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Como foi citado numa parte anterior a Experiencia de Filadélfia , achei conveniente aprofundar um pouco mais o assunto. O melhor seria ler o livro do cabeçalho. Livro excepcional de Charles Berlitz e William L. Moore ( Editora Record – 1979 ). O livro trata justamente da busca de provas e testemunhas da autenticidade do projeto em questão. Não é preciso citar que o Governo americano e especificamente a Marinha americana negam qualquer veracidade a respeito do projeto. No entanto , ao que tudo indica , a experiencia aconteceu e as poucas testemunhas que sobreviveram, como no Caso Roswell, sobreviveram porque se esconderam ou porque negaram de todas formas possiveis, comentar o assunto.
Esta busca por testemunhas e provas , é o teor do livro. O testemunho , que me parece o mais impressionante , por ser quase que um testemunho técnico a respeito da experiencia em si , é o que pretendo colocar aqui. E é justamente uma destas testemunhas que estratégicamente procuraram se isolar do mundo, sabendo que se falassem demais poderiam ter sua vida reduzida por algum “acidente fortuito” como aconteceu com o Dr. Morris Jessup . E é graças a Jessup que ficamos sabendo o pouco que sabemos ainda hoje. E justamente por causa da curiosidade dele a respeito da experiencia, ele foi encontrado “suicidado”. Bem , mas vamos ao relato . . .
O que podemos dizer, portanto, sem revelar a verdadeira identidade do Dr. Rinehart, é que ele nasceu no mesmo ano que Morris Jessup, mas em outra parte do país. Depois de trabalhar com bastante sucesso em um conhecido estabelecimento científico privado, ao mesmo tempo que completava os requisitos para o doutorado, o Dr. Rinehart , como tantos outros cientistas inclusive o Dr. Jessup , foi forçado pela depressão da decada de 30 a procurar emprego no complexo cientifico-militar do governo americano. Na década seguinte , havia chegado a chefe de departamento de uma conhecida instalação militar de pesquisa; e foi nesse cargo que participou da primeira fase de um projeto que tudo indica haver culminado com a Experiencia de Filadélfia.
O Dr. Rinehart que quando começou a suspeitar de que sabia demais, resolveu afastar-se dos segmentos da sociedade que lhe pareciam mais perigosos. Assim, abandonou uma promissora carreira cientifica para se instalar em um pequeno bangalo nas montanhas e contentou-se com a vida de um erimita. Moore e Rinehart trocaram cartas durante mais de um ano antes que fosse sequer mencionada a possibilidade de uma entrevista pessoal e passaram-se mais alguns meses até que a entrevista se concretizasse. . . .
A principio cauteloso, o Dr. Rinehart pouco a pouco foi ficando mais à vontade.
— Eles ainda me vigiam, o senhor sabe. Cheguei ao ponto de evitar certos lugares na cidade por causa do interesse que minha presença causa. . . especialmente em certos edificios da universidade. Costumava visitar o lugar uma vez ou outra , mas os guardas de segurança ficam tão tensos que não vou mais lá. A mesma coisa acontece quando tento comprar uma passagem. Assim que me identifico, o pessoal da segurança aparece.
“Então o senhor veio aqui só para descobrir o que sei a respeito da experiencia do navio, não é? Sabe de uma coisa, andei pensando muito a respeito desde que recebi sua primeira carta. Foi há tanto tempo
. . . Já me esqueci de certos detalhes, mas se tiver paciencia para me escutar, vou confiar no senhor e revelar alguns segredos. . .
“O senhor sabe, naturalmente que toda experiencia começa como uma idéia , depois vem um estudo de viabilidade. . . através de cálculos matemáticos , ou coisa parecida . . . depois um projeto, e finalmente uma experiencia, ou experiencias, no sentido comum da palavra. Inicialmente, havia muito poucas pessoas envolvidas nest experiencia. A maioria tinha outros compromissos importantes.
