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Esclarecimento sobre os Aeon’s

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O conceito de Aeon foi explicitado mais claramente por Aleister Crowley. Um Aeon é uma Quantidade de Tempo,um Conceito e uma Entidade Viva.

Tempo pois este manifesta-se segundo mudanças de Delta-Tempo visivelmente ligadas a Revoluções Astrológicas. Conceito pois este é a Encarnação de Toda uma Consciência Cósmica(por exemplo,o Conceito de Aeon de Hórus é o da Consciência do Homem como seu próprio Deus perante o Cosmo).

Entidade Viva pois este é como um Logos.Um Logos que é uma Ser Praeternatural ou Transpessoal. Tal Entidade é a União de Todos Aqueles que trabalham com Esta Energia (Energia Específica do Aeon).Tal Ente é mudado por aqueles que trabalham neste Aeon e muda aqueles que trabalham com esta Energia Aeônica.

É importante ressaltar que o Aeon passa por três estágios (Gênese;Apogeu e Decadência).  A Gênese é quando este ainda está em sua Forma Embrionária e em Processo de Formação(como o atual Aeon de Hórus por Exemplo). Apogeu é quando este atinge sua plena maturidade e atinge o eu zênite(como foi o Aeon de Osíris na Idade Média por exemplo) e Decadência quando este começa a mostrar sinais de dissolução e rareia como Influência Cósmica ou de Atingimento de Seres (como é o Aeon de Ísis hoje, que apresenta poucos seguidores em relação ao seu Apogeu).

Os Aeon’s podem manifestar-se ao mesmo tempo (hoje temos o Aeon de Ísis; Aeon de Osíris e o Aeon de Hórus existindo concomitantemente por exemplo).  Existem aqueles que forçosamente crêem num Aeon de MAAT e num Aeon de Seth, contudo isto é uma conjuntura sem quaisquer bases razoáveis.

A primeira noção do Aeon de MAAT surgiu com Frater Achad meramente por uma gratificação do Ego após  uma de suas contentas com a “Grande Besta”.E no decorrer de sua Gênese de Aeon,Achad deixou implícito(erroneamente haja vista que um Aeon tem de valer para uma “Aldeia Universal”)que o Aeon de MAAT só serviria para ele (Frater Achad). Infortunadamente pseudo-magistas como Sóror Nema e Kenneth Grant(já mostrando sinais de decadência de seu pensar)tentaram,parvamente,fazer este Aeon valer-se para a “Comunidade Universal” chegando a dizer que este atuava em sinestesia com o Aeon de Hórus.

O Aeon de Seth é defendido pela maioria dos Sethianos (e pessoas ligadas ao Templo de Seth), como um Aeon separado do de Hórus (este teria precedido o Aeon de Seth).Contudo isto é um visível disparate,haja vista que na própria Gênese do Aeon de Hórus,Seth foi figura primordial.Ia-Apophrasz (“Verdade em Movimento”; Seth) é quem esquartejou Osíris e permitiu que este Renasce-se após ser reconstruído por Ísis em seu Útero. Assim, Hórus continha o Próprio Seth em seu Interno (Vide o Postulado Número Sete do Liber A’Ash vel Capricorni Pneumatici Sub Figurâ CCCLXX).

Aeon de Ísis

O Aeon de Ísis é o Aeon da Grande Mãe.A data estimada de sua Gênse e Maior Força é de 18.000 a.C. até 3.000 a.C. (Nota:Tais datas são aproximativas,como explicitado anteriormente,isto não quer dizer que o Aeon parou de ter influências e a existir,tanto que até hoje ainda existem pessoas trabalhando com tal Energia). O Aeon e Ísis é o Aeon onde a Mulher é exaltada e o das Religiões Pagãs. É o Culto da Natureza, do Passado. Os Homens procuravam os Deuses e tentavam entender-se fitando processos macrocosmiais (As Manifestações da Natureza eram Divinizadas). Este Aeon representa uma visão totalmente politeísta.É um período simples,agradável e o Material ignora o Espiritual. Tal Aeon é a Adoração da Mãe e Todo Universo era tido como simples nutrimento tomado directamente dela (Grande Mãe) e ontologicamente o Cosmo era visto de maneira Circular. Este Aeon é clarificado pela Liberdade.

