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Luis da Câmara Cascudo
trecho de Meleagro
O meu “alô” é sobre o Catimbó. É nome que corresponde à Pajelança amazônica mas difere dos Candomblés da Bahia e Macumbas do Rio de Janeiro. A denominação tem-se alastrado pelo Nordeste sem que afaste o emprego de outros títulos como os Xangôs do Recife e Maceió, muambas, canjerês, feitiços, coisa-feita, despacho, ebó. Catimbó é o feitiço e o processo de prepará-lo. Sua área é o Brasil.
Podia dizer que se trata do “baixo espiritismo” onde Mestre Carlos atende pelos processos deturpados de Allan Kardec. Os “mestres” do Catimbó abundam e têm sinonímia vasta. Catimbozeiros, macumbeiros, feiticeiros, muambeiros. Depressa a clientela aparece e se alarga, como ondas concêntricas, tanto a fama cresce quanto se distancia da verificação[1]! O velho feitiço, a bruxaria, está sendo examinado e tratado pelas fórmulas espíritas e o curado vem aos jornais agradecer, publicando o diagnóstico.[2]
O Catimbó é um processo de feitiçaria branca, com o cachimbo negro e o fumo indígena. Certo? E uma reunião de elementos que vivem noutros ambientes de bruxaria. O cachimbo seria a característica se não figurasse também na Pajelança amazônica. E se não estivesse firme nos lábios do pajé curador, desde o século XVI.
Há o mesmo por todos esses Estados do Nordeste e Norte do Brasil. Depois do Maranhão a influência da Pajelança é grande e já influem as diferenciações locais, ritos, nomenclatura, receituário. Os Caruanas atuam, os “médiuns” tomam nome de “ave” e os animais fabulosos do “fundo das águas” incorporam-se, falam, receitam. Em vez de Xaramundi, Mestre Carlos, Heron, as Meninas da Saia Verde, falam e orientam bichos ilustres e comuns como a Cobra Grande, a Mãe do Lago, o Jacaré-tinga descidos por uma corda fantástica. O Pajé fuma e bebe tafiá que chamamos “cauim” no Nordeste. Essa zoolatria é poderosa, projetando no astral os xerimbabos diários. Os bichos ficam encarnados no Pajé, somente nele, cantando, dançando, bebendo, dando ordens. Mas o Catimbó lança uma cabeça de ponte na Pajelança pela assistência do nordestino que emigrou. O nordestino acredita na Paje-lança, firmemente, mas vai lentamente espalhando suas recordações do Catimbó, um negro, um curador, aías-tando os bichos, sugerindo indígenas flecheiros, nomes de rios, mistérios, forças novas de encantados. Há dedução apenas nessa conclusão. A Pajelança amazônica tem, deve ter, bibliografia que ignoro.
Para o sul, depois do Recife, onde os Candomblés tomam o nome prestigioso de Xangô, o Catimbó vive bem, fingindo ter aderido, parcialmente, e fazendo “mesa, de consulta”, ensinando orações, receitas de folhas, raspas, raízes, frutos, fumando a “marca” e recebendo os encantados negros, brancos e indígenas, sem dança, sem bailado, sem tambor, sem chocalho. O próprio Pai-de-Terreiro, o Babalorixá, acaba aprendendo certos processos do Catimbó e vai usando, um e outro, como pode, atendendo aos pedidos. Em vez do agogô na mão do Babalorixá, ritmando os cantos, aparece o cachimbo grande, fumegando, chamando os encantados do Catimbó.
Até certo ponto há no Catimbó um sincretismo intenso e contínuo, agora rumando Espiritismo sem doutrina ética. Há a reminiscência da magia branca e européia, a persistência do Bruxo, do Feiticeiro, do Mago onipotente.
Quando um Pai-de-Terreiro recebe consultas e age isoladamente, para fazer “despacho”, responder perguntas, orientar, recorre tanto quanto possível ao Catimbó. Cita os orixás imponentes, o assombroso Exu, Iemanjá poderosa, Omolu, Oxosse, Ogum brigador, Xangô tempestuoso. Mas sentimos que o Catimbó traz ao “preparo” as memórias dos filtros, a bruxaria dos brancos distantes, os misteriosos poderes disciplinados à disposição da vontade pessoal.
