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por T.Q.M.B.E.P.N
Definimos “Reino” como um estado que possui uma ordem maior ditada por um soberano, um rei ou imperador, que regula os atos de seus súditos. Portanto, os “Reinos de Exu” são espaços no plano astral que agrupam seres de mesma frequência (energia) tutelados e governados por um ser maior, denominado “Rei”.
Os “Exus Reis” são seres que se destacam nos grupos, tendo poder absolutista de guerra, persuasão, domínio e força. Portanto, são extremamente importantes nas colunas do Grande Império Negro.
Os “Reinos de Exu” são compostos por sete grandes reinos. Dentro dos Reinos existem subdivisões denominadas “Linhas”. As “Linhas” são formadoras de legiões ou falanges comandadas por um Exu de grande poder e os reinos são espaços astrais que delimitam, ordenam e estruturam tais Legiões sob a tutela de um Exu Rei e uma Pombagira Rainha.
Entendemos que dentro de cada “Reino de Exu”, atuam diversas “Linhas de Exu”, porém, existe um Rei que ministra todo o reino e líderes de falange que atuam concomitantemente.
Os Reinos de Exu são:
Reino das Encruzilhadas
Reino dos Cruzeiros
Reino das Matas
Reino da Kalunga Pequena (cemitérios)
Reino das Almas
Reino da Lira
Reino da Kalunga Grande (Praia)
O Reino das Encruzilhadas
Desde as épocas mais remotas, muitos mistérios cercam as encruzilhadas. Culturas milenares faziam uso dessas localidades para os cultos e oferendas. Dito pelas antigas tradições, as encruzilhadas são o ponto de interseção entre dois mundos: O mundo físico e o mundo espiritual. As encruzilhadas são os locais onde ocorre o entroncamento e direcionamento energético encaminhando as almas ao destino prescrito, ou seja, os “espíritos” encontram rumo correto no reino dos mortos. Vinda de qualquer direção, uma energia flui apenas por três caminhos distintos nas encruzilhadas. Estátuas e monumentos diversos foram erguidos em tais pontos para sinalizar o limiar entre o profano e o sagrado.
Como símbolo que une o físico ao espiritual, entendemos que a linha horizontal representa o mundo espiritual e a linha vertical o físico. O centro é onde ocorre a junção dos dois mundos. É o ponto de maior força e poder.
As encruzilhadas determinam a trajetória que deveremos seguir em nossas vidas, bem como o destino dos nossos desejos e súplicas.
O princípio dinâmico, vital aos seres individualizados, dentro dos cultos afro-brasileiros está intimamente ligado ao mistério de Exu. Segundo a cultura Nagô, é a qualidade de Exu (Èsú) Bara, Senhor dos Caminhos, que junto à qualidade de Exu Onã, abre e fecha a vida individual para elementos construtivos e destrutivos. Exu fica a esquerda dos caminhos controlando tudo que por eles passam. A encruzilhada aparece para Exu, sob o nome de orita, o ponto predileto, onde um único caminho reparte-se em três. Exu é o centro de toda comunicação, controlador dos caminhos e ordenador de todas as coisas que existem. Exu torna-se o regente da encruzilhada na horizontal e vertical, sendo o grande vínculo entre os homens e os espíritos.
A encruzilhada é o grande portal que possibilita aos Exus estarem em qualquer lugar, o que faz dela um dos locais mais importantes para o culto de Exu, afinal, Exu direcionará de acordo com as necessidades.
Os Exus são chamados nas encruzilhadas para trabalhar nos templos, assim como suas oferendas devem ser feitas no mesmo ponto de força. Além disso, estão intimamente ligados ao imaginário infernal, assim como à cidade de Torrinha, berço da lendária Maria Padilha.
A Quimbanda utiliza do “Reino das Encruzilhadas” para intercambiar todos os demais Reinos. As encruzilhadas são como “vias” energéticas que possibilitam a locomoção espiritual dos seres. Essas Legiões proporcionam vitórias contra todos os inimigos, ensinam feitiços poderosos, abrem os caminhos fechados e quando necessário curam enfermos. Trabalham nos processos de sedução e escravidão amorosa, além de serem excelente conselheiros aos filhos e adeptos da negra arte.
Muitas legiões, chamadas também como “Povos” compõem o “Reino das Encruzilhadas”:
Legião ou Povo da Encruzilhada da Rua;
Legião ou Povo da Encruzilhada de Lira;
Legião ou Povo da Encruzilhada da Lomba;
Legião ou Povo da Encruzilhada dos Trilhos;
Legião ou Povo da Encruzilhada da Mata;
Legião ou Povo da Encruzilhada da Kalunga;
Legião ou Povo da Encruzilhada da Praça;
Legião ou Povo da Encruzilhada do Espaço;
Legião ou Povo da Encruzilhada da Praia.
