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Questões da Ufologia

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Questão UFO 1 – À procura dos extraterrestres
Domingo, 23 de setembro de 2001

por Rodolpho Gauthier

O que você pensa a respeito dos discos voadores?

Com certeza, você se lembrará da autópsia do ET apresentada no Fantástico. Ou então, do Caso Varginha. Talvez de um filme. Há mais de 50 anos, um assunto chamado UFOLOGIA se infiltrou no cotidiano de milhões de pessoas espalhadas pelo mundo. A cidade de Araraquara não fica de fora das discussões sobre o tema. Há mais de dois anos, existe uma entidade especializada em pesquisar e estudar casos dessa natureza. Nós da OPUs (Organização de Pesquisas Ufológicas) realizamos reuniões regulares e concentramos nossas atividades na Morada do Sol e microrregião. O grupo não tem fins lucrativos e possui membros de várias idades. A maioria é composta por jovens.

Atividades

Fotos de OVNIs (Objetos Voadores Não-Identificados), avistamentos e relatos antigos são alguns dos mistérios com que temos nos deparado ultimamente. A astronomia e tecnologia aeroespacial são assuntos que também interessam à organização, já que muitas das pesquisas ufológicas requerem conhecimentos nestas áreas. Vigílias, entrevistas às testemunhas e muita leitura são outros exemplos de atividades desempenhadas por ufólogos. Procuramos seguir rigorosamente uma conduta científica. Felizmente, tenta-se fugir ao máximo dos estereótipos que ora nos colocam como fanáticos, ora como charlatães. A OPUs quer fazer Ciência!

No ano passado, a entidade organizou um evento em Araraquara, convidando um dos mais respeitados e conhecidos ufólogos do Brasil, Edson Boaventura Júnior. A palestra contou com quase cem ouvintes. A partir de então, percebeu-se que a aceitação do tema na cidade é mais ampla do que se pensava.

Questão UFO 2 – “Leve-me ao seu líder”
Domingo, 23 de setembro de 2001
Revisado julho 2006.

por Rodolpho Gauthier

Se os extraterrestres realmente existem, porque não entram em contato? Por que uma nave não pousa logo na praça Santa Cruz (centro de Araraquara) e o comandante pede para falar com o Prefeito Edinho?

Essa é uma questão muito complexa. Simplesmente não há uma resposta única e verdadeira. Para tentar esclarecer a o problema, a coluna quinzenal Questão UFO levantará cinco hipóteses. São as possíveis explicações mais conhecidas. Porém, não são as únicas. Vamos a elas:

1-) Os ETs não pousam no pátio da igreja Santa Cruz porque ELES NÃO EXISTEM.

Essa afirmação não se justifica do ponto de vista científico, pois a humanidade conhece muito pouco do além-Terra. Segundo os cálculos dos cientistas, existem cerca de 200 bilhões de estrelas somente em nossa galáxia! Com um número desses, fica impossível dizer que não existe vida extraterrestre. Com certeza, é mais fácil provar que eles existem do que atestar que eles não existem. A ausência de prova, não é prova de ausência.

2-) Eles existem, porém NÃO SÃO DESENVOLVIDOS o suficiente para entrar em contato.

Nos últimos anos, pelo menos 50 planetas foram encontrados orbitando ao redor de uma estrela como o Sol. A água, substância essencial para a vida, foi encontrada em luas de Júpiter e existem fortes indícios de que existiu em abundância em Marte. Cada vez mais, nos aproximamos de encontrar vida extraterrestre microscópica em algum canto do Cosmo. Esses seres não possuem a menor capacidade de contatar uma outra civilização. Será que em nenhum lugar se desenvolveu inteligência? É possível, mas não há como ter certeza. Como dizem alguns pesquisadores, é como procurar uma agulha no palheiro.

3-) Eles não dão as caras verdes porque estão em um ESTÁGIO DE DESENVOLVIMENTO MUITO AVANÇADO.

Recentemente, um astrônomo australiano publicou essa teoria na revista Ícarus (http://astrosun.tn.cornell.edu/Icarus/Icarus.html). Parte dos planetas parecidos com a Terra tem 6,4 bilhões de anos contra 4,6 do nosso. Ou seja, “eles” tiveram 2 bilhões de anos a mais para se desenvolver. Há dois bilhões de anos, nossos ancestrais não passavam de seres unicelulares. Segundo o pesquisador, os ETs não teriam interesse em conversar com seres tão atrasados. Fazendo um paralelo, por que nós humanos não tentamos manter contato com tamanduás, por exemplo?

Embora essa hipótese seja plausível, não há como comprovar a superioridade evolutiva dos verdinhos. Nunca pegamos um e mandamos para o laboratório. Ou se isso aconteceu, não temos conhecimento seguro.

4-) Porque os humanos não estão preparados. UM CONTATO GERARIA O CAOS…

É um clichê entre os ufólogos citar o que ocorreu em 30 de outubro de 1938 nos Estados Unidos. Para comemorar o Dia das Bruxas, Orson Welles transmitiu pelo rádio uma versão do romance A Guerra dos Mundos, de H. G. Wells. Na estória, a Terra é invadida por marcianos. Muitas pessoas desavisadas acharam que o que estava sendo narrado era real. Houve gente apavorada atirando contra caixas d´agua pensando serem naves alienígenas.

Sim, o caos seria gerado. Mas depois de alguns meses tudo não se normalizaria? Uma outra coisa: a quem se dirigiriam os que quisessem manter um contato oficial?  O fato é que não formamos, nem formaremos tão cedo, uma sociedade planetária. Quanto mais, interplanetária.

5-) É LONGE DEMAIS !!!

É possível que existam civilizações tecnologicamente evoluídas e desejosas de contatos com outros planetas habitados, mas que enfrentem as dificuldades naturais de vencer as grandes distâncias em viagens pelo espaço sideral. Se Einstein estiver certo, é impossível superar a velocidade da luz. Mesmo viajando à essa velocidade, ir de uma estrela à outra pode ser tarefa para centenas de anos.

As idéias aqui apresentadas de forma sucinta tem o objetivo de gerar discussões sobre o assunto. Não há conclusão. As especulações são proveitosas quando realizadas com as pés no chão.

Questão UFO 3 – Astronautas da NASA viram discos voadores?
Domingo, 7 de outubro de 2001

por Fernando Caldas

Na pesquisa de objetos voadores não identificados, relatos de profissionais altamente qualificados,como astronautas, merecem atenção especial.

Missões Mercury e Gemini

Em 1962, o astronauta John Glenn, a bordo da Mercury 6, reportou pontos luminosos no céu, pouco antes de sua reentrada na atmosfera terrestre. Em 1963,no vôo da Mercury 9, Gordon Cooper observou uma luz esverdeada e incandescente;o objeto teria sido captado pela estação de radar de Muchea, próxima a Perth,na Austrália. Ainda na década de 60, durante as missões Gemini 4 e 5, os tripulantes também observaram fenômenos luminosos sem explicação conhecida.

Em uma reunião realizada em 1978 na ONU, Organização das Nações Unidas,Cooper afirmou acreditar que veículos extraterrestres e suas tripulações, tecnicamente mais avançadas do que nós, estão visitando a Terra.

Missões Apolo

Durante a primeira descida do Homem na Lua, surgiram diversos rumores de que os astronautas estariam sendo acompanhados por astronaves extraterrestres. Foram divulgados supostos diálogos entre a tripulação da Apolo 11 e o centro de controle da missão em Houston nos quais os astronautas estariam descrevendo bases alienígenas. O comandante da missão e primeiro ser humano a pisar na Lua, Neil Armstrong, negou enfaticamente.

Imagens do pouso da Apolo 11 na Lua mostram pontos luminosos, visíveis através da escotilha. Ufólogos afirmaram que se tratava de naves extraterrestres. A NASA rebateu explicando que eram reflexos normais sobre a lente, característicos da filmagem. Registros de luzes aparentemente anormais ocorreram também em outras missões, como a Apolo 12, 13 e 14.

Edgar Mitchell, piloto do módulo lunar na Apolo 14, declara abertamente que há relatos de avistamentos de astronaves extraterrestres que são reais.

Ônibus espacial

Em setembro de 1991, astronautas da Discovery filmaram uma misteriosa luz que surgiu na atmosfera terrestre, deslocou-se horizontalmente por alguns instantes para depois acelerar em direção ao espaço. Curiosamente, nas mesmas imagens,aparecem uns “borrifos”. A NASA explicou que poderia se tratar de partículas de gelo liberadas pelo próprio ônibus espacial. Ufólogos discordam e afirmam que o objeto mudou de direção e erdirigido de forma inteligente.

“Borrifos”?

Há vários anos, pilotos em vôos noturnos relatam lampejos que sobem em direção ao espaço, partindo do alto de certas nuvens, durante tempestades.

As investigações científicas deste fenômeno utilizam câmeras de alta sensibilidade, uma vez que estes lampejos podem ser muito rápidos e fracos,quase imperceptíveis a olho nu. Em geral, são avermelhados e se iniciam em altitudes de 19 km, subindo até cerca de 100 km. Podem acontecer imediatamente após e diretamente acima de um relâmpago comum.

Um segundo fenômeno igualmente estranho já foi registrado. Também ocorre em grandes altitudes, durante tempestades. É o tal “borrifo”. Lembra muito aqueles inseticidas de aerosol, com o spray em direção ao espaço.

NASA

Em documento oficial, a Agência Espacial dos Estados Unidos afirma: ” …em diversas missões espaciais, astronautas relataram fenômenos a princípio não explicados … estas observações não poderiam ser classificadas como‘anormais’ no ambiente espacial.”

E a resposta? Eles viram ou não viram?

As viagens espaciais são relativamente recentes na história do Homem. É possível que existam diversos fenômenos da natureza ainda não explicados, tanto em grandes altitudes da atmosfera terrestre como fora dela.

É preciso ser cauteloso: muitas pessoas honestas (inclusive altamente qualificadas) já se enganaram, interpretando fenômenos da natureza, satélites,aviões e também fraudes montadas por hábeis trambiqueiros como sendo naves extraterrestres.

Talvez a melhor resposta seja: ainda não sabemos.

Questão UFO 5 – “Parece disco voador, mas não é” Parte 1
(está faltando a parte 2)

Domingo, 4 de novembro de 2001

por Fernando Caldas

Entre 1947 e 1969, a Força Aérea dos Estados Unidos investigou oficialmente os relatos de OVNIs – Objetos Voadores Não Identificados – em uma operação que ficou conhecida como Projeto Blue Book. Dados do relatório final mostram que, de 12618 avistamentos registrados, 701 permanecem inexplicados. Em outras palavras, apenas 6 de cada 100 casos não foram solucionados. Daquela época até os dias de hoje, muita experiência tem sido acumulada no esclarecimento de avistamentos.