A Teoria do Campo Unificado permanece até hoje como uma estrutura inacabada. Em minha opinião, ninguem pode vangloriar-se de ter feito uma “verificação completa” da teoria. É claro que muitos cientistas trabalharam no assunto, e vários artigos foram publicados com este titulo. . . o nome em alemão é Einheitliche-Feld Theorie . . . mas esses trabalhos não estão “completos”, no mesmo sentido em que a Teoria da Relatividade Especial está “completa”e a Teoria da relarividade Geral está quase completa. Esta é a minha opinião pessoal.
“Lembro-me de que durante a guerra participei de algumas conferencias onde estavam presentes oficiais da Marinha. Em relação ao projeto em que está interessado , minha memória insiste em me dizer que tudo começou bem antes de 1943, provavelmente em 1939 ou 1940, quando Einstein começou a trabalhar em aplicações práticas de suas teorias, a pedido dos militares. . .
“Posso afirmar, com alguma segurança, que a idéia original foi de Einstein e (Rudolph) Landenburg. Não sei quem foi o primeiro; e se os pais do projeto foram “Fulano”, Einstein e landenburg, não me lembro da identidade de Fulano. Sei que o professor Ladenburg. . . havia conhecido Einstein da Suiça, em 1908 . Era um sujeito reticente , meticuloso, de modos aristocráticos; mas os colegas tinham profundo respeito por ele. Consideravam-no “um pensador solitário”.
“Ele entendia profundamente de minas, torpedos e defesas contra eles. Lembro-me de uma grande conferencia em que estava sendo discutida uma possivel arma dos alemães Meu superior imediato , o Dr. W.W. Albrecht ( pseudonimo) estava impaciente com as idéias não muito brilhantes expostas por alguns militares. Interrompeu a discussão para consultar Ladenburg, referindo-se a ele como “a unica pessoa presente que teve experiencia militar na Alemanha”, e afirmando que havia comandado um submarino durante a Primeira Guerra Mundial.
“Landenburg estivera trabalhando em experiencias de fissão no Laboratório de Física de Pricenton durante todo o verão e outono de 1939 . Acho que li em algum lugar que discutiu essas pesquisas com Einstein. De qualquer forma , a proposta que deu origem à pesquisa de invisibilidade foi escrita em 1940, como resultado das discussões entre Ladenburg e Eintein a respeito do uso dos campos eletromagnéticos para defesa contra minas e torpedos. Acho que. . . quem escreveu a proposta foi o próprio Einstein. . .
“Einstein e Landenburg eram bastante ousados quando se tratava de preparar propostas de pesquisa, mas no trato com os militares não se incomodavam de ficar em segundo plano. Por outro lado, Von Neumann ( Dr. John von Neumann , 1903-57, pioneiro dos computadores digitais e conhecido matemático) era uma pessoa de aparencia modesta, mas que gostava de lidar com gente influente. Certa vez , quando von Neumann apresentou um projeto de pesquisa à marinha, possivelmente essa de que estamos falando, os militares lhe perguntaram se os planos eram para aquela guerra ou para a seguinte. . .
“De qualquer forma , foi Von Neumann quem mostrou sa proposta ao Dr. Albrecht, e que foi um dos dois que conseguiu a colaboração do Laboratório de Pesquisa da Marinha. A proposta coincidia em alguns pontos com as idéias lançadas muitos anos antes pelo físico R. H. Kent ( Robert Harrington Kent, 1886-1961 , físico americano de renome mundial) quando estava trabalhando com o cronógrafo de solenóide. Se voce pensar no principio de funcionamento do cronografo de solenóide, verá que um trabalho neste campo pode dar origem a muitas idéias com relação à detecção e defesa contra misseis através de campos eletromagnéticos.
“Acho que foi Kent quem inventou o cronografo de solenóide. Pelo menos foi quem aperfeiçou o instrumento, e foi o primeiro a usa-lo para medir com precisão o coeficiente de arrasto em projéteis movendo-se com a velocidade supersonica. Ele gostava de demontrar o principio deixando cair uma barra de ferro magnético pelo interior de um solenóide e exibindo em um osciloscópio a forma de onda resultante. Quando havia físicos na platéia, ele também mantinha a barra fixa e deixava cair o solenóide , obtendo os mesmos resultados. Então dizia : “Estão vendo, as leis da física são as mesmas em dois sistemas de coordenadas inerciais”. Este, naturalmente, é o segundo postulado da Teoria da relatividade Geral, publicado por Einstein em 1905.
