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Vampirismo e Licantropia

Relíquias Profanas de Drácula

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Shirlei Massapust

Quando alguém inicia o assunto com a frase “Conheço um romeno…” ou “Fiz o Tour Drácula…” eu já sei que a conversa será difícil. Alguém com uma fonte privilegiada relutará em reconhecer um equívoco mesmo quando apresentamos livros específicos defendendo teses contrárias. Os romenos, por outro lado, são impressionáveis e mudam de opinião toda vez que estrangeiros lhes contam estórias estapafúrdias.

Em 1960 uma equipe constituída pelos historiadores Raymond McNally, Radu Florescu, George Florescu, Constantin Giurescu e Matei Cazacu descobriu que “alguns camponeses mais astutos”, impressionados pelo número de turistas que procuravam o Castelo Drácula, decidiram participar também da busca a troco duma módica comissão. Um camponês da vila de Prundul-Birgaului fez diversas alusões a um castelo situado mai la munte, uma expressão que significa “na montanha um pouco mais acima”; ao que Raymond McNally retrucou: “Claro, quando você atinge o pico, como todo alpinista sabe, há sempre um outro pico mais acima”.[1]

A razão de ninguém encontrar o lugar exato é porque o castelo que Vlad III restaurou para viver em Arefu durante seis anos de reinado não existe mais. A população local desmanchou-o pedra por pedra, tijolo por tijolo, e levou tudo embora. Só sobraram as fundações. Depois disso o fluxo de estrangeiros procurando por souvenires do imóvel inexistente continuou a crescer até atingir o ápice na década de 1990.

Numa pequena aldeia transilvana chamada Bran, cujo nome lembra o de Bram Stoker por cacofonia, existe um castelinho medieval bonito e inteiro, que parecia estar abandonado. Não há nenhum registro histórico da passagem de Vlad III por lá, seja na condição de proprietário ou de hóspede. Pelo contrário, é fácil provar que ele não teria interesse em viver ali porque, excetuando os condados Făgăraș e Almaș, eventualmente incorporados à Valáquia, é sabido que Vlad Ţepeş jamais governou quaisquer territórios na Transilvânia.

Claro que isso não impediu os comerciantes romenos de jurarem de pés juntos que o personagem de Bram Stoker residiu no Castelo de Bran, cujo entorno ainda abriga numerosas barracas de camelô onde é vendido todo tipo de produto de vampiros cinematográficos… Este souvenir comemorativo dos cem anos do romance Drácula foi comprado por um historiador brasileiro passando férias na Transilvânia, numa loja temporariamente montada dentro do castelo.

Após a estreia do filme Drácula de Bram Stoker (1992), dirigido por Francis Ford Coppola, o castelo inominado na aldeia Bran chegou a receber a visita diária de aproximadamente três mil turistas estrangeiros que geravam lucro de $ 2000 USD por dia de verão. Em 1994 o quadro encontrado por Rodica Dumitrescu era lúdico. Com a ajuda de estrangeiros, os romenos organizavam excursões ao falso “castelo de Drácula”. Diziam que Vlad III fincava inimigos em estacas pontiagudas que ainda poderiam ser vistas em volta “dos bosques escuros na estrada que leva ao castelo”. Tinha até bruxas colaborando:

Nem só de belezas naturais e tesouros artísticos vive o turismo. Vampiros também ajudam. Os romenos, por exemplo, descobriram que o conde Drácula pode render boas divisas. Transformaram em hotel o castelo do conde na Transilvânia, e já existe todo um folclore de histórias, aparições e sustos pregados pelo espírito de Drácula aos hóspedes do local, cujas normas rigorosas os proíbem de sair à noite. Turista adora essas coisas.

Lúcia Goia, da Transylvanian Society of Dracula (TSD), que organiza circuitos turísticos na região, diz já ter testemunhado acontecimentos estranhos, como um turista inglês que ficou petrificado ao saltar o muro do cemitério vizinho, ou um esquiador encontrado pela manhã no pátio interno do castelo com as pernas totalmente congeladas. No hospital, ele contou que só se lembrava de que uma mão o sacudiu e lançou por terra.

