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Iemanjá

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Iemanjá, Iyemanjá, Iemanjá, Yemaya, Iemoja, ou Yemoja, Dandalunga (angolas), Kaiala (congos), Janaína, Inaê, Sobá, Oloxum,  Princesa de Aiucá, Sereia Mukunã, Senhora da Calunga Grande, Rainha do Mar ou Senhora da Coroa Estrelada

Estes são alguns dos nomes que designam Iemanjá, a Divindade que na Umbanda é a Grande Mãe, a Mãe da Geração.

Iemanjá é a Divindade que está assentado no polo universal positivo ou irradiante do Trono da Geração e da Vida e que rege a Sétima Linha de Umbanda (Linha da Geração), onde polariza com o Orixá Omolu (Trono Masculino da Geração), cujo magnetismo é negativo ou absorvedor.

Iemanjá, a Mãe da Vida, é a água que vivifica; e Pai Omulu é a terra que amolda os viventes.

O campo preferencial de atuação de Iemanjá é no amparo à maternidade, porque Ela é Senhora do Mistério Maternal. Simboliza a maternidade, o amparo materno, a mãe propriamente, “a Mãe da Vida”.

Mãe Iemanjá representa a Manifestação das Qualidades Geradora e Criativa do Divino Criador. É o Orixá Universal que irradia continuamente as Qualidades geradoras da vida e da criatividade, abençoando todos os seres de forma natural, sem forçar ninguém. E sempre ampara aqueles que pedem e buscam essas bênçãos.

Ela irradia o tempo todo seu Fator Gerador e Criacionista, que estimula a geração e a criatividade das pessoas, trazendo oportunidades de crescimento nos Sete Sentidos da Vida, pois irá estimular a geração de vidas, de ideias, de fé, de amor, de conhecimento etc.

Nos mitos da Criação do Universo, Ela é a representação do Princípio Feminino, é “o aspecto Mãe” do Criador. É conhecida como “a Mãe de todos os Orixás” porque está na origem de todas as coisas.

O principal elemento de Iemanjá é a água, o elemento das emoções. O mar é regido por Ela; e a Ciência estuda que a origem da vida está nas águas.

O mar representa todas as águas, já que todas as águas correm para o mar. E o mar “lava” os nossos problemas e mágoas e renova a nossa vontade de viver, justamente porque a sua energia é uma Emanação da Mãe da Vida. Assim, podemos pedir a Iemanjá que nos ajude a lidar com as nossas emoções e a equilibrá-las.

A Regência de Iemanjá vai muito além da geração através do sexo, pois representa a Geração da Vida no sentido mais amplo: a geração dos seres, das criaturas e das espécies; e a doação da criatividade que permite aos seres encontrarem seus “pares”, unindo-se a eles para se multiplicarem e conseguirem melhores resultados nas suas vidas. Esses “pares” são as Energias emanadas por este Orixá, que podemos atrair para nos ajudar a desenvolver nossos potenciais; e também podem surgir como pessoas, companheiros, parceiros de caminhada, grupos de estudos e atividades etc. Tudo isso está contido no Mistério Maternal de Iemanjá, que nos dá equilíbrio emocional e energético, gerando novos caminhos e oportunidades em nossas vidas.

Desse modo, podemos pedir à Mãe Iemanjá a bênção da criatividade sempre que formos iniciar algum projeto novo e quando precisarmos encontrar novas fórmulas de viver e novos caminhos (de trabalho, de fazer as coisas, de encarar os desafios da vida).

Associada ao movimento das águas e à fertilidade, Iemanjá é dona de grande poder de sedução e capaz de encantar os marinheiros e arrastá-los para o seu palácio submerso, de onde nunca mais retornam… Podemos entender isso como a necessidade que o ser humano tem de manter o equilíbrio emocional, para não cair num mergulho em emoções desequilibradas, sempre de difícil retorno…

Suas águas salgadas simbolizam as lágrimas de uma mãe que sofre pela vida de seus filhos, que os vê se afastarem de seu abrigo, tomando rumos independentes.

Além de protetora da vida marinha, Iemanjá é principalmente a protetora da harmonia familiar, do lar, do casamento e do nascimento, é a Sua força que ampara o momento do nascimento de um bebê.

A Regência de Iemanjá em nossas vidas se manifesta na necessidade de sabermos se aqueles que amamos estão bem e protegidos; é a preocupação, é o amor ao próximo, principalmente em relação àqueles que nos são queridos.

É Ela quem nos dá um sentido de união, de grupo, transformando a convivência num ato familiar, criando dependências e raízes, proporcionando sentimentos de irmão para irmão, de pai para filho, com ou sem laços consanguíneos. É uma energia Sagrada que nos integra no Todo da Criação de forma amorosa e maternal.

Nos templos africanos, é retratada como uma mulher de seios fartos e semblante calmo, porém decidido. O simbolismo dos “seios fartos” é o da Grande Mãe que provê o alimento necessário a todos os filhos. E aqui a palavra “alimento” corresponde às Energias Divinas que Ela não cessa de Irradiar sobre todos os seres, espécies e elementos, mantendo e renovando a imensa Teia da Vida.

História

Iemanjá na África – Iemanjá ou Yemoja é o Orixá dos Egbá, uma Nação Iorubá outrora estabelecida na região entre Ifé e Ibadan, onde existe ainda o rio Yemoja. Iemanjá era cultuada às margens desse rio.

Seu nome, assim como o de todos os Orixás, vem da cultura Nagô, de língua Iorubá, e deriva de “Yèyé Omo Ejá”, que significa a Mãe cujos filhos são peixes ou a Mãe de muitos filhos (Yèyé ou Yê= mãe; Omo= filhos; Ejá= peixes).

As guerras entre Nações Iorubás levaram os Egbá a emigrarem na direção oeste, para Abeokutá, no início do século XIX. Obviamente que não poderiam levar consigo o rio Yemoja, então os Egbá transportaram os objetos sagrados de suporte do axé da Divindade, passando a cultuá-la no rio Ògùn, que atravessa a região. Pierre Verger afirma que este rio Ògùn não deve ser confundido com Ogum, o deus do ferro e dos ferreiros, baseando esta afirmação nos ensinamentos mais antigos e tradicionais sobre a Divindade Ogum, e inclusive contrariando escritos de alguns autores do final do século passado.

O principal templo de Iemanjá está em Ibará, um bairro de Abeokutá. Seus fiéis, todos os anos, vão buscar a água sagrada numa fonte do rio Lakaxa, que é um afluente do rio Ògùn, para lavar os axés da Divindade. Essa água é recolhida em jarras, transportada numa procissão seguida por pessoas que carregam esculturas de madeira (ère) e um conjunto de tambores. Na volta, o cortejo vai saudar as pessoas importantes do bairro,

começando por Olúbàrà, o rei de Ibará.

Entre os Egbá, Iemanjá ou Yemojá é saudada como “Odò ìyá” (Odo=rio; ìyá= mãe). Ela é filha de Olokun, Divindade riquíssima, dona do oceano e de todas as suas riquezas. Em Ifé, Olokun é uma Divindade feminina, uma deusa do mar; e em Benin e Lagos, é cultuada como Divindade masculina, é um deus do mar.

Numa história de Ifá, Iemanjá aparece casada pela primeira vez com Orumilá, Senhor das Adivinhações; e depois com Olofin, Rei de Ifé.

Segundo as lendas, desse casamento com Olofin, Iemanjá teve dez filhos, entre eles Oxumarê (“O arco-íris que se desloca com a chuva e guarda o fogo nos seus punhos”) e Xangô (“O trovão que se desloca com a chuva e revela seus segredos”).

Iemanjá também foi casada com Oxalá; união que representa a fusão do céu com o mar, no horizonte.

Considerada a Mãe de todos os Orixás e da humanidade, Iemanjá simboliza a manifestação da procriação, da restauração das emoções e a fecundidade. É a grande provedora, que proporciona o sustento a todos os seus filhos.  (Do livro “Orixás” – Pierre Fatumbi Verger – Editora Corrupio.)