No Rio Grande do Norte, onde estudei o Catimbó, o nome é relativamente moderno. Durante o século XIX a notícia oral do Feiticeiro vinha através do medo da ciência do indígena, do nativo inadaptado e guardador de segredos miraculosos. Dizia-se “feitiço”, como em Lisboa, ou “beber-jurema”, “adjunto da jurema”.
Os indígenas, catequizados por fora, ficaram por dentro com sua crença. E, quando possível, satisfaziam O ritual defeso, dançando a dança de Jurupari ao som dos maracás e roncos dos instrumentos sagrados que davam a morte às mulheres curiosas[3]? Uma festa secreta dessa indiada, no século XVIII, dizia-se “adjunto da jurema”. Adjunto é reunião, sessão, agrupamento. Faziam a, bebida com a jurema e bebiam-na no meio de cerimônias que não deixaram rasto. Era remédio, alegria, desabafo e sublimação. Bebiam, sonhavam, amavam. Pensam todos que as festas valiam o atrevimento inaudito da realização clandestina.
Encontrei no Arquivo da Sé da cidade do Natal, livro a do Obituário, fls. 24, um óbito que esclareceu a traição:
“Aos dois de Julho de Mil Sete Centos e Sincoenta e Oito anos faleceu da vida presente Antônio, indio preso na Cadea desta Cidade por razão do sumario, que se fez contra os Indios da Aldea de Mepibú, os quais fizeram adjunto de jurema, que se diz supersticioso; de idade de vinte e dois anos, ao julgar, e pouco mais, ou menos; faleceu confeçado e sacramentado: foi sepultado no adro desta Matriz de Nossa Senhora da Apresentação da Cidade do Natal do Rio Grande do Norte; foi encomendado pelo Reverendo Coadjutor Joam Tavares da Fonseca; e pelo seu assento fiz este, em que por verdade me assinei, — Manuel Corrêa Gomez, Vigário.”
Henry Koster, em 1814, sabia que os indígenas mantinham suas crendices. Descreveu os maracás, escondidos como objetos sagrados. Como Jean de Léry, registrou uma festa íntima dos indígenas, no interior de uma cabana pernambucana. “As cabanas são construídas com palha de coqueiro, e as mulatas conseguiram ver o que se passava através das folhas. Um grande vaso de barro estava no centro, ao redor do qual dançavam homens e mulheres. O cachimbo passava de uns aos outros. Pouco depois uma jovem indígena disse, em grande segredo, a uma companheira, de classe diversa da sua, que fora mandada dormir, dias antes, numa cabana das vizinhanças porque seu pai e sua mãe iam beber jurema. Essa bebida é feita com uma erva comum, mas nunca pude persuadir a um indígena para que me indicasse, e quando algum asseverava desconhecê-la positivamente, seu rosto desmentia as palavras.”[4]
O cachimbo e o to drink jurema denunciam a persis- tência desses elementos no Catimbó.
Um jornalzinho satírico que se publicava em Natal, O CORISCO, afirmava no n.º 13, de 21 de outubro de 1888, referindo-se a uma pessoa da terra:
Fui aluno do Remígio,
Muita jurema bebi.
Meti-me no Espiritismo
Do Feitiço me esqueci,
Esse Remígio que ensinava a beber jurema era o famoso Manuel Remígio do Nascimento, Mestre Remígio, com vestígios na tradição oral da cidade de Natal, são José de Mipibu e Parari. Em outubro de 1900 há notícia oficial de Mestre Remígio ter sido preso pela Polícia, na lagoa Manuel Filipe, arredores da capital, “quando dirigia uma sessão de feitiçaria”, Meio século passou.
O “beber jurema” continuou como sinônimo de feitiçaria e de reunião catimbozeira. Insiste em reaparecer por todo o Nordeste do País[5]. Num Candomblé de Caboclo na cidade do Salvador, macumba do Pai Quinguim que a Polícia baiana varejou e prendeu, havia um bailado bonito de negras meio nuas, ajoelhadas. Cantava O solista :
Eu sou caboclinho,
Eu só visto pena,
Eu só vim em terra
Para beber jurema!