Uma luz de arrepiar no céu da Amazônia

Aparecia com freqüência, depois da meia-noite. Flutuava silenciosamente sobre as árvores. Deslocava-se horizontalmente e pousava na floresta. Habitantes de um vilarejo às margens do rio Madeira descreveram o objeto como tendo forma de disco, com janelas. Moradores de outros povoados próximos também haviam notado a presença da luz. O caso chegou à TV através do canal por assinatura A&E Mundo, em programa produzido (1998) e apresentado por Bill Curtis.

A equipe de reportagem conseguiu filmar o objeto. “Meu Deus! Está lá … está se movendo … parece que está pulsando …” – exclamou o cinegrafista, atônito.

Mas havia uma explicação.

Durante a aproximação e descida no aeroporto de Porto Velho (Rondônia), as luzes de um Boeing 737, destinadas a iluminar a pista, apontavam também para o vilarejo.O horário de avistamento e a direção que as testemunhas indicaram coincidem como de uma aeronave procedente de Manaus (00h45min) e com o aeroporto. O mais impressionante: a distância entre a pista de pouso e o local onde estas pessoas estavam era de cerca de 32 km!

Caso também em Araraquara

Quarta-feira, 21 de março de 2001. Três horas da tarde. Um objeto luminoso não identificado é avistado sobre a cidade.A informação é confirmada pelo aeroporto local, de onde também pode ser visto. De acordo com O Imparcial, sua presença não era detectada pelos radares da Aeronáutica, em Pirassununga. Mas de lá vem também a possibilidade de se tratar de um balão meteorológico.

Em colaboração este jornal, o pesquisador da OPUs, Tiago Vital, entra em contato com o Grupo de Lançamento de Balões do IPMet – Instituto de Pesquisas Meteorológicas da Unesp, em Bauru e o mistério é solucionado. Tratava-se do balão de pesquisas MIR-1. A primeira foto abaixo (IPMet) mostra este balão sendo preparado para o lançamento; à segunda, clicado pela reportagem d´O Imparcial, a cerca de 30 km de altitude. Aviões que vão do Brasil para a Europa, por exemplo, voam a uma altura de cerca de 10 km.

Disco com janelas?

No caso da luz sobre a floresta amazônica, ainda permanece uma diferença entre a explicação para os avistamentos e a descrição da luz, dada pelos moradores da área.  Resultados de pesquisas científicas sobre a memória podem trazer o esclarecimento. É um dos temas do próximo artigo Questão UFO.

“Parece disco voador, mas não é” Parte 3
Terça-feira, 4 de dezembro de 2001

por Fernando Caldas

Investigar relatos de avistamentos de OVNIs – objetos voadores não identificados pode ser um desafio interessante, pela multiplicidade de possíveis explicações. O planeta Vênus, por exemplo, quando fica muito brillhante, pode ser tomado como uma astronave extraterrestre.

Em Piracicaba, o reflexo da luz dos holofotes de um circo, apontando para o céu em uma noite com nuvens muito baixas resultou em relatos de “um objeto que se deslocava muito rapidamente, indo e vindo em diversas direções”. Em noites muito escuras nas épocas de festas juninas, os contornos de certos balões podem ficar quase imperceptíveis e fica apenas aquela luz, flutuando misteriosamente…

Estação russa MIR “caindo para cima”?

As conhecidas estrelas cadentes também podem produzir situações curiosas. Como se sabe, são meteoros entrando ou “raspando” a atmosfera terrestre, produzindo riscos luminosos no céu, devido ao atrito com o ar. Dependendo do local onde está a pessoa que observa e da trajetória, um meteoro que está descendo em direção ao solo pode dar a impressão de que está deixando o planeta.

Um exemplo muito interessante desta situação aconteceu durante a queda da estação russa MIR. Em uma foto da agência Reuters, publicada em 24 de março deste ano na primeira página do jornal Folha de S.Paulo, os destroços parecem estar subindo!!!

Nuvens muito suspeitas

O pesquisador J. J. Benitez é um dos defensores da tese de que há astronaves extraterrestres que se camuflam em nuvens. Mas há, com certeza, outros tipos de nuvens que podem nos enganar. Em regiões com grandes extensões planas seguidas de elevações, o vento pode atingir grandes velocidades e, ao bater na encosta, forma redemoinhos que resultam em contornos com forma de disco. São as nuvens lenticulares. Quem já não olhou para o céu e enxergou nuvens com formas de animais, plantas, diversos tipos de objetos e até a silhueta de artistas famosos? Como o leitor já antecipou o que vai estar escrito a seguir, há sim certas nuvens que lembram discos voadores.

OVNIs do centro da Terra

Certos tremores de terra podem produzir atritos de rochas e, ao mesmo tempo, liberar substâncias inflamáveis de camadas mais profundas, gerando fenômenos luminosos, inclusive a vários metros de altura do solo. Em áreas geologicamente ativas, esta é uma das primeiras hipóteses a serem investigadas.

Base super-secreta de OVNIs

Fenômenos da natureza como nuvens, planetas, meteoros e tremores de terra; aviões, satélites, estações espaciais; falhas na percepção e memória humanas; balões, daqueles de festas juninas até os estratosféricos. Esta série de três artigos “Parece disco voador, mas não é” ainda está longe de esgotar este tema.

No artigo anterior trouxemos alguns exemplos sobre o comportamento humano ilustrando a idéia de que nossa própria mente é uma base secreta de parte dos OVNIs. Os hábitos de leitura de nós, brasileiros, criam uma base “terrestre” ainda mais secreta: as páginas dos livros sobre tecnologia e ciências naturais.

Questão UFO 8 – “Fotografei um Disco Voador”
Quinta-feira, 27 de dezembro de 2001
Revisado julho 2006

Por Rodolpho Gauthier.

Texto originalmente publicado no jornal “O Imparcial”.

Brasil, Ilha da Trindade, 12h15, 16 de janeiro de 1958.

Almiro Baraúna, 42, se sentia enjoado. Ele estava a bordo de um veleiro da Marinha chamado Almirante Saldanha. Desacostumado ao balanço do mar, o fotógrafo havia esquecido de tomar a pílula contra enjôo. Contudo, seu profissionalismo fez com que ele estivesse a postos para fotografar o embarque da tripulação. Depois de dias de expedição científica, aquelas pessoas logo voltariam a ver o continente.

Repentinamente, muitos gritos alvoroçados foram ouvidos no convés. “Olha lá! Olha lá!” Um objeto, emitindo uma luz distante que piscava, fazia manobras por entre o pico das montanhas. Baraúna, munido de uma câmera Rolleiflex com tripé, instintivamente começou a fotografar. Restavam apenas seis poses em seu filme. Duas foram desperdiçadas devido ao nervosismo e aos empurrões das pessoas que corriam para ver o fenômeno. Quatro fotos conseguiram flagrar o objeto. Duas delas estão nessa página. Após bater a sexta fotografia, Almiro acabou derrubado pela agitada tripulação.

Alguns oficiais apontaram as armas para o estranho disco cinza com “uma nuvem de vapor esverdeada”. Vários pensaram ser um objeto espionando as atividades da expedição. Não houve tiros mas, segundo relatos, Baraúna ficou abalado. Algum tempo depois, o filme foi revelado por ele em um estúdio precário improvisado em um banheiro do navio. Oficiais acompanharam a revelação e proibiram a divulgação antes de uma análise da Marinha.

Contudo, cópias dos instantâneos vazaram e logo a imprensa noticiou escandalosamente o ocorrido. Quatro dias depois, a agência internacional de notícias United Presss levava ao mundo as fotos do brasileiro com enjôo. Enquanto a Marinha não divulgava seu parecer, o passado do fotógrafo vinha a tona. Em 1953, ele havia publicado um irônico e bem-humorado artigo no qual instruía o leitor a juntar duas fichas de metal, amarrá-las em uma linha e fotografar contra a paisagem. Que ironia. Alguém que havia zombado dos OVNIs, fotografar um… Sabe-se que anos depois, Baraúna veio inclusive a participar de entidades ufológicas.

Ou seja, existe a possibilidade de se tratar fraude feita por um experiente profissional. Um embuste tão ousado a ponto de envolver a Marinha. Almiro não enriqueceu devido às fotos, mas sua carreira ganhou grande projeção.

Contudo, muitos testemunhos de oficiais e de civis dados a Marinha e aos jornais confirmaram a versão de Baraúna. O governo soltou um parecer ambíguo. Nem favorável, nem contra. A APRO e a GSW, institutos ufológicos norte-americanos, foram favoráveis quanto a autenticidade das fotos em um análise realizada anos mais tarde.

E então? Qual a conclusão?

Existem vários argumentos contra e a favor. Provavelmente, só mesmo os presentes naquele 16 de janeiro conheçam a verdade.  Entretanto, falsas ou verdadeiras, apenas essas polêmicas fotografias dificilmente mudarão o rumo da História na atualidade. Talvez a resposta nos seja dada pelo futuro, mais do que pelo passado. Afinal, fotos já não bastam.

Questão UFO 9 – “Fraudamos um Disco Voador!”
Quinta-feira 3 de janeiro de 2002
Revisado julho 2006

Por Rodolpho Gauthier.

Texto originalmente publicado no jornal “O Imparcial”.

Eduardo (ou Ed) Keffel era alemão. Veio para o Brasil antes da Segunda Grande Guerra e trabalhou como fotógrafo na revista semanal O Cruzeiro. João Martins, engenheiro baiano, também era funcionário da revista, na condição de repórter. Esses homens, aparentemente tão diferentes, foram os principais protagonistas do primeiro caso de OVNI com grande repercussão nacional.

Ed bateu cinco fotografias de um disco voador na Barra da Tijuca em 7 de maio de 1952 (fotos na página). Martins estava junto e foi o responsável pelo texto que saiu no encarte especial feito às pressas. Os exemplares da edição se esgotaram em poucas horas. O Cruzeiro pode ser considerada “a revista Veja do período”, por sua alta tiragem e influência.

Não houve outras testemunhas além dos dois. Na época, a Barra da Tijuca era um lugar um tanto deserto. Eles contaram que tinham ido fazer uma reportagem sobre casais que lá se refugiavam. Sentados na areia, viram um objeto parecido com um avião, mas voando de lado. Com rapidez, conseguiram registrar com riqueza de detalhes e nitidez o estranho disco.

A revista Ciência Popular foi uma das únicas a se insurgir contra “a psicose coletiva dos OVNIs”. Entretanto, a Força Aérea Brasileira (FAB) concluiu pela autenticidade do evento. Quem diria… O baiano e o alemão conseguiram enganar até a FAB! Sim, as fotos eram falsas.

