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A Obra Alquímica de Artephius

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A Obra principal deste grande Mestre está descrita em Le Livre Du Tres Ancien Philosophe Artephius traitant de l’Arte occulte & de la pierre Philosophale, traduzido em francês por Pierre Arnault, Sieur de la Chevalarie, e impresso nos Trois Traitez de la Philosophie Naturelle: chez Guillaume Marete, 1612.

Quais as matérias que utiliza na sua Obra? Ele descreve-as assim:

«E porque o nosso vinagre é uma dupla substância de azougue, uma de antimónio e a outra de Mercúrio sublimado…»

«…a água Antimonial Saturnina deve ser Mercurial e branca, a fim de que ela branqueie o ouro sem o queimar mas somente dissolvendo-o e depois congelando-se (coagulando-se) como creme branco.»

E logo a seguir:

«…porque quando ela sente o fogo comum, faz fundir o ouro ou a prata ..»

«Se tu colocas nesta água qualquer metal que seja, limado ou atenuado e se deixares por algum tempo em calor doce e lento, dissolve tudo e se transformará em água viscosa e em óleo branco tal como já foi dito.»

Estes elementos são suficientes para deduzirmos quais serão as matérias e, o resultado da sua reacção química com vista a obter o dissolvente do ouro e da prata.

Se a água tem uma dupla substância de mercúrio uma de antimónio e outra de mercúrio sublimado, o que em termos espagíricos poderá significar?

Destilai numa retorta de bom vidro Pirex um sublimado de mercúrio que pode ser obtido pela via húmida tal como já vos explicámos num aporte sobre as Águias com régulo de antimónio pulverizado em pó muito fino. O que obtereis? Quimicamente um tricloreto de antimónio ou seja manteiga de antimónio que funde a cerca de 60º.

Escusado será dizer-vos que tereis de ter conhecimentos da via seca do antimónio para poderdes preparar o seu régulo.

Esta destilação não é fácil e requer um toque de mão especial no que respeita ao calor caso contrário ela (manteiga) coagula no corno da retorta impedindo assim a sua destilação.

Se preferirdes fazer tal como já vos indicámos na versão da via húmida de Filaleto, isto é, colocardes num vaso um amálgama de régulo solar ou lunar feita por meio do azougue comum, juntamente com nitro e sal amoníaco, o resultado será o mesmo porque no amálgama já está incorporado o ouro ou a prata que Artephius junta posteriormente à manteiga de antimónio. Da reacção do nitro com o sal amoníaco resultará água régia que vai dissolver o mercúrio em sublimado e este por sua vez actuando sobre o amálgama do régulo Solar ou Lunar vai formar o composto que, na nossa opinião é só cozer num vaso cerrado hermeticamente.

Artéphius no seu tratado explica todas as fases do cozimento até ao final. Como em quase todas as Obras alquímicas o mais difícil é começar.

Esta é o nosso parecer acerca da via de Artéphius descrita num tratado que possuímos em fac-simile escrito em francês arcaico.

Rubellus Petrinus


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