“Lembro-me de ouvir falar que , depois de saber que Von Neumann estava interessado no projeto, Kent resolveu consultar alguns artigos que havia escrito há muito tempo a respeito do assunto. De acordo com a história, contada por um amigo meu que estava trabalhando no departamento de kent em maryland na ocasião, oa arquivos haviam passado por várias arrumações e Kent não conseguiu encontrar imediatamente o que procurava. O cientista ficou tão aborrecido que mandou os funcionários darem uma busca geral. Depois de revirarem o lugar, conseguiram descobrir uma pilha de folhas amarelecidas pelo tempo, que entregaram triunfantemente a Kent. “Depois deste acidente , Kent procurou localizar os fisicos e engenheiros com quem estivera em contato no passado, possivelmente em seu tempo de estudante em Harvard, porém mais provavelmente durante a Primeira Guerra Mundial ou pouco depois . Um deles , penso, era o Professor Charles M. Allen.
“Pensando melhor, acho que a idéia de produzir intensos campos magnéticos para fins experimentais pelo método da ressonancia foi de kent. . . possivelmente como resultado das discussões com o Professor Allen. Lembro-me de alguns cálculos a respeito, para uma experiencia em escala ( isto é, uma experiencia com modelos em lugar de navios reais) que estava sendo discutida na ocasião. tenho a impressão de que a Marinha “tomou conta ” do projeto pouco depois dessas discussões entre Kent e Allen. Também me lembro vagamente de que estavam interessados em usar campos magnéticos para despistar o radar.
“Mas vamos voltar a nossa história. Provavelmente foi zVon Neumann, quem propôs o projeto, no final de 39 ou inicio de 40, à Comissão de Pesquisa para Defesa Nacional ( NDRC), e ele deve ter contado com o apoio do Prof. Kent. Sótomei conhecimento do projeto algum tempo depois, quando o pessoal do NDRC já havia autorizado o projeto.
“Desde o inicio , este projeto era estritamente defensivo. A idéia inicial era usar um campo eletromagnético muito intenso para desviar projéteis, especialmente torpedos, do seu curso normal. Apenas mais tarde apareceu a idéia de utilizar um campo semelhante para produzir a invisibilidade.
“Certo dia, provavelmente no inicio de 1940, por volta das oito da manhã, meu superior imediato, o Dr. Albrecht , chegou ao escritóio e encontrou três visitantes do NDRC a sua espera. Como essas visitas era relativamente comuns, não dei maior importancia ao fato. Mas por volta das nove e meia, o Capitão Gibbons apareceu na porta da minha sala e fez um sinal de que queria falar comigo em particular. Lembro-me disto porque na ocasião eu estava envolvio em um trabalho teórico muito complexo e estava ocupado falando ao telefone com um computador. (Nota : Nessa época os computadores eletronicos ainda não eram usados. O “computador” a que o Dr. Rinehart se refere era um funcionário capaz de realizar de cabeça e rapidamente cálculos matemáticos complicados).
‘Percebemos que se tratava de um assunto importante, interrompi o trabalho e saí para o corredor. Gibbons me levou até a sala do chefe , onde me encontrei no meio de uma conferencia já iniciada entre dois . . . ou eram três? . . . funcionários do NDRC de um lado, e o Dr. Albrecht e o Dr. Von Neumann do outro . Von Neumann saiu logo , só devia estar ali para apresentar os funcionários do NDRC a Albrecht e explicar rapidamente do que se tratava. Ele costumava servir de intemediário entre os militares e os cientistas, de modo que a sua presença era normal, mesmo que não estivesse pessoalmente interessado naquele projeto. É preciso não esquecer , entretanto, que Von Neumann estava em uma excelente posição para promover as idéias em que estivesse interessado. . . inclusive o projeto em questão. De qualquer forma, logo depois que eu cheguei ele foi embora.