Declarações de ex-funcionários da revista e análises das fotos realizadas por institutos norte-americanos (GSW) e brasileiros (INFA) dão como praticamente certa a falsificação. Porém, não há um consenso sobre a intenção e real autoria dela. Uma armação da revista para vender mais? Ou uma brincadeira dos dois que acabou indo longe demais?

Keffel era considerado por colegas um gênio do truque fotográfico. Contudo, alguns apontam João Martins como mentor intelectual da história. Ambos falecidos, eles nunca admitiram a fraude.

Provavelmente, nem eles, nem a revista tinham idéia da repercussão mundial que a reportagem ganharia. O alemão conta que décadas depois ainda era reconhecido por populares. Chateado com o rumo dos acontecimentos, considerava esta a pior reportagem de sua vida: “Não guardo revistas, recortes de jornais, nada.Os bens materiais que possuo hoje já os possuía antes do disco. Não ganhei nada com isso”. O baiano lidava melhor com o ocorrido e escreveu diversos artigos sobre UFOs nos anos seguintes.

Questão UFO 10 – Pelados no Espaço
Quinta-feira, 17 de janeiro de 2002

Por Rodolpho Gauthier.

Texto originalmente publicado no jornal “O Imparcial”.

Você certamente conhece estórias de náufragos que jogam ao mar garrafas com mensagens. Pois é, o que talvez você não saiba é que a humanidade também já lançou suas “garrafas”. Em um oceano bem maior, o Universo.

Trata-se das naves dos projetos norte-americanos Pioneer e Voyager. Esses caríssimos artefatos lançados na década de 70 cumpriram sua missão: enviaram via rádio informações sobre o Sistema Solar. Agora, vão deixando-o em direção ao desconhecido. Silêncio ensurdecedor, escuro absoluto e temperatura externa de –173 ° C. Essas são as circunstâncias em que elas se encontram nesse momento.

Além de centenas de quilos de equipamentos, as naves levam também mensagens. A Pioneer 10 carrega uma placa dourada destinada a possíveis extraterrestres que a resgatem (desenho na página). O objeto está na lateral da sonda e mede aproximadamente 15 por 29 centímetros. A idéia partiu do astrônomo Carl Sagan (1934-1996). Seu objetivo era informar a origem, época e responsabilidade pelo artefato aos possíveis alienígenas. Mas… como fazer isso?

A linguagem universal

qeustao10.jpg

O meio escolhido foi a Ciência, a única linguagem que compartilhamos com os destinatários. Entre outras coisas, a mensagem contém o desenho da explosão radial com as posições e períodos de 14 pulsars (no desenho são os riscos que parecem pernas de aranha). Os ETs conhecerão a época e chegarão próximo de identificar a origem da geringonça ao analisarem onde estão tais pulsars e quando tinham a posição que a figura mostra. Percebendo a representação do Sistema Solar na parte de baixo, não restará dúvida sobre o local de lançamento: a Terra.

A parte de menor compreensão será provavelmente os desenhos dos seres humanos com a Pioneer 10 ao fundo. Devido a uma evolução diferente, os alienígenas devem ser em nada parecidos conosco. Eles certamente terão dificuldades de reconhecer que as figuras são de outros animais inteligentes no Cosmo.

Os humanos não estão de mãos dadas para que não se pense que o casal é um único organismo unido pela ponta dos dedos. Do mesmo modo, a mulher não aparece com o braço erguido em sinal de cumprimento. O objetivo é evitar que os ETs julguem que nós todos temos um dos braços levantado. Aliás, é pouco provável que eles compreendam a saudação feita pelo homem.

Houve preocupação também em retratar traços físicos de várias raças. Contudo, o ponto mais polêmico da placa foi a nudez. Setores conservadores se insurgiram contra “o envio de desenhos indecentes de gente nua para o espaço”. Segundo alguns “deveria ter sido desenhada uma cegonha transportando uma trouxinha no céu”.
Aliens, aqui vamos nós!

Apesar da discussão, a possibilidade de resgate da nave por extraterrestres é bem remota. Nos próximos 10 bilhões de anos, ela não chegará a nenhum sistema planetário. Quando encontrar um porto, certamente todos estaremos mortos.

Talvez a lembrança da placa terá sumido da memória coletiva. Ou, quem sabe, nem a humanidade estará mais aqui para saber do fim de sua solidão cósmica.

Questão UFO 11 – Viva o Caso Varginha!!
Quinta-feira, 25 de janeiro de 2002

por Diego Nyko.

Neste mês de janeiro o Caso Varginha completa seis anos de existência (parabéns),de pesquisas, investigações, hipóteses, intrigas, contradições e muitas dúvidas. Teriam ocorrido mesmo capturas? Os militares estariam envolvidos em um grande movimento para abafar o caso? E as testemunhas? Merecem credibilidade? O que realmente aconteceu?

Uma breve reconstituição

Na semana do dia 13 de janeiro de 1996, avistamentos de OVNIs, perseguições a objetos estranhos no céu, movimentação militar julgada anormal e uma série de outros acontecimentos foram relatados por diversas testemunhas, tanto civis como militares. Uma semana depois, relatos de avistamentos e contatos visuais com estranhas criaturas foram feitos e outra estranha movimentação por parte de militares, polícia e corpo de bombeiros foi reportada. Segundo as testemunhas, o corpo de bombeiros havia capturado algumas criaturas e levado ao hospital, seguindo depois em comboio até a UNICAMP, em Campinas, onde os seres teriam sido analisados. Testemunhos, histórias e suposições: esse é o Caso Varginha.

A comunidade ufológica ainda está em dúvida sobre o que aconteceu em Varginha porque só pode fazer suposições baseadas em relatos de testemunhas que  muitas vezes se contradizem, aumentado as incertezas dos pesquisadores. Mas em uma coisa todos concordam: algo realmente muito esquisito ocorreu na cidade.

Varginha, o Roswell brasileiro

Ocaso mais importante da Ufologia brasileira, Varginha, é comparado em grau de importância a Roswell, nos EUA. Em ambos os casos, supostas criaturas foram capturas e aparentemente a história foi acobertada pelo governo e exército. Mas nada se pode afirmar com veemência quando se fala a respeito do que realmente aconteceu.

Apesar da magnitude do Caso Varginha para os ufólogos de todo o mundo e de sua comparação com Roswell, o maior marco da Ufologia mundial, o caso brasileiro ainda é tratado com muito desprezo pelo município de Varginha. Desde as pessoas que ridicularizam e zombam da história até o governo da cidade ainda tem muito que aprender com os habitantes e governantes de Roswell.

Uma lição a aprender

No site da cidade americana de Roswell (www.roswell-usa.com/city/index.html) as pessoas encontram a história completa do caso, vários links sobre o tema (tudo em inglês), e o mais surpreendente (e inteligente): o governo do município estimula o turismo na cidade usando o caso Roswell como mote principal. Foi criado um museu sobre o tema no ano de 1991, o International UFO Museum and Research Center, que até o dia 21 de fevereiro de 2000 já tinha sido visitado por mais de 750 mil pessoas.

A indiferença dos governantes de Varginha reflete o descrédito da pesquisa ufológica no Brasil. As atitudes tomadas pela cidade americana são uma lição para nós brasileiros. Ativa a Ufologia pesquisada com seriedade, incentiva o turismo, cria empregos, gera capital e estimula a iniciação científica em jovens brasileiros.

Questão UFO 12: – Araraquara: destino do ET de Varginha?
Quinta-feira 31 de janeiro de 2002
Revisado julho 2006

por Rodolpho Gauthier

Contam os historiadores que, há muito tempo, um morador de Araraquara não conseguiu se hospedar em uma pousada. O dono do estabelecimento disse que “não abrigava gente de ‘Linchaquara’. O apelido pejorativo da cidade nasceu devido a um episódio conhecido como Linchamento dos Britos. Em 1897, três assassinatos de caráter político e passional levaram a cidade às páginas policiais de vários jornais do país. A partir daí, o estigma de cidade dos linchamentos demoraria gerações para ser apagado da memória coletiva.

Semana passada, em um programa de televisão “Varginha, mais conhecida por seus ETs, tem… [notícia]”. A alcunha de cidade dos ETs parece ter realmente se incorporado à cidade do sul de Minas Gerais. Um elogio ou uma expressão depreciativa? A partir de agora, cabe a sociedade varginhense escolher um modo de lidar com o mito criado em torno dos acontecimentos de 1996.

Esquecer ou lembrar?

Para parte dos moradores, a autenticidade do caso já não é tão importante. É preciso resolver o que fazer com a fama que torna a cidade internacionalmente conhecida. Varginha tem, pelo menos, duas opções.

A primeira é deixar apagar gradualmente da memória das pessoas a ligação do local com os ETs. A causa e o tipo de boato são diferentes de Araraquara, mas a solução seria a mesma. Contudo, como no caso do linchamento, pode levar várias décadas para que os fatos saiam definitivamente do dia a dia para ficarem somente nos livros sobre o passado.

Outra alternativa é tirar proveito do momento. Roswell, cidade norte-americana onde supostamente caiu um disco voador, fatura alto com bares temáticos, museus e parques. Varginha poderia fazer o mesmo. Porém, somente a aceitação e apoio do povo poderia conduzir a cidade por esse caminho. E não é isso que acontece. Parte dos varginhenses duvida do seu ET.

Certamente, algo muito estranho ocorreu no local em janeiro de 1996. Contudo, o mistério continuará até que surjam provas físicas ou relatos de novas testemunhas (inclusive militares), que confirmem as suspeitas.

Responsabilidade

Segundo a revista Galileu, as garotas que afirmaram ter visto o pequeno ser viraram motivo de piada na cidade, acusadas de serem oportunistas. Suas vidas viraram de cabeça para baixo. Isso mostram o tamanho da responsabilidade necessária quando se divulga assuntos delicados e importantes como esse.

A mídia e os ufólogos foram os principais divulgadores dos acontecimentos mal-explicados de Varginha. Parece não ter ocorrido má-fé dessas partes, mas as notícias explodiram na imprensa e até hoje afetam, direta ou indiretamente, a vida dos moradores. Cento e vinte mil habitantes na cidade, 120 mil perguntas do tipo: “Você é de Varginha? E aí, é verdade a história do ET?”. Não há indícios de fraude, contudo também não existe prova definitiva. Esta seria a resposta mais coerente no momento.

Os acontecimentos podem ensinar uma lição óbvia, mas recorrente: o jornalismo e a ufologia devem ser exercidos com extrema responsabilidade e pensamento crítico. Os dois ofícios não são inofensivos e podem mudar a vida dos cidadãos para melhor ou pior. Portanto, nada de sair por aí falando que caiu um ET em Minas. Só o tempo dirá se Varginha será encarada como palco de um engano ou entrará no hall dos locais onde ocorreram importantes fatos da História da Humanidade.


