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Rubellus Petrinus
Sujeito mineral. Mansões Filosofais, Fulcanelli, Lisboa, Edições 70, 1965, p 142 e 143.
«O seu nome tradicional, pedra dos filósofos, representa esse corpo o bastante para servir de base útil à sua identificação. Ele é, com efeito, verdadeiramente pedra, pois apresenta, ao sair da mina, os caracteres exteriores comuns a todos os minerais. É o caos dos sábios, no qual os quatro elementos estão encerrados, mas confusos e desordenados…»
«Chama-se ainda dragão negro coberto de escamas, serpente venenosa, filha de Saturno e a mais amada de seus filhos. Esta substância primária viu a sua evolução interrompida por interposição e penetração dum enxofre infecto e combustível, que empasta o seu puro mercúrio, o retém e o coagula. E, se bem que seja inteiramente volátil, este mercúrio primitivo, corporificado sob a acção secativa do enxofre arsenical, toma o aspecto de uma massa sólida, negra, densa fibrosa, quebradiça, friável, cuja pouca utilidade a torna vil, abjecta e desprezível aos olhos dos homens. Nesse sujeito – parente pobre da família dos metais – , o artista esclarecido encontra não obstante tudo aquilo de que necessita para começar e perfazer a sua grande tarefa, visto que ele entra, dizem os autores, no começo, no meio e no final da Obra…»
«É a razão pela qual eles representaram simbolicamente a sua matéria no seu primeiro ser pela figura do mundo, que continha em si os materiais do nosso globo hermético, ou microcosmo, reunidos sem ordem, sem forma, sem ritmo nem medida.»
«O nosso globo, reflexo e espelho do macrocosmo, não é pois, mais uma parcela do Caos primordial, destinada, pela vontade divina, ao renovamento elementar dos três reinos, mas que uma série de circunstâncias misteriosas orientou e dirigiu para o reino mineral…»
«A matéria filosófica é portanto de origem mineral e metálica. Daí, não há que procurá-la senão na raiz mineral e metálica, a qual, diz Basílio Valentim no seu livro das Doze Chaves, (designada por Lobo cinzento) foi reservada pelo Criador e destinada unicamente à geração dos metais.»
Enxofre. P 148. «Este fogo espiritual, informado e corporificado em sal, é o enxofre escondido, porque no decurso da sua operação nunca se torna manifesto nem sensível aos nossos olhos. E no entanto esse enxofre, mesmo sendo invisível, não é de todo de modo algum uma engenhosa abstracção, um artifício de doutrina. Sabemos isolá-lo, extraí-lo do corpo que o encobre, por um meio oculto e sol o aspecto dum pó seco, o qual nesse estado, se torna impróprio e sem efeito na arte filosófica.
Este fogo puro, da mesma essência que o enxofre específico do ouro, mas menos digerido, é, pelo contrário, mais abundante que o do metal precioso. É por isso que se une mais facilmente ao mercúrio dos minerais e metais imperfeitos. Filaleto assegura-nos que ele se encontra escondido no ventre de Áries, ou do Carneiro, constelação que o Sol percorre no mes de Abril. Enfim, que esconde em si o aço mágico tem ostensivamente no seu escudo a imagem do selo hermético, astro de seis raios.
É portanto nessa matéria muito comum, que nos parece simplesmente útil, que deveremos procurar o misterioso fogo solar, sal subtil e enxofre espiritual, luz celeste difusa nas trevas do corpo, sem a qual nada se pode fazer e que nada poderia substituir.»
Entrada Aberta ao Palácio Fechado do Rei, Global Ground, S.Paulo, p34.
«Então, procurando mais ainda esse enxofre activo, os magos o encontraram profundamente escondido na casa de Áries. O filho de Saturno acolheu-o com avidez, sendo ele mesmo matéria metálica puríssima, muito branda e próxima do estado primeiro dos metais, completamente desprovida de enxofre actual, mas capaz de receber o enxofre. Por essa razão, ela o atrai como um imã, o absorve e oculta nas suas entranhas. E o Todo-Poderoso, para perfazer esta obra, imprime-lhe o seu selo real….»
Separação. P 22. «Para bem desfazer a dificuldade, lê atentamente o que segue: toma quatro partes do nosso Dragão ígneo, que esconde no seu ventre o Aço mágico, e nove partes no nosso Imã; mistura-os juntos com o auxílio do tórrido Vulcano, de modo que formem uma água mineral onde sobre nadará uma escuma que deve ser rejeitada. Deixa a crosta e toma o núcleo, purga-o três vezes pelo fogo e o sal, o que será feito facilmente se Saturno contemplou sua própria beleza no Espelho de Marte.»
Régulo. P 14. «E tu, assim que vires a tua estrela, segue-a, até ao seu berço; aí verás um belo infante, separando-o das suas impurezas. Honra esse rebento real, abre o teu tesouro para oferecer-lhe ouro; e, após a sua morte, ele te dará da sua carne e do seu sangue, medicina suprema para os três reinos da terra.»
O investigador sagaz e com alguns conhecimentos da Arte facilmente compreenderá o simbolismo porque Fulcanelli como Filaleto foram extremamente caridosos tanto na descrição das principais características do Sujeito mineral como do seu Acólito metálico.
Resumimos ao mínimo o modus operandi porque a nossa intenção foi descrever apenas simbolicamente as matérias da via seca até ao Régulo Marcial Estrelado.
A via Seca está descrita até ao cozimento final da Rémora no livro daquele que foi discípulo de Fulcanelli, Eugène Canseliet no livro L’Alchimie Expliquée Sur Ses Textes Classiques, A Paris Chez Jean-Jacques Pauvert, 1972.
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