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Esse pequeno texto pode ser considerado subversivo, abusivo ou alienígena aos mais fundamentalistas.
“Todo ato intencional é uma ato de Magick. (…) O primeiro requisito para provocar qualquer mudança é através do entendimento qualitativo e quantitativo das condições. O segundo requisito para se provocar qualquer mudança é a habilidade prática para se colocar em movimento as forças necessárias. (…) Todo homem deveria fazer Magick a chave de sua vida.”
-Aleister Crowley
É uma crença comum, nos referirmos como magia, um poder oculto dentro de qualquer item físico, em especial itens da natureza – plantas, pedras, partes de animais ou elementos humanos – sangue, em especial, mas tambem há quem acredite em suor, muco, sêmen, menstruo e excrementos. Independente da ideia que se propõe, em um ponto, todas as tradições se unificam. A Vontade como soberana da realidade. Por Vontade, costuma-se dizer que é algo “maior” e “mais forte” que um simples desejo. Pode ser até absurdo se entregar á desejos mundanos, ao invés de fazer aquilo que seu espirito mais quer, ao menos, isso é o que a doutrina thelêmica prega. Mas quando se fala em ocultismo, feitiços, simpatias, talismãs e afins, chegamos a uma pergunta;
Aonde estão os feiticeiros? Aonde estão as pessoas dispostas a contorcer a realidade sem se importar com o custo? Aonde estão as pessoas dispostas a moldar as pessoas conforme sua vontade?
E o mais importante, o que realmente tem poder naquilo que observamos como realidade?
As três primeiras perguntas, sobre os feiticeiros, são facilmente respondidas. Eles não estão. São poucas as pessoas dispostas a se entregar a luxuria e viver a vida de forma desmedida. Nosso moralismo cristão nos impede vivenciar a magia plenamente. Quando ele não nos impede, as pessoas ao redor nos impede. Mestres puritanos, interpretações caóticas, teorias de leis de “Vai e Volta”… Tudo isso desencoraja o ser humano de vivenciar plenamente seu poder pessoal – se é que ele tem algum. O misticismo se baseia na ideia que a realidade é um subproduto da mente. O ateísmo, costuma dizer o contrario. Independente de qual rumo você tomar, esteja certo de que, para aqueles que realmente desejam magia, o certo e errado são abstratos e facilmente moldados. É uma crença grosseira para muitas mentes escravizadas por moralidade. Alguns praticantes de magia chegam ao absurdo de dizer que evitam pratica-la – gostam de ver as coisas fluindo. Ora, se magia existe, porque não usufruir? O mago Aleister Crowley provou em sua imoralidade que a vida nada mais é que uma piada cósmica. Que a Vontade mais forte domina a Vontade mais fraca. Isso não é algo somente feito por magicka, até porque na visão desse magista, tudo é magika. A mente que deseja mais intensamente, atrai ou cria aquela realidade. A lei da atração, famosa em círculos não passa disso. Observe que a lei da atração não é algo inovador – a Tabua de Esmeralda, atribuída a Hermes Trimegisto, já dizia que o desejo atrai. Seguindo esse raciocínio, se uma pessoa de fato, deseja algo de outra pessoa, apenas mentalizando isso, ela pode conseguir. A ideia de que magia é algo distante de nós e que somente fazemos quando estamos com velas acesas, deve ser descartada. Todo homem que pratica Magick, cada vez que age ou pensa, visto que o pensamento é um ato interno cuja influência afeta, embora isto talvez não ocorra no momento, disse Crowley e repetindo suas palavras no Liber Librae, se um pensamento ao acaso pode se manifestar na realidade, o que um pensamento concentrado pode fazer?
Vamos para a outra pergunta; o Poder.
A capacidade de controle é entendida como poder. Teoricamente, se temos poder sobre os espíritos (sejam eles das ervas, minerais, elementos, cabalísticos ou godforms) podemos fazer eles manifestarem sua qualidade sobre determinada pessoa/situação. Isso é visto desde a mais singela “simpatia” ao mais delicado “feitiço”. A ideia de usar nomes escritos é realmente um ancestral em qualquer forma de magia. O testemunho, sendo manipulado, manipularia a vitima. Como a magia popular costuma dizer, enfiar o nome de alguém no mel faria a pessoa ficar doce contigo. Ou qualquer elemento, a pessoa em questão agiria de forma atribuída as qualidades do elemento em questão. Veja que o que faz a magia ocorrer não está exatamente no mel, no gelo, fogo, excremento ou qualquer elemento externo. O que faz a magia ocorrer é o que você mentaliza enquanto você reproduz o ato simbólico. Portanto, algumas pessoas podem usar quilos de areia de cemitério em cima do nome de outra ou queimar dez mil vezes a foto dela que não vão conseguir o efeito. Uma mente forte produz uma magia forte. Por mais teatrais-bonitos que possam ser rituais com sangue, velas, incensos e palavras poéticas, o que realmente importa ali, é a concentração sobre o efeito desejado. Se uma pessoa não consegue, mesmo após repetidos rituais o item desejado, por motivo obvio, ela não deve buscar elementos externos – não será raiz de mandrágora ou estramônio, que fará a magia. Será a mente dela. Ela deve buscar fortalecer a mente dela. A magia folclórica traduz o poder como algo externo. A magia verdadeira traduz o poder como algo interno. É interessante notar que pessoas sem treinamento nenhum oculto podem atingir níveis de resultados superiores aqueles que tem anos dentro do mesmo ocultismo. O inverso costuma ser mais comum, porém não é o todo da Lei.
É fato de que, alguns estratagemas podem ser de grande utilidade e que de certa forma, a crença num sistema externo dá confiança necessária para a mente produzir uma magia concreta. Mas é vitalmente importante não atribuir qualquer poder a quaisquer forças que não sejam a própria Vontade.
por Hodu Girl
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