Iemanjá no Novo Mundo – Iemanjá é uma Divindade muito popular no Brasil e em Cuba.

Usa roupas cobertas de pérolas e tem filhos no mundo inteiro. Está em todo lugar aonde chega o mar.

Seu axé é assentado sobre pedras marinhas e conchas, guardadas numa porcelana azul.

Nas religiões de matriz africana, o sábado é o dia da semana que lhe é usualmente consagrado, juntamente com outras Divindades femininas.

Suas comidas rituais ou votivas consistem de carneiro e pato, além de preparados à base de milho branco, azeite, sal e cebola.

Seus adeptos usam colares de contas de vidro transparentes e vestem-se, de preferência, de azul-claro.

Em Cuba, Iemanjá é reverenciada como Yemajá ou Yemayá e também relacionada às cores azul e branca. É uma Rainha do Mar Negra, que assume o nome cristão de “La Virgen de la Regla” e faz parte da Santeria, como Santa Padroeira dos portos de Havana.

Iemanjá no Brasil– Entre as Mães Orixás, Iemanjá é a mais popular, sendo festejada em todo o Brasil como a Rainha do Mar, a Padroeira dos náufragos, a Grande Mãe, a Mãe de todas as cabeças humanas. Na versão de Pierre Verger, Ela representa a mãe que protege os filhos a qualquer custo, a mãe de vários filhos (peixes), que adora cuidar de crianças e de animais domésticos.

Além dos muitos nomes africanos pelos quais é conhecida, a forma portuguesa Janaína

também é utilizada; e foi criada como a maneira mais branda de “sincretismo” encontrada pelos africanos aqui escravizados para a perpetuação dos seus Cultos. Várias composições de autoria popular foram realizadas de forma a saudar a “Janaína do Mar”, e algumas como canções litúrgicas.

Diz JORGE AMADO: “Iemanjá, rainha do mar, é também conhecida por dona Janaína, Inaê, Princesa de Aiocá e Maria, no paralelismo com a religião católica. Aiocá é o reino das terras misteriosas da felicidade e da liberdade, imagem das terras natais da África, saudades dos dias livres na floresta”.

Na Bahia, seus adeptos usam colares de contas de vidro transparentes e vestem-se, de preferência, de azul-claro.

Seu axé é representado por pedras marinhas e conchas consagradas ritualmente, guardadas numa sopeira de porcelana azul.

No Candomblé, durante o Xirê dos Orixás (dança dos Orixás), suas Iaôs trazem um leque de metal branco nas mãos e tocam alternadamente a testa e a nuca, com as mãos, numa saudação à Regência de Iemanjá na vida dessas filhas. Alguns entendem que por esse gesto, de tocar a testa e a nuca, Iemanjá procura chamar a atenção para a beleza do seu penteado de rainha.

As saudações mais usadas para Iemanjá são: Odoiyá (ou Odoyá); Odô Miô (ou Omio; ou Omiodo); Odociaba (ou Odociyabá; ou Odofiaba; ou Odô-fe-iaba)- significando “Mãe do rio” ou “Mãe das águas”. São verdadeiros mantras de Iemanjá que, ao serem pronunciados com amor e reverência, atraem as Irradiações da Mãe Divina.

Iemanjá é o único Orixá que tem uma imagem genuinamente umbandista, na qual é retratada com um vestido azul, longos cabelos negros e pérolas caindo das mãos. Algumas vezes, tem vestes branco-peroladas, cor que lembra muito a fusão dos elementos Água e Cristal, sobre os quais Iemanjá atua. De acordo com Pai Ronaldo Linares, a referida imagem foi visualizada acima do mar, na década de 1950, pela senhora Dala Paes Leme. Um artista pintou um quadro da imagem descrita, e a partir dele começaram a ser feitas essas imagens de Iemanjá, adotadas em boa parte dos Terreiros de Umbanda.

As Festas para Iemanjá

 

 Se na África Iemanjá é relacionada a um rio, no Brasil Ela é associada às águas salgadas do mar; já que as águas doces dos rios são o domínio de Oxum. Por isso, as praias são o palco sagrado de grandes festas de homenagem a Iemanjá.

No Brasil, Iemanjá goza de grande popularidade entre os seguidores da Umbanda, do Candomblé, do Batuque, do Xambá, do Xangô do Nordeste, do Omolokô e mesmo entre fiéis de outras religiões, pois o arquétipo da Grande Mãe está presente no inconsciente dos povos. Muitas festas a homenageiam. Flores, perfumes, joias e bijuterias são algumas das oferendas que recebe nessas ocasiões.

No Rio de Janeiro e em Natal, Iemanjá é homenageada na passagem do ano.

Na Bahia e no Rio Grande do Sul, as maiores festas acontecem no dia 02 de fevereiro. A grande festa baiana ocorre na Praia do Rio Vermelho, em Salvador. Já no Rio Grande do Sul os maiores festejos são em Porto Alegre e Pelotas.

Em São Paulo e em João Pessoa, na Paraíba, Iemanjá é celebrada no dia 08 de dezembro.  Na mesma data, a Bahia realiza duas outras festas para a Mãe das Águas.

Em São Paulo, as maiores comemorações ocorrem no município de Praia Grande, Litoral Sul, com milhares de fiéis. A tradição teve início em 1969, quando uma grande imagem de Iemanjá foi colocada perto da Vila Mirim, por iniciativa de Pai Demétrio Domingues e de outros líderes Umbandistas da época. Vale lembrar que o dia 08 de dezembro é consagrado a Nossa Senhora da Conceição, dentro da liturgia Católica, e que esta Santa sincretiza com o Orixá Oxum. Pai Ronaldo Linares conta que na década de 60, neste dia 08, se fazia uma Festa para Oxum, onde havia “um encontro de Oxum com Iemanjá”, na Praia das Vacas, no município paulista de São Vicente. Depois, esse “encontro” deixou de ocorrer e a data ficou reservada para festejar apenas Iemanjá.

Em João Pessoa, 08 de dezembro é o feriado municipal consagrado  a Nossa Senhora da Conceição e também  o dia de tradicional Festa de Iemanjá. Todos os anos, na Praia de Tambaú, instala-se um palco circular cercado de bandeiras e fitas azuis e brancas, ao redor do qual se aglomeram fiéis oriundos de várias partes do Estado para assistir ao desfile dos Orixás e, principalmente, da homenageada. Pela praia, encontram-se buracos com velas acesas, flores e presentes. Em 2008, segundo os organizadores da festa, 100 mil pessoas compareceram ao local.

Ainda em 08 de dezembro a Bahia realiza outras duas festas para Iemanjá. Uma delas acontece pelo sincretismo com a Padroeira da Bahia, Nossa Senhora da Conceição da Praia, sendo feriado municipal em Salvador. A outra é realizada no Monte Serrat, na Pedra Furada, em Salvador, denominada “Presente de Iemanjá”, uma manifestação popular que tem origem na devoção dos pescadores locais à Rainha do Mar, também saudada como Janaína.

Existe um sincretismo entre a Santa Católica Nossa Senhora dos Navegantes e o Orixá Iemanjá. Em algumas regiões do Brasil, ambas são festejadas no dia 02 de fevereiro, com uma grande procissão fluvial.

Uma das maiores festas do Dois de Fevereiro ocorre em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. No mesmo Estado, em Pelotas, a imagem de Nossa Senhora dos Navegantes vai até o Porto de Pelotas. Antes do encerramento da festividade Católica, acontece um dos momentos mais marcantes da celebração: as embarcações param e são recepcionadas por Umbandistas que carregam a imagem de Iemanjá, proporcionando um encontro ecumênico assistido da orla por muitas pessoas. Em Pelotas, a Festa de Iemanjá acontece à noite, sob a coordenação da Federação Sul Rio-grandense de Umbanda e com o apoio da Prefeitura; e durante o dia a Festa Católica a Nossa Senhora dos Navegantes é organizada pela Diocese local.