E as negras, em coro, respondiam:
Para beber jurema…
Para beber jurema…
Numa “bruxaria” em Maceió um repórter informou que: “Correm a jurema. Um copo passou de boca em boca e começou a sessão, o alarido. [6]
A Jurema Branca, Acacia jurema Mart. é mais usada que a Jurema Preta, Mimosa nigra Hub. Empregam-na em chás, cozimentos para banho ou em tragmentos, embebidos em cachaça como amuletos, benzidos pelo “mestre de mesa”. Na forma clássica de fazer sonhar, como aconteceu ao guerreiro branco de Iracema, não há mais no- tícia. Nos Candomblés e Macumbas do Sul não a conhecem ou a conhecem pouco. O botânico F. C. Hoehne não encontrou a jurema entre os 827 espécimes que recolheu no O QUE VENDEM OS HERBANÁRIOS DA CIDADE DE SÃO PAULO, S. Paulo, 1920.
Qual será a origem do nome Catimbó? Rodolfo Garcia registra:
“CATIMBAU — Prática de feitiçaria ou espiritismo grosseiro. Etimologia: Lenz, Dicionário Etimoló- gico, 183, dá como provável a origem quíchua, de Katimpuy: “seguir uno que debia haberse quedado atrás”; mas não julga impossível que a voz se haja ouvido primitivamente aos negros e seja de origem africana; aliás, já Zorobabel Rodrigues, Dicionário de Chilenismos, 811, lhe atribui essa última procedência. Area geográfica: o termo parece geral no Chile e no Brasil; mas a acepção aqui apontada, e que não está nos dicionários, é privativa de Pernambuco, onde também mais espalhadamente se usa CATIMBÓ.” (Dicionário de Brasileirismos, Peculia- o EE Revista do Instituto Hist. Bras., ii e verbetes in gs e mais conhecidos adianta algumas polegadas. Morais, edição de 1831: “CA=TIMBAU — Homem ridículo. No Brasil, cachimbo pe- queno, velho”. Domingos Vieira, edição de 1873: “CATIMBAU — Termo do Brasil. Cachimbo pequeno. Termo chulo. Homem ridículo.” Rafael Bluteau registra seme-lhantemente assim, como Constâncio. Os modernos copiaram os antigos. Pereira da Costa expõe mais clara- mente no Vocabulário Pernambucano: “CATIMBAU ou CATIMBÓ — Mandinga, feitiçaria, sortilégio, casa dos feiticeiros, sessão ou prática de feitiçarias.. .” Não raro, Po- rém, ocorre a variante de CATIMBÁO, com as mesmas expressões do vocábulo, e assim figura mesmo como nome de um arraial no município de Buíque e de uma serra também ali situada; e como igualmente se vê nos vocabulários de Beaurepaire Rohan, Rodolfo Lenz e Zorobabel Rodriguez, mas com acepções diferentes, servindo apenas essas menções para demonstrar o curso de extensão que tem o termo. Como ponto mais remoto do emprego desta variante, encontramos o nome do peixe de água doce PIRA CATIMBAO, consignado por Alexandre Rodrigues Ferreira e citado por Gonçalves Dias, e, como termo, esta menção: “Inúmeras são as vítimas do espiritismo, do CATIMBAU, da feitiçaria africana, do fanatismo religioso.” (Pernambuco, n. 310, 1913.) Sobre a sua etimologia e origem, segundo o Dicionário Português e Brasiliense (1975), vem do dialeto tupi do Amazonas, com a expressão de “sarro”; e como escrevem Martius e Gonçalves Dias, catimbáo repoti significa sarro de cachimbo, vindo CATIMBÁAO, isoladamente, ao juízo de Alfredo de Carvalho, como corruptela de cáatinimbai, mato, ou folha branca, ruim, catinga ruim, que pode muito bem ser o fumo, tabaco, a Nicotina tabacum, de Lineu. CA- TIMBÃO, segundo uma definição que encontramos, é cachimbo de tubo comprido e fumarento, e como escreve Morais, cachimbo pequeno, velho, vindo daí, naturalmente nas sessões de feitiçarias, Catimbós ou