Questão UFO 13 – O marciano sem tempo

Quinta-feira, 7 de fevereiro de 2002
Revisado julho 2006

por Rodolpho Gauthier

Conheci Ítalo há muito tempo. Era um homem inteligente e de bem com a vida. Apenas uma vez o vi reclamar: “Puxa, ninguém tem tempo pra nada”, disse. A frase pode parecer óbvia, mas ficou em minha memória. Talvez pela verdade que carrega. A maioria de nós tem cada vez menos oportunidades de ver um pássaro cantar ou admirar as estrelas. O antigo hábito de observar o céu enluarado em uma noite limpa parece estar acabando. Culpa da fumaça, dos arranha-céus e do relógio.

Contudo, é interessante observar como a figura do extraterrestre persiste no imaginário popular de uma sociedade cada vez menos ligada aos astros. Vide o ET do comercial da provedora de internet Terra ou o marciano Arc, presente nas páginas da revista Veja. Alguns podem argumentar que tudo não passa de uma alegoria ou de mais uma lenda. Mas, certamente não é assim que pensa quem já viu algo diferente fazendo intrigantes manobras no céu.

OVNI ou Disco Voador?

Não é só maluco que vê OVNIs. Alguns políticos, artistas, aviadores e cientistas já tiveram a chance de observar esses objetos. Muitos se emocionaram com o fenômeno. Também é comum as pessoas se apressarem em tirar conclusões. “Não era desse mundo”, disse a Tiazinha quando filmou um dirigível no ano passado. O exemplo mostra que é necessário tempo para buscar explicações satisfatórias. Muita gente pode se confundir com balões, satélites, relâmpagos globulares, o planeta Vênus ou mesmo aviões.

Quem observa um OVNI deve procurar especialistas para descartar a hipótese de erro de interpretação ou ilusão de ótica. Astrônomos, meteorologistas, aviadores e outras pessoas podem ajudar a esclarecer os fatos. Depois de descartar as possibilidades de engano, aí sim, “jogue suas mãos para o céu e agradeça se acaso tiver” visto um fenômeno raro e até o momento desconhecido.

Talvez não dê para sair por aí falando que viu um disco voador, mas um OVNI você poderá dizer. Hoje, o termo disco voador é utilizado por muita gente como sinônimo de uma nave extraterrestre. Já um OVNI é apenas um OVNI – um objeto voador desconhecido. Se todas as hipóteses terrestres forem descartadas, ainda sim, poderá ser um fenômeno atmosférico desconhecido ou um avião super-secreto do Bush.

Você acredita em ETs???

Para a ciência, não importa muito se alguém acredita em alienígenas. O fundamental é que se consiga provar cientificamente sua existência. Existiram casos inexplicados que desafiaram os cientistas. Porém, esse fatos não foram suficientes para comprovar que os venusianos estão dando cavalo-de-pau em nossa atmosfera. Ou seja, ninguém demonstrou que existem discos voadores, apenas OVNIs. Parte das testemunhas se queixa da dificuldade de registrar as acontecimentos devido à rapidez do fenômeno. Se forem ETs, eles também são bem apressados, Ítalo.

Questão UFO 14 – Vende-se carne de ET
Quinta-feira 28 de fevereiro de 2002
Revisado julho 2006.

Por Rodolpho Gauthier.

Eram cerca de sete crianças. Todas sentadas na calçadas depois de brincar. Uma delas era caçoada porque tinha ficado com medo do ET que aparecera na televisão. Segundo os amiguinhos, a menina tinha ido “dormir com a mamãezinha de tanto medo”. Essa história real aconteceu em setembro de 1995 após o programa Fantástico da Rede Globo que exibiu cenas de um suposto alienígena sendo autopsiado. Dizia-se que era um dos corpos dos ETs que caíram em Roswell, EUA, em 1947.

Fato ou Ficção?

O dono daqueles poucos minutos de filme é o inglês Ray Santilli. Ele conta que procurava imagens antigas para um documentário quando conheceu um ex-cameraman do exército norte-americano. O homem, de pseudônimo Jack Barnett ou JB, gostou do produtor e vendeu-lhe a “autêntica bomba”.

A polêmica em torno da autenticidade da película foi geral. Em poucos meses, ela foi taxada como uma grande fraude. Muitos médicos questionaram o modo como foram feitos os procedimentos de abertura do cadáver. Outros disseram que seria impensável realizar algo tão singular para a ciência em apenas duas horas, tempo que nos deixa ver o relógio na parede. Especialistas em filmes antigos também observaram a má qualidade das cenas. Naquela época já existia tecnologia para produzir filmagens coloridas e de melhor qualidade.


Além desses detalhes, muitos outros intrigaram o mundo. Porém, nenhum deles pôde ser considerado como prova conclusiva da farsa. Se tudo for realmente uma fraude, ela foi muito bem montada. O telefone, o relógio de parede, as roupas, a mesa e os objetos do filme eram usados em 1947.

Lucros

Se não se pode afirmar com certeza que o filme é falso, as provas de que ele é verdadeiro também não apareceram. Se elas existem, estão nas mãos do dono. Ray Santilli poderia ter colaborado no esclarecimento dos fatos de duas maneiras. A primeira seria apresentar o ex-cameraman à opinião pública. Embora isso não dependa só dele, parece não ter existido muito esforço nesse sentido. Vários pesquisadores buscaram informações sobre JB e encontraram dados contraditórios.

A segunda contribuição seria disponibilizar os originais para análise. A averiguação por companhias independentes indicaria com precisão a data de fabricação do filme. Mas Santilli se recusou a liberar os fotogramas. Uma atitude, no mínimo, suspeita. Ele disse, certa vez, que não disponibilizou-os porque não queria cortar um filme “muito valioso”.

O filme é realmente muito valioso para Santilli. Após a exibição mundial, dezenas de milhares de cópias da fita foram vendidas em poucos dias na Europa. Além disso, muitos milhões foram ganhos com as vendas das imagens às cadeias de televisão. Provavelmente, foi o negócio mais valioso da vida do produtor. Existe também uma versão conspiracionista que diz que tudo não passou de uma manobra do Estado para desacreditar a crença nos OVNIs. Será?

O fato é que a fraude é tida como certa. Afinal, se o filme é verdadeiro, porque Santilli não disponibiliza os originais para uma análise científica? Aquela menininha pode continuar a dormir tranqüila.

Questão UFO 15 – Em breve, possíveis OVNIs no céu de Araraquara
Domingo, 17 de março de 2002

Por Fernando Caldas.

Texto originalmente publicado no jornal “O Imparcial”.

Parte dos relatos de OVNIs (Objetos Voadores Não Identificados) é de ocorrências em inícios de noites e finais de madrugadas, descrevendo pontos luminosos que deslocam-se em altitudes elevadas, às vezes confundindo-se com as estrelas no céu.

Freqüentemente, as testemunhas dizem “Tinha uma luz diferente e não era avião. Eu conheço luzes de aviões” ou “Vi uma luz em um ponto do céu. Instantes depois, não estava mais lá.”.

Muitas destas pessoas concluem que o OVNI poderia ser um satélite. Mas satélites artificiais, lançados por foguetes, geralmente não possuem luminosidade própria. Como podem brilhar com uma intensidade que os torne visíveis daqui do solo?

Espelhos

A ilustração 1 convida o leitor a um passeio na órbita terrestre, bem acima do pólo norte. Observada deste ponto, a Terra gira no sentido anti-horário. Neste exemplo simplificado, a luz do Sol chega ao nosso planeta pela esquerda.

Observe que a cidade que aparece no desenho está na região escura, que não recebe os raios do Sol. É noite ali. O satélite está posicionado em uma órbita acima desta cidade, em uma altitude na qual recebe luz solar. Se esta luz é refletida com uma certa intensidade bem perceptível pelo olho humano, os moradores daquela localidade avistarão no céu um ponto brilhante.

Muitas pessoas se surpreendem quando descobrem que este fenômeno pode acontecer até cerca de duas horas após o anoitecer. O mesmo se dá nos finais de madrugadas.

Assim, especialmente nestes dois horários, certos OVNIs são, de fato, satélites funcionando como espelhos da luz solar. Mesmo que esteja escuro aqui em baixo.
Um espelho muito especial

Além de satélites, outros objetos em órbita podem ficar brilhantes, como por exemplo a ISS (Estação Espacial Internacional). No período de 19 a 24 deste mês, a ISS fará passagens pelo céu de Araraquara que possivelmente serão visíveis. Nuvens podem atrapalhar. Uma delas durará cerca de 12 segundos e as demais estarão na faixa entre 2 e 6 minutos de duração.

A ilustração 2 foi gerada pelo web site www.heavens-above.com, tendo como referência as coordenadas de latitude e longitude da cidade de Araraquara.

Há uma linha que se inicia abaixo, na Argentina, passa pelo Uruguai, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, segue pelo mar, à leste da costa brasileira, em direção ao norte. Trata-se da trajetória da ISS, em uma passagem no dia 22 de março próximo.

A previsão do horário na sexta-feira, dia 15, era: inicio às 19h00min59seg e termino às 19h06min25seg. Mas o especialista que projetou e mantém o web site, Chris Peat, alerta que quanto mais antecipada a previsão, mais imprecisa. Publicaremos no web site da OPUs (endereço no final deste artigo) uma previsão de horário processada na véspera (dia 21) e a direção na qual olhar (será necessário uma bússola).

Mas esta passagem não dura nem 6 minutinhos?

É bom lembrar que a ISS dá uma volta completa ao redor da Terra em cerca de 90 minutos!!!
Conclusão

É compreensível que esta poderá ser uma semana na qual algumas pessoas de nossa região vão dizer: “Eu vi um OVNI no céu, à noitinha”.

Questão UFO 16 – Um diálogo sobre Vênus
Quinta-feira 11 de julho de 2002
Por Rodolpho Gauthier.

Texto originalmente publicado no jornal “O Imparcial”.

O planeta Vênus é freqüentemente confundido com Objetos Voadores Não Identificados (OVNIs). A seguir narraremos um desses enganos que ocorrem diariamente no mundo todo. O planeta também é chamado popularmente de estrela da manhã ou estrela d`alva.

