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Dakinis (Deidades Femininas dos Chakras)

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Dakinis são as Shaktis, deidades femininas, que estão localizadas nas Mandalas dos Chakras principais, elas são normalmente; apresentadas acima do Bija Mantra e ao lado esquerdo do Devata (deidade masculina) do Chakra. Segundo a tradição tântrica as Dakinis representam a contraparte sutil das substâncias corporais relacionadas a cada Chakra. Estas substâncias são denominadas de Dhatus, que são os elementos constituintes ou ingredientes essenciais do corpo e desempenham um papel fundamental em seu desenvolvimento e em sua nutrição. São os Dhatus que mantêm as funções dos diferentes órgãos, sistemas e partes vitais; e eles são também partes dos mecanismos biológico e imunológico do organismo humano. As Dakinis têm uma função psicológica: são elas que produzem um sentimento de compensação, isto é, quando o indivíduo não consegue viver a plenitude das emoções, sensações e sentimentos dos diversos níveis de consciência que estão relacionados a cada Chakra, elas produzem uma sensação fictícia de plenitude.

Em seguida, apresentamos as Dakinis de cada um dos Chakras com os respectivos nomes, atributos e funções:

 

Muladhara Chakra Dakini

Representada com quatro braços: em uma de suas mãos está a lança (Sula), na outra, o cajado encimado por uma caveira (Khatvanga), nas outras a espada (Khadga) e uma taça para beber o vinho. Ela é feroz, enche de terror o coração dos ignorantes e dissipa todas as negatividades. Está vestida com a pele de um antílope negro e tem os olhos vermelhos. Ela destrói sem piedade seus inimigos; é implacável e é quem nos dá a capacidade de adquirirmos o conhecimento. A Shakti Dakini corresponde à Rasa Dhatu (Plasma), que contém os nutrientes do alimento digerido e nutre todos os tecidos, órgãos e sistemas do organismo. Rasa é também responsável pelos sentimentos da alegria e do amor.

 

Svadhisthana Chakra

Rakini é de cor azul e traz nas mãos a lança (Sula), o lótus (Padma), o tambor (Damaru) e uma afiada acha de guerra (Tanka). Ela está sentada sobre um lótus duplo e tem um aspecto furioso com seus três olhos vermelhos e dentes que revelam ferocidade. A Devi brilhante dos Devas concede a Graça àqueles que têm um desejo intenso e, com suas armas, derrota as seis paixões do homem: Kama (desejo), Krodha (raiva), Lobha (cobiça), Moha (ilusão), Mada (arrogância) e Matsarya (inveja). A Shakti Rakini corresponde à Rakta Dhatu (Sangue) que rege a oxigenação em todos os sentidos e órgãos vitais, preservando a vida. Mas Rakta vai além do simples transporte de oxigênio e nutrientes para os tecidos do corpo: ele faz a pessoa se sentir viva. Uma circulação saudável permite uma boa nutrição ao corpo, até a menor de suas células.

 

Manipura Chakra

Lakini é representada com o corpo de cor azul escuro e vestida com um sari amarelo. Tem três rostos de aspecto feroz, com dentes salientes e, em cada um deles, três olhos que simbolizam Aquela que vê os três planos de consciência: físico, sutil e espiritual.  Em uma das mãos, Lakini segura Vajra (o Raio), na segunda, Santi (a arma do fogo, Vahni), e as outras duas fazem Vara e Abhaya Mudra. Ela possui o poder de destruir e criar o mundo e, no Lótus do seu rosto, mora Sarasvati com toda a riqueza do conhecimento. A Shakti Lakini corresponde à Mamsa Dhatu (Músculos) que cobre os delicados órgãos vitais, executa os movimentos das articulações e é responsável pela força física do corpo. Mantém estendidos os músculos (Snayu) e a pele (Tvak). Mamsa cobre todo o corpo para protegê-lo contra as depredações do ambiente externo. O sentimento que ele dá ao corpo pode ser comparado à satisfação e à proteção que se sente sob grossos cobertores numa noite fria de inverno.

 

Anahata Chakra

Kakini veste-se de amarelo brilhante como um relâmpago,traz uma guirlanda de ossos humanos e seu coração se suaviza e rejubila ao beber o néctar do Sahasrara Chakra. Ela tem nas mãos o Pasa (o Laço), Sula (o Tridente), Kapala (a Caveira) e Damaru (o Tambor). A Shakti Kakini corresponde à Meda Dhatu (Gordura) que mantém a lubrificação e a oleosidade de todos os tecidos, a gordura subcutânea (Vasa) e a função do suor (Sveda). Este Dhatu não é apenas responsável pela lubrificação do corpo, significando também apego (Sneha).

 

Visuddha Chakra

Sakini, de cor branca e fria, está vestida de amarelo. Seus cinco rostos brilham com três olhos em cada um. Em suas mãos de Lótus leva o Pasa (Laço), Ankusa (Foice) os Vedas e faz Jnana Mudra. A Shakti Sakini corresponde à Asthi-Dhatu (Osso) que dá o suporte para a estrutura do corpo e mantém os dentes (Danta), unhas(Nakha) e cabelos (Kesa). Asthi é aquilo que serve de suporte e que é suportado, e seu preenchimento pelo tutano (Majja) elimina o vazio da mente e do corpo.

 

Ajna Chakra

Hakini, mora neste Chakra, sentada sobre um Lótus branco. Ela é branca, tem seis rostos de cor vermelha, cada um dos quais com três olhos, possui quatro braços e em suas mãos estão o Damaru (Tambor), o Mala de Rudraksa, a Caveira, e com a outra faz a Mudra Vyakhya. A Shakti Hakini corresponde à Majja-Dhatu (Medula e Nervos) que preenche os espaços ósseos e carrega impulsos motor e sensorial. Mantém a função de secreção lacrimal (Aksivit Sneha). Majja significa qualquer coisa que existe dentro do osso, e inclui não somente o tutano,  mas também o cérebro, a medula espinhal e o sistema nervoso central.

 

É dito na tradição tântrica que as Dakinis possuem poderes mágicos e são capazes de iniciar seus devotos na sabedoria secreta dos Tantras, (textos que tratam da aquisição do conhecimento). Elas também podem ajudar os Yoguis que desejam aprofundar o seu progresso espiritual, porque elas podem concentrar os poderes que o Yoga libera.

 

As Dakinis também são apresentadas em outras tradições orientais, como por exemplo:

 

1. Mitologia hindu:

Feiticeiras ajudantes da Deusa Kali.

 

2. Budismo:

Seres sobrenaturais, ou Deusas de categorias inferiores. Elas voam através do ar e comem seres humanos. As Dakinis são geralmente mostradas dançando e aparecem como jovens mulheres nuas,ou monstros horríveis com cabeça de leões ou pássaros e a face de cavalos ou cachorros.

 

3. Tibet:

São conhecidas como Khadromas, seres femininos que se movem no espaço celestial,e a sua nudez simboliza o conhecimento da verdade perfeita. Diz-se que as Khadromas vivem em Urgyen, uma dimensão mítica que também é considerada o lugar de nascimento de Padmasambhava, um dos fundadores do Budismo Tibetano.

No Tibet oito deusas, representadas como belas e jovens mulheres, são muitas vezes incluídas no grupo das Dakinis. Elas são conhecidas como “As oito Mães” e considera-se que elas se desenvolveram do Xamanismo Tibetano (Bon Po).

Por Kapaalinath.


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