No Rio de Janeiro, Iemanjá é festejada na passagem de ano. Milhares de pessoas comparecem e depositam no mar oferendas para a Divindade. A celebração inclui o tradicional “banho de pipocas” e as sete ondas que os fiéis e até mesmo seguidores de outras religiões pulam, como forma de pedir sorte à Grande Mãe Orixá (sete ondas, simbolizando os sete Sentidos da Vida).

A Grande Festa da Praia do Rio Vermelho– Na Bahia, Iemanjá é geralmente sincretizada com Nossa Senhora da Imaculada Conceição, Santa Católica que se comemora no dia 08 de dezembro. No entanto, a maior festa baiana para Iemanjá é celebrada em 02 de fevereiro.

Em Salvador, segundo a liturgia Católica, 02 de fevereiro é o dia consagrado a Nossa Senhora das Candeias, Santa que é sincretizada com Oxum, o Orixá das águas doces. Curiosamente, é justamente nesta data que se organiza a maior festa do país em homenagem à “Rainha do Mar”; o que mostra que o sincretismo entre os Orixás e os Santos Católicos não é de uma rigidez absoluta. Por isso, considera-se que a Festa de Iemanjá, em dois de fevereiro, é a única grande festa religiosa baiana que não tem origem no Catolicismo, e sim no Candomblé.

A grande Festa do Dois de Fevereiro  acontece na Praia do Rio Vermelho, em Salvador. A celebração Católica acontece na Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, em Salvador, na Cidade Baixa; enquanto os Terreiros de Candomblé e Umbanda fazem divisões cercadas com cordas, fitas e flores nas praias, delimitando espaço para as Casas de Santo que realizarão seus trabalhos na areia, em louvor a Iemanjá.

A Festa atrai imensa multidão de fiéis e de admiradores da Mãe das Águas, Dona Janaína, a Princesa ou a Rainha do Mar. Milhares de pessoas trajadas de branco saem em procissão até ao templo-mor, localizado próximo à foz do Rio Vermelho, onde depositam variadas oferendas.

Bem cedo pela manhã, longas filas de pessoas se formam diante da pequena casa construída na véspera, a fim de abrigar as grandes cestas destinadas a receber os donativos e as oferendas para Iemanjá.

Durante todo o dia, forma-se um lento desfile de pessoas de todas as origens e meios sociais, trazendo ramos de flores frescas ou artificiais, pratos de comida feitos com carinho, frascos de perfumes, sabonetes embrulhados em papel transparente, bonecas, cortes de tecidos e outros presentes agradáveis “a uma mulher bonita e vaidosa”. Cartas e súplicas, presentes em dinheiro, colares e pulseiras não faltam. A aparente simplicidade desses fiéis não desnatura o caráter emocionante da festa, onde se pode sentir intensa Vibração da Mãe Divina sobre os Seus filhos que, como crianças, vão levar-lhe “presentes” cujo maior valor está no amor e na devoção que Lhe consagram. E, afinal, o que somos nós, além de crianças, diante de Deus e das Suas Divindades? …

Em algumas horas as cestas de oferendas já estão cheias e são substituídas por outras. Ao final da tarde, os ramos de flores são colocados em cima das cestas, transformando-as, assim, numas 30 braçadas de flores, imensas. O entusiasmo da multidão chega ao máximo, com gritos alegres, saudações a Iemanjá e votos de prosperidade.

Uma parte da assistência embarca a bordo de veleiros, barcos e lanchas a motor, que se dirigem para o alto mar, onde as cestas são depositadas sobre as ondas. Segundo a tradição, as oferendas “aceitas” devem mergulhar até ao fundo. Se forem devolvidas à praia, é sinal de “recusa”, para tristeza dos fiéis.

Em dois de fevereiro de 2010, pela primeira vez, a escultura de uma sereia negra, criada pelo artista plástico Washington Santana, foi escolhida para representar Iemanjá na grande Festa do Rio Vermelho, em homenagem à Àfrica e à religião afrodescendente.

Curiosidades sobre a Festa do Rio Vermelho

1-Fonte: http://www.culturatododia.salvador.ba.gov.br- A tradição da Festa da Praia

do Rio Vermelho teve início em 1923, quando um grupo de vinte e cinco pescadores resolveu oferecer presentes para a Mãe das Águas. Na época, os peixes estavam escassos no mar.

No início, a celebração era feita em conjunto com a Igreja Católica, numa demonstração do sincretismo religioso da Bahia. Na década de 1960, um Padre teria ofendido os pescadores, chamando-os de ignorantes, por cultuarem “uma sereia”. O fato provocou um rompimento com a Igreja, e a partir daí os pescadores passaram a realizar a festa apenas em homenagem a Iemanjá.

Presente principal: Todos os anos os pescadores pedem a Iemanjá que lhes dê fartura de peixes e um mar tranquilo, e preparam um presente principal para a Ela oferecer.

Segundo a lenda, o cavalo marinho é o guardião da casa de Iemanjá, e o seu mensageiro mais rápido. É comum que imagens deste animal sejam oferecidas pelos devotos. Em 2007, o presente principal dos pescadores foi uma imagem de um cavalo marinho adornado.

Sobre o presente principal vão as oferendas preparadas pela Ialorixá responsável pelo comando da festa. Esse preparo demora sete dias e é cercado de rituais e fundamentos sagrados e as oferendas incluem: flores, perfumes, espelhos, fitas, anéis, colares, brincos, pentes, joias, bijuterias, relógios, maquiagens, bonecas, velas, bebidas e comidas (manjar; fava cozida com camarão, cebola e azeite doce; champanhe, dentre outros).

Acredita-se que alguns presentes não afundam porque não agradaram Iemanjá, que os devolve. Em geral, presentes feitos com materiais leves ou ocos costumam não afundar. Nem mesmo o presente principal, feito pelos pescadores, está livre deste infortúnio. Algumas vezes foi preciso amarrá-lo a algo pesado, para que pudesse afundar. Atualmente, os ambientalistas alertam que muitos animais marinhos morrem ao ingerir os presentes jogados no mar que não se decompõem. E os pescadores que organizam o Dois de Fevereiro estão começando a se preocupar mais com o aspecto ecológico que envolve a festa.

Nas ruas desfilam grupos de samba de roda e ijexá, capoeira, blocos afros, grupos fantasiados e fanfarras, entre outros. Alguns desfilam exclusivamente na Festa do Rio Vermelho, numa prova da devoção do povo baiano.

A escultura de Iemanjá, localizada em frente à Casa do Peso, foi confeccionada por Manoel Bonfim, em 1970. Trata-se de uma escultura de uma sereia feita de gesso, assentada sobre um pedestal de concreto revestido com apliques variados, conchas e pedras portuguesas.

2-Fonte: http://www.faced.ufba.br/~dept02/calendario/yemanja.html– Site da Universidade Federal da Bahia.Texto: “Festa de Iemanjá”, de Antonietta de Aguiar Nunes, Historiógrafa do Arquivo Público da Bahia e Professora Assistente de História da Educação na Universidade Federal do mesmo Estado. Segue um resumo da matéria.

Dois de fevereiro é- oficiosamente- feriado na Bahia, data da mais importante festa dedicada a Iemanjá. Antigamente, a festa acontecia no terceiro domingo de dezembro, em Itapagipe, em frente ao antigo Forte de São Bartolomeu. Os senhores davam aos seus escravos uma folga de quinze dias para festejarem a sua rainha. Compareciam para mais de 2.000 africanos.

Tio Ataré, residente na Rua do Bispo, em Itapagipe, era o Pai de Santo que comandava os festejos. Os presentes eram colocados numa grande talha ou pote de barro que depois era atirada ao mar. A festa durava quinze dias, durante os quais não faltavam batuques e comidas típicas baianas. Hoje, ela dura só o dia 02, apenas se prolongando pelo fim de semana seguinte quando próximo.