Antenor acordou mais cedo naquele dia. Tomou café e foi buscar o jornal que o entregador havia jogado no quintal. O ar lá fora estava fresco e ele se espreguiçou antes de agachar para pegar as notícias. Quando esticava os braços, viu algo diferente: no céu havia uma luz branca, intensa e que não cintilava. Eram 6h40min. Todas as estrelas já haviam desaparecido e o Sol tinha acabado de nascer. Apenas uma permanecia. Majestosa e solitária no lado leste, o lado do nascente do Sol. Vinte minutos se passaram e a luz foi perdendo seu brilho até desaparecer. “Era uma nave alienígena estacionada?” Provavelmente não, seu Antenor.

“- Mas eu tenho certeza de que estrela não era”

Não era mesmo. O brilho das estrelas é diferente do brilho de planetas como Vênus. Elas cintilam. Ou seja, sofrem permanentes e bruscas alterações de cor e brilho causadas pela atmosfera. Os planetas, pelo contrário, não apresentam o cintilar com mesma intensidade devido a sua proximidade. Somente observado-os com telescópios, poderemos perceber essas alterações, que ocorrem numa escala muito menor do que a nossa atmosfera faz com as estrelas. Mas as coisas não são tão simples. Quando a atmosfera está muito agitada ou o planeta muito baixo no horizonte, sua luz pode apresentar bastante cintilação.

O fato de Vênus permanecer depois que todas as estrelas, ou quase todas, já desapareceram é perfeitamente explicável. Ele está mais próximo do Sol do que a Terra e sempre aparece no céu quando está anoitecendo ou amanhecendo. Pode ficar visível no máximo quatro horas depois que o Sol se pôs ou quatro antes dele nascer. Portanto, seu Antenor, o senhor poderia ter tido o mesmo tipo de avistamento no começo da noite. Às 18h você veria Vênus no lado oposto, ou seja, no oeste. O planeta sempre está próximo ao ponto cardeal em que o Sol aparece (manhã – leste) e desaparece (fim de tarde – oeste).

Jamais poderemos avistar Vênus no meio da noite. Porém seu brilho pode suplantar a luz solar e ser captada por um observador atento em plena luz do dia. E isso também costuma gerar casos de OVNIs. Às vezes com um pouco de treino é possível encontrar o planeta durante o dia. O observador só precisa relaxar a visão, já que o fundo azul do céu não permite definir uma referência de focalização para o nosso olho.

“- A luz parecia se mover de lado. É impossível!”.

A percepção de pequenos movimentos é causada por mudanças nas altas camadas da atmosfera. É por isso que o astro pode parecer se mexer um pouquinho. Obviamente, essa explicação não é válida para “manobras radicais”. No caso de Vênus, a percepção de movimentos pode ser realçada se o observador estiver em um carro em movimento. Uma pessoa dirigindo em uma estrada sinuosa pode, com um pouco de imaginação, pensar que está sendo perseguida pelo brilhante planeta. Até experientes pilotos de avião já confundiram o astro com outras aeronaves.

“- Rodolpho, era um brilho muito intenso. Nunca vi estrela ou planeta assim”.

Vênus é o astro com maior brilho depois do Sol e da Lua. Ele tem, ou melhor, ele reflete uma luz 12 vezes mais intensa do que Sirius, a estrela que mais se destaca do céu. Além disso, seu brilho pode ser realçado pela mesma ilusão de ótica que faz com que o Sol do pôr do sol fique imenso. Esse fenômeno proporciona imagens belíssimas, mas pode confundir quando multiplica o brilho de Vênus.

“- Ah, então era a Vênus mesmo?”.

Talvez não. Procure observar o céu diariamente no horário do avistamento. Se todo dia o ponto estiver lá, em uma posição parecida com a do dia anterior, diga “oi” ao planeta. Quem quer ter certeza absoluta pode consultar um especialista ou sites como www.tecepe.com.br/cgi-win/cgiasvis.exe , http://www2.uol.com.br/super/index_mapa.html e www.heavens-above.com.

Esses endereços dão a posição de Vênus. É que ele é temperamental e não aparece em algumas poucas épocas. Se nesses raros dias, uma luz enorme, branca e estática aparecer no céu, cuidado. Pode ser um alienígena com sua nave estacionada em local proibido, seu Antenor.

Revisão Técnica: Jorge Honel – Físico do Centro de Divulgação Científica e Cultural – USP/São Carlos.

Questão UFO 17/18 – FALTANDO

Questão UFO 19 – Seqüestrados por ETs?
Quinta-feira, 8 de agosto de 2002
Por Fernando Caldas.

Texto originalmente publicado no jornal “O Imparcial”.

A testemunha, com muito medo, relata que foi seqüestrada por seres extraterrestres. À noite, do seu quarto, foi levada até uma astronave. Paralisada e submetida a experimentos de diversos tipos, descreve os ETs como sendo baixos, de aparência frágil, crânio  proporcionalmente bem maior que dos humanos e grandes olhos escuros. Acordou em sua cama, sem saber explicar como voltou.

Narrativas semelhantes a esta já foram colhidas aos milhares, em todo o mundo. Testemunhas que relatam abduções, termo sinônimo de seqüestro por ETs, geralmente são arredias. Resistem em contar o que passaram. Temem “atrair novamente aquilo”, ser consideradas loucas, transformar-se em motivo de rejeição ou gozação por parte de outras pessoas.

Sem dúvida, trata-se do tema mais delicado na pesquisa de contatos com ETs e OVNIs (Objetos Voadores não Identificados). Boa parte dos relatos é carregada de fortes emoções, principalmente medo e sensação de impotência, além da fala embargada. É difícil acreditar que estas pessoas estejam mentindo, inventando tais fatos.

Hipnose

O caminho mais comum é hipnotizar a testemunha para obter mais detalhes sobre o que aconteceu. Como se sabe, a hipnose é um estado semelhante ao sono, que pode favorecer o surgimento de lembranças. Mas não é milagrosa! Especialistas desta área fazem duas advertências importantes. Primeira: as crenças do hipnotizador (se ele acredita que a abdução realmente ocorreu) podem influenciar a mente do hipnotizado que, inconscientemente, acaba falando o que o hipnotizador deseja ouvir. Segunda: da mesma forma que favorece as lembranças, a hipnose aumenta as chances do surgimento de fantasias. O hipnotizado pode, sinceramente, narrar fatos que nunca ocorreram, inclusive manifestando fortes emoções!!!

Adicionalmente, esta abordagem tem sido utilizada sem os devidos cuidados. Vários dos pesquisadores (ufólogos) que investigam abduções praticam hipnose sem ter formação em psicologia ou psiquiatria nem treinamento específico como hipnólogo reconhecido por entidades médicas.

Dentro do cérebro

O neurologista Michael Persinger, da Laurentian University, Canadá, tem uma explicação para os relatos de abdução. Em laboratório, estimulou eletricamente o lobo temporal de voluntários, com resultados muito interessantes. Participantes do experimento sentiram medo, relataram que havia “mais alguém ali, no laboratório” e tiveram a nítida impressão de estar em movimento, sendo arrastados, quando, na realidade, estavam sentados em uma poltrona. Persinger propõe que certas pessoas mentalmente normais podem, espontaneamente, manifestar alucinações como as deste experimento, interpretando-as como um contato com ETs. Por mais vívidas que sejam estas imagens e sensações, estão acontecendo somente dentro do cérebro destes indivíduos. O estado entre vigília e sono favorece muito a ocorrência de distorções na percepção. É importante notar que a maioria dos relatos de abduções acontece exatamente neste estado de transição entre estar acordado e dormir.

Falsas memórias

A pesquisadora Elizabeth Loftus, da Universidade de Washington, EUA, já demonstrou cientificamente que há pessoas, mentalmente normais, capazes de formar em seus cérebros lembranças de fatos que nunca ocorreram, ou seja, falsas memórias. Em um experimento, sugeriu (utilizando persuasão e firmeza) a um grupo de pessoas que haviam se perdido em um shopping center quando crianças. Um de cada quatro dos participantes concordou e chegou a se lembrar do episódio. O detalhe é que o shopping não existia na época!!! Quanto mais a pessoa acreditar nestas falsas memórias, mais fortes são as emoções associadas a elas. Os resultados de sua pesquisa derrubam a idéia, ainda muito difundida, de que “se eu estou sentindo emoções intensas, então isto realmente aconteceu comigo”. Em um documentário sobre abduções exibido no canal de TV por assinatura Infinito, Loftus alertou que o conhecido pesquisador de abduções Budd Hopkins, induz testemunhas a formar falsas memórias sobre seqüestros por ETs. Hopkins pratica hipnose e psicoterapia em pessoas que relataram abduções sem ter formação em psicologia ou psiquiatria.

Boas orientações

Mesmo já estando na casa dos milhares, não apareceram, até o momento, evidências físicas como peças, vestimentas, curativos, implantes ou algum tipo de aparelho de tecnologia não humana, que pudessem inquestionavelmente comprovar a origem extraterrestre deste tipo de seqüestradores.

Quanto mais se divulgam detalhes das chamadas abduções, mais aparecem outras pessoas explicando que também foram abduzidas. Especialistas em psicologia social sabem que certas informações muito difundidas podem alimentar o imaginário popular, aumentando as chances de ocorrência dos fenômenos mentais pesquisados por Persinger e Loftus. A grande quantidade de casos acaba não sendo um bom indicador de que estejam ocorrendo verdadeiros seqüestros de humanos por alienígenas.

Boas orientações para uma testemunha que relata uma abdução incluem: 1. Evitar hipnose para não estimular fantasias (principalmente se praticada por pessoas não qualificadas); 2. Informá-la sobre as pesquisas que podem trazer esclarecimentos como as de Michael Persinger (alucinações) e Elizabeth Loftus (falsas memórias); 3. Se os episódios estiverem acontecendo com freqüência ou causarem transtornos, não hesitar em buscar ajuda de um psicólogo ou psiquiatra.

Questão UFO 20 – Mídia – Os ETs estão entre nós
por Tiago Vital
Revisado julho 2006

Depois do episódio do piloto americano Kenneth Arnold em 1947, que disse ter avistado nove objetos com o formato discoidal (ver matéria sobre o caso) fazendo manobras espantosas, os humanos começaram a desconfiar que vários fenômenos aéreos não identificados existentes poderiam ser obra de extraterrestres. A hipótese começou a ganhar adeptos e hoje é conhecida nos quatro cantos do mundo.

Os homenzinhos verdes nunca foram tão atraentes. Podemos ver essa idéia bem difundida nos meios de comunicações, como programas de televisão humorísticos no qual os aliens aparecem como forma de gozação. Basta lembrar do quanto o ‘Casseta & Planeta’ zombou do ET de Varginha. Às vezes, brincou com seu aspecto cabeçudo, ou com os três dedos em cada mão (descrição relatadas pelas pessoas que afirmaram ter tido contato com ETs) e até com sua tecnologia supostamente mais avançada do que a nossa.