Aeon de Osíris

Aeon de Osíris é o Aeon do Patriarcado e dos Deuses Supliciados. A data estimada de sua Gênese e Maior Força é de 3.000 a.C. até 1904 d.C. (A mesma nota de parênteses do parágrafo anterior é válida aqui). Neste Aeon encontra-se as Religiões Abrãamicas e a maioria das religiões de Culto à Morte e Sofrimento (Hinduísmo, Jainismo etc.). Este é o Aeon onde o Masculino (Homem) é exaltado, o Patriarcado ganha Força. Neste Aeon o Deus procura os seres Humanos e os Humanos tentam entender-se olhando para si próprios (através da análise de processos Microcosmiais) mas de forma visivelmente incipiente já que atribuem o que vêem em si a um Deus Impessoal. Este é um Aeon que Glorifica o Sofrimento, a Morte, Deificando Cadáveres e a Servidão a um Deus ligado ao Patriarcado. É visivelmente uma visão monoteísta ou que caminha para o monoteísmo de análise da Realidade. Este é um período conturbado, melancólico, o Material esforça-se para ignorar o Espiritual mas falha em sua tentativa. O Universo é visto como Catastrófico e o Cosmo é Ontologicamente visto de maneira Linear. Osíris escraviza Ísis pois esta não consegue entendê-lo.

Aeon de Horus

Já o Aeon de Hórus é o Aeon da Criança. A data estimada de sua Gênese e Maior Força é de 1904 d.C.(com a concepção do Liber al vel Legis por Aleister Crowley) e dura até o presente momento. Neste Aeon encontram-se Religiões como Thelema, Satanismo Contemporâneo, Caotecismo e todas as religiões que valoram o Ser Humano como seu Próprio Deus e Responsável por Todos processos que envolvem seu Microcosmo e nas manifestações deste no Macrocosmo; e que acreditem na Liberdade Humana como a Maior e Única Lei.

É um Aeon que funde os outros dois Aeons Anteriores.Este Aeon cultua o Andrógino (União de Masculino e Feminino com igual Força). Neste Aeon o Homem procura o Deus dentro de si Mesmo e este Deus Interno (chamado por alguns de SAG, Eu Supremo, Self, Satan etc.) procura os Homens (O Adepto vai até a Iniciação e a Iniciação vai até o Adepto). Existe uma visão divina tanto Macrocosmial quanto Microcosmial concomitantemente. Este Aeon é o que Glorifica a União de Opostos que Gera a Mais Bela Harmonia (Trevas x Luz;Ódio x Amor etc.) de Forma Equilibradamente Perfecta Consigo Próprio e com isto com o próprio Meio (“Tudo que está acima é como Tudo que Está Abaixo”). Este é um Aeon tanto monoteísta quanto politeísta, da sorte que para o Homem só existe um Deus (Ele Próprio) mas para atingir esta Divindade ele pode (e muitas vezes precisa) trabalhar com variados arquétipos de personalidades e manifestações encarnadas em diversas Imagens-Deus ou Deuses. Este é um período de Júbilo e Alegria onde o Material funde-se com o Espiritual de forma totalmente Equilibrada,é um Crescimento Contínuo utilizando as Duas Visões (Isiana e Osiriana) adicionada de Novos Elementos.Hórus é a retomada da Liberdade de Ísis e a capacidade de Moldar esta Liberdade conforme à Vontade (fim de todos os Tabus Possíveis). Este é um Aeon que possui a Visão Ontológica Linear e Circula (fusão da noção metafísica dos dois Aeon’s anteriores),este concebe que na Realidade Tudo é Circular,mas Abaixo do Abismo de Daat onde é Tudo uma Ilusão-Temporal as cousas são apreendidas de maneira Linear pelo Inconsciente Coletivo desde as mudanças empreendidas pelo Aeon de Osíris. Da mesma forma que a concepção da Grande Obra é um processo Progressivo-Linear mas envolto em Circularidade.