Os aldeões garantem que o vampiro é ajudado por uma bruxa aparentada com Mina, a amada do conde no romance de horror (…). Stoker não visitou os cenários de seu romance, (…) mas o percurso feito por seu personagem Jonathan Harker na Transilvânia pode ser reconstituído por turistas (…). Repórteres romenos dizem ter encontrado a bisneta de Mina, tia Mariuca, de 70 anos, que vive nas montanhas, numa casinha sem energia elétrica. Tia Mariuca afirma que só faz magia branca e ajuda os enfermos e pessoas atingidas por maldição alheia — turistas também — mas reconhece que aprendeu feitiçaria com a mulher do seu tio, Mina, que tinha ligações com o diabo.

Ela assegura haver testemunhado fenômenos muito estranhos, como a aparição de “uma coluna de fogo da altura de um homem” que surgiu em frente à sua casa e se dirigiu lentamente para o lugar onde vivia outra feiticeira, tia Floarea. Além disso, em noites de lua, os lobos, considerados pela lenda filhos de Drácula, dão voltas em torno de sua casa, sem nunca chegar a atacar.[2]

O arquiteto Cornel Talos desejava arrecadar $ 300 USD mil para concluir a “restauração” do moderníssimo castelo medieval. Em 1992 ele organizou um espetáculo chamado Drácula, “muito apreciado pelos turistas, mas que o governo considerou ofensivo à memória histórica romena”. Só lhe foi autorizada a venda de camisetas. Então o arquiteto solicitou a concessão de verba pública. O governo romeno liberou metade da quantia desejada para reformar do imóvel e, – segundo informações fornecidas pelo cônsul da Romênia no Brasil, – o governo brasileiro patrocinou o término da reforma à época do 2º mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso. Outra ideia de Cornel Talos que “poderia ter arrecadado milhões” era “vender nos Estados Unidos pedaços de rocha da fortaleza do Drácula dentro de um caixão, e com certificado de autenticidade”.[3] Teria James Warren adquirido pingentes contendo terra em 1979 por intermédio do mesmo arquiteto que tentou produzir pingentes contendo rochas em 1992?

O pó de Drácula

Alguma coisa estava fora de ordem em Bran. Graças aos posseiros, hoje o castelo teutônico datado de 1212 tem luz elétrica e água encanada. Abriram um fosso de elevador sem por um elevador ali. Dizem que cada farelo rendia lucro, tal como as relíquias do antigo muro de Berlin. No início da obra de “restauração” em 1979 a poeira acumulada durante décadas foi varrida, passada por uma peneira bem fina e dividida em cinco mil lotes de uma grama estocados em pingentes de plástico com formato de caixão de 5 cm de altura, pendurados num cordão de ouro.

Isto foi enviado aos Estados Unidos onde James Warren se encarregou de produzir um certificado de autenticidade numerado para cada pingente e vender a unidade ao preço de $ 17,95 USD. Por que guardar terra? Pessoas movidas pela paixão consomem qualquer coisa. No romance Drácula, o vampiro dorme sobre a terra do local onde nasceu. O personagem Van Helsing explica:

O nosso inimigo pode fazer tudo que lhe aprouver, mas sempre dentro de suas próprias limitações. Em sua moradia na Terra o único lar que lhe pertence é seu caixão, sua casa infernal, ou qualquer local não santificado, como vimos acontecer no túmulo do suicida, em Whitby, onde se abrigou.[4]

Para os fãs o melhor souvenir possível seria terra das ruínas do castelo onde o Drácula histórico viveu. Logo, os comerciantes de sobras de obras de restauração apelaram para a ficção no intuito de arrecadar fundos. Fizeram uma analogia com as incontáveis variantes do cinema e quadrinhos onde o personagem morre e revive nas dependências do castelo. O pessoal adorou a brincadeira, os cinco mil exemplares esgotaram em poucos meses e o grupo arrecadou oitenta e nove mil setecentos e cinquenta dólares americanos.