Diz uma lenda que no Rio Vermelho havia uma rendosa armação de pesca de xaréu, peixe muito abundante ali. Certa vez, junto com os peixes, veio na rede uma sereia. O proprietário do aparelho, “querendo viver em paz com a gente debaixo d’água”, mandou soltá-la imediatamente. Anos depois, outro era o dono da armação; e novamente caiu uma sereia na rede, que foi pega e carregada por dois pescadores para assistir missa na igreja do povoado. Ela ficou chorosa e envergonhada, o tempo todo; terminada a cerimônia, soltaram-na à beira-mar. Desde então, nunca mais se pegou sequer um xaréu  nas águas do porto de Santana do Rio Vermelho.

O PINTOR LICÍDIO LOPES, morador antigo do Rio Vermelho, conta em suas memórias que entre a praia do Canzuá e a da Paciência, por cima das pedras, havia uma gruta muito grande que os antigos diziam ser a casa da Sereia ou Mãe d’ Água; porém ela não morava mais ali e a gruta estava abandonada. Os presentes para a Mãe d’ Água eram colocados na gruta e nesta pedra. Na década de 20 do século XX, uma pedreira destruiu a gruta; mas permaneceu a pedra da Sereia. Agora que não existe mais a gruta, os presentes são colocados em todas as praias, de preferência na maré enchendo ou cheia.

Ele conta ainda que a ideia do grande presente para Iemanjá não veio do Candomblé, mas de um pescador, querendo reviver a festa do Rio Vermelho, já que a de Santana estava ficando menos concorrida. Pescadores e peixeiros decidiram dar um presente à Mãe D’Água, no dia 02 de fevereiro, e se reuniram para organizar a festa, que começava pela manhã com uma missa na igreja de Santana; e à tarde colocavam o presente para a Rainha do Mar. Um padre não gostou que se misturasse missa com presente para uma sereia, e eles resolveram não celebrar mais missa e apenas colocar o presente para Iemanjá, à tarde.

Ocorreram algumas dificuldades e imprevistos e alguém lembrou que essa obrigação era feita na África, onde Iemanjá é Mãe de todos os Orixás. Como no Rio Vermelho não existisse algum Terreiro, na ocasião, foram procurar em outros bairros uma Casa que se encarregasse das obrigações. A Mãe de Santo Júlia Bugan, que tinha Casa de Candomblé na Língua de Vaca, perto do Gantois, foi quem orientou o que se devia comprar, fez os trabalhos e preceitos, colocou na talha que pedira e dentro do balaio, enfeitou-o com muitas fitas e flores e mandou-o para a casinha de pescadores no dia 2 de manhã. A partir de então, continuaram fazendo sempre este preceito, para tudo correr bem. De 1988 a 1990, o preceito foi realizado por Waldelice Maria dos Santos, do Engenho Velho da Federação. A partir de 1967 o Departamento de Turismo passou a ajudar. Em 1969 foi feito o pedestal junto à casa dos pescadores e colocada a estátua de uma sereia feita por Manuel Bonfim.

Às quatro da tarde saem os barcos com os balaios cheios de oferendas a serem lançadas em alto mar. Quando as embarcações voltam para a terra, os acompanhantes não olham para trás, pois se acredita que faz mal.

JORGE AMADO conta que se Iemanjá aceitar a oferta dos filhos marinheiros, o ano será bom para as pescarias, o mar será bonançoso e os ventos ajudarão aos saveiros. Mas se Ela recusar, as tempestades se soltarão, os ventos romperão as velas dos barcos, o mar será inimigo dos homens e os cadáveres dos afogados boiarão em busca da terra de Aiocá…

Lendas

 

1- Iemanjá cura Oxalá e ganha o poder sobre as cabeças

Quando Olodumare fez o mundo, deu a cada Orixá um reino, um posto, um trabalho.

Exu recebeu o poder da comunicação e a posse das encruzilhadas;

Ogum, o poder da forja, o comando da guerra e o domínio dos caminhos;

Oxóssi foi designado patrono da caça e da fartura;

Obaluayê, o controle das epidemias;

Oxumaré ganhou o arco-íris e o poder de comandar a chuva, que permite as boas colheitas e afasta a fome;

Xangô recebeu o poder do trovão e o império da lei;

Iansã ficou com o raio e o reino dos mortos;

Euá foi governar os cemitérios;

Oxum recebeu o amor e o zelo pela feminilidade, a riqueza material e a fertilidade das mulheres;

Obá ganhou o patronato da família;

Nanã recebeu a sabedoria dos mais velhos;

Oxalá recebeu o privilégio de criar o homem, depois que Odudua fez o mundo.

E a criação se completou com a obra de Oxaguiã, que inventou a arte de fazer os utensílios, a cultura material.

Para Iemanjá, Olodumare destinou os cuidados de Oxalá: cuidar da casa, dos filhos, da comida, do marido, de tudo enfim.

Iemanjá trabalhava e reclamava: se todos tinham algum poder no mundo, um posto pelo qual recebiam sacrifício e homenagens, por que ela deveria ficar em casa feito escrava? Iemanjá não se conformava. Ela falou, falou, e falou nos ouvidos de Oxalá… Falou tanto, que Oxalá enlouqueceu. Seu ori, sua cabeça, não aguentou o falatório de Iemanjá…

Iemanjá se deu conta do mal que provocara e tratou de Oxalá, cuidando de seu ori enlouquecido, oferecendo-lhe água fresca, obis deliciosos, apetitosos pombos brancos, frutas dulcíssimas. E Oxalá ficou curado.

Então, com o consentimento de Olodumare, Oxalá encarregou Iemanjá de cuidar do ori de todos os mortais. Iemanjá ganhou, enfim, a missão tão desejada.

Agora Ela era a Senhora das cabeças. (Fonte: “Mitologia dos Orixás”, Reginaldo Prandi, Companhia das Letras, 2005, páginas 397/399.)

2- Iemanjá ajuda Olodumare na criação do mundo

Olodumare-Olofin vivia sozinho no Infinito, cercado apenas de fogo, chamas e vapores,

onde quase nem podia caminhar. Cansado desse seu universo tenebroso e de não ter com quem falar ou com quem brigar, decidiu pôr fim àquela situação. Liberou as suas forças e a violência delas fez jorrar uma tormenta de águas.

As águas debateram-se contra rochas que nasciam e abriram profundas e grandes fendas no chão. A água encheu as fendas ocas, fazendo-se os mares e oceanos, em cujas profundezas Olokum foi habitar.

Do que sobrou da inundação se fez a terra.

Na superfície do mar, junto à terra, ali Iemanjá formou seu reino, com suas algas e estrelas do mar, peixes, corais, conchas, madrepérolas. Ali nasceu Iemanjá, em prata e azul, coroada pelo arco-íris Oxumarê.

Olodumare e Iemanjá, a Mãe dos Orixás, dominaram o fogo no fundo da Terra e o entregaram ao poder de Aganju, o mestre dos vulcões, por onde ainda respira o fogo aprisionado.

Eles apagaram o fogo que se consumia na superfície do mundo; e com as cinzas Orixá Ocô fertilizou os campos, propiciando o nascimento das ervas, frutos, árvores, bosques e florestas, que foram dados aos cuidados de Ossaim.

Nos lugares onde as cinzas foram escassas, nasceram os pântanos e nos pântanos a peste, que foi doada pela Mãe dos Orixás ao filho Omolu.

Iemanjá encantou-se com a Terra e a enfeitou com rios, cascatas e lagoas. Assim surgiu Oxum, dona das águas doces.

Quando tudo estava feito e cada natureza se encontrava na posse de um dos filhos de Iemanjá, foi que Obatalá, respondendo diretamente às ordens de OLORUM, criou o ser humano. E o ser humano povoou a Terra.

E os Orixás foram celebrados pelos humanos. (Fonte: Reginaldo Prandi, obra citada, páginas 380/381.)