O Reino dos Cruzeiros
As encruzilhadas são vias de acesso das almas aos destinos que lhes competem e os cruzeiros são os portais entre os planos vibracionais. Entendemos que os cruzeiros são os portais de entrada e saída dos seres que estão se locomovendo nos planos astrais. Portanto, os dois reinos estão intimamente ligados.
Os antigos feiticeiros ensinavam que o “Cruzeiro” é o verdadeiro portal da Morte que, como toda porta, possui duplo fluxo: Entrada e saída. Os Exus que manifestam-se em tais linhas são intransponíveis guardiões dos Templos de Quimbanda, porém, quando enfurecidos, são sanguinários e perversos assassinos, feiticeiros que dominam os lançamentos de pragas e doenças terríveis. Em contra partida, se respeitosamente cultuados, são capazes de curar a pior das moléstias e evitar graves acidentes.
Muitas legiões, chamadas também como “Povos” compõem o “Reino do Cruzeiro”:
Legião ou Povo do Cruzeiro da Rua;
Legião ou Povo do Cruzeiro de Lira;
Legião ou Povo do Cruzeiro da Lomba;
Legião ou Povo do Cruzeiro das Almas;
Legião ou Povo do Cruzeiro da Mata;
Legião ou Povo do Cruzeiro da Kalunga;
Legião ou Povo do Cruzeiro da Praça;
Legião ou Povo do Cruzeiro do Espaço;
Legião ou Povo do Cruzeiro da Praia;
Legião ou Povo do Cruzeiro do Mar.
O Reino das Matas
O “Reino das Matas” é um dos frutos produzidos pela alquimia da Quimbanda. Nesse reino estão os seres de antigos caçadores, guerreiros e feiticeiros Kimbandas, Ngangas e Xamãs. Possuidores de conhecimento dos reinos mineral, vegetal e animal, são silenciosos e vorazes como os predadores que habitam nas escuras matas.
O arquétipo desses Exus costumam agradar-se com peles, penas, animais secos, lanças, arcos e todo tipo de artefato nativo. Conhecem poções e pós poderosos, bradam forte em seus filhos e não se corrompem por luxo algum. Sob alguns aspectos são verdadeiras feras em pele de cordeiro, animais selvagens e assassinos quando necessário e, ótimos conselheiros capazes de reconciliar os piores inimigos. Conhecedores da guerra e da morte, não se curvam para nada e enfrentam todo tipo de feitiço com seriedade e força.
A mata exerce um poder purificador e as armadilhas que existem em seus sombrios vales e montes são cultuados na Quimbanda para que o adepto possa enfrentar a terra hostil que vive com fúria nos olhos e conhecimento na mente. A revolta dos antigos feiticeiros encaminha o guerreiro para a luz verdadeira e o fraco para o abismo inconsciente. Esse é o reflexo da obscuridade que existe no “Reino das Matas”, assim como no “Reino da Kalunga”.
A mata é uma “Kalunga”, pois a morte também repousa em suas terras. Existe uma relação estreita entre esses dois Reinos, afinal, existem inúmeros cemitérios indígenas e animais nas matas.
Muitas legiões, chamadas também como “Povos” compõem o “Reino da Mata”:
Legião ou Povo das Árvores;
Legião ou Povo dos Parques;
Legião ou Povo da Mata da Praia (que costeia);
Legião ou Povo das Campinas;
Legião ou Povo das Serras;
Legião ou Povo das Minas;
Legião ou Povo das Cobras;
Legião ou Povo das Montanhas;
Legião ou Povo das Panteras;
Legião ou Povo das Flores;
Legião ou Povo das Raízes.
O Reino da Kalunga ou Reino do Cemitério
Kalunga, palavra derivada dos povos do Congo ou Angola, possui uma definição que assemelha-se com “Necrópoles”, “Terra dos Mortos”, “Mundo dos Ancestrais” ou ainda a tênue linha que separa vivos dos mortos. Alguns acreditam que “Kalunga” significa o rio que separa vivos e mortos, papel muito similar ao rio “Styx” da mitologia grega. A mesma palavra é usada para qualificar grupos de escravos africanos e seus descendentes que fugiam dos senhores de engenho e agrupavam-se em pequenos povoados isolados e protegidos denominados “Quilombos”. Essas comunidades acabaram por agregar índios, brancos, brasileiros e europeus, além da presença de membros da igreja católica. Tal mistura de povos e tradições criou uma cultura hibridizada e, muito provavelmente, também tenha sido incubadora natural dos mitos formadores da Quimbanda Brasileira.
