arte de Subjugar os Poderes, Capítulo XII: O Terrível Segredo.
DOGMA E RITUAL DA ALTA MAGIA:
1. א Todas as coisas proclamam uma causa ativa e pensante.
2. ב A unidade viva obedece às leis do número.
3. ג Aquilo que contém tudo não é limitado por nada.
4. ד Antes de tudo, Ele é encontrado em todos os lugares.
5. ה Ele, o único Mestre – louvor a Ele somente!
6. ו Aos corações puros, Ele dá a conhecer Sua verdadeira doutrina.
7. ז As obras da fé têm um único guia, debaixo do céu.
8. ח Assim, um só altar e uma só lei são dados.
9. ט O que o Eterno funda, para sempre fica.
10. י Do alto, até o nosso tempo, Ele governa cada fase.
11. כ Grande é a sua misericórdia, e severa a sua cólera.
12. ל Ele envia um rei ao Seu querido povo.
13. מ A tumba conduz a novas terras aos poucos,
A vida é imortal, somente a morte morrerá.
Quatro letras formam o Nome que rege todos os nomes.
“O sinal da Cruz adotado pelos cristãos não lhes pertence exclusivamente. É cabalístico, e representa as oposições e o equilíbrio quaternário dos elementos. Vemos pelo verso oculto do Pater, para o qual já chamamos a atenção em outro obra, que originalmente havia duas maneiras de fazê-la, ou, pelo menos, duas fórmulas muito diferentes para expressar seu significado — uma reservada aos sacerdotes e iniciados; a outra dada aos neófitos e aos profanos. Assim, por exemplo, o iniciado, levando a mão à testa, dizia: A ti; então acrescentava, pertence; e continuava, enquanto levava a mão ao peito – o reino; depois, ao ombro esquerdo – a justiça; ao ombro direito – e a misericórdia. Então juntava as duas mãos, acrescentando: ao longo dos ciclos geradores: ‘Tibi sunt Malchut, et Geburah et Chassed per AEonas’ — um sinal da Cruz, absolutamente e magnificamente cabalístico, que as profanações do gnosticismo fizeram a Igreja militante e oficial perder completamente.
– Citado em Ísis sem Véu, de H.P. Blavatsky, Vol. II, Capítulo III] (1877).
Fatos sangrentos e hediondos; atos de superstição revoltante, prisões e execuções de ferocidade estúpida. “Queime cada corpo!” a Inquisição parecia dizer – Deus escolherá facilmente os Seus! Pobres tolos, mulheres histéricas e idiotas foram assados vivos, sem piedade, pelo crime de “magia”. Mas, ao mesmo tempo, quantos grandes culpados escaparam a esta justiça injusta e sanguinária! Isso é o que Bodin nos faz apreciar plenamente.
– Citado em Ísis sem Véu, de H.P. Blavatsky, vol. II, Capítulo III (1877)
CITAÇÕES DIVERSAS SOBRE OS ASSUNTOS DE MAGIA E DOS MAGISTAS:
As obras de Lévi estão repletas de várias definições para “magia” e “magista”. Todas as citações são retiradas do livro Dogma e Ritual da Alta Magia, de Eliphas Levi, exceto quando houver a referência a outra obra junto à citação.
A MAGIA:
“Magia é a ciência tradicional dos segredos da Natureza que nos foi transmitida pelos Magos.”
“O GRANDE Agente Mágico, por nós denominado Luz Astral, por outros a alma da terra, e designado por antigos químicos sob os nomes de Azoth e MAGNÉSIA, esta força oculta, única e indubitável, é a chave de todo império, o segredo de todo poder. É o dragão alado de Medeia, a serpente do Mistério Edênico, é o recipiente universal das visões, […] Para ter o controle do Grande Agente Mágico são necessárias duas operações – concentrar e projetar, ou seja, fixar e mover.”