“Quando entrei , estavam no meio de uma animada discussão a respeito do que se tornaria o rojeto em que o senhor está interessado. Albrecht era do tipo que detestava abandonar uma discussão no meio; quando precisava de alguma informação preferia mandar chamar a essoa ao invés de ir busca-la ele mesmo. Parece que achava que eu era o unico que entendia o suficiente de gravidade e relatividade para conseguir os resultados matemáticos que ele queria sem fazer muitas perguntas, e por isso mandara chamar-me.
“Albrecht estava com duas ou três folhas de papel na mão, uma delas com anotações na letra pequena e redonda do Dr. Einstein. Queria que eu as examinasse enquanto continuava a discussão. Sem parar de falar com eles , tentou explicar-me por gestos o que eu deveria fazer. Primeiro ele passou uma folha onde estava escrita a equação de propagação das ondas eletromagnéticas, acompanhada de uma série de garranchos. Depois , mostrou-me um relatório sobre o equipamento de desmagnetização da Marinha e apontou aqui e ali, enquanto eu sublinhava a lápis as passagens indicadas. Então Albrecht me pediu para lcular o que seria necessário para desviar a luz de , digamos , dez por cento e apresentar uma memória de cálculo. Perguntei a ele: ‘De quanto tempo disponho?’ Ele respondeu: ‘Não muito.’ Então voltou-se para os outros e continuaram a conversa.
‘”Tenho a impressão de que nesse ponto a discussão estava girando em torno dos principios da ressonancia e de quão intenso teria que ser o campo para que a experiencia produzisse efeitos observaveis . Ainda não sabia quanto tempo dispunha , mas Albrecht fez um gesto com a cabeça para que eu deixasse a sala e começasse a trabalhar. Assim, saí para o coredor com o Capitão Gibbons e perguntei-lhe: ‘Para quando acha que W.W. (Albrecht) vai querer isto?’ Gibbons pensou pou um instante e respondeu: ‘Vou leva-los ao Clube dos Oficiais para almoçar. Deve estar pronto quando voltarmos.’
“Não era fácil compreender as notas de Albrecht, e acho que alguem com uma base de Física e matemática menos sólida que a minha se sentiria desorientado. Afinal, comprendi aonde ele estava querendo chegar.Isso não quer dizer que não houvesse outros homens no Departamento que não pudessem fazer o trabalho, se dispusessm de tempo suficiente, mas Albrecht estava com pressa, de modo que ficou por minha conta.
“Eles devem ter comido muito depressa, porque à uma e quinze Gibbons estava de volta e eu ainda não tinha acabado. Expliquei que ainda faltava datilografar o trabalho e que por isso só estaria pronto às três hora. Gibbons protestou , dizendo que não poderiam esperar tanto, e que além disso não haveria nenhuma cópia datilografada. O original a lápis seria suficiente. ‘Milagres’ , queixei-me, ‘estão sempre me pedindo milagres!. . . Escute, dê-me mais vinte ou vinte e cinco minutos e verei o que posso fazer.’ Gibbons não gostou da idéia, mas não tinha outra saida. Concedeu-me os vinte minutos.
“Afinal, consegui terminar algumas tabelas e uma poucas frases explicativas. Levamos os resultados para Albrecht, que examinou os cálculos e disse: “Voce calculou as intensidades (do campo) a diferentes distancias na direção transversal ( ao comprimento do navio), mas estão faltano os resultados para a direção longitudinal.’ Albrecht sempre foi muito exigente. Eu não havia feito todos os cálculos porque não sabia exatamente o que ele queria , e porque de qualquer maneira o tempo de que dispunha era muito escasso. Assim, obtivera os pontos de máxima curvatura na direção perpendicular ao navio. Meu problema era descobrir as intenções de Albrecht. As notas de Einstein eram muito mais claras do que as de Albrecht, mas eu não iria dizer isso a meu chefe.