Para os ocidentais, o cemitério é um local de dor e solidão, onde as lágrimas jamais cessam, todavia, o conceito “Kalunga” difere-se culturalmente, pois os africanos acreditavam que o mundo dos ancestrais era o local de onde se emanava força e sabedoria que capacitavam as pessoas tornando-as ilustres. Quando o negro africano foi escravizado e trazido ao Brasil, atravessaram o grande rio (mar) ao qual denominaram de “Grande Kalunga” (Kalunga Grande). Assim temos duas concepções: Os cemitérios (Pequenas Kalungas) e o Mar (Kalunga Grande). Um detalhe importante é que antigos rituais crematórios de grandes autoridades e monarcas eram efetuados em embarcações dentro das águas do mar para que suas cinzas encontrassem o caminho do Reino dos Mortos. Em países do Oriente ainda existem tradições de cremação nas margens de rios.
A diferença reside no fato de que os cemitérios são locais destinados à sepultura dos mortos. Geralmente são afastados dos centros urbanos, pois são habitat de animais repugnantes que exercem o papel decompositor, ou seja, a morte alimenta a existência de outros animais.
Espiritualmente, os seres que compõem o “Reino da Kalunga Pequena” são muito obscuros, e parte de suas forças reside na nostalgia, nos sentimentos e ressentimentos, angústias e desespero. São grandes senhores e senhoras aptos à guerra, com enorme conhecimento no lançamento de feitiços que levam as pessoas à loucura, magias carregadas de epidemias e desgraças. Quando zelados e cultuados da maneira correta são capazes de curar e transmitir uma herança ancestral incrível. Só um ser da Kalunga é capaz de desmanchar um feitiço feito nela.
Muitas legiões, chamadas também como “Povos” compõem o “Reino da Kalunga Pequena”:
Legião ou Povo das Portas da Kalunga;
Legião ou Povo das Tumbas;
Legião ou Povo do Forno;
Legião ou Povo das Caveiras;
Legião ou Povo da Kalunga da Mata;
Legião ou Povo da Lomba;
Legião ou Povo das Covas;
Legião ou Povo da Mironga;
Legião ou Povo das Trevas;
Reino das Almas
Alma é uma palavra que deriva-se do latim “Animu” (aquilo que anima). De forma simplória, a alma é parte da fagulha original que ciclicamente vaga entre as reencarnações dentro dos vasos (corpos) materiais em busca da libertação. Toda peregrinação ao longo das vidas constrói e destrói convicções materiais nos seres que entram num turbilhão emocional ao longo do processo mortuário. Muitos aceitam os desígnios que lhe são impostos, outros demoram, mas acabam aceitando e alguns não. Dentro do processo de desencarnação, existem duas situações distintas: A transição e a busca.
A transição é o momento em que a pessoa acaba de se desligar do invólucro material. Neste exato ponto, existem determinados Senhores e Senhoras que direcionam para o “Cruzeiro das Almas” (portal de direcionamento espiritual). O trabalho de tais senhores é extremamente importante, pois conduzem seres que acabaram de receber o choque da morte. Essa é a transição. Nos hospitais, igrejas, centros espíritas, terreiros, mesquitas e velórios sempre existem seres aptos a guiar os desencarnados. Porém, o lado obscuro é o de aprisionadores das almas. De seres condutores, tornam-se algozes perseguidores que capturam e obrigam as almas a trabalhar nas correntes sinistras desse Reino. Os Exus das Almas são espíritos em constante contato com os seres humanos, conhecendo cada fenda na alma de cada um.
Outro domínio das legiões formadoras do “Reino das Almas” são os picos altos, as montanhas e desfiladeiros. Segundo antigas lendas, as almas que buscavam libertação e crescimento espiritual deveriam subir em montanhas para transcender e encontrar a imortalidade. Essa é a busca.
Os Exus e Pombagiras das Almas conhecem os centros energéticos dos seres humanos e são capazes de libertar as correntes necessárias para o despertar do “Eu Supremo” ou a “Suprema Consciência”. Num plano material, são responsáveis pelo crescimento material e evolução intelectual, pois carregam conhecimentos de milhares de existências. São mestres na arte da emboscada e aniquilação de frentes vindas pelos inimigos.