Catimbaus, figurar o cachimbo como um dos principais objetos da “mesa”, e convenientemente usado segundo o grotesco cerimonial do ato. Temos assim a etimologia do vocábulo segundo as expendidas opiniões. Surge, porém, uma dúvida: CATIMBÃO era um termo corrente em Portugal, e já em voga nos albores do século XVIII como comprova o seu registro por Bluteau, com a expressão de “homem ridículo”, que o abona com este anexim ou ditado por- tuguês, sem dúvida originário de épocas anteriores: “Dizei ao mestre Catimbáo que se vá embora e dai-lhe com o pau.” Como parece a ele, o termo vem de cantibai, nome de uma peça de madeira, corrente entre os catpinteiros e marceneiros franceses. Registrando Morais O termo como chulo, e do Brasil, “cachimbo pequeno, velho”, como sem dúvida dá aquela mesma definição, ainda era corrente em Portugal, assim o encontrou em voga entre nós. O vocábulo, porém, já não aparece nos modernos léxicos portugueses. Entretanto, fica assim registrada a controvérsia”. (215-216)
O fumo, tabaco, petim, petum, erva-santa, insepará- vel dos indígenas, usada na hora da morte, consolo e estimulante, não seria, evidentemente, digno de ser catinga ruim, cheiro ruim, como propunha Pereira da Costa. Catimbão repcti vale dizer “excremento” do Catimbáo. Catimbáo poderá ser a forma contrata de catí, bolor, ferrugem, bodum, mau cheiro, e mbai, a coisa, o objeto, catimbai, Catimbáo. Catimbó, a coisa do mau cheiro, o objeto sujo de sarro, desagradável. Será que O indígena dizia e sentia esse desagrado do seu cachimbo? A explicação, convencional como a maioria de explicações, fundamenta-se nos elementos de formação disciplinados por Batista Caetano de Almeida Nogueira.”[7]
De qualquer modo, Catimbó é cachimbo e ao lado desta justificativa filológica há uma tradição verbal entre os “mestres de mesa”. João Juvenal da Costa Lima, Mestre Zinho, uma das autoridades na espécie, num dos momentos de confiança, disse-me que Catimbó, na significação verdadeira, “sabia pelos que sabem”, “pelos mestres”, “pelos velhos”, “pelos antigos”, era apenas “cachimbo”, porque sem cachimbo não havia catimbó. Tudo se reduzia no cerimonial às invocações aos “mestres do Além” através do fumo sagrado. E os “trabalhos” do Catimbó, correspondendo aos “despachos” nas Macumbas, são conhecidos por “fumaças”.
Na complicação dos dicionários há uma linha média inteligível. Bluteau ensinou que Catimbau em Portugal é homem velho, desprezível, cômico. Bluteau dizia Catimbáo vir do francês cantibai, uma peça de madeira. Fui ver no meu velho Valdez e deparei cantiban, cantibay, pau cheio de fendas, rachado, defeituoso de um lado. Seria, pois, a imagem do velho alquebrado, enrugado,
Não perime a conclusão acima a possibilidade de Catimbó originar-se de voz tupi. Haveria o Cantibay francês para o Catimbáo português, homem velho, feio, e um Catimmbai nheengatu para o Catimbáo-Catimbó brasileiro. Nada afasta a versão dos étimos duplos e coexistentes. Não vamos aprofundar. Cachimbo em tupi é aourepô segundo Gonçalves Dias ou pitiuaú conforme Stradelli. Essencial é apurar-se que o cachimbo é catimbó e vice-versa. Esquecia-me: Adolfo Coelho acha que catimbó é africanismo. De que língua? Não encontrei rastos nos vocabulários consultados. Verdade é que os possui de idiomas dos manjacos, benguelas, quimbundos, bijagós, mandingas (residentes na Guiné Portuguesa) e seus ramos soninqués e beafadas (djolás), etc., mas nele o Catimbó é ausente.