“Pensando melhor — disse Rinehart — é possivel que Von Neumann estivesse no escritório por acaso, e que Oswald Veblen ( um dos ajudantes de Von Neumann) tenha levado o projeto. também pode ser que os próprios homens do NDRC tenham levado a idéia a Albrecht . O que Albrecht queria saber era se seria possivel criar um campo suficientemente intenso para desviar os raios de luz de forma suficientemente significativa. É claro que não faziam idéia de quais seriam os resultados da experiencia. Se soubessem , talvez não tivessem nem começado.
“Acho que quem começou toda a coisa foi o NDRC e alguem como Landenburg e Von Neumann , com ousadia suficiente para lançar a idéia sem nenhuma prova matemática . Eles conversaram com Einstein a respeito e este se mostrou interessado o suficiente para fazer um cálculo aproximado da intensidade de campo que seria necessária. Então ele e Von Neumann discutiram a respeito de qual seria o melhor lugar para executar a experiencia. Foi assim que nosso laboratório entrou na jogada . Não sei exatamente quando foi que escolheram o Laboratorio de Pesquisa da marinha, mas sei que o Comandante Parsons , um dos maiores cientistas da Marinha, era amigo de Albrecht.
“Minha unica contribuição para o projeto foi reunir as equações que Albrecht havia escrito e substituir as letras por valores numéricos. De vez em quando essas equações eram mencionadas em reuniões, de modo que me mantive mais ou menos a par do que estavam fazendo, embora não tenha participado diretamente das experiencias.
“Não se esqueça de que Albrecht e Gibbons queriam a máxima discrição. . . nada de cópias datilografadas, apenas o original, escrito a lápis. Lembr-me de que uma vez usaram o termo “Deflexão” em um titulo . Disso eu me recordo. Lembro-me também de uma ocasião, um pouco mais tarde, em que sugeri, em uma reunião , que a maneira mais fácil de fazer um navio desaparecerseria usar uma cortina de ar quente, e perguntei porque estavam interessados em um método tão complicado. Albrecht tirou os óculos e comentou que o problema comigo nas conferencias era que eu vivia mudando de assunto. . .
“Entretanto, lembro-me muito bem de pelo menos outra conferencia em que o assunto foi discutido. Desta vez, estávamos tentando prever alguns dos efeitos secundários da experiencia. Entre eles estariam a “fervura” da agua, a ionização do ar e mesmo a “Zeemanização” dos atomos; todos esses fenomenos poderiam dar origem a uma situação extremamente instável. Ninguém a esta altura havia jamais considerado a possibilidade de efeitos interdimensionais ou de deslocamento de massa. Na década de 40, os cientistas considerava esses tópicos como exclusivamente do dominio da ficção cientifica. De qualquer forma, durante esta conferencia , recebi uma reprimenda de Albrecht , que me interrompeu dizendo algo como: “Por que você não deixa o pessoal em paz , para que eles possam prosseguir com as experiencias ? Afinal , é para isso que estão aqui!’
“Um dos problemas era que a ionização criada pelo campo tendia a causar uma refração desigual da luz. Os conceitos originais que nos foram expostos antes da conferencia eram todos muito lógicos e bonitos, mas Albrecht , Gleason e eu prevenimos que, de acordo com nossos cálculos, o resultado não
seria um efeito normal de miragem mas sim um deslocamento variável , causado por certas tendencias intrinsecas do campo alternado, que dariam origem a uma imagem confusa em lugar da ausencia total de imagem confusa em lugar da ausência total de imagem. ‘Confusa’ pode ter sido uma palavra infeliz , mas correspondia ao que pensavamos na ocasião. Em torno desta imagem confusa haveria uma imagem tremula, e longe do centro haveria um campo estático. De qualquer maneira, nossa recomendação, que foi transmitida ao NDRC , era de que tudo isso seria que ser levado em conta e que
de que tudo deveria ser planejada com muito cuidado. Também achavamos que com o tempo seria possivel resolver alguns desses problemas. . . e que provavelmente poderiam encontrar uma frequencia de ressonancia que compensasse a oscilação de imagem , o que permitiria reduzir bastante a cintilação. . . Não sei até que ponto os que estavam trabalhando no projeto levaram adiante nossas idéias.