Falo da imaginação, que os cabalistas chamam de DIÁFANA ou TRANSLÚCIDA. A imaginação, com efeito, é como o olho da alma; nele as formas são delineadas e preservadas; assim vemos os reflexos do mundo invisível; é o recipiente das visões e o aparato da vida mágica. Por sua intervenção curamos doenças, modificamos as estações, afastamos a morte dos vivos e ressuscitamos os mortos, pois é a imaginação que exalta a vontade e lhe dá poder sobre o Agente Universal.
A força em si é cega, mas pode ser dirigida pela vontade do homem e é influenciada pelas opiniões prevalecentes. Este fluido universal [a Luz Astral] – se decidirmos considerá-lo como um fluido – sendo o meio comum de todos os organismos nervosos e o veículo de todas as vibrações sensitivas, estabelece uma solidariedade física real entre pessoas impressionáveis, e transmite de uma para outra as impressões da imaginação e do pensamento.”
[…] o trabalho hieroglífico de Hermes, sendo o Tarô ou Livro de Thoth.”
“A magia, ou melhor, o poder mágico, compreende duas coisas, uma ciência e uma força: sem a força a ciência não é nada, ou melhor, é um perigo.”
“As cerimônias sendo, como dissemos, métodos artificiais para criar um hábito de vontade, tornam-se desnecessárias quando o hábito é confirmado.”
“A magia é um instrumento da bondade divina ou orgulho demoníaco, mas é a aniquilação das alegrias terrenas e dos prazeres da vida mortal.”
“Existe uma ciência verdadeira e uma falsa, uma Magia Divina e uma Magia Infernal – em outras palavras, uma que é ilusória e tenebrosa.”
“A Necromancia e a Goetia (ou Goécia), que é Magia do Mal, produzem tais conchas e demônios, aparições de engano.” – O Ritual Mágico do Sanctum Regnum, Eliphas Levi.
“Na Magia Negra, o Diabo significa o emprego do Grande Agente Mágico para um propósito perverso por uma Vontade pervertida.” – O Ritual Mágico do Sanctum Regnum, Eliphas Levi.
“Praticar magia é ser um charlatão; conhecer a magia é ser um sábio.”
“A ciência dos espíritos se resume, portanto, inteiramente na ciência de Jesus Cristo. Anjos e demônios são seres puramente hipotéticos ou lendários; que permaneçam na poesia, não podem pertencer à ciência.” – A Ciência dos Espíritos, Eliphas Levi.
“Magia, o mero nome tornou-se crime e o ódio comum foi formulado nesta frase: “Magistas às chamas!” – como se gritava alguns séculos antes: “Aos leões com os cristãos!”
“A Magia é a divindade do homem conquistada pela ciência em união com a fé; os verdadeiros Magos são Homens-Deuses, em virtude de sua íntima união com o princípio divino.” – Lévi, Éliphas; Blavatsky, H. P. Os Paradoxos da Sabedoria Oculta.
“TODAS as religiões preservaram a lembrança de um livro primitivo, escrito em hieróglifos pelos sábios da época mais antiga do mundo. […] A tradição em questão repousa inteiramente sobre o único dogma da Magia: o visível é para nós a medida proporcional do invisível.” – Friedrich Nietzsche, O Anticristo.
O MAGISTA:
“Ele conhece o significado de todos os simbolismos [sic] e de todas as religiões; ele ousa praticá-los ou abster-se deles sem hipocrisia e sem impiedade; e ele se cala sobre o único dogma da iniciação suprema. Ele conhece a existência e a natureza do Grande Agente Mágico; ele ousa realizar os atos e dar expressão às palavras que o sujeitam à vontade humana, e ele se cala sobre os mistérios do Grande Arcano.”
“Irei além e afirmo que os círculos mágicos e as correntes magnéticas se estabelecem e influem, segundo leis fatais, sobre aqueles sobre os quais podem agir. […] O homem que é excêntrico em seu gênio é aquele que tenta formar um círculo combatendo a força atrativa central de cadeias e correntes estabelecidas.”
