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Prefácio – Ataque e Defesa Astral parte 1 de 13

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Marcelo Ramos Motta

A disseminação de conhecimento oculto é maior neste momento que em qualquer época anterior da história A Passagem dos Æons, que ocorreu em arbil de 1904 da era vulgar, mudou completamente as condições do desenvolvimento psíquico. As palavras de passe e os sinais religiosos das antigas fraternidades iniciáticas, e das religiões estabelecidas perderam todo o seu poder mágicko. Isto é um fato que pouca gente se tornou consciente.

Livros de feitiçaria, de baixa Magick, e de psiquismo passivo se aglomeram nas estantes das livrarias com tratados sobre “parapsicologia”. Charlatães inescrupulosos se arvoram em “doutores” dessa nova “ciência”. O fato é que não existe qualquer universidade séria no mundo que dê diplomas de doutorado em parapsicologia. O assunto é estudado em muitos centro de ensino, mas apenas como um ramo, ou especialidade, da psicologia ou da psiquiatria. Pessoas que alegam ser “parapsicologistas formados” são tão mentirosas quanto aquelas que alegam que existiu um homem chamado “Jesus Cristo”. Não existiu tal homem: o mote mágicko “Jesus Cristo” foi uma fórmula de poder do Æon passado, a qual, pronunciada com fé, protegia contra ataques; mas não protege mais. Pelo contrário, aqueles que usam este nome correm perigo de atrair a influência das correntes mortas que ainda circulam, em virtude do momento adquirido durante séculos de imantação, porém não tem mais qualquer elo com a Hierarquia espiritual que zela pelo destino da humanidade.

Quando o autor destas linhas tinha doze anos de idade ele já estudava ocultismo. Em certa ocasião sofreu um ataque mágicko durante o sono: uma entidade maléfica procurou adquirir controle de seus plexos nervosos, ou “Chacras”. Sentindo o ataque, mesmo dormindo eu reagi; a entidade, percebendo que fora identificada, recuou em direção à janela do quarto que estava aberta. Eu lhe bradei, conforme recomendava os livros que estudava:

– Eu te exorcizo em nome de Jesus!

Ao dizer isto, a entidade (envolta em um manto negro e com um chapéu negro de abas) parou de fugir e soltou uma desafiadora gargalhada. Então, ainda rindo com desdém, saiu pela janela. Eu acordei, sentado na cama, com um pé para fora, a mão erguida no gesto de exorcismo que fizera ainda no sono, suando frio, voltado em direção à janela; e a memória daquela gargalhada chocou-me pela sua zombaria. Foi a primeira vez que percebi que as palavras ritualísticas do cristianismo tinham perdido efeito sobre os seres do invisível. Somente onze anos mais tarde dei-me conta do motivo: A Passagem dos Æons.

A disseminação do conhecimento oculto põe à disposição dos inescrupulosos armas e recursos para influenciar os inocentes sem que estes percebam que sua integridade está sendo atacada. A Lei espiritual da Nova Era é “Faz o que tu queres”. Ora, esta Lei é para todos. Aqueles que buscam influenciar indevidamente a liberdade de seus próximos estão procurando restringir a autonomia espiritual destes; e como está escrito, CCXX I: 41, a palavra de Pecado é Restrição [1]

No passado, as correntes espirituais das diversas religiões proviam seus crentes com alguma defesa: mas a modificação na polaridade terrestre, como já dissemos, tornou as palavras e sinais dessas religiões impotentes, ou até mesmo enganadoras. Se você acredita que o nome “Jesus Cristo” tem força, e algum ente se aproxima de você quando você invoca esse nome, você naturalmente concluirá que se trata de um ente sincero e benfazejo, e não ficará em guarda contra ataques. Acontece, no entanto, que esse nome agora faz parte das forças mortas. Se você tentar utilizá-lo para se defender, não terá valor algum, e qualquer entidade maléfica pode utilizá-lo para lhe enganar. Como diz em CCXX I: 49:

Ab-rogados estão todos os rituais, todos os ordálios, todas as palavras e sinais. Ra-Hoor-Khuit tomou seu assento no Leste ao Equinócio dos Deuses; e que Asar seja com Isa, os quais também são um. Mas eles não são de mim. Que Asar seja o adorante, Isa a sofredora; Hoor, em seu secreto nome e esplendor, é  o Senhor iniciando.