3- Iemanjá irrita-se com a sujeira que os homens lançam no mar

Logo no princípio do mundo, Iemanjá teve motivos para desgostar da humanidade: os seres humanos sujavam suas águas com lixo, jogando no mar tudo o que a eles não servia, velho ou estragado; até mesmo cuspiam em Iemanjá, quando não faziam coisa pior.

Ela foi queixar-se a Olodumare. Assim não dava para continuar. Iemanjá Sessu vivia suja, sua casa estava sempre cheia de porcarias.

Olodumare ouviu seus reclamos e deu-lhe o dom de devolver à praia tudo o que os humanos jogassem de ruim em suas águas.

Desde então as ondas surgiram no mar. As ondas trazem para a terra o que não é do mar. (Fonte: Reginaldo Prandi, obra citada, página 392.)

4- Iemanjá vai morar no mar

Iemanjá estava casada com Olofin-Odùduà, rei de Ifé. Cansada de sua permanência em Ifé, Iemanjá foge em direção ao Oeste, levando consigo uma garrafa contendo um preparado, que ganhara de Olokun com a recomendação de quebrá-la no chão, em caso

de extremo perigo.

Assim, Iemanjá foi instalar-se no Oeste, que os Iorubás chamavam de “o entardecer da Terra”. E Olofin-Odùduà lançou seu exército à procura da mulher.

Cercada, Iemanjá não se deixou prender, não queria voltar para Ifé.  Então, Ela quebrou a garrafa que ganhara de Olokun, seguindo as instruções recebidas.

Na mesma hora, um rio criou-se ali, levando Iemanjá para Okun, o oceano, lugar da morada de Olokun.

5- Iemanjá recebe a ajuda de Xangô, um de seus filhos

Iemanjá é representada com o aspecto de uma matrona de seios volumosos, símbolo de maternidade fecunda e nutritiva. Esta particularidade de possuir seios majestosos deu origem a desentendimentos entre Iemanjá e o marido, segundo uma lenda que apresenta três versões:

Primeira versão: Diz a tradição Iorubá que Iemanjá era a filha de Olokum, deus do mar. Em Ifé, tornou-se a esposa de Olofin-Odùduà, com o qual teve dez filhos, todos eles Orixás. De tanto amamentar seus filhos, os seios de Iemanjá tornaram-se imensos.

Quando fugiu de Ifé, indo para Abeokutá, Iemanjá continuava muito bonita e Okerê lhe propôs casamento. Ela aceitou, com a condição de que o marido jamais ridicularizasse a imensidão dos seus seios.

Um dia, Okerê voltou para casa embriagado e criticou os seios da esposa.
Ofendida, Iemanjá fugiu. Okerê colocou seus guerreiros para persegui-la.

Cercada, Ela lembrou que tinha recebido de Olokun uma garrafa, com a recomendação de que só a abrisse em caso de necessidade. Iemanjá tropeçou e quebrou a garrafa. Nasceu então um rio de águas tumultuadas, que levaria Iemanjá para o oceano, morada de Olokun.

Tentando impedir a fuga da mulher, Okerê se transformou numa colina.

Vendo seu caminho bloqueado, Iemanjá chamou Xangô, o mais poderoso dos seus filhos.  Xangô lançou um raio que cortou a colina Okerê em duas, abrindo passagem para Iemanjá, que foi para o oceano, ao encontro de Olokun, e nunca mais voltou para a terra. Ainda existe, na Nigéria, uma colina dividida em duas, de nome Okerê, que dá passagem ao rio Ògùn, que corre para o oceano.

Segunda versão: Ao desentender-se com o marido, Iemanjá, indignada, bateu com o pé no chão e se transformou num rio, a fim de voltar para os domínios de Olokun, o oceano.

Terceira versão: Diante da zombaria do marido, Iemanjá começou a chorar. Chorou tanto, que de seus olhos desceram águas tumultuadas que a tudo tragaram: casa, marido, filhos, animais, a cidade inteira… Ninguém se salvou das ondas geradas pelo pranto de revolta de Iemanjá.

Desde então, Ela vive no fundo do mar, longe dos homens, reinando sozinha em seu império de conchas e peixes…

Divindades assemelhadas

Tétis– Divindade grega que forma com Oceano um casal de Titãs, filhos de Urano e Geia. Tétis e Oceano são as primeiras Divindades Marinhas, das quais os outros deuses ou deusas do mar são descendentes. É a primeira Mãe do Mar, das águas primordiais.

Hera– Divindade grega. Entre os romanos era Juno. A esposa mais ciumenta de Zeus, cujo casamento era o mais sagrado, mostrando a importância da união. Deusa do casamento e do parto.

Nereidas– Divindades gregas. Filhas de Nereu com Dóris, a Oceânida. São 50 Nereidas, todas Divindades Marinhas.

Sereias Gregas-Divindades gregas que trazem o dom para a música, o canto e o manejo da lira e da flatua, o que traz semelhança com as musas gregas. Com frequência, aparecem como filhas de Aquelóo (“Deus-rio”, filho de Oceano e Tétis).

Parvati– Divindade hindu, consorte de Shiva e mãe de Ganesha. É a Mãe Divina em todos os aspectos.

Aditi– Divindade hindu. Mãe dos deuses, no Rig-veda (1500-1000 a.C.). Mãe do deus do sol (Mitra), do deus da verdade e da ordem universal (Varuna) e também de Indra (o Rei dos deuses).

Danu– Divindade celta, consorte de Bile (ou Beli). É a “Água do Céu”, a grande Mãe. Do seu nome vem a origem do Rio Danúbio, onde primeiro surgiram as raízes da cultura celta.

Mut– Divindade egípica. “A mãe”, em Karnak. (*Observação: MUT era esposa de AMON, deus que ocupava a principal edificação do Templo de Karnac, construído entre 2200 a.C. e 360 a.C. Este Templo de Karnak era o principal local de culto aos deuses de Tebas, entre os quais se destacavam: Amon, Mut e Khonsu. Até o fim da civilização egípcia, Karnak se manteve como centro religioso do Império: Amon-Ra (a forma solarizada do deus Amon) e seus sacerdotes adquirem então um poder prodigioso, que chegou a ameaçar a própria instituição faraônica.)

Aruru– Divindade babilônica. Um dos nomes da Grande Deusa Mãe na mitologia babilônica.

Namur– Divindade-Mãe sumeriana, mãe de Enki e Ereshkigal. Deusa dos Mares, que criou o céu e a terra e gerou várias Divindades, quando a terra foi arrebatada ao céu.

Belet Ili– Divindade sumeriana, “Senhora de todos os deuses”, Grande Deusa Mãe. Consorte de Enki. Divindade do útero e das formas. Ela criou inicialmente sete homens e sete mulheres que, com o tempo, se tornaram a civilização conhecida.

Nanshe– Divindade-Mãe sumeriana festejada com procissões de barcos, nas quais eram depositadas suas oferendas a serem entregues no mar.

Frigga– Divindade nórdica, a Grande Mãe da maioria dos deuses, uma das três esposas de Odin. Frigga é o aspecto Mãe; enquanto Freyja é o aspecto sensual, donzela.

Belat– Divindade caldeia, esposa de Bel. É a “Mãe dos Grandes Deuses” e “Senhora da Cidade de Nipur”.

Coatlicue– Divindade asteca, Mãe de todas as outras divindades. Usa uma saia de serpente e é também Senhora da vida e da morte. Também adorada como Mãe da Terra.

Yngona– Divindade dinamarquesa, é a Grande Mãe.

Mama Cocha– Divindade inca. Cultuada não apenas pelos incas, mas por muitas outras tribos e culturas. É a Mãe do Mar e Senhora dos peixes.

Mariamma– Divindade hindu, Senhora do Mar e de tudo o mais que ele representa e traz de benefícios para nós.

Marah– Divindade caldeia, Senhora das águas salgadas, Mãe que vem do mar.

Derketo– Divindade assíria, aparece como sereia. Senhora da Lua e da noite, protetora dos animais que habitam o mar.

Mari Ama– Divindade escandinava do mar.

