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Por Soror Meral
“Oh, Luz da Vida, em esplendoroso êxtase de deleite / Que preenche minhas veias com vida em majestade de poder.” — Meral, 1982
Como se deve adorar a Rainha do Espaço?
O Liber AL vel Legis dá muitas pistas, mas pode levar uma vida inteira para que algumas de suas palavras ganhem vida como experiência real.
Certamente, é preciso começar com o amor. Este pode ser algo mais do que o amor de uma pessoa por outra (embora esse tipo de amor possa ser uma lição por si só, mesmo que não dure muito tempo). O amor abrange outras áreas da vida e pode significar o amor pelo trabalho ou pela criatividade, o amor pela família e pelos filhos, o amor pela natureza, entre tantos outros.
Mas há um amor que transcende todos os outros que possamos conhecer enquanto estamos em um corpo terreno. Todo amor, de qualquer tipo, é um treinamento para experimentar esse amor transcendente.
Palavras belas foram escritas para nos dar uma ideia sobre esse tipo de amor. Deve-se mergulhar em clássicos como o Liber LXV ou o Liber VII para começar a compreender o amor por Nuit e o amor de Nuit por um ser humano.
Há um passo intermediário neste Caminho do Amor. Ele é conhecido como o Conhecimento e Conversação do Santo Anjo Guardião (SAG). Estudantes de Qabalah representam esse passo na Árvore da Vida pela esfera central, Tiphereth. Nesse estágio, existem duas entidades: o aspirante e o Anjo. Somente acima do Abismo os dois se tornam um; mas tal iluminação pode não durar muito, pois é um estado além da força humana. O aspirante logo é lançado de volta à esfera que representa o trabalho de sua vida.
Os primeiros indícios da voz Angélica podem vir até nós através da intuição. Se uma pessoa não estiver aberta a confiar nessa intuição profunda, pode não ser evidente que o SAG pode falar por meio dessa mesma voz. É perfeitamente possível ignorar esses sussurros e inspirações, especialmente quando as preocupações da pessoa são, em sua maioria, materialistas, emocionais ou intelectuais; mas as lições do SAG persistem.
Se alguém se sentir perturbado, infeliz ou miserável por causa de algum comportamento, certamente é o SAG aplicando um “amor severo” para que a pessoa faça mudanças.
Tudo isso eu observei em mim mesma e enquanto tentava compreender os outros. Isso serve como preâmbulo enquanto tento escrever sobre minhas próprias experiências com o HGA.
Foi em 1º de julho de 1952 que meu primeiro contato com o SAG ocorreu. Eu estava criando meus três filhos sozinha. Quando eles estavam na escola, eu também estava na faculdade, treinando para me tornar professora de arte. Além disso, eu estava digitando manuscritos de Crowley para Karl Germer, para que eles não se perdessem.
Fui despertada por uma luz subindo pela minha coluna. Pude compreender vagamente que instruções haviam sido dadas a mim por algum tempo antes do meu despertar. O que pude me lembrar disso foi o nome do SAG e suas instruções para enumerar esse nome com a ajuda do alfabeto hebraico. Compreender esse nome levou alguns anos; mas a voz nunca realmente me deixou depois desse incidente. Houve muitas ocasiões em que recebi ajuda da voz quando ela era claramente necessária.
Segue-se uma vida normal, trabalhando e realizando todas as atividades necessárias para sustentar a si mesma e aos filhos. A voz do SAG não é necessária em circunstâncias cotidianas. No entanto, é preciso continuar refinando a si mesma e suas reações. Deve-se estudar e aprender sobre processos mágicos e místicos. “O Deus não habitará em um veículo mal preparado”, como diz o conselho definitivo. Quando lições ou provações importantes eram necessárias, elas me eram fornecidas para continuar esse crescimento e refinamento.
Antes desse primeiro despertar, eu estava escrevendo poesias inspiradas por vários tipos de amor que prenunciavam a direção principal de minha alma. Karl Germer acreditava que o Conhecimento e Conversação do SAG ocorreram no meu caso porque eu tinha uma aspiração pura.
O evento daquela noite, que descrevi acima de maneira tão clara, deixou-me com um tal sentimento de reverência que eu mal podia falar sobre ele sem um tremor interior. Foram necessários seis meses para que eu conseguisse escrever sobre isso a Karl. No entanto, ele sabia, pelo teor de minhas cartas, que esse evento certamente havia ocorrido. Ele, portanto, declarou que eu estava no nível de 5°=6° na A∴A∴.
A poesia continuou, pois há pouco a ser dito sobre tal experiência em linguagem comum. Muitos contatos importantes também me foram concedidos em momentos diversos. O mais memorável desses foi quando me lembrei da minha última morte. Foi como uma visão, na qual eu estava desperta e consciente. Naquele momento, eu estava em grande dor em minha vida anterior, deitada em uma cama em algo que parecia um sótão (pude ver o teto inclinado e as vigas acima de mim).
Minhas roupas de cama estavam bastante sujas, pois não havia ninguém para cuidar de mim durante aquela doença. Não sei o que causou a dor, apenas que ela era insuportável. Então, o SAG apareceu ao meu lado. Deixei o corpo e a dor, e soube quão intenso e puro era o amor do Anjo. Tal intensidade nunca é experimentada na vida, e não há palavras para descrevê-la. Só se pode saber que o amor é a chave para tais despertares, e que estamos aqui na Terra para aprender sobre esse amor.
Quando os seres humanos amam nesta vida mundana, muitas expectativas geralmente estão atreladas a esse amor. Uma pessoa pode desejar segurança, ou um parceiro que eleve sua importância, ou alguém para manipular e demonstrar poder. O amor humano é frequentemente condicional: pode ser um desejo de ter filhos, ou de companhia que não desapareça.
Aprender a amar, e o que isso significa para a própria essência como estrela, é a grande lição para os humanos de hoje. Quando o amor é purificado — quando se aprende a amar sem condições e com fervor, pureza e intensidade —, então estamos preparados para amar Nuit, como somos exortados a fazer no Liber AL.
Eu sinto que não há necessidade de escrever mais neste espaço, pois muitos dos meus poemas e outros escritos foram inspirados pelo SAG. Eu, como uma pequena humana, não tomo crédito por tudo o que escrevi, disse ou fiz. Apenas tentei seguir as instruções da melhor forma que pude. Sim, quando se tem essa orientação sublime, deve-se obedecer — e faz-se isso a partir dos estados mais puros de amor.
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