James Warren chama o pó do Castelo de Bran de “Dust of Dracula”. Os sinônimos “soil” e “earth” também foram usados nos anúncios, mas havia ênfase em “dust” porque, na ficção, quando um vampiro morre estaqueado ou cremado por exposição ao sol ele vira poeira e é de praxe usar termos da bíblia inglesa: “For dust thou art, and unto dust shalt thou return” (KJV, Genesis 3:19). Pessoas desinformadas pensaram se tratar de um punhado de vampiro em pó tão falso quanto os morcegos do cereal Count Chocula; representando o “monarca louco” que “aterrorizou transilvanos e inspirou Bram Stoker a criar o famoso grão mestre do vampirismo”.

Certificado do Dracula Soil Pendant nº 0159 autenticado por James Warren.

Houve propaganda ostensiva do “Pingente da Terra de Drácula” nas revistas em quadrinhos de terror da Warren Publishing. Traduzi parte do texto da propaganda na contracapa do romance gráfico Vampirella nº 88 (julho de 1980) para vocês terem uma ideia do puffing:

Quem deixaria de sentir um calafrio na espinha ao olhar-se num espelho, observando este raro solo encerrado, deitado em seu próprio coração? Que amante dos vampiros poderia deixar de sentir a inveja nos olhos dum companheiro vampiro não afortunado o bastante para ter um dos Pingentes de Vlad? Que discípulo de Drácula não conheceria uma sensação de poder sobrenatural quando usar este objeto exótico?

Sou a atual proprietária do Pingente de Drácula nº 0159. O que eu senti foi uma decepção amarga. Na foto da propaganda o pingente parecia um vidro cheio de terra fina, mas é plástico transparente. Mesmo assim houve quem ficasse maravilhado com o souvenir. Os pronomes de tratamento direcionados ao público alvo sugerem que comerciantes especializados atendiam a demanda do vampire lover, vampirian ou Draculean disciple ansioso por um novo amulet que elevasse o seu status social entre grupos de rapazes fãs de HQs nos anos 80. Em 04/10/2005 o estadunidense Matt, proprietário do Pingente de Drácula nº 0025, narrou sua experiência com a semijoia:

No final da década de 1970, havia muito mais revistas que cobriam a temática da ficção científica e filmes de terror do que há hoje – muito mais. (…) As revistas estavam repletas de anúncios. Todas as revistas são, mas esse tipo de revista apresentava algumas das melhores e mais excêntricas coisas que um olho poderia ver. Estamos falando de tudo, desde frascos de sangue de morcego até livros de receitas anarquistas – tudo o que foi vendido nas últimas páginas parecia contornar cuidadosamente toda e qualquer legalidade. Eu amei. Odiava que as ofertas fossem obsoletas, considerando que eu estava lendo edições de dez anos atrás, mas isso não tornava a ideia de receber coisas tão cruéis pelo correio menos emocionante.

O anúncio do pó do Drácula é um dos mais famosos de todos, aparecendo na contracapa de inúmeras revistas geek no final dos anos 70 e início dos anos 80. Todo mundo que tinha essas revistas naquela época parece se lembrar disso, contudo eu ficaria realmente surpreso se mais do que uns poucos realmente encomendassem a coisa – $ 17,95 USD é muito dinheiro para gastar em uma colher de chá de sujeira, mesmo que essa sujeira seja da Transilvânia. De uma forma muito dramática, o anúncio mostrava que cada pingente de plástico em forma de caixão viria diretamente do antigo reduto do próprio Vlad, falando sobre as várias realizações horríveis do Empalador de uma forma que fez o teaser “INCLUI CORRENTE DE OURO” parecer ainda mais inapropriado. Não houve nenhuma implicação direta de que o “amuleto” forneceria poderes mágicos ao seu dono, mas ninguém usa a palavra “amuleto” sem esperar que as pessoas pensem isso.

Não consigo descrever o processo doloroso envolvido no achado do colar de décadas atrás, mas o fiz, e o velho sábio me cobrou demais por isso. Havia algumas versões diferentes do impresso, mas todas faziam grande alarde sobre a “corrente de ouro”. Na verdade, ninguém queria essa coisa pela corrente. O amuleto em forma de caixão estava vedado, então, embora houvesse de fato um grama de pó do Drácula dentro, você não podia destampar a coisinha sem violar seu invólucro. (…) O solo do castelo do Drácula parece algo que perderia muito brilho ao atingir “ar diferente”. O valor de um grama da essência do Drácula escaparia ao vento, completo com hoo hoo ha ha desencarnado. Não paguei todo esse dinheiro por arrependimentos.