“Também me lembro de que falamos do assunto em reuniões posteriores , mas não recordo os detalhes. O que sei é que depois da reunião no escritório de Albrecht recebemos uma porção de pedidos de tabelas com as frequencias de ressonancias da luz na faixa visivel. Provavelmente tinham alguma coisa a ver com o projeto.
“Desconfio que C.M. Allen fez algumas experiencias com modelos. Talvez no Laboratório Taylor, talvez não; não sei se dispunham na época do equipamento apropriado. É quase certo que tenham usado também as instalações da Baía de Anacostia. . . foi lá que fizeram as primeiras pesquisas com o radar.
“Aposto que o Comandante Parsons ( William S. Parsons , o mesmo homem que armou pessoalmente a bomba atomica a bordo do avião Enola Gay antes que fosse lançada em Hiroshima em 1945) teve alguma coisa que ver com isso. . . Lembro-me de uma conferencia a respeito de outro projeto, em 1939, em que meus superiores disseram que ninguem a não ser Parsons poderia convencer o Bureau de Navios a permitir que um novo instrumento fosse testado em um navio de guerra. Naquela época Parsons era capitão-de-fragata . . . formado em primeiro lugar na Academia Naval. Nas conferencias , estava sempre acompanhado por dois ou três tenentes, de quem me lembro apenas vagamente. . .
“Quanto ao navio mercante que o senhor afirma pode ter sido usado como navio de observação. . . talvez o Almirante Jerry Land , Chefe da Comissão de Marinha Mercante dos EUA , tenha dado uma mãozinha. Embora fosse do tipo “durão” , costuma colaborar conosco. . . principalmente quando tínhamos dificuldades com a Marinha. Em várias ocasiões conseguimos colocar equipamentos experimentais a bordo de navios da Marinha Mercante , depois que a Marinha nos negou autorização para usar navios de guerra. No caso desta experiencia em particular, devem ter perdido ao Almirante Land para arranjar um navio e uma tripulação bem especiais. Provavelmente os marinheiros foram escolhidos a dedo!
Esta é a história do Dr. Rinehart. . .
Depois da entrevista relatada acima, Moore continuou a manter contato com ele de forma mais ou menos regular, até sua morte inesperada cinco meses mais tarde. Esses contatos eram mais amistosos do que profissionais , mas de vez em quando o velho cientista se lembrava de mais algum detalhe. Tudo isto tende a apoiar a hipótese de que havia um projeto em andamento , projeto que facilmente poderia resultar na Experiencia de Filadélfia. Fazendo um resumo do descrito no livro , não há duvida de que o homem queafirma chamar-se Carlos Allende serviu como tripulante a bordo do S.S. Andrew Furuseth. É quase certo que ele presenciou pelo menos alguns dos fenomenos a que se referiu nas cartas. É evidente que ficou bastante perturbado com o que viu.
Nesse caso, é natural supor que Allende não descansou enquanto não encontrou uma explicação para a cena que havia presenciado . Pelo menos, parece que fazia questão de discutir o assunto com todas as pessoas de formação cientifica que encontrava; como a curiosidade também o levou a frequentar conferencias cientificas , Allende acabou por adquirir uma bagagem considerável de conhecimentos.
A oportunidade que estava esperando aconteceu quando conheceu o Dr. Rinehart , o homem que podia esclarecer alguma coisa a respeito da invisibilidade. Embora o Dr. Rinehart tivesse todo interesse em guardar segredo, acabou revelando o suficiente para deixar Carlos com mais receio de que alguns cientistas militares ainda tivessem interessado no projeto ainda. Quando o livro de Jessup : The Case for the UFO foi publicado , Allende começou a ficar com medo de que as pesquisas fossem reiniciadas.
