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Conta a Lenda que Sara era uma escrava egípcia que pertencia a José de Arimatéia, este empresta Sara para as Marias (Maria Jacobé, Maria Salomé, Maria Madalena) para ajudá-las nos afazeres da casa, até porque as Marias cuidavam de Jesus e dos Apóstolos e quanto mais ajuda melhor.
Sara passa então a viver com as Marias e com Jesus, ouvindo os seus ensinamentos, as suas pregações que lhe despertaram a fé. Esta convivência continuou até a crucificação de Jesus, e Sara permaneceu na casa com as Marias.
Preciso aqui abrir um aparte, porque os cravos da crucificação de Jesus foram impostos pelos romanos para um ferreiro cigano fazer, porque os outros ferreiros se recusaram.
O Cigano Jacó os fez porque toda a sua família foi ameaçada, e ele ainda teve que participar da crucificação, conta a Lenda que o Cigano Jacó, chorando muito pediu perdão a Jesus, e disse ao Mestre:
– Meu Povo não vê maculas em ti.
Jesus com toda a sua misericórdia lhe responde.
– Confie naquela que sairá das águas, esta ajudará muito o seu Povo.
O Cigano Jacó contou aos Ciganos sobre as palavras de Jesus, e estes em suas andanças foram passando a mensagem adiante.
Passados alguns tempos, José de Arimatéia é acusado de se tornar um cristão e ter ajudado a roubar o corpo do Mestre, até porque foi no túmulo da sua família que foi colocado o corpo de Cristo, mas por ele ser rico e ter contribuído com a sua influência a favores aos romanos ele não foi condenado à crucificação, mas foi punido com a expulsão, e esta punição foi da seguinte forma:
José de Arimatéia, , as Marias e Sara, todos foram colocados em uma barca sem remos e sem alimentos, para sofrerem e morrerem em alto mar, e assim foi feito.
A Lenda conta que durante os sofrimentos que todos passaram, estando em Alto Mar, sem nenhuma provisão, todos entraram em desespero, mas Sara foi a que manteve a sua Fé e em meio a todo este tormento ela se ajoelhou na Barca e começou a pedir ao Mestre.
“Que se fosse do merecimento de todos, que a Barca aportasse em segurança e que todos tivessem o livramento da morte”, e “se ela Sara recebesse esta graça, ela seria escrava de Jesus, levaria a palavra do Mestre aonde ela não tenha sido ouvida, e que também usaria um lenço na cabeça para o resto da sua vida, em reverencia e agradecimento pela graça alcançada.
Milagrosamente a Barca aportou em segurança no Porto de Petit Roné, no sul da França, hoje conhecida como Saint Marie de La Mer (Santas Marias do Mar), onde todos foram acolhidos e recebidos pelos pescadores que viram esta Barca aportar.
Somente Sara não foi acolhida pela cor da sua pele, esta ficou na praia, mas ela não ficou só por muito tempo, haviam Ciganos acampados por perto e viram todo o ocorrido, e viram que aquela jovem de pele escura precisava de ajuda, e lembraram que outros Ciganos vindos da Pérsia traziam a mensagem que o Cigano de Nazaré havia contado junto ao seu sofrimento na crucificação do Mestre.
Estes Ciganos rapidamente a acolheram e Sara passou a com eles conviver, e deste então, começa também a contar sobre o Mestre Jesus e suas palavras e pregações.
Sara passou estes ensinamentos com tanto amor, que até hoje para os Ciganos, Jesus é o maior dos Ciganos, porque assim como eles, não tinha moradia fixa, sofria discriminações, mas sempre estava alegre e aceitava as provações postas em sua vida.
Sara não se casou, não teve filhos, viveu para falar sobre os ensinamentos do Mestre e também para ajudar os Ciganos nas suas fugas, porque naqueles tempos sofriam muitas perseguições e Sara com sua fé pedia o livramento ao Mestre Jesus e era atendida.
Sempre mostrava um caminho a seguir para sair daquela situação.
Sara morreu velhinha entre os Ciganos, e estes a enterraram em uma Gruta, em Saint Marie de La Mer, para que todos os Ciganos que passassem por ali, pudessem se lembrar desta jovem que com a sua fé e amor ao Cristo os livrou de muitos sofrimentos.
Após a morte de Sara, as ciganas assim como haviam aprendido com ela, começaram a fazer pedidos, só que eram feitos agora para Sara.
Pedidos para engravidar, sair de situações difíceis, enfim todos os tipos de pedidos, e estes começaram a se realizar, principalmente a gravidez, porque para uma Cigana não ser Mãe é uma verdadeira maldição, e em troca de um pedido realizado as ciganas ofereciam a Sara um lindo Dicló (Lenço) e prometiam levar este lenço até a sua Gruta em agradecimento.
Assim nasce a peregrinação a Gruta de Sara, em Saint Marie de La Mer, Santa Sara é homenageada todo o dia 24 e 25/05 com uma grande procissão dos Ciganos até a sua Gruta para levar os seus Diclós, agradecer a graça recebida, sendo que esta peregrinação acontece até os dias de hoje.
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Santa Sara Kali. Umbanda e Deus, 2018. Disponível em: <https://umbandaedeus.blogspot
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Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.
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