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Rubellus Petrinus
Os destilados vegetais só serão possíveis obter por meio da destilação, com espírito de vinho, das plantas que contenham óleo essencial.
Colhei, na época própria, as sumidades floridas das plantas que vos aprouvera e que contenham óleo essencial. Seguidamente, cortai-as em pedacinhos e enchei com elas a cucúrbita de um alambique de 6 litros, igual ao que usastes para destilar o óleo essencial.
Deitai-lhe, por cima, 500 ml de espírito de vinho bem rectificado a 60º e outro tanto de água.
Deixai digerir uma ou duas horas à temperatura de 40º. Destilai, primeiro, com calor suave, depois mais forte, sem ultrapassar os 80º, para que destile todo o espírito de vinho que foi introduzido.
O espírito de vinho arrastará consigo alguma água juntamente com o óleo essencial da planta, o qual ficará inseparavelmente dissolvido no espírito de vinho.
Depois de tudo destilado, desligai o forno e deixai arrefecer. Retirai o capitel. Agora, com um gancho de arame grosso, retirai da cucúrbita todas as plantas e secai-as ao Sol. Depois de secas, incinerai-as em cima de uma chapa de ferro.
Calcinai-as numa sertã de ferro ou numa escudela de barro, num fogão a gás, com fogo muito forte e extraí o sal como manda a Arte (ver Extracção do Sal das Plantas).
Vertei o destilado num vaso de circulação. Seguidamente, deitai o vosso sal bem calcinado e ainda quente no destilado, colocai o vaso de reencontro e agitai circularmente, a fim de dissolvê-lo melhor.
Deixai circular durante 10 dias. A água contida no espírito de vinho, dissolverá o sal. Se não se dissolver completamente, o restante ficará cristalizado no fundo.
Este processo é semelhante à destilação dos óleos essenciais porque o óleo encontra-se inseparavelmente dissolvido no espírito de vinho, mas espagiricamente, é mais completo, por ter em dissolução o sal da planta. Tal como o óleo essencial, o destilado poderá ser tomado simples em gotas ou em dose homeopática.
Há artistas que fazem os destilados vegetais espagíricos fermentando a planta escolhida em água com açúcar, dando assim, origem a um álcool, que dissolve o óleo essencial da referida planta. Nunca usamos este processo por considerarmos que na fermentação, se perde parte do óleo essencial da planta. Além disso, pelo nosso processo, é o espírito de vinho (mercúrio do vinho) que faz a extracção do óleo essencial.
DESTILAÇÃO DE ÓLEOS ESSENCIAIS
Para a destilação de óleos essenciais, tereis de usar um alambique de 6 litros com um recipiente de 2 litros com colo alto.
Será desnecessário dizer-vos que o óleo essencial só poderá ser destilado de plantas que o possuam, tais como o Alecrim (Rosmarinus Officinalis), Anis (Pimpenela Anisium), Cipreste (Cupressus Sempervirens), Camomila (Anthemis Nobilis) Eucalipto (Eucaliyptus Globulos), Hortelã Pimenta (Menta Piperita), Lavândula (Lavendula Officinalis), Poejos (Menta Pulegium), Tomilho (Thymus Vulgaris), etc.
Para fazerdes a mão, recomendamos destilar o Eucalipto, não só por ser muito fácil de encontrar, como também pela quantidade de óleo essencial que contém. As folhas dos ramos adultos contém 1,2 a 3% de óleo essencial.
Cortai alguns ramos de Eucalipto e retirai-lhe as folhas, uma a uma. Deitai- as, inteiras, na cucúrbita do alambique, até que cheguem à altura do colo. Colocai a cucúrbita no forno e, em seguida, vertei por cima das folhas 3 litros de água da fonte.
Colocai o termómetro, o cone de protecção e, por fim, o capitel, depois de terdes aplicado silicone em todas as junturas. Adaptai ao bico o redutor com respirador e, este, a um matrás com fundo plano (recipiente) e com um colo de mais de uma mão travessa de altura.
Aquecei, primeiro, a uma temperatura moderada, de uns 50º C, pelo espaço de uma hora e, só então, aumentareis a temperatura para cerca de 100º C.
Passado algum tempo, notareis, no interior da cabeça do capitel, pequeninos glóbulos de óleo essencial, que escorrem pelo bico para o recipiente, juntamente com a água destilada.
Continuai a destilar ininterruptamente, à mesma temperatura, mas tende a cautela de verificar se o bico do capitel não aquece demasiado. Se aquecer de forma a não poderdes colocar-lhe a mão em cima, reduzi a temperatura.
Quando o destilado atingir mais de metade da altura da pança do recipiente, podereis observar uma fina camada oleosa por cima da água, com a espessura de 2 ou 3 mm. Continuai a destilação até que o óleo essencial atinja cerca de metade do colo. Então, desligai o forno. Com a temperatura remanescente, o vosso destilado atingirá o cimo do recipiente.
Observai que o óleo essencial não ultrapassa o nível superior do matrás receptor, pois, se isso acontecer, o óleo perder-se-á através do respirador do adaptador.
Tereis destilado entre 20 e 30 ml de óleo essencial que retirareis do colo do recipiente com uma seringa, o qual guardareis num frasco de vidro bem fechado, ao abrigo da luz.
Em vez do recipiente de colo alto, podereis usar um separador para óleo essencial.
Deixai arrefecer o vosso alambique e retirai o capitel. Tirai a cucúrbita do forno e, com um gancho de arame bem forte, retirai todas as folhas de eucalipto da cucúrbita.
Voltai a repetir o processo, usando a água destilada que ficou no recipiente, sendo, apenas necessário, acrescentar mais 1 litro.
O mesmo processo aplicar-se-á a todas as outras plantas que contenham óleo essencial. É evidente que nem todas as plantas têm a mesma quantidade de óleo, por isso, o rendimento será diferente para cada planta, porém, o processo de extracção será sempre o mesmo.
Tomai cautela, não deixeis esgotar a água na cucúrbita a fim de que as plantas não se queimem. Se isso acontecesse, o óleo essencial sairia com empireuma, o que seria muito desagradável. Se deitardes 3 litros de água no alambique e destilardes 2, ficará ainda 1 litro na cucúrbita.
Evidentemente que há outros processos de destilação mais expeditos e que dão maior rendimento, como seja: uma cucúrbita de aço inoxidável de 100 litros ou mais, equipada com uma coluna de refluxo refrigerada e um separador para óleo, mas, este sistema, está fora do âmbito da nossa espagíria e é só usado industrialmente.
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