Ilmatar– Divindade finlandesa da água, Grande Mãe criadora que está na origem de tudo.

Annawan– Divindade indonésia do Mar.

Bachue-Divindade colombiana dos índios Chibchas. Seu nome significa “grandes seios”.Junto com seu filho, Ela criou a humanidade.

(Fonte: “Deus, “Deuses” e Divindades, Alexandre Cumino, Madras Editora, 2004, páginas 127/130.)

Características dos filhos de Iemanjá

As filhas (e filhos) de Iemanjá possuem como características básicas a força e a determinação, assim como o sentido da amizade e do companheirismo; são pessoas presas no arquétipo da mãe, à família e aos filhos. São doces, carinhosas, tradicionais, pouco rígidas, sentimentalmente envolventes e com grande capacidade de empatia com os problemas e sentimentos dos outros. Não gostam de mudanças e apreciam a rotina do cotidiano. São muito protetoras; possuem o sentido da hierarquia, fazem-se respeitar e são justas, mas formais. Põem à prova as amizades que lhes são devotadas, custam muito a perdoar uma ofensa e, se a perdoam, não a esquecem jamais. Preocupam-se com os outros, são maternais e sérias.

Sem possuírem a vaidade de Oxum, gostam do luxo, das fazendas azuis e vistosas, das joias caras. Elas têm tendência à vida suntuosa mesmo se as possibilidades do cotidiano não lhes permitem; mesmo quando pobres, pode-se notar certa sofisticação em suas casas, se comparadas com as demais da comunidade de que fazem parte.

As filhas e filhos de Iemanjá não podem ficar expostos à poeira, pois tendem a desenvolver problemas respiratórios.

São pessoas que não gostam de viver sozinhas, sentem falta da tribo, inconsciente ancestral, e por isso costumam casar ou associar-se cedo. Não apreciam as viagens, detestam os hotéis, preferindo casas onde rapidamente possam repetir os mecanismos e os quase ritos que fazem do cotidiano. Apesar do gosto pelo luxo, não são pessoas obcecadas pela própria carreira, sem grandes planos para atividades de longo prazo, a não ser quando se trata do futuro de filhos e entes próximos.

Mas nem tudo são qualidades em Iemanjá, como em nenhum Orixá. Seu caráter pode levar o filho desse Orixá à tendência de querer consertar a vida dos que o cercam- o destino de todos estaria sob sua responsabilidade-, a serem controladores, voluntariosos, capazes de fazer chantagens emocionais e, algumas vezes, impetuosos e arrogantes. Um filho de Iemanjá pode tornar-se controlador e rancoroso, remoendo questões antigas por anos e anos, sem esquecê-las jamais.

Os filhos de Iemanjá demoram muito para confiar em alguém, bons conhecedores que são da natureza humana. Porém, quando finalmente passam a aceitar uma pessoa no seu verdadeiro e íntimo círculo de amigos, deixam de ter restrições, aceitando-a completamente e defendendo-a, seja nos erros como nos acertos, tendo grande capacidade de perdoar as pequenas falhas humanas.

Oferendas

Modelo 1– Velas brancas e azuis; champanhe; um melão aberto numa das pontas; um punhado de arroz doce; peixe assado ou cozido com camarão, cebola e azeite doce; um punhado de canjica cozida com leite e mel (reservar o líquido do cozimento); rosas brancas; folhas de colônia (ou cardamono) para forrar a oferenda; folhas de alface para colocar o peixe e o arroz doce.

Pedir a Deus e à Mãe Iemanjá a imantação e consagração dos elementos da oferenda, para que liberem energias de cura e equilíbrio que nos auxiliem a alcançar nossos objetivos. Fazer o pedido específico.

Cobrir o chão com as folhas de colônia. No centro, colocar o melão e dentro dele, os grãos da canjica. O peixe e o arroz doce são postos sobre folhas de alface, à direita do melão. Circular com as flores. Em torno, firmar as velas (alternando: branca/azul). Circulando tudo, derramar o champanhe e o líquido do cozimento da canjica, saudando a Divina Mãe. Quando as velas queimarem, agradecer, pedir licença e recolher todo o material, para não agredir a Natureza.

Modelo 2- Faça um círculo com sete velas brancas, sete azuis e sete rosas; colocando no centro champanhe, calda de ameixa ou de pêssego, manjar de coco, arroz-doce e melão, rosas e palmas brancas, tudo depositado à beira-mar. (Fonte: “Código de Umbanda”, Rubens Saraceni, Madras Editora.)

Modelo 3- Toalha branca ou azul claro • velas, pembas, fitas e linhas na cor branca ou azul claro • flores (rosas brancas, palmas brancas, lírio branco) frutas (melão em fatias, cerejas, laranja lima, goiaba branca, framboesa) • bebidas (champanhe de uva e licor de ambrósia) • comidas: manjares; peixes assados; arroz doce com bastante canela em pó. Depositar à beira-mar. (Fonte: “Rituais Umbandistas-Oferendas, Firmezas e Assentamentos”, Rubens Saraceni, Editora Madras.)

Local das oferendas: à beira-mar. Tomar o cuidado de recolher todo o material após a queima das velas.

Quando oferendar Iemanjá

– Para Proteger a família.

– Para Harmonia do Lar, do Casamento, da Família, dos Sócios.

– Para Gerar oportunidades, bons negócios, harmonia, amor.

– Para iniciar algum projeto com proteção e êxito.

Firmeza para Iemanjá: Colocar dentro de uma quartinha azul clara, ou dentro de uma taça de cristal, 33 búzios e cobrir com água com alfazema. Trocar a água semanalmente.

Amaci: Água de fonte com pétalas de rosas brancas e erva cidreira, maceradas e curtidas por sete dias.

Cozinha ritualística

1-Manjar branco – Misturar 1 leite condensado, 2 medidas de leite de vaca (medir na lata do leite condensado), 1 leite de coco, 3 colheres de amido de milho ou de creme de arroz. Levar ao fogo, mexendo sempre, até formar um mingau firme e aparecer o fundo da panela. Despejar num pirex molhado; colocar calda de ameixa ou de pêssego por cima. Enfeitar com rosas brancas e coco ralado.

2-Acaçá de leite– Cozinhar 200 g de farinha de arroz em 1/2 litro de leite, 1/2 litro de leite de coco e açúcar cristal, mexendo sempre, até dar o ponto de enrolar os bolinhos. (Pode-se usar, no lugar da farinha de arroz, milho branco moído e deixado de molho no leite por 24 horas.) Oferendar apenas os acaçás, ou usá-los para decorar outra oferenda. Para Oxalá e Iemanjá, é costume servir os acaçás abertos; para os demais Orixás, eles são enrolados em folha de folha de bananeira ou de uva.

3-Canjica cozida em leite e enfeitada com oito camarões médios cozidos.

4-Camarão de Iemanjá- Camarão fresco (lavar em água e suco de limão) temperado com cebola, cheiro-verde, azeite de oliva e leite de coco.  Bater no liquidificador e cozinhar.

Cobrir com ovos inteiros batidos e diminuir bem o fogo para o cozimento dos ovos.

5-Peixe Cozido: Refogar em fogo lento postas de peixe temperadas com sal, suco de limão e uma pasta de cebola e cheiro-verde passados pelo liquidificador. Quando estiver cozido, regar com azeite de oliva.

6-Peixe assado: Temperar e assar um dourado (ou namorado), regando com azeite de oliva. Servir em louça branca, rodeando o peixe com acaçás e/ou maçãs verdes fatiadas e previamente fervidas numa calda de açúcar.

7-Arroz com maxixe: Cozinhar arroz branco e colocar numa louça branca. Refogar levemente no azeite de oliva oito maxixes cortados em rodelas e colocá-los em cima ou em volta do arroz.