A utilização de ETs em propagandas publicitárias é uma constante. A indústria cinematográfica também não perde tempo em produzir filmes que narram grandes invasões de seres extraterrestres, ou ainda, a presença de ETs na sociedade camuflados de humanos. São inúmeros os filmes concernentes aos verdinhos, e alguns deles são indispensáveis de serem citados, pela grande atração que despertaram nos cinemas, tornando-se verdadeiros clássicos.

O mais célebre filme não fala exatamente de ETs. “2001 – Uma Odisséia no Espaço” trata da origem e evolução do seres humanos até o contato com seres desconhecidos que, no filme ocorre justamente em 2001. Essa produção de Stanley Kubrick estreou no Brasil em 1969, ano em que o homem chegou a Lua. Ela se destaca pelos grandes conhecimentos científicos utilizados e pelas, digamos assim, profecias do que seriam as viagens espaciais no mundo detentor de tecnologia espacial. O filme é motivo de comentários até os dias atuais e já foi eleito um dos dez melhores da história.

Outro clássico da ficção científica é “Contatos Imediatos de 3º grau” de 1977, feito pelo mestre Steven Spielberg, que já dominava os efeitos especiais. Esse filme mostra a interferência de astronaves extraterrestres na vida dos americanos, narrando como os discos voadores eram observados por diversas pessoas e o governo utilizava métodos de acobertamento para despistar os curiosos. No final do filme é estabelecido um contato passivo com uma nave e seus tripulantes, através de códigos sonoros e luminosos.

Já entre os filmes atuais, podemos citar a grande produção de Steven Spielberg “Independence Day” de 1996, que trata de uma grande invasão alienígena no nosso planeta, iniciada nos Estados Unidos na data comemorativa de sua independência. Nem é preciso dizer que a Força Aérea Americana consegue destruir os invasores. Essa produção foi um grande sucesso devido principalmente aos fascinantes efeitos especiais utilizados.

Além dos já citados, temos também o belíssimo “Contato” de Zemeckis, produzido em 1997 e baseado no livro do renomado astrônomo Carl Sagan. “E.T., O Extraterrestre”, “Intruders”, “Fogo no céu”, “Roswell”, “Invasão”, “MIB – Homens de Pretos”, “Arquivo X – Resista ao Futuro” são outros filmes bem conhecidos. Enfim, há várias opções nas locadoras. Além disso, os ETs sempre são lembrados nas histórias em quadrinhos, em revistas informativas, nos jornais, nas rádios, em programas de televisão, nos desenhos animados, nas propagandas publicitárias, nos apelidos dos amigos, etc. Com a criatividade do homem os verdinhos, cabeçudos, de três dedos em cada mão, de alguma forma sempre estarão entre nós, independentemente de existirem ou não.

Questão UFO 21 – Ufólogos místicos, clássicos e céticos
Por Fernando Caldas.

Ufologia é a área que investiga relatos de contatos com seres extraterrestres e OVNIs (Objetos Voadores não  Identificados)

Estão muito difundidos os termos ufologia mística e ufologia científica entre os pesquisadores (ufólogos) brasileiros que se dedicam ao tema.

Em meados de2001, em uma reunião da OPUs, propusemos uma classificação que inclui três diferentes abordagens na pesquisa ufológica: mística, clássica e cética. Desde então, vem sendo adotada internamente em nossa organização.

A tabela em anexo apresenta as diferenças entre estas três abordagens no estudo de ETs e OVNIs.

Ufologia mística

Nesta classificação, o termo ufologia mística é utilizado com o mesmo significado tradicionalmente conhecido dos ufólogos.

Ufologia clássica

São aqui denominados “clássicos” os ufólogos geralmente conhecidos como “científicos”. Esta mudança não tem o significado de questionar a dedicação e seriedade dos pesquisadores que seguem esta abordagem. Apenas considera o termo “científico” mais adequado a áreas de pesquisa reconhecidas pela comunidade científica em geral, o que não é o caso da Ufologia.

Ufologia cética

Há pesquisadores que se dedicam a esclarecer relatos de contatos com ETs e OVNIs, mas que são céticos com relação à presença de civilizações extraterrestres em nosso planeta. São aqui chamados de ufólogos céticos. Esta é a abordagem seguida pela OPUs.

Boa parte dos ufólogos céticos rejeita a denominação de “ufólogo” por associá-la aos místicos e clássicos. Consideram-se “céticos em relação à ufologia”.

Entretanto, do ponto de vista desta classificação, por investigarem relatos de ETs e OVNIs, não deixam de ser ufólogos.

Tabela comparativa

A tabela em anexo inclui diversas afirmações e as respectivas posições de cada abordagem ufológica. As afirmações devem ser consideradas independentemente para cada uma das abordagens. Na afirmação 7, por exemplo, místicos e clássicos respondem “sim”. Isto não significa, necessariamente, que estejam aceitando como evidências exatamente os mesmos testemunhos.

TABELA COMPARATIVA


Afirmação

ufólogo místico
ufólogo clássico
ufólogo cético

1
Há OVNIs que são astronaves extraterrestres

sim
sim
não há evidências científicas

2
Há um significado maior, místico, transcendental em certos casos de OVNIs

sim
não
não

3
Há ETs que visitam nosso planeta em missão de conscientizar as pessoas sobre sua evolução espiritual, destruição do ambiente e guerras atômicas.

sim
não
não há evidências científicas da presença de ETs na Terra

4
Elevação espiritual e intuição podem favorecer o contato com certos tipos de ETs

sim
não
não

5
Há ETs que visitam nosso planeta para realizar experimentos científicos

sim
sim
não há evidências científicas da presença de ETs na Terra.

6
Há fotos, vídeos e gravações em áudio que constituem evidências de ETs em nosso planeta

sim
sim
Fotos, vídeos e áudios não constituem evidências científicas

7
Há testemunhos que constituem evidências de ETs em nosso planeta

sim
sim
Testemunhos não constituem evidências científicas

8
Há sinais no solo que são marcas de pouso de astronaves alienígenas

sim
sim
Não há elementos suficientes para tal caracterização.

9
Há casos de OVNIs que podem ser explicados por fenômenos da natureza ou artefatos tecnológicos humanos

sim
sim
sim

10
Utiliza recursos tecnológicos e metodologia sistemática na análise de casos
Não é foco essencial em sua pesquisa

sim
sim

Questão UFO 22 – Sinais?
por Fernando Caldas

Marcas em plantações são conhecidas entre os ufólogos como círculos ingleses (crop circles), embora nem todos tenham a forma circular. Fazem parte do enredo do filme Sinais (Signs), do diretor M. Night Shyamalan. Seriam indícios de uma presença extraterrestre em nosso planeta?

Mais de dez mil

Marcas geométricas de diversos tipos apareceram em diversas partes do mundo, não só em plantações, mas também em areia de praia (Brasil) e em um lago congelado (Canadá). O pesquisador inglês Freddy Silva estima a quantidade em mais 10000. Desde a década de 1970 são relatadas estranhas formas, principalmente em lavouras do sul da Inglaterra, aparecendo geralmente entre duas e quatro horas da manhã. Caules das plantas, como o trigo, são curvados até ficarem rentes ao solo formando figuras geométricas em “baixo relevo” nas plantações.

No verão inglês de 1989 surgiram 300. Em 1990, 600. Ao longo da década de 90 cresceram em complexidade, mas diminuiram um pouco em quantidade. Ventos derrubando as plantas ou danos causados por animais foram propostos como causa. Mas as formas são desconcertantemente regulares edetalhadas, descartando a possibilidade de fenômenos da natureza.
Não são raras formações com mais de 100 x 100 metros de extensão (em área, maiores que uma quadra de basquetebol).

Várias testemunhas relatam zunidos vindos de locais onde mais tarde círculos ingleses foram encontrados. Certas pessoas que visitaram os locais onde eles apareceram disseram ser capazes de captar uma energia sutil, capaz até de realizar curas, que seria emanada pela formação geométrica. Alguns pesquisadores afirmam que as plantas foram geneticamente alteradas.
Em geral, os ufólogos que se dedicam a este tema defendem a tese de que os círculos ingleses são feitos por civilizações extraterrestres, como uma forma de tentar comunicar-se conosco. Explicam que seres humanos seriam incapazes de produzir formas geométricas tão complexas curvando os caules de plantas sem quebrá-los.

Humanos que fazem marcas em plantações

Não existem evidências científicas de que os círculos ingleses são feitos por seres ou naves extraterrestres, que tenham propriedades curativas ou emanem qualquer forma de energia. Por outro lado, existem grupos de pessoas (humanos) como os Circle Makers (fazedores de círculos), cujo site na Internet é www.circlemakers.org, que os fazem abertamente e aceitam até encomendas. Foi o caso da Mitsubishi, que utilizou os serviços deste grupo para desenhar um gigantesco automóvel, lançamento na Inglaterra, em uma plantação de trigo. Trabalhando em três pessoas, osCircle Makers fizeram o carro (ilustração) em doze horas, com cerca de 105x 33 metros de tamanho.

Este grupo produz círculos ingleses com o mesmo detalhamento e perfeição de outras marcas que aparecem “misteriosamente” em plantações, refutando a idéia de que a boa qualidade dos contornos geométricos só podem ser obra de seres extraterrestres.

Construir não é tão difícil como parece

Desenhar um grande círculo no trigo é fácil. Bastam duas pessoas. A primeira fica fixa, no ponto que será o centro, segurando uma ponta de um barbante. A segunda segura a outra ponta do barbante, bem esticado, dando uma volta completa, 360 graus. O barbante esticado faz as vezes de um compasso aberto. Para abaixar as plantas, são utilizadas tábuas adaptadas para “empurrar e deitar” os caules, deixando-os rentes ao chão. Com certa prática, é possível curvá-los sem que se quebrem. Bons conhecimentos de construção de figuras geométricas e disposição física podem resultar em belas obras de arte.

Sinais?

O filme de M. Night Shyamalan infelizmente pode estar estimulando a crença de que os círculos ingleses são feitos por seres ou naves extraterrestres, sem que haja comprovação científica. É curioso notar que a época (verão) em que as formações aparecem na Inglaterra coincide com as férias escolares, quando estudantes com bons conhecimentos de geometria e disposição para madrugar nas lavouras têm todo o tempo livre do mundo! O escritor Arthur C.Clarke, em uma série de TV exibida pelo canal por assinatura Infinito, lembra também que pouquíssimos fazendeiros ingleses parecem se importar com a invasão de suas terras, já que podem ganhar um dinheiro adicional com a visita de turistas às formações.

Estes são sinais de que há humanos por detrás dos círculos ingleses.

