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Assim como o crucifixo, acredita-se que os vampiros tinham uma intensa aversão pelo alho, e as pessoas, portanto, têm-no usado para manter os vampiros afastados. Introduzido no reino da literatura pelo romance de Bram Stoker, o alho se tornou essencial para o desenvolvimento do mito vampírico durante o século 20. Alho foi o primeiro tratamento que o Dr. Abrahan Van Helsing administrou no caso de Lucy Westenra. Van Helsing tinha uma caixa com flores de alho que lhe foram enviadas da Holanda e com as quais Lucy decorou seu quarto. Pendurou-se em volta do pescoço de Lucy e disse-lhe que havia muita virtude na pequena flor. O alho funcionou até que a mãe de Lucy, sem conhecer a finalidade das flores, arrancou-as de seu pescoço.
Alho era um elemento crucial para se matar um vampiro. Depois de enfiar uma estaca no corpo do vampiro e de lhe remover a cabeça, era colocado alho em sua boca. Aliás, foi assim que Van Helsing tratou finalmente do corpo de Lucy. Entretanto, esse tratamento era eficiente somente no caso de vampiros recém-criados, porque os mais velhos (Drácula e as três mulheres no Castelo de Drácula) se desintegravam em poeira assim que a estaca fosse enfiada em seus corpos. Stoker obteve a idéia de usar alho após a decapitação do vampiro no livro The Land Beyound the Forest, de Emily Gerard. O livro sugeria que era o método empregado pelos romenos para casos persistentes de vampirismo (isto é, aqueles que não tinham sido resolvidos por métodos que não necessitassem de qualquer mutilação do corpo).
O alho, membro da família dos lírios, tinha sido usado desde os tempos mais remotos como erva e medicamento. Desenvolveu uma reputação como poderoso agente restaurador, e havia rumores de que possuía poderes mágicos como agente protetor contra a peste e vários males sobrenaturais. Nas regiões da Eslávia do Sul, ficou conhecido como um poderoso agente contra forças demoníacas, bruxas e feiticeiras. O Santo André cristão foi considerado o doador do alho à humanidade.
Nos países as Eslávia do Sul e da vizinha Romênia, o alho foi integrado ao mito do vampiro. Era usado tanto na detecção como na prevenção de ataques de vampiros. Os vampiros que viviam incógnitos na comunidade poderiam ser identificados pela sua relutância em consumir alho. Nos anos 70 Harry Senn foi aconselhado pelos seus informantes romenos de que a distribuição de alho durante uma cerimônia religiosa e a observação dos que recusassem sua porção era uma maneira aceitável de se detectar um vampiro escondido na comunidade.
Os vampiros eram muito ativos nessas religiões por volta da véspera do dia de Santo André e da véspera do dia de São Jorge. Nesses dias, janelas e outras aberturas da casa eram untados com alho para manter os vampiros afastados. Podia-se dar também alho ao gado pelo método de esfregação. Em algumas comunidades, o alho era misturado à comida e dado ao gado antes de um feriado importante. Se uma pessoa recém-falecida fosse suspeita de vampirismo, o alho poderia ser enfiado na boca do morto ou colocado dentro do caixão.
Se a detecção e a necessidade de confortar com a decapitação e o alho poderia ser colocado e sua boca ou dentro do caixão. O alho também era importante na Europa oriental e era servido como a proteção mais universal contra os vampiros e as entidades vampíricas. Apareceu no folclore do México, da América do Sul e da China. No decorrer do século 20, o alho se tornou um dos objetos mais bem conhecidos associados com o vampiro. Sem ser um símbolo particularmente religioso, o alho sobreviveu, enquanto o crucifixo desapareceu gradualmente da lista de armas antivampíricas. Às vezes, como no livro e no filme The Lost Boys, a eficácia do alho foi negada, mas apareceu mais freqüentemente como uma substância de detecção e/ou prevenção viável contra os vampiros.
A enciclopédia dos mortos vivos
(*) Isso faz parte da superstição popular. Aqui no Brasil usa-se arruda e alfazema entre outras plantas e objetos “magicos” como a figa e o pé de coelho para afastar mau olhado ou trazer sorte. O alho faz parte da tradição européia para afastar influências negativas e – por extensão – os vampiros…
Adendo – Shirlei Massapust.
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