“No “Ritual” será nossa tarefa estimar a sequência de cerimônias e evocações verdadeiramente mágicas que constituem a grande obra da vocação sob o nome de Exercícios de Santo Inácio (de Loyola).”
“O feiticeiro e a feiticeira eram quase invariavelmente uma espécie de sapo humano, inchado de rancores duradouros. Eram pobres, repelidos por todos e consequentemente cheios de ódio. O medo que inspiravam era seu consolo e sua vingança; envenenavam-se por um sociedade da qual nada experimentaram senão as repulsas e os vícios, eles envenenaram por sua vez todos aqueles que eram fracos o suficiente para temê-los e vingaram a beleza e a juventude de sua maldita velhice e de sua atroz feiura.”
Os instrumentos mágicos mais importantes são a varinha (ou baqueta), a espada, a lâmpada, o cálice (ou taça), o altar e o tripé. Nas operações de Magia Transcendental e Divina, utiliza-se a lâmpada, a varinha (baqueta) e o cálice (ou taça); nas obras de Magia Negra, a varinha (ou baqueta) é substituída pela espada e a lâmpada pela vela de Cardano.”
“O Mago também deve ter outra vocação além da de magista. Magia não é um ofício.”
“Viver como um anacoreta, sem a ignorância supersticiosa que o leva a tal curso de vida, isso é sabedoria de fato, e o poder é a recompensa.” – O Ritual Mágico do Sanctum Regnum, Eliphas Levi.
“Ele vê os ímpios como inválidos de quem se deve ter pena e curar; o mundo, com seus erros e vícios, é para ele o hospital de Deus, e ele deseja servir nele.”
“Eles são sem medos e sem desejos, dominados por nenhuma falsidade, compartilhando nenhum erro, amando sem ilusões, sofrendo sem impaciência, repousando na quietude do pensamento eterno… um Mago não pode ser ignorante, pois magia implica superioridade, maestria, liderança, e liderança significa emancipação pelo conhecimento. O Mago acolhe o prazer, aceita a riqueza, merece honra, mas nunca é escravo de um deles; ele sabe ser pobre, abster-se e sofrer; ele suporta o esquecimento de bom grado pois é senhor de sua própria felicidade, e nada espera ou teme dos caprichos da fortuna. Ele pode amar sem ser amado; ele pode criar tesouros imperecíveis e exaltar-se acima do nível das honras ou dos prêmios da loteria. Ele possui aquilo que procura, ou seja, a paz profunda. Ele não se arrepende de nada que deve acabar, mas lembra com satisfação que encontrou o bem em tudo. Sua esperança é uma certeza, pois ele sabe que o bem é eterno e o mal transitório. Ele gosta da solidão, mas não foge da sociedade do homem; ele é uma criança com crianças, alegre com os jovens, estável com os velhos, paciente com os tolos, feliz com os sábios. Ele sorri com todos os que sorriem e chora com todos os que choram; aplaudindo a força, ele ainda é indulgente com a fraqueza; não ofendendo ninguém, ele mesmo não precisa perdoar, pois nunca se considera ofendido; ele tem pena daqueles que o interpretam mal e busca uma oportunidade para servi-los; pela força da bondade somente ele se vinga dos ingratos…”
“Não julgue; fale quase nada; ame e aja.”
“Aquele que vemos perecer pobre e abandonado é Cornélio Agrippa, menos magista do que qualquer outro, embora o vulgo persista em considerá-lo um feiticeiro mais poderoso do que todos.”
“Falou-se muito no século passado sobre um adepto acusado de charlatanismo, que foi denominado em vida de o divino Cagliostro. Sabe-se que ele praticava evocações e que nesta arte foi superado apenas pelo iluminado Schroepffer.”
Fonte: https://en.wikiquote.org/wiki/
Tradução por Ícaro Aron Soares.
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