Alguns Caboclos de Iemanjá: Caboclo do Mar, Caboclo da Praia, Caboclo das Sete Ondas (Oxalá/Iemanjá), Caboclo dos Sete Mares (Oxalá/Iemanjá), Caboclo Beira-Mar (Iemanjá/Obaluaiê), Caboclo Sete Praias (Oxalá/Iemanjá), Cabocla Iara, Cabocla Estrela Dalva, Cabocla Sete Ondas (Oxalá/Iemanjá), Cabocla Jandira, Cabocla Sete Contas (Oxalá/Iemanjá/Oxóssi).

Alguns Exus de Iemanjá: Exu do Mar, Exu da Praia, Exu Pinga Fogo (Xangô/Iemanjá), Exu dos Sete Mares (Oxalá/Iemanjá), Exu Sete Praias (Oxalá/Iemanjá), Exu das Sete Ondas (de Oxalá e Iemanjá).

PRECE

Mar imenso e profundo,
Aqui deixo todos os meus males,
Todas as más influências,
Todos os pontos negativos
Que possam perturbar
A minha evolução…
Recebe em tuas profundezas
Tudo aquilo que me é maléfico
E devolve-me os fluídos eternos
Que hão de me tornar forte
Para que eu possa fortalecer
Todos aqueles que me rodeiam;
Enche-me o espírito de bênçãos
Para que eu possa abençoar
Toda a humanidade.
Em nome do Infinito Poder,
Lava-me a matéria
Para que eu possa conservá-la
Digna do espírito que me anima.
Deixo na imensidade da tua força
Todos os males;
E levarei comigo
Todo o Poder
Da Magia Superior que representas.
Saravá!

Saravá!

Saravá!

PONTO DE CHAMADA

Olhei pro mar, vi uma Estrela a brilhar

é Mamãe Sereia, a Rainha do Mar…

Estrela ê! Estrela á! Estrela brilha ê, ê, á!

Quem sai das águas, vem beirando a areia,

É Mamãe Sereia, a Rainha do Mar.

Mulher bonita dos cabelos negros

traz em seu olhar o encanto do luar

E lá na areia seus filhos a esperam

soando os atabaques,

para os trabalhos começar.

Doce Iemanjá, Rainha do Mar…

TRONO TRONO FEMININO DA GERAÇÃO E DA VIDA
Linha Geração
Fatores Criativo (Fator puro) e Geracionista ou Gerador (Fator misto).
Essência Aquática
Cor Branco cristalino, prata ou azul claro.

(Em algumas Casas: Branco, azul claro. Também verde claro e rosa claro.)

Características Maternal, protetora, competente, dedicada, mandona, possessiva, Intrigante, controladora.
Instrumentos Abebé (leque prateado, em forma circular, que pode trazer um espelho no centro); adê (coroa ou diadema); braceletes e pulseiras.
Fio de Contas Contas e Miçangas de cristal. Firmas cristal.

Também podem ser feitos de pequenas pedras de Água Marinha.

Ervas 1- Fonte: Adriano Camargo:

Ervas agressivas ou quentes de Iemanjá: Erva de bicho, buchinha do norte, alho. Verbos atuantes nas ervas quentes: invadir, transbordar, corroer, derramar.

Ervas equilibradoras ou mornas: Alfazema, anis estrelado, rosa branca, camomila, manjericão, erva de Santa Maria, mentruz, hibisco (flor), manjerona, mulungu (casca e raiz), noz moscada, margarida, sensitiva, arroz. Verbos atuantes nas ervas mornas: gerar, fluir, sustentar, avolumar.

2- Mais ervas de uso comum: As pétalas de flores brancas e azuis clarinhas em geral; abebê; aguapé; alcaparreira (ou galeata); alga marinha; alteia (ou malvarisco); anis estrelado; araçá da praia (ou araticum do brejo, ou maçã de cobra); azaleia; boldo; camélia; cavalinha (ou milho de cobra); coco de iri; colônia (ou cardamono); condessa; embaúba; erva cidreira; erva de Santa Luzia; flor de laranjeira; folha de leite; fruta da condessa; gardênia; gerânio; golfo; graviola; guariroba; guabiraba (ou guabiroba); hortelã; hortênsia; íris; jasmim; jarrinha; jequitibá rosa; lágrimas de Nossa Senhora; levante; lótus; mãe boa; macela; malva; malva branca; marianinha (ou trapoeraba azul); musgo marinho; nenúfar; olhos de Santa Luzia (ou trapoeraba branca); oriri; pata de vaca; rama de leite; papoula; plantas aquáticas; trevo; unha de vaca; valeriana; violeta.

Oferendas 1-Comidas rituais: Canjica branca, peixe de água salgada, arroz-doce com mel, camarão, acaçá, pudim, manjar branco com calda de ameixa ou de pêssego, sagu com leite de coco, cocada branca, bolo de arroz, ebôya e vários tipos de furá. (Observação: *Ebôya, eboia ou fava de Iemanjá– Comida ritual do Candomblé, feita com fava cozida refogada com cebolacamarãoazeite de dendê ou azeite doce. Pode ser feita com o milho branco na falta da fava, então recebendo o nome de Dibô. É oferecida especificamente a Iemanjá. *Furá- Comida votiva ou ritual, no Candomblé. São bolinhos ou bolas feitos de arroz, ou inhame, ou farinha de mandioca, ou farinha de milho.)

2-Frutas: Mamão, graviola, uvas brancas, melancia, melão,maçã verde, pêra, coco verde, coco seco, caqui, ameixa clara, uva-passa branca, pêssego, goiaba, melão,  uvas dedo de dama (uva Juliana), laranjas doces, as frutas suaves em geral, nabo, pepino.

3-Bebidas: Água de coco, mel, água salgada ou potável, o champanhe claro e os sucos de suas próprias ervas e frutos.

4-Flores: Rosas e palmas brancas, angélicas, orquídeas, crisântemos brancos.

Símbolo Lua minguante, ondas, peixes.
Pontos da Natureza Mar.
Flores Rosas e palmas brancas, flor de laranjeira, hibisco, angélicas, orquídeas, crisântemos brancos, hortênsia, azaleia, gerânio, papoula, nenúfar (a flor da planta aquática de mesmo nome, também conhecida como lótus branco).
Essências Jasmim, Rosa Branca, Orquídea, Crisântemo.
Pedras e Minérios Pedras: Pérola, Água Marinha, Lápis-Lazúli, Calcedônia, Turquesa, Diamante, Madrepérola, Zircão, Quartzo Azul, Topázio Azul e pedras azuis em geral. Dia indicado para consagrar: domingo. Hora indicada: 10 horas.

Minério: Platina. Dia indicado para a consagração: sábado. Hora indicada: 12 horas.

Metal Prata, Cobalto e Chumbo.

(Observação: A maior parte da Prata é um subproduto da mineração de Chumbo e está frequentemente associada aoCobre. Dentre os metais, é a que mais conduz corrente elétrica, superando o Cobre e o Ouro.)

Saúde 1-Psiquismo e Sistema Nervoso- quadros ligados às emoções, que sempre são relacionadas ao elemento água e às influências da Lua e de Netuno, planetas associados ao Orixá Iemanjá.

2-Porque Iemanjá é a Regente do Sentido da Geração e da Vida, ligado ao Chakra Básico, também estão envolvidos a coluna vertebral, os rins, o aparelho reprodutor e os membros inferiores e alguns músculos.

As musculaturas que podem ser atingidas por um bloqueio nessa região sãoglúteos, diafragma pélvico, músculos internos da barriga e da região lombar (abdominais, lombares, lombo sacrais e glúteos médios).

Pessoas com estes bloqueios podem apresentar hemorróidas, dores lombares, tensão nas pernas e pés, problemas nos aparelhos urogenitais e dificuldades sexuais.

Planeta Lua e Netuno.
Dia da Semana Na Umbanda, os dias da semana consagrados a Iemanjá são a 2ª feira (regência da Lua) e a 6ª feira (dia de Vênus e de Netuno; sendo que o planeta Netuno, “o deus dos mares”, está diretamente associado a Iemanjá e à Linha dos Marinheiros).