Também para o extremo Norte do Brasil o Catimbó é pouco citado embora exista muito. O Sr. Alfredo Augusto da Mata não o incluiu no seu VOCABULÁRIO AMA-ZONENSE, Manaus, 1989. Registrou entretanto MACUMBA como “misto de catolicismo, feiticismo africano e supertições tupis”, e PAJELANÇA como “ato do pajé, do feiticeiro”.
Notas:
[1] FATOS POLICIAIS. Catimbozeiros nas malhas da Polícia. Foram presos no dia 8 do corrente, pelo Delegado do 3.º Distrito, quando realizavam uma sessão de Catimbó nas proximidades do Morro Branco, o indivíduo José Francisco da Silva e a mulher Fran- cisca do Nascimento. Pela mesma autoridade foram intimados a comparecer à referida Delegacia, a fim de prestarem declarações, por acusação da prática de Catimbó, as seguintes pessoas: Beneve- nuta Maria Gomes, residente na Baixa da Coruja; Rita Duarte da Silva, residente à Avenida Dois; Elvira dos Santos, residente também à Avenida Dois, n.º 677; Joana Maria da Conceição, residente em Lagoa Seca; João Ascendino, residente à Avenida Dez, n.º 522; Luís França e Silva, residente à Rua Amaro Barreto; João de Sales, residente à Travessa Seis; Diomedes Dantas, também residente à Travessa Seis; Luís Bento dos Santos e sua mulher, Francisca Ferreira dos Santos, residente no Quilômetro Cinco; e Francisco Ribeiro do Nascimento, residente à Avenida Trinta e Um, em poder de alguns destes foi apreendida grande quantidade de material E nas “sessões.” (A REPÚBLICA, Natal, 15 de setembro de 1939).
[2] Ver um “Agradecimento” publicado na GAZETA DE ALA- GOAS, Maceió, 26 de junho de 1938. “O meu incômodo, segundo disse o ilustre espírita, tratava-se de bruxaria, ete.”, informa o feliz consulente. Num exemplar do CORREIO DA MANHÃ, Rio de Janeiro, 22 de julho de 1915, um “Cartomante Africano” desfaz todos os males de feitiçaria em um breve de felicidade e jogo.
[3] Luís Câmara Cascudo, GEOGRAFIA DOS MITOS BRASILEIROS, Jurupari, 80-110, Rio de Janeiro, 1947; José Olímpio, edi- tor. 22 ed. 1976.
[4] Henry Koster, VIAGENS AO NORDESTE DO BRASIL, 397, São Paulo, 192, tradução e notas de Luís da Câmara Cascudo.
[5] 5 No FOLCLORE MÁGICO DO NORDESTE, o Dr. Gonçalves Fernandes registra o Catimbó na Paraíba, com linhas, músicas, comentários e mesmo uma interpretação. Um dos encantados canta:
Eu venho do outro mundo
Da cidade de Acúis.
Eu fui beber jurema
Na mesa dos juremás.
E cita: “A jurema com aguardente corre de boca em boca e há como uma só máscara em todas as faces”, 116, 115, Rio de Janeiro, 1938.
[6] Artur Ramos, O NEGRO BRASILEIRO, 110 e 112. A ma- cumba do Pai Quinquim é de março de 1929 e a “bruxaria” de Maceió em março de 1934.
[7] Batista Caetano de Almeida Nogueira, Vocabulário das Palavras Guaranis usadas pelo tradutor da Conquista Espiritual do Padre A. Ruiz de Montoya, “Anais da Biblioteca Nacional”, vol. VII, Kio de Janeiro, 1879. penso, mal-ajambrado. Há no Brasil a frase “cachimbo apagado” como pessoa esgotada, inútil, nada podendo fazer de útil. “Sou cachimbo apagado”, dizia-me um ex-governador de Estado, fingindo desinteresse e ausência de prestígio eleitoral. Tudo, como se vê, tem seu nexo bem lógico. A cerimônia tomou nome do objeto essencial para sua realização.
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