Este é um dos muitos pontos importantes que a maioria dos escritores sobre obsessão, ataques mágickos, etc., esquecem ou evitam mencionar. Em nosso livro daremos numerosos exemplos práticos de defesa contra os mais diversos tipos de ataques ocultos. Esses exemplos serão tirados de nossa própria experiência, ou da experiência de nossos discípulos ou colegas. Evitaremos relatar qualquer fenômeno que não tenhamos conhecimento pessoal. Todo mundo já ouviu falar de um amigo que tem um amigo que tem outro amigo que viu um disco voador, ou que conversou com o Conde de São Germano pessoalmente! [2] As mentiras e os exageros mais incabíveis são descritos com sinceridade e até com fé na maioria dos livros de ocultismo, mas as normas disciplinares da Organização a que perecemos nos impedem de tais desatinos, mesmo se eles fossem de nosso feitio. Os exemplos que citamos estão documentados, e a origem será sempre mencionada.

Em alguns casos, porém, principalmente aqueles que se originam da experiência de pessoas ainda vivas ou de discípulos nossos, tomamos a liberdade de mudar nomes ou locais, para proteger gente séria e dedicada contra perseguições dos fanáticos ou a curiosidade ociosa dos falsos entusiastas.

Com a disseminação da literatura de falso ocultismo e “parapsicologia, ataques contra a integridade psíquica de outras pessoas estão se tornando perigosamente comuns. O público médio, por enquanto, ainda não se tornou cônscio do tipo de coisa que é tentado por gente inescrupulosa que conhece um pouco dos poderes da mente humana, e se dedica a utilizá-los para fins indignos. Por causa de nossos interesses especializados, entramos em contato com vítimas de tais ataques. Muitas vezes fomos consultados sobre a melhor maneira de se defender contra enfeitiçamentos, sugestão, hipnotismo, e fascínio magnético doentio. Ainda devido a nossos interesses, entramos em contato com homens e mulheres que podemos chamar de iniciados, e até de Mestres: temos visto fenômenos que transcendem em profundidade e alcance aqueles obtidos em qualquer sessão espírita, ou aqueles que são gabados como “milagres” pelas mais diversas religiões. Temos participado em combates nos planos sutis, e obtido o apoio daquela força policial oculta que, sob autoridade da Hierarquia espiritual, mantém guarda sobre todas as nações. Já houve ocasiões em que, como todos os iniciados em alguma etapa de suas vidas, fomos forçados àquela vigília mágicka em que o aspirante não se atreve a dormir enquanto o sol está abaixo do horizonte; já afrontamos aquela pressão esmagadora que só se desfaz quando a fase da lua muda, e a força de um ataque oculto, que nos levou a escrever este livro; mas é necessário que façamos uma cuidadosa distinção entre aquilo que é realmente uma experiência psíquica e aquilo que é apenas auto-sugestão ou uma perturbação psicossomática de origem fisiológica. Não é fácil (para ocultistas prudentes!) Ter certeza de que a pessoa que se queixa de um ataque sutil não está meramente sofrendo o tumultuar de seus próprios recalques, ou não está fisicamente enferma. Histeria, psicose e distúrbios glandulares em geral são, pelo menos por enquanto, bem mais comuns que um caso legítimo, (por exemplo) de uma possessão ou obsessão demoníaca; nem sabe o público, e muito menos os teólogos, aquilo que um ocultista iniciado quer dizer quando fala dos “demônios”. Todos os fatores possíveis tem que ser considerados quando investigamos uma situação que alguém alega ter sido causada por um ataque astral; e nas páginas que seguem procuraremos descrever não só os métodos de defesa contra esse tipo de crime, como também a maneira de perceber aqueles casos que deveriam antes estar nas mãos de um neurologista, um psiquiatra, e às vezes até mesmo de um cirurgião.

Devemos ainda, por um lado, prevenir as pessoas imaginativas ou sugestionáveis contra o estudo deste livro. Seria preferível para elas que não nos levassem a sério, e encarassem o que se segue apenas como outro conto de horror fantástico, ou ficção científica. Esta obra está dirigida a estudantes sérios e àqueles que se sentem confrontados pelos problemas que ela descreve. É necessário, neste momento psiquicamente turbulento da história da humanidade, abrir os olhos de homens e mulheres mais evoluídos quanto à natureza das forças com as quais vamos entrando mais e mais em contato à medida que a humanidade progride.

Amor é a lei, amor sob vontade

 

[1] Esta e outras referências são a capítulo e versículo de “Liber AL”, O Livro da Lei, (Líber Al vel Legis sub figura CCXX) a disposição dos interessados. Favor entrar em contato com a Ordo Templi Orientis. Vide o fim desta edição.

[2] Franz Hartmann, em certa ocasião, publicou um relato que, segundo ele, lhe fora dado por Helena Blavatsky, com declaração de que era um retrato dela em sua encarnação de Cagliostro. Entretanto, trata-se de uma cópia de um retrato de um dos reis da Prússia, e o original ainda se encontra dependurado num museu alemão! Ficamos sem saber se Franz Hartmann mentiu despudoradamente, ou se a Mestra se divertiu à custa dele.


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