Questão UFO 23 – “Você está certo disso, Bill?”
por Rodolpho Gauthier
Revisado julho 2006

Domingo a noite: Você está preparado? No duro? Valendo um milhão de reais: – Quem criou a expressão Disco Voador? Resposta A – Hebe Camargo, B- Kenneth Arnold, C- Chapolim colorado ou D- Bill Bequette?

Silêncio na platéia: – Respondo, Silvio. Opção B – Kenneth Arnold.

Silvio novamente: Mas já??? Você está certo disso? (…) Valendo um milhão de reais, qual é a resposta certa? (10 segundos de pura agonia) Resposta Erraaaada. Letra D – Bill Bequette (platéia: aaaahhhhh)

O rapaz, inconsolável: Não é possível, Silvio. Todo mundo sabe que foi Kenneth Arnold. Está em toda as revistas, livros, sites. Não é possível… Pô, Silvio. Não acredito nisso! Como?

Resposta dada pela produção do programa: “Em 24 de julho de 1947, o norte-americano Kenneth Arnold pilotava seu avião quando avistou nove objetos que avançavam em diagonal, emitiam flashes azuis e possivelmente atingiam uma velocidade de 1600 km/h. Esse avistamento teve grande repercussão nos EUA e gerou um onda de novos casos de estanhos objetos voadores. Quando descreveu o que viu, Arnold disse que os objetos se moviam como “peixes voando ao sol”, como pires jogados na água. Porém o jornalista Bill Bequette mudou um pouco a coisa e disse que os objetos tinham forma de pires (flying saucer).

Pires que voavam. O mistério imediatamente intrigou a nação. Mais tarde, quando surgiram os pesquisadores de OVNIs, eles escolheram o dia do avistamento, 24 de julho, como Dia Mundial da Ufologia. Disseram que o caso do piloto foi o que inaugurou uma nova era na pesquisa de vida alienígena. Mas eles não sabiam que um importante aspecto do caso tinha sido alterado por um jornalista no momento em que ele tocava as teclas de sua máquina de escrever. Enquanto ufólogos dizem que foi Arnold, a História mostra que Bequette foi o verdadeiro criador da expressão.”

Toda essa situação narrada é obviamente fictícia. Silvio Santos provavelmente nunca fará uma pergunta como essa. Contudo, as informações são reais. Keneth Arnold realmente não disse ter visto discos voadores. Foi um jornalista que disse que ele disse. Na foto ao lado, você pode ver como seriam os objetos que ele teria visto. Eles seriam parecidos com bumerangues. Ainda há uma grande discussão em torno desse caso. As principais hipóteses são três: Arnold pode ter visto discos voadores, meteoros ou aves em formação chamadas pelicanos. Mas essa polêmica fica para outro dia.

Implicações

Tão importante quanto a solução do caso são as conseqüências dessa pequena confusão. A repercussão do relato de discos (em inglês pratos) que voavam foi grande. Depois desse avistamento, milhares de pessoas afirmaram ter discos voadores. Embora esta não seja a única forma de OVNI relatada pelas pessoas, até hoje ela é muito “vista”. O que aconteceu? Por que as pessoas não começaram a ver o que Arnold realmente observou?

Porque elas começaram a ver o que Bequette erradamente descreveu? “Será que os ets redesenharam suas naves para ficar de acordo com o erro de Bequette?” Ou pode ter sido tudo uma imensa coincidência: exatamente quando Bequette “criou”os discos voadores de Arnold, naves extraterrestres em forma de pires invertidos teriam começado a aparecer? Ou ainda, o mais provável, a população foi influenciada pela mídia a ver o que todo mundo via?

Através desse caso podemos perceber como o ambiente cultural influencia o surgimento de relatos de OVNIs. Nesse sentido, vale fazer fazer um paralelo com o Brasil. Recentemente, o ano de 1996 foi o que mais ocorrências foram registradas no território nacional. Ano de grande atividade alienígena na Terra? Talvez não. Coincidentemente este foi o ano em que estourou o caso Varginha. Além disso, em 1995 houve grande excitação devido à exibição da fraudulenta autópsia de um extraterrestre por um programa de TV grande audiência. O capacidade de influência cultural do “Quarto Poder” (a imprensa) não pode ser subestimada. Afinal, o mito dos discos voadores começou com o jornalista Bill Bequette, que era coadjuvante e virou protagonista da História.

Questão UFO 24 – “Alô, alô, planeta Terra chamando…”
Sexta-feira, 03 de janeiro de 2002
Revisado julho 2006

por Rodolpho Gauthier

Em 1403, europeus e indígenas não se conheciam. Um oceano os isolava. A comunicação entre essas duas civilizações só foi possível quando uma delas desenvolveu tecnologia, bancou os custos e enfrentou os perigos da longa viagem.

Vivemos uma situação parecida atualmente. Se Einstein estiver certo, a velocidade da luz não pode ser superada. Logo, os custos, os perigos e a duração de uma jornada rumo à um planeta fora do sistema solar serão gigantescos. Infelizmente, não há como realizar uma viagem dessas hoje. Entretanto, temos conhecimentos que nossos antepassados não tinham. Na teoria, é possível nos comunicarmos com os “verdinhos” sem que precisemos ir até onde eles moram. Como?

O Programa SETI

Emissões de rádio abundam no universo. Quando você escuta a estática do seu rádio (aquele barulho que aparece quando se muda de estação), você pode estar ouvindo várias emissões de rádio vindas de fora da Terra. Mas não se engane, a estática não é necessariamente mensagem de aliens. Existem no universo fontes naturais de ondas de rádio, tais como os quasares e os pulsares.

Nossas emissões de televisão e rádio também estão sendo lançadas no espaço a todo momento e viajam a velocidade da luz. Se os ETs tiverem algo semelhante à televisão, ou mesmo se tiverem olhos, poderão um dia assistir ao programa da Ana Maria Braga ou, quem sabe, aprender a dança do grupo Rouge. Da mesma forma, existe a possibilidade de captarmos um sinal deles. É exatamente isso o que procura o Programa SETI (Search for ExTraterrestrial Inteligence, em português Busca por Inteligência Extraterrestre).

Surgido nos EUA, na década de 60, o programa já captou mais de uma centena de sinais “estranhos”. Porém, como eles não se repetiram, não foi possível precisar sua origem. Através de radiotelescópios (veja foto © VLA, NRAO) , pode-se dizer que os cientistas do SETI procuram uma agulha em um palheiro, pois, em meio a tantas emissões, como saber o que é alienígena? Em um universo tão vasto, para onde apontar os equipamentos de recepção?

O SETI não pesquisa casos de OVNIs. Segundo seus cientistas, viagens espaciais são muito complicadas. Para se ter uma idéia, se utilizássemos a tecnologia atual, demoraríamos cerca de 300 mil anos para chegar à estrela mais próxima do Sol. Embora os aliens possam ter uma tecnologia superior, as distâncias continuariam muito grandes. Além disso, não há evidência científica que indique a existência dos discos voadores, afinal julgamentos pessoais não são evidências físicas ou verificáveis.

Atualmente, o programa não conta com apoio governamental. Muitos acham bobagem procurar ETs. Porém vale lembrar o que disse um astrônomo norte-americano sobre a busca: “Não estamos aumentando o PIB da nação, nem fazendo as pessoas viverem 200 anos, mas alimentando o espírito das pessoas”. É a ciência ajudando a responder às mais profundas e inquietantes questões humanas: quem somos?, de onde viemos? e para onde vamos?

Para saber mais

Você pode conhecer melhor o SETI através de livros como Telegramas para Marte (de Eduardo Dorneles Barcelos, Zahar, 2001) e Inteligências Extraterrestres (Jean Heidmann, Zahar, 2001). Existe também um belíssimo romance chamado Contato, do astrônomo norte-americano Carl Sagan. A obra narra o contato com alienígenas feito através do SETI. O livro deu origem a um grande filme estrelado por Jodie Foster no final da década de 1990.

Como ajudar o SETI

O SETI@home é um projeto global da Universidade de Berkeley, Califórnia, EUA, que pretende aproveitar a capacidade de processamento de centenas de milhares de computadores ligados a Internet para a busca de inteligência extraterrestre. Usuários do mundo inteiro podem agora participar desta grande e importante empreitada científica, bastando apenas fazer o download do programa.

O SETI@home é um tipo especial de proteção de tela (screensaver), que inicia o seu funcionamento quando o PC não esta sendo utilizado. Quando ativado, ele analisa dados recebidos no seu computador, que foram capturados pelo maior radiotelescópio do mundo. Existe a hipótese pequena, mas tentadora, de que o seu computador seja o primeiro a detectar uma civilização além-Terra.

A ligação à Internet é fundamental, mas apenas pra receber e enviar os dados a um servidor do SETI. Para o programa funcionar não é necessário estar conectado a Internet.

Questão UFO 25 – Ufologia: para quem?
Quinta-feira, 13 de março de 2003
Revisado julho 2006.

Por Rodolpho Gauthier.

Pesquisar casos de OVNIs (Objetos Voadores Não Identificados) é importante. Pode parecer coisa de lunáticos ou de gente que não tem o que fazer, mas é uma tarefa que tem sua função social e científica. Ao longo deste texto, falaremos da primeira.

Para mim e para você

A função mais óbvia desse tipo de pesquisa é DESVENDAR OS CASOS. Procurar discernir se um relato, foto ou filmagem é um erro de interpretação, um fenômeno atmosférico, um objeto construído pelo homem ou algo que realmente não pôde ser identificado. O esclarecimento dos relatos é importante porque as pessoas querem saber o que viram. Os avistamentos de OVNIs muitas vezes é um acontecimento que marca as testemunhas. Lembro-me de um caso pesquisado pela OPUs em que uma criancinha havia chorado de medo após ver um OVNI (na realidade, um satélite artificial). Quem é o responsável por o explicar `aquela menininha que o que ela viu não eram naves marcianas?

A pesquisa precisa ter também sua FUNÇÃO HUMANITÁRIA. É relativamente grande o número de pessoas que sofreram traumas psicológicos reais relacionados a supostos OVNIs. Cabe aos pesquisadores contribuir para a melhora da qualidade de vida dessa gente. Tentar encaminhar a suposta testemunha a um psicólogo é uma das soluções.

Pode parecer bobagem a alguns, mas é muito grande o número de pessoas que sentem medo de possíveis ETs. Esse medo é um desconforto que poderia ser evitado. Conheço crianças e até mesmo adultos que já tiveram pesadelos com aliens (Essa gente foi abduzida? Pouco provável. Várias dessas pessoas vivem em edifícios de cidades populosas, ou seja, provavelmente, o porteiro do prédio teria visto algo). É obrigação do pesquisador libertar o homem comum de mais essa angústia do mundo moderno. Não bastasse o medo da violência e do desemprego, temos que nos preocupar com aliens?