O medo se transformou em terror, quando , pouco depois de ler o livro de Jessup , assistiu por acaso a uma das conferencias do autor. Quando este aconselhou o publico a exigir do governo mais pesquisas sobre a Teoria do Campo Unificado, Allende ficou estupefato. Foi nesse estado de espirito que escreveu a segunda carta para o Dr. Jessup, na qual menciona os fatos que presenciou durante a guerra e descreve com detalhes as possiveis consequencias da experiencia. . . Uma coisa é certa : considerando que as cartas de Allende vieram a ter, se Allende tivesse citado o verdadeiro nome do Dr. Rinehart ( e não o de Dr. Franklin Reno , tirado de uma placa de transito) , é quase certo que a sua reputação de cientista teria sido destruida pela comunidade cientifica.
O Dr. Rinehart , entretanto, não é a unica pessoa que ajudou a planejar a Experiencia de Filadélfia. Novas investigações nos levaram a localizar uma pessoa que não só participou do projeto , mas também talvez tenha descoberto uma aplicação prática para os campos de força.
Parte da biografia de Townsend Brown já foi visto nas mensagens anteriores e não vou repeti-las aqui. Em 1923 Brown pediu transferencia para o Kenyon College, em Gambler, Ohio, onde permaneceu apenas um ano, transferindo-se então para a Universidade Denison, em Granville, Ohio, para estudar eletronica no Departamento de Fisica, sob a orientação do Dr. Paul A. Biefeld, professor de Física e Astronomia e ex-colega , na Suiça, do Dr. Einstein ( um de apenas oito).
Ao contrário do Dr.Milikan no Caltech , o Dr. Biefeld se interessou pela descoberta de Brown , e os dois juntos realizaram várias experiencias com capacitores carregados , caracterizando um fenomeno fisico que veio a ser conhecido como Efeito Bielfeld-Brown . Basicamente , este “efeito” consiste na tendencia de um capacitor carregado de se mover em direção ao pólo positivo. . . o mesmo movimento observado por Brown nas experiencias com o tubo de Coolidge.
Em 1930, Brown foi trabalhar no Laboratório de Pesquisa da Marinha, em Washington. D.C. , como especialista em radiação , fisica dos campos e espectroscopia. Foi durante esta fase de sua vida que participou da Expedição Internacional de Gravitação do Departamento da Marinha dos EUA, nas Indias Ocidentais, em 1932 , e da expedição Oceanografica do Johnson-Smithsonian , em 1933. No mesmo ano, os inevitáveis cortes de verbas , causados pela recessão , obrigaram Brown a abandonar uma carreira promissora no Laboratório da Marinha. Como Jessup e Rinehart, Brown foi procurar emprego em serviço do governo. Entrou para a Reserva da Marinha e, depois de tentar encontrar sem sucesso um posto cientifico, trabalhou primeiro como engenheiro de solos na Federal Emergency Relief Administration e depois como administrador do Civilian Conservation Corps, em Ohio.
Brown , entretanto, continuava a estudar Física em geral e o Efeito Bielfeld-Brown em particular, a noite e nos fins de semana. Com o passar do tempo , o projeto original do “gravitor” foi consideravelmente aperfeiçoado.Em 1939 ,foi convidado pela Marinha para ser o chefe de um projeto de pesquisa e desenvolvimento de dispositivos magnéticos e acusticos para desativar minas, patrocinado pelo Bureau de Navios.
Pouco depois de assumir o novo cargo, Brown travou conhecimento com um projeto que ainda estava no papel, mas que mais tarde talvez tenha resultado na Experiencia de Filadélfia. Diz o Dr. Rinehart: “Acredito que quando ele (Brown) foi trabalhar no Bureau de Navios, todos os projetos que Ross Gunn , então diretor do Laboratório de Pesquisa da Marinha, considerava interessante eram levados a ele, pois sabia que sua base de Física era considerável. Foi assim que se envolveu neste projeto em particular.