Os anúncios impressos fazem o solo parecer fresco e texturizado; na verdade, é apenas poeira fina. Uma teoria sugere que a única razão pela qual o caixão está colado é para evitar que alguém descubra que a Warren Publishing Company estava apenas tentando descarregar oitenta mil libras de excedente de mistura de cacau. Se algum dia eu abrir essa coisa e sentir cheiro de chocolate, James Warren vai precisar de muito mais do que alho. Porque eu sei caratê.

Estou usando o colar enquanto escrevo isto, em parte por inspiração, mas principalmente porque sei muito bem que nunca haverá outra oportunidade de usar um amuleto de plástico em forma de caixão cheio de pó preso por uma grande corrente de ouro. Mesmo nos círculos antimoda, essa coisa é uma gafe sanguessuga. Faz os seus usuários parecerem mais como perdedores descolados do que criaturas de intrigas sombrias. Duvido que mesmo garotas góticas que pintam ankh em suas unhas aceitariam uma oferta minha para um encontro usando essa coisa. E, no entanto, enquanto o uso, sinto-me muito mais propenso a conseguir que ratos e lobos me prestem favores.

Eu nunca teria fundos para obter um autógrafo de Bram Stoker ou qualquer coisa mais sofisticada. Contudo, quando encontrei o Pingente de Drácula nº 0159 passei a me considerar uma colecionadora competente, com o superpoder de achar raridades.

Anúncio na contracapa de uma revista impressa em 1979.[5]

Comércio de relíquias de terceira classe

Interessantemente o caso do Pingente de Drácula guarda semelhança com o padrão do comércio de relíquias de terceira classe no século XX. Desde a Idade Média as relíquias são objeto dum lucrativo e polêmico comércio… Uma relíquia é um objeto preservado para efeitos de veneração no âmbito de uma religião ou culto, sendo normalmente uma peça associada à história da referida religião, culto ou seita. Ocasionalmente são atribuídos milagres à relíquia.

O catolicismo classifica o corpo de um santo como relíquia de primeira classe. Isto inclui unhas, cabelo, etc. As roupas, o terço e outros objetos pessoais de uso contínuo são relíquias de segunda classe. Qualquer outra coisa que o santo haja tocado casualmente é relíquia de terceira classe. Não é difícil perceber que o culto das relíquias nem sempre envolve artefatos autênticos. Retalhos de pano, garrafinhas com água do rio em que Jesus foi batizado, até saquinhos com o pó do qual Adão foi criado, eram peças comuns nos mercados do século XIII.

Atualmente o Vaticano proíbe, sob pena de excomunhão, vender, trocar ou exibir para fins lucrativos relíquias de primeira e segunda classe. As de terceira classe ainda podem ser comercializadas. Após o início das escavações para ampliar a Gruta da Natividade, a terra do sítio arqueológico foi coletada e comercializada como tal. Isto chegou até no Brasil, onde a revista Pais & Filhos distribuiu sacos de nove centímetros de altura por seis de largura, contendo um grama de terra por embalagem, estampados com a frase “Esta é a terra de Belém, onde nasceu Jesus”.

A proprietária do saquinho de terra que aparece acima me contou que guarda o souvenir dentro da carteira junto com documentos de identidade. Durante a vida ela viajou duas vezes em ônibus cujos demais passageiros foram vitimas de assaltos coletivos. Na primeira ocorrência os infratores agiram como se ela fosse invisível. Na segunda a única coisa que um deles pediu foi uma bênção à velha senhora. Ela também nunca foi assaltada na rua nem sofreu qualquer outro tipo de violência enquanto carregava a relíquia de terceira classe. Igualmente, teve orações atendidas sempre que orou pela cura da doença de alguém, ou pelo bom resultado em provas e exames de estudantes aplicados ou pela parte inocente necessitada de solução de problemas judiciais.