É importantíssimo ressaltar que algumas Religiões pertencem em sua maior quantidade(falando em valores de percentagem) a um Aeon,mas não quer dizer que não possam conter alguns poucos elementos pertinentes a outro Aeon em forma primitiva.

O indivíduo ao concluir sua Grande Obra, trabalhando com as Energias do Aeon de Hórus  tanto descobre-se como Divindade Própria da mesma Sorte que Une-se ao Logos (mas sem este dissolver-se plenamente neste Logos). Aeon de Hórus,mesmo com sua “abertura para Aldeia Cósmica” com a concepção do Livro da Lei de Crowley,ainda é uma pequena semente que sequer germinou plenamente.Ainda terão de ocorrer vários zeitgeists (através da Configuração de Ra-Hoor-Khuit de Hórus) para que Heru-Ra-Ha (a Forma Criança e Mais matura do Aeon de Hórus se estabeleça plenamente).

Existe uma Teoria (formulada por este que vos escreve)de que existe um Logos que está presente desde o Primeiro Aeon,e que assumiu sua Suma Representação e Desvelamento no Aeon de Hórus,e que no acto de auscultar e trabalhar neste Logos descobre-se a própria Divindade e une-se ao Logos (como dito anteriormente). Este Logos é Baphomet. No primeiro Aeon,tal Logos era A Encarnação de Todos os Deuses Corníferos e a Própria Grande Mãe (vide que na Grécia Antiga,Baphomet foi encontrado como a representação da Deidade Busbastis – uma Modificação da deusa Bast dos egipcios -. Afirma-se que sua nomenclatura – Baphomet – é advinda de Busbastis que pode significar “Mãe de Sangue”). No Segundo Aeon,este configurou-se como o Baphomet dos Templários (TEM OHP AB – “Templi Ominium Hominum Pacis Abbas” – “Pai do Templo,Paz Universal dos Homens”) e depois Correlato a Satã.No Terceiro Aeon,uma de suas manifestações é Seth,que altera a Realidade Estagnativa através do Movimento,e depois é o próprio Ra-Hoor-Khuit (Hórus,Plenamente desvelado em Toda sua Glória e Andrógino). Destarte, Baphomet é o Logos que existe desde o Primeiro Aeon e que assumiu diversas configurações até ser Totalmente desvelado para quem Quiser Fitar e adentrar na Senda do Sol_Negro no Terceiro Aeon.Uma exemplificação disto pode ser retirada do Liber Null and Psychonaut de Peter Caroll:

“No primeiro aeon, eu era o Grande Espírito
No segundo aeon, Homens conheceram-me como o Deus Chifrudo, Pangenitor Panphage
No terceiro aeon, Eu era o Nigérrimo,o Diabo
No quarto aeon, os Homens não me conheciam, porque eu sou o Escondido
Neste novo aeon, Eu apareço ante a ti como Baphomet

O Deus anterior a todos os Deuses,aquele que perdurará até o fim da Terra.”

Caroll usa uma divisão de Aeons distinta, e derivativa da de Crowley,da que foi apresentada(visão esta incorrecta na concepção deste que aqui escreve). Contudo esta visão distinta não atrapalha no entendimento do cerne da questão aqui colocado.Traduza-se o Primeiro e Segundo Aeon como o Aeon de Ísis. O Terceiro Aeon e o Quarto Aeon são o Aeon de Osíris. O  Novo Aeon é uma Visão de Baphomet Desvelado no Aeon de Hórus (como o Deus-Único contido em Todos Nós;e que nos Transcende Unindo-nos a esta Energia Cosmial que é a Força de Todos os Self’s Emancipados que Trabalham nesta Via e que Existe Desde o Início dos Tempos).

Por: Betopataca


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