“O Bureu estava interessado em qualquer pesquisa que pudesse ser útil para eles . No caso em questão, acho que escolheram Brown porque precisavam de uma pessoa de mentalidade aberta. Provavelmente Brown tambem conversou com Parsons a respeito do projeto. Não sabemos até que ponto Brown participou do projeto da Experiencia de Filadélfia. Entretanto, parece certo que esteve seriamente envolvido, pelo menos na parte inicial, já que seu grupo tinha uma grande experiencia no campo de desmagnetização de navios. Brown também se interessava por técnicas de alto vácuo. Entretanto, após o remanejamento geral que seguiu Pearl Harbor , Brown foi transferido , no posto de capitão-de-corverta , para Norfolk , onde dirigiu a Escola de radar da Frota do Atlantico, enquanto continuava suas pesquisas.
De acordo com outro informante, foi nessa ocasião que lançou a idéia de usar campos eletromagnéticos para tornar objetos invisiveis ao radar, especialmente em situações ar-mar. Entretanto, não se sabe se essas idéias foram incorporadas diretamente ao projeto da Experiencia de Filadélfia, então em curso, ou se foram jamais postas em prática. Brown não era do tipo de lutar muito por suas idéias.
Infelizmente, em dezembro de 1943, o excesso de trabalho e a decepção pessoal por seus estudos não serem aceitos pela comunidade cientifica o levaram a um sério colapso nervoso. Pouco depois, uma junta médica da Marinha recomendou que ele fosse reformado. Um detalhe interessante neste ponto é que Riley Crabb tem afirmado repetidas vezes que o colapso nervoso de Brown foi causado pela Experiencia de Filadélfia. É verdade que os desastrosos efeitos fisicos e psicológicos da experiencia sobre os tripulantes do navio certamente teriam uma repercursão extremamente negativa nos altos circulos , e os chefes do projeto seriam diretamente responsabilizados . Se isto realmente ocorreu é facil imaginar as pressões a que Brown teria sido submetido.
Depois de mudar-se para Cleveland, em 1952, Brown elaborou um projeto , que chamou de Winterhaven , que pretendia vender (depois de aperfeiçoado) às Forças Armadas . Após pacientes pesquisas, conseguiu aumentaro empuxo do gravitor até que o aparelho era capaz de levantar seu próprio peso — um sucesso que deveria ter despertado o interesse dos cientistas e oficiais do Pentagono, mas aparentemente foi ignorado, embora o equipamento fosse bastante sofisticado e, as demonstrações fossem impressionantes.
No plano teórico , Brown procurou explicar os resultados em termos da Teoria do Campo Unificado. A diferença entre as teorias de Brown e as idéias da Fisica ortodoxa é que Brown acredita firmemente na existencia de um acoplamento mesurável entre a gravidade e a eletricidade, e que este acoplamento é o responsavel pelo funcionamento do seu aparelho. Em outras palavras, ele afirma que o efeito Biefeld Brown não só representa uma ligação provada e demonstrável entre a eletricidade e a gravitação, mas também pode ser usado para fins de propulsão, tanto na atmosfera como no espaço. É evidente a semelhança entre esses conceitos e os que foram supostamente utilizados na Experiencia de Filadélfia.
Um “dielétrico” é definido como um material com a propriedade de absorver energia ou “carga” elétrica sem normalmente transferir esta energia para materiais vizinhos. Alguns dielétricos são capazes de absorver enormes quantidades de energia elétrica ( também chamada de “tensão elástica”) sem se descarregar, contanto que a energia seja fornecida lentamente ao dielétrico, e com baixa tensão. Outros ainda podem ser carregados e descarregados com tensões extremamente elevadas à razão de milhares de vezes por segundo. Era este ultimo que Brown estava interessado. Usando um desses dielétricos, Brown construiu capacitores em forma de disco e, aplicando uma alta-tensão pulsada , pôde observar o efeito Biefeld-Brown em ação. Quando eram submetidos a uma alta-tensão , os pequenos discos podiam voar por seus próprios meios, emitindo ao mesmo tempo um leve zumbido e um brilho azulado . Mais cientificamente, talvez, esse processo de “vôo” possa ser descrito como “movimento sob a influencia da interação entre campos elétricos e gravitacionais , na direção do eletrodo positivo”.
Extraido dos livros:
O Navio Invisível de Charles Berlitz e William Moore – Editora Record – 1979
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