Muitas legiões, chamadas também como “Povos” compõem o “Reino das Almas”:
Legião ou Povo das Almas da Lomba;
Legião ou Povo das Almas do Cativeiro (Anima Mundi);
Legião ou Povo das Almas dos Velórios;
Legião ou Povo das Almas dos Hospitais;
Legião ou Povo das Almas dos Hospitais e Templos;
Legião ou Povo das Almas do Mato;
Legião ou Povo das Almas da Kalunga pequena;
Legião ou Povo das Almas da Kalunga Grande;
Legião ou Povo das Almas do Oriente;
Legião ou Povo das Almas dos Campos de Guerra.
Reino da Lira
O “Reino da Lira” é um dos maiores mistérios dentro da Quimbanda. Segundo o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, “Lira” significa um instrumento musical de cordas usado em tempos medievais. Apenas com esse direcionamento não entenderíamos a profundidade esotérica desse Reino, por tal motivo devemos recorrer à história para compreendermos melhor a associação entre a palavra “Lira” com o Reino de Exu que a mesma representa.
Lira é o nome de uma cidade localizada ao norte de Uganda que desde os tempos remotos destacava-se como grande centro de negócios. A localização geográfica da cidade, assim como a fartura de água e comida, faziam dessa cidade um ponto de encontro de diversos povos. A história da cidade relata que grandes tratados comerciais ocorriam entre etnias como os ciganos, árabes, chineses e os poderosos clãs bantus. Um local que atraia estrangeiros, certamente atraia o povo do entretenimento que é composto tanto de artistas quanto das damas da noite. Relatos provindos de espíritos alegam que na cidade de Lira muitos tratados comerciais eram regados com bebidas, danças, apresentações diversas e sexo. Diamantes, esmeraldas, cavalos árabes, pólvora, porcelanas, tapeçarias, peças em cobre e ouro e lindas mulheres, dentre tantos outros itens eram negociados nesse poderoso polo sócio-econômico-cultural africano. Além dos negócios, guerras ocorridas entre os próprios clãs e entre o povo de Uganda com estrangeiros, em especial os árabes, construíram uma identidade particular nessa região. Com o processo escravista europeu, homens e mulheres de Lira foram acorrentados e trazidos para o continente americano. Essa é a origem real do nome desse Reino, composto por espíritos que vivenciaram os dias de glória da região de Lira.
Porém, o “Reino da Lira” expande-se e agrega outros elementos em sua formação. Nos tempos da “Belle Époque” na França, abastados senhores frequentavam casas noturnas chamadas “cabaret”. Tais estabelecimentos eram extremamente luxuosos e existiam inúmeros espetáculos que envolviam desde danças sensuais com mulheres até apresentações circenses e óperas. Dentro de tais casas, a luxúria se mesclava aos vícios e conluio de banqueiros, policiais, assassinos e políticos que definiam os ditames do poder. O “cabaret” era uma casa onde o obscuro era rodeado por gargalhadas, sexo e luxo.
Não podemos citar os “cabaret” sem falar acerca da prostituição. Só ocorre prostituição em locais onde os conceitos morais e éticos aplicados consideram adultério como crime ou falha religiosa. Onde o adultério não é crime ou pecado, dificilmente existe prostituição. Muitas prostitutas são mestras na arte de manipulação mental e comportamental, fazendo com que os homens cometam todos os tipos de atos quando bem presos aos seus laços. Esse estado hipnótico que tais damas agarram suas presas, marcou a história do mundo em várias fases.
Os “cabaret” vieram ao Brasil através da colonização europeia. Além das moças, imigraram também algumas atrações que costumeiramente apresentavam-se em tais casas. Ao longo do tempo, mulheres de etnia indígena e negra também compuseram os “cabarés” brasileiros, onde ricos e poderosos senhores costumeiramente frequentaram. No processo formador da história do Brasil, os cabarés estiveram em diversos “bastidores”, assim como as prostitutas.
Na Quimbanda, o “Reino da Lira” é um espaço astral composto por toda essa legião que circundava o mundo dos negócios, da sedução e dos cabarés. Prostitutas, cafetões e cafetinas, senhores abastados (banqueiros, políticos, fazendeiros), jogadores e apostadores, artistas circenses, ciganos e ciganas, viciados em sexo e luxúria, assassinos passionais, traficantes, dentre outros seres. Seus pontos de força são os cabarés, motéis, boates, discotecas, bares, casas de aposta, porta de bancos, locais onde existam circos e outras atrações do gênero, casas antigas, casas de espetáculo e museus. Todavia, as legiões da Lira também respondem em quase todas as partes das cidades urbanizadas.