Além disso, a pesquisa tem uma FUNÇÃO CIDADÃ. Há vários embusteiros que enganam pessoas com casos falsificados. Alguns querem apenas aparecer na mídia, porém há outros que produzem fraudes para ganhar dinheiro. Cabe ao pesquisador ajudar a proteger a população de patifes que usam o tema como trampolim para seus golpes. Ufologia é uma arma que, como tal, pode ser usada tanto para o bem como para o mal.

A pesquisa tem também um ASPECTO FILOSÓFICO. As pessoas se perguntam se estamos sós no universo e querem uma resposta. Sem dúvida, essa é um questão recorrente no imaginário humano, principalmente depois da ida do homem à Lua. Infelizmente, alguns “pesquisadores” costumam responder que estamos sendo visitados, mas que o governo esconde provas disso. Esta é uma posição pouco produtiva (“eu sei que existem Discos Voadores, não preciso pesquisar”) e que não costuma convencer muito a sociedade.

Preocupação com as testemunhas

Ao longo do texto, evitamos dizer que o trabalho dos ufólogos é importante. Isso porque alguns ufólogos não pesquisam casos, ou quando fazem, não utilizam metodologia apropriada. Ou seja, não necessariamente um ufólogo é um pesquisador de casos de OVNIs. Às vezes, eles agem apenas como simpatizantes da hipótese extraterrestre.  A pesquisa dos avistamentos de OVNIs pode ser feita  por qualquer um: céticos, sociólogos, astrônomos, psicólogos e leigos com conhecimentos científicos abrangentes e relativamente aprofundados, pois não existe diploma de ufólogo. Obviamente, isso não significa que qualquer um pode fazer um bom trabalho de esclarecimento. Nesse sentido, o pensamento crítico é fundamental.

Pesquisar casos de OVNIs é um hobby. Porém o fato de não ser uma profissão regulamentada não diminui a importância do pesquisador. Muito pelo contrário, como qualquer um pode se considerar ufólogo, é fundamental a ele exercer seus deveres de maneira idônea.

Muita gente acredita que o trabalho desse tipo de pesquisador é importante porque ele está lidando com “um grande mistério da humanidade”, ou porque está em luta “contra o acobertamento que impede a população de conhecer a verdade”. Na realidade, tais atividades podem ter motivações muito mais simples. Se os pesquisadores tivessem preocupações mais sociais, ou seja, se pensassem mais nas testemunhas do que nos supostos extraterrestres, definitivamente seu trabalho entraria no rol das atividades de utilidade pública. Porém, infelizmente, muito do que se faz e se escreve por aí não se preocupa com os terrestres.

Questão UFO 26 – Seitas Ufológicas – O Raelianismo
Por Tiago Vital.
Revisado julho 2006

A redução da influência do catolicismo no Ocidente, iniciada com o Renascimento e com a Reforma Protestante, propiciou o surgimento de outras tendências religiosas. A Ciência também passou a seguir caminhos próprios. Em um fenômeno típico do século XX, seitas se espalharam pelo mundo.

O que agora está presente no cenário internacional, unindo os temas religião, ciência e seitas, é o Raelianismo, fundado pelo francês Claude Vorilhon, 54 anos, jornalista e ex-piloto de carros de corrida. Recentemente, a seguidora desta seita Brigitte Boisselier, formada em físico-química pela Universidade de Dijon e em química analítica pela Universidade de Houston, anunciou o primeiro clone humano de responsabilidade da empresa Clonaid, ligada ao Raelianismo. Tal anúncio foi contestado pelos cientistas devido à falta de provas. O Raelianismo prega que a raça humana é obra de seres extraterrestres. Vários personagens da história como Buda, Moisés, Jesus, Maomé e Leonardo da Vinci, afirma a seita, foram treinados por seres do cosmo.

Como tudo começou

Segundo o relato de Claude Vorilhon, no dia 13 de dezembro de 1973, quando estava no coração da cratera Puy de Lassolas, próxima a Clemond-Ferrand, no centro da França, ele observou um objeto metálico, com aproximadamente 7 metros de diâmetro e no formato de um sino realizando uma trajetória descendente no céu. Logo após, esse objeto teria pousado à sua frente e uma porta se abriu. Ainda conforme o relato, um ser com aparência humana surgiu e se identificou como Yahweh, insinuando a Claude que ele havia sido escolhido para uma missão difícil: tornar-se seu mensageiro para os humanos. Claude, a partir deste suposto episódio, passou a adotar o nome Rael (que significa mensageiro). A origem desse alien seria o planeta Elohim, localizado em um outro sistema solar. O ser extraterrestre ainda teria explicado a Rael (Claude) a importância de seu povo como autores da vida aqui na Terra. Os seres humanos, porém, sempre os teriam confundido com deuses. Leia a suposta mensagem de Elohim à humanidade no dia 13 de Dezembro de 1973:

”Viemos de outro sistema solar e criamos toda a vida na Terra cientificamente, inclusive o Homem, a nossa imagem. Vocês nos confundiram com deuses… Nós vos amamos como nossas próprias crianças e mandamos sabedoria através dos profetas. Vocês deformaram o nosso ensino e o utilizaram para lutar… Agora que são capazes de compreender quem somos, gostaríamos de estabelecer um contato numa embaixada oficial.”

A Terra é um laboratório de extraterrestres?

A equipe de Elohim primeiramente teria feito um reconhecimento da Terra através de satélites artificiais para estudar sua constituição e a atmosfera, como fazemos para estudar outros planetas. Feito isto, teria sido implementada uma colônia de cientistas que dariam prosseguimento a um projeto vetado no planeta deles: a criação da vida. O domínio da engenharia genética teria permitido criar várias formas de vida, começando com a elementar síntese de DNA e partindo para formas mais complexas. Os humanos teriam sido criados a imagem e semelhança do povo de Elohim.

Todo tipo de religião que surgiria pela Terra em diferentes cantos teria sido resultado de um minucioso planejamento destes aliens, iniciando-se pelos profetas com o ensino das regras indispensáveis para o nível de consciência. No entanto, a interpretação dos acontecimentos pelos povos antigos, como podemos ver em textos bíblicos, foi prejudicada pela falta de compreensão e por faltar vocabulário para descrever os fatos.

Hoje, a seita Raeliana afirma ter cerca de 55 mil adeptos pelo mundo. Seu fundador, Claude, afirma ter viajado em um “disco voador” e conhecido o planeta Elohim. Segundo ele, o líder dos Elohim, Yahweh quer estabelecer um contato oficial com alguma embaixada, mas para isso o mundo teria que estar preparado. Você está???

Questão UFO 27 – O dia em que Orson Wells invadiu os EUA
Por Tiago Vital.
Revisado julho 2006

No dia 30 de outubro de 1938, véspera de Halloween, os marcianos invadiram a Terra. Nos EUA, o céu já estava escuro e as cidades não apresentavam nenhuma anormalidade: pessoas voltavam do trabalho, crianças brincavam e cachorros latiam. Um pouco antes das 20 horas muitos moradores de quatro estados norte-americanos escutavam músicas na estação de rádio CBS.

Às 8 da noite a programação foi interrompida pelo ator, cineasta e produtor Orson Welles (1915 – 1985). O aviso de que o próximo programa se tratava de uma dramatização foi dado logo no começo. Iniciou-se então a encenação sonora da invasão de marcianos que estavam aniquilando a raça humana. Welles de imediato fez-se passar por um famoso astrônomo do Observatório de Princeton, que concedia uma entrevista sobre alguns fenômenos registrados em Marte que poderiam ser considerados atividades extraterrestres. Algumas notícias davam conta de que muitos combatentes americanos haviam sido dizimados numa batalha em Grovers Mill, New Jersey. Além do discurso de um secretário do governo em Washington admitindo a invasão, Welles caprichou nos efeitos sonoros de naves que vaporizavam humanos, nas gritarias das pessoas aterrorizadas e no próprio nervosismo de quem falava no programa. Esses fatores foram fundamentais para envolver os ouvintes naquela noite.

Muitas pessoas ligaram o rádio depois do início do programa e várias acreditaram no que escutaram. O pânico tomou conta dos moradores. Pessoas do campo corriam para a cidade a procura de ajuda, enquanto pessoas da cidade corriam para o campo atrás de refúgio. Milhares de telefonemas atormentavam as delegacias das cidades e, em poucos minutos, as estradas ficaram lotadas de carros que levavam famílias  desorientadas a lugares confusos. Os mais ousados saíam de suas casas com armas de prontidão à procura dos marcianos. Certamente o apresentador não imaginara o tamanho da confusão que causaria.

Terminado o programa, às 21 horas, Orson Welles explicou novamente sua brincadeirinha de Halloween. A dramatização tinha sido baseada na obra A Guerra dos Mundos do escritor Herberth George Wells (1866-1946). H. G. Wells foi um renomado escritor inglês responsável por diversos livros de ficção como A Máquina do Tempo, O Homem Invisível e O Primeiro Homem na Lua. Ele é considerado um dos precursores da ficção científica moderna e influenciou muitos outros escritores.

Uma curiosidade sobre o episódio é a carta de uma mulher entregue a Welles: “Quando aquelas coisas aconteceram, eu achei que a melhor coisa a fazer era dar no pé. Então, peguei os 3,25 dólares que havia economizado e comprei uma passagem. Após ter viajado 16 milhas, ouvi dizer que era tudo uma peça. Agora estou sem o dinheiro e sem os sapatos que ia comprar com ele. O senhor poderia, por favor, mandar alguém me entregar um par de sapatos pretos, tamanho 9 B?”. Algumas pessoas  tiveram de ser resgatadas semanas após a transmissão nas montanhas de Dakota. Elas não acreditaram que tudo fora ficção.

E se fossemos invadidos…

Estes acontecimentos podem ajudar na análise do comportamento humano caso a Terra fosse realmente invadida por extraterrestres. Sem dúvida, Orson Welles conseguiu demonstrar o poder persuasivo dos veículos de comunicação. Seu programa teve impacto regional, já que na época não existiam meios de comunicação globais como hoje. Mas até que ponto as pessoas chegariam se tudo fosse repetido, desta vez por Steven Spielberg utilizando a CNN? Milhares de pessoas pelo mundo se suicidariam acreditando que a morte era inevitável? As nações esqueceriam as diferenças por um momento e juntos travariam uma batalha interplanetária, ainda que fictícia? Segundo um estudo do professor Hadley Cantril, da Universidade de Princeton, os eventos de 1938 formam a mais célebre histeria coletiva da História. O que aconteceria se tudo ocorresse novamente hoje?

Coletanea da coluna quinzenal da OPUs


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