No Culto de Nação e no Candomblé, no geral, Iemanjá tem como dia da semana o sábado. Alguns lhe dedicam a 6ª feira.

Elemento Seu 1º Elemento de atuação é a Água e o 2º elemento é o Cristal.
Chakra Básico (ligado ao Sentido da Geração).

O chakra Básico (ou Raiz) fica na base da coluna vertebral, logo acima dos órgãos reprodutores. Dá sustentação aos demais chakras. Posição vertical, ele se abre para baixo, formando um eixo magnético com o chakra da Coroa.

Abrange: Alimentação, equilíbrio, saúde e finanças. Pode solucionar grande parte dos problemas comuns no ser humano.

Importância deste chakra: Ligado às glândulas supra-renais, é o responsável pela absorção da Kundalini (energia da terra) e pelo estímulo direto da energia no corpo e na circulação do sangue. Está muito ligado às sensações físicas e diretamente relacionado com os membros inferiores e os instintos físicos. Atua na irrigação dos órgãos sexuais.

Por meio dele é que entram as energias que nos conectam com a terra e com o mundo exterior.  Ligação com a terra, com o bem-estar físico, com o instinto de sobrevivência, com a vitalidade e com a sexualidade.

Está diretamente ligado à vontadeele nos dá motivação e energia para agir, fazer, realizar, ganhar nosso sustento, enfrentar obstáculos etc.

Na época atual, encontra-se passivo, na maioria dos indivíduos, pois só entra em atividade por um ato de vontade dirigida e controlada pelo iniciado. Por que isso? Porque o chakra Básico responde ao aspecto vontade.

Da mesma forma que o princípio “vida” está situado no coração, o princípio da “vontade” está situado no chakra Básico, na base da coluna.

Seu principal aspecto é a inocência, qualidade pela qual experimentamos a alegria pura, infantil, sem as limitações do preconceito e dos condicionamentos, e que nos dá dignidade, equilíbrio e um enorme senso de direção e propósito na vida. É apenas simplicidade, pureza e alegria.

No chakra Básico se unem matéria e espírito e a Vida se relaciona com a forma.  É o chakra onde a “serpente de Deus” (Energia Divina) experimenta duas transformações:1- A “serpente da matéria” permanece enrolada sobre si mesma, e se transforma na “serpente da sabedoria” quando despertamos nossa consciência de filhos de Deus;2-A “serpente da sabedoria” sobe ao longo da coluna, até chegar ao topo da cabeça, no chakra da Coroa, e então se converte no “dragão de luz vivente”, quando passamos a viver conectados com a Luz.

Essas etapas são nutridas pela Energia que flui através da coluna vertebral, por intermédio do cordão vertical (eixo magnético) que se forma do chakra Coronário ao chakra Básico.

Esta é uma representação da energia kundaliniuma Energia Divina que vem da Terra, que é básica para a nossa existência, e que desperta quando tomamos consciência de que somos espíritos imortais vivendo importantes experiências na carne. Ao tomarmos consciência da nossa origem Divina, a kundalini desperta e nos traz o prazer de viver, gratidão pela Vida etc. Então ela sobe pela coluna vertebral, até chegar ao chakra da Coroa, onde se encontra com as Energias que vêm do Alto (“as Energias do espírito”).

Cor de vibração do chakra Básico: vermelho.

Desequilíbrios neste chakra podem ser tratados com o uso de velas e demais elementos ligados a Iemanjá, a Divina Regente deste nosso centro de forças.

Saudação Odô iyá, Odô Fiaba, Odôyabá! Odoyá Omi Ô! Odô cyaba!
Bebida Champanhe branco, água mineral, calda de ameixa, calda de pêssego, “água de arroz” (deixar o arroz de molho em água mineral e depois utilizar essa água), água do cozimento da canjica.
Animais Peixes, Cabra Branca, Pata ou Galinha branca.
Número Na Umbanda, Iemanjá é associada ao número 08.
Data Comemorativa Em algumas Casas: 02 de fevereiro, sincretizada com Nossa Senhora das Candeias (ou da Luz) ou com Nossa Senhora dos Navegantes;

Em outras: 08 de dezembro, sincretizada com Nossa Senhora da Conceição.

Quando sincretizada com Nossa Senhora da Glória, é festejada em 15 de agosto, data em que a Igreja Católica festeja a Ascensão ou Assunção (subida aos céus) da Virgem Maria.

Sincretismo Nossa Senhora das Candeias (ou da Luz); Nossa Senhora da Conceição dos Navegantes; Nossa Senhora da Glória (nome que se dá à Virgem Maria pela sua Ascensão ou Assunção aos Céus; sendo que Maria é a Mãe, dentro da liturgia Católica).
Incompatibilidades No Culto de Nação e no Candomblé, observam-se algumas proibições (euós ou quizilas) em relação ao Orixá Iemanjá: quiabo, feijão, peixe de pele; ataré (pimenta da costa). Para algumas Qualidades de Iemanjá, o dendê também é uma proibição. Tais elementos não podem ser a Ela ofertados.

Seus filhos e filhas de santo não podem consumir esses e também os seguintes alimentos:

1-de origem animal: a cabeça da galinha de angola; arraia; camarão vermelho; caranguejo; lula; peixes de pele; peixes vermelhos; sangue de animais;

2-de origem vegetal: inhame; uva branca; tangerina; banana-figo (muito parecida com a banana da terra, porém menor e com um teor de açúcar mais baixo); carambola; abóbora. (Fonte: “Culto aos Orixás, Voduns e Ancestrais nas Religiões Afro-brasileiras”, org. Carlos Eugênio Marcondes de Moura, Editora Pallas, 2004, páginas 48 e 190/193.)

Qualidades Teoricamente, haveria 16 Qualidades de Iemanjá, mas o número geralmente encontrado é superior: Iemowo, Iamassê, Iewa, Olossa, Ogunté, Assabá, Assessu (ou Sessu ou Iyasessu), Sobá, Tuman, Ataramogba, Masemale, Awoió, Kayala, Marabô, Inaiê, Aynu, Susure, Iyaku, Acurá, Maialeuó, Conlá.

2-Na Bahia e em Cuba se diz que há uma Iemanjá, filha de Olokun, à qual se chega por sete caminhos. Daí falar-se em sete Iemanjás; sendo que cada nome diz respeito ao ponto da natureza onde a Divindade se encontra.

Segundo Lydia Cabrera, Antropologa e Poeta cubana que viveu de 20 de maio de 1899 a 19 de setembro de 1991 e que é considerada uma autoridade em cultura afro-cubana,os sete nomes, sete caminhos ou sete Qualidades de Iemanjá e suas características são estas:

Iemowô, que na África é a mulher de Oxalá;

Iamassê, mãe de Xangô;

Euá (ou Yewá)- Rio que na África corre paralelo ao rio Ògùn;

Olossá, a lagoa na qual deságua o rio Ògùn;

Yogunté ou Ogunté, casada com Ogun Alagbedé. É uma amazona terrível; traz na cintura o facão e os outros instrumentos de ferro de Ogun. Adora carneiro e não tolera pato;

Assabá– Está sempre fiando algodão. Tem um olhar insustentável; é muito orgulhosa, e somente escuta dando as costas ou ficando ligeiramente de perfil. Usa uma corrente de prata amarrada no tornozelo. Foi mulher de Orumilá, que aceitava seus conselhos com respeito;

Assessú– É voluntariosa, muito séria e respeitável. Vive em águas agitadas. Gosta de comer pato. Muito lenta ao escutar os pedidos dos fiéis, esquece-os; e se põe a contar as penas do pato que lhe deram como oferenda. Quando se engana no cálculo, ela recomeça, e a operação se prolonga indefinidamente.

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Fonte:

https://umbandaedeus.blogspot.com/2014/05/yemanja-iemanja-iyemanja-yemanja-yemaya.html?view=sidebar

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Texto adaptado, revisado e enviado por Ícaro Aron Soares.


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