Os Exus e Pombagiras desse Reino são seres espertos e ladinos, aptos e sempre prontos para os golpes de boa sorte. São portadores de caminhos para as riquezas materiais e satisfações carnais. Podem levantar da miséria os adeptos dando oportunidades de trabalho, retirando pessoas dos vícios e depressões, em contra partida, obscuramente são seres que “chafurdam” os humanos nos vícios e na luxúria descontrolada. Capazes de iludir e enevoar, levam as pessoas a completa derrota em todos os sentidos. Não sentem piedade em escravizar e manipular os humanos fazendo-os cometer barbáries e sandices, além de corromper todos os pilares morais individuais.
Muitas legiões, chamadas também como “Povos” compõem o “Reino da Lira”:
Legião ou Povo do Inferno;
Legião ou Povo dos Cabarés;
Legião ou Povo da Lira;
Legião ou Povo dos Ciganos;
Legião ou Povo dos Malandros;
Legião ou Povo do Oriente;
Legião ou Povo do Lixo;
Legião ou Povo do Luar;
Legião ou Povo do Ouro;
Legião ou Povo do Camércio.
Reino da Kalunga Grande (Praia)
Como descrito anteriormente, o conceito “Kalunga Grande” é bem amplo. Entendemos que o “Reino da Praia” é composto tanto pelo mar quanto pela areia, pedras, rios e mata circundante. Outro aspecto importante é que a palavra praia aplica-se tanto para a água doce quanto para a salgada.
A grande massa de água salgada é composta por sete oceanos: Pacífico Norte, Pacífico Sul, Atlântico Norte, Atlântico Sul, Índico, Ártico e Antártico. Além desses sete oceanos encontramos lagos compostos de águas salinas sem saída para os oceanos como o Mar Morto, Mar Cáspio, dentre outros. Dentro dos inúmeros mitos e lendas descritos pelas antigas civilizações, os mares sempre foram ponto primal de seres espirituais e, até os dias atuais, não existe tecnologia que capacite ao homem suportar a pressão exercida nos abismos submersos.
Antigas lendas relatam que no fundo dos mares, rios e lagos, milhões de almas encontram-se encarceradas. As legiões do Cruzeiro depositam tais seres em gigantescas prisões astrais fortemente guardadas pelos Exus e Pombagiras do Reino da Praia, inacessíveis à outras formas espirituais. O mar também recebe náufragos de diversas espécies, além de já haver engolido cidades e civilizações inteiras.
A areia da praia é composta por grãos que são micro cristais. Tais cristais são micro pontos energéticos que transformam as praias em grandes emissores e receptores de energia. As areias e as águas formam pontos de força gigantescos. Existe uma aparente sensação de bem estar quando os humanos banham-se com as águas do mar ou mesmo meditam ao som das ondas, pois a água com imensa concentração de sal desobstruí e abre os pontos energéticos e a areia emana as energias necessárias para uma revitalização. Mas, dentro dessa poética e hipotética situação, existem forças brutais que usam dessa abertura dos centros de energia para se instalarem dentro dos seres humanos.
O “Reino da Praia” é composto por almas conduzidas a esse ponto de força para determinadas funções dentro do Grande Império de Maioral. Os Exus e Pombagiras do Reino da Praia são seres capacitados a conduzir os homens pelos caminhos da evolução, descobrindo a força interna e saindo dos labirintos da psique. Assim como os povos da Kalunga Pequena, curam enfermidades e abrem novos caminhos ao homem. Muitas vezes são evocados e invocados para resolver assuntos sentimentais, haja vista que o elemento água manifesta certas emoções, porém, são completamente desprovidos de sentimentos, apenas cumprindo as metas dos adeptos. São ferozes zeladores dos segredos religiosos, não permitindo que profanos (nascidos do barro) aproximem-se dos sagrados conhecimentos. Quando necessário, causam turbilhões emocionais e levam a pessoa ao centro do pior labirinto sentimental. Alguns são festeiros e gostam de algazarras, outros são silenciosos e pouco se manifestam no plano material.
Muitas legiões, chamadas também como “Povos” compõem o “Reino da Kalunga Grande (Praia)”:
Legião ou Povo dos Rios;
Legião ou Povo das Cachoeiras;
Legião ou Povo das Pedras Costeiras;
Legião ou Povo dos Marinheiros;
Legião ou Povo dos Piratas;
Legião ou Povo do Lodo;
Legião ou Povo do Mar;
Legião ou Povo da Ilha;
Legião ou Povo das Ondas;
Legião ou Povo dos Ventos;
Legião ou Povo das Profundezas.
Fonte: https://quimbandabrasileira.wixsite.com/ltj49/os-sete-reinos
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