Em 1996 um produto similar chegou ao Brasil, importado por InterUnion Direct SA. De acordo com a versão nacional do certificado de colecionador e com a propaganda televisiva da Polishop, o comerciante Stanley Slotkin adquiriu Pedras da NatividadeTM em fevereiro de 1964, diretamente no sítio arqueológico, com autorização de Elias Bandak, o prefeito de Belém. O material foi enviado aos Estados Unidos onde o joalheiro romeno Paul Dimitriu criou o design da Cruz da NatividadeTM forjada em liga de níquel e alumínio, banhada em ouro 22 quilates.

Segundo a versão brasileira do certificado, cada bolha de vidro no centro de cada cruz contém uma das “poucas” Pedras da NatividadeTM existentes. Tive oportunidade de fotografar a cruz nº 10.464 da remessa enviada para o Brasil… Na propaganda televisiva o objeto brilhava tanto que parecia emitir luz própria enquanto o narrador convidava os cristãos a dar “testemunho de sua devoção a Jesus Cristo”. A compradora da cruz nº 10.464 não narrou nenhuma história de milagre. Na verdade, ela viu que era apenas ouro normal. Estava tão desapegada do objeto que depois deu a relíquia de presente.

Cruz da NatividadeTM nº 10464 em tamanho real.

Estando dentro da Gruta da Natividade, o recém-nascido menino Jesus ganhou ouro, incenso e mirra dos três reis magos (Mateus 2:11). Uma cruz de ouro contendo rocha branca da gruta não chega a ser nenhuma ostentação, mas me parece que o saquinho de terra era tão melhor porque a humildade é uma mensagem importante no cristianismo.

Pondo junto para ver se grita.

Últimas palavras

Todos os certificados dos Pingentes do Drácula comercializados em 1979 vinham decorados com uma citação em inglês antigo, supostamente extraída dum livro temático: “He is a shadow, and hath no reflection. At night, he penetrates through walls and doors. Abandon all hope, ye whom he doth approachs”. Procurei bastante este livro, sem sucesso, sendo que a única vez em que ouvi coisa parecida foi em Ladrão de Almas, um VHS da Lamy Filmes, dublagem brasileira de Vampire at Midnight (1988), dirigido por Gregory McClatchy, cujo script fora escrito pelo colunista do New York Times e autor best-seller Thomas Friedman. Lá a policial Lesley Milne (Jenny Carleton) pega o bendito livro – que não sabemos se é cenográfico – e lê sem mostrar o título: “Ele é uma sombra que não tem reflexo. À noite penetra pelas portas e paredes. Perca a esperança se ele se aproximar”.

No enredo dois policiais discutem sobre os crimes praticados por um terapeuta que utiliza pingentes[6] ao aplicar técnicas de hipnose e programação neurolinguística para induzir a clientela a dar-lhe o sangue, a vida, dinheiro e tudo o mais. Mesmo sendo um humano que usa próteses de caninos alongados, conseguiu tornar-se mais “vampiro” do que muitos preternaturais de épocas precedentes…  Não deixem de ver este filme!

Notas:

[1] McNALLY, Raymond e FLORESCU, Radu. Em Busca de Drácula e Outros Vampiros. Trad. Luiz Carlos Lisboa. São Paulo, Mercuryo, 1995, p 21.

[2] DUMITRESCU, Rodica. Turismo de Arrepiar: Drácula ainda rende emoções fortes a curiosos. EXTRA, 23/03/1994, p 13.

[3] Eu comecei a recortar artigos de jornal referentes a vampirismo e guardá-los em pastas aos doze anos de idade, sem saber como citar referências. A matéria “Drácula Sem Castelo” consta num recorte do jornal O Dia. Ignoro a data, número da edição e da página.

[4] STOKER, Bram. Drácula. Trad. Vera M. Renoldi. São Paulo, Nova Cultural, 2002, p 236.

[5] DUNN, Thom. For sale: “genuine soil” from Dracula’s castle. Publicado em Boing Boing em 15/10/2020 4:29 AM. URL: <https://boingboing.net/2020/10/15/for-sale-genuine-soil-from-draculas-castle.html>.

[6] Victor Radikoff (Gustav Vintas) usa um pêndulo em forma de cachos de uva e pingentes de coração vermelho. Evidentemente um caixão de plástico não ficaria tão bem na tela.


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