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Osama Bin Laden morreu? Se política fosse uma matéria escolar, e decidissem condensá-la em uma única frase para que pudesse ser ensinada até para a mais lenta – mentalmente falando – criança, com certeza o trabalho seria um plágio do que escreveu Oscar Wilde em seu “Pena, Pincel e Veneno”. De tudo o que poderia ser dito a respeito de todas as facetas da política nada a descreve de melhor forma do que a frase: “A vida imita a arte mais do que a arte imita a vida”; vejamos.
Em 1989 dois funcionários de uma grande empresa de seguros descobrem uma fraude que estava sendo perpetrada. Através de meios escusos e ilegais, U$ 2.000.000,00 de dólares haviam sido desviados, assim que tem a chance os dois, Larry Wilson e Richard Parker, vão falar com o chefe da empresa, Bernie Lomax, que aturdido com a notícia pede que os dois o encontrem durante o fim de semana, de forma confidencial, para ver as evidências e tomar as devidas providências. O que os dois funcionários não sabiam era que Lomax estava envolvido na fraude e decide contratar um assassino para matar ambos. O pedido foi feito para uma das figuras mais proeminentes da máfia, conhecido pelo apelido de Vito. O problema é que Vito tinha uma namorada, e mesmo que não a amasse era muito possessivo, e ele estava desconfiado dela, chegando a mandar um de seus capos para segui-la. Num desses deslances que apenas a vida tem, a namorada do chefão tinha um caso com Lomax, e assim o assassino que seria enviado para matar Wilson e Parker recebe a ordem de matar o próprio Lomax. Assim que chega a data em que a reunião para discutir a fraude, Wilson e Parker vão para a casa de Lomax o encontram no sofá, e acham que ele, Lomax, está dormindo; mal sabem que o assassino Paulie já havia chegado e feito seu serviço. Quando descobrem que Lomax está morto os dois discutem o que deve ser feito: irem à polícia? perderem o fim de semana tentando explicar algo que não sabem na delegacia em meio a horas de depoimento? A conversa termina quando vários amigos de Bernie chegam e começam a interagir com ele, espantosamente, ninguém percebe que ele está morto.
Essa história aparece em um dos melhores filmes do final da década de 1980, entitulada no Brasil “Um Morto Muito Louco!”
Seguindo o paralelo de Wide, de que a vida imita mais a arte do que a arte a vida, vejamos o que acontecia no mundo 12 anos depois da estréia deste filme que faturou mais de U$70.000.000,00 milhões, apenas nas bilheterias.
Dia 26 de dezembro de 2001- vol. 15 no. 4633 – o jornal egípcio al-Wafd trazia a notícia:
caso não esteja familiarizado com a língua nativa, segue a tradução:
“Islamabad-Paquistão.
Um importante oficial do movimento afegão Talibã anunciou ontem a morte de Osama Bin Laden, o líder da organização Al-Qaeda. Ele disse, Bin Laden sofre graves complicações no pulmão e faleceu serenamente de morte natural. O oficial, que exigiu o anonimato, disse ao jornal ´The Observer of Pakistan`, que ele próprio estava presente ao enterro e ele tinha olhado sua face antes do enterro em Tora Borá, há 10 dias. Ele disse que 30 companheiros de sua Al-Qaeda estavam no enterro, assim como membros de sua família e alguns amigos do Talibã. Na cerimônia de encerramento para o descanso final, foi realizada uma salva de tiros. O oficial ainda disse que seria difícil achar o local exato da cova, pois de acordo com a tradição wahhabista nenhuma marcação indica o local. Ele salienta, seria improvável que os militares americanos encontrassem um dia apenas uma única pista de Bin Laden.”
Uma notícia como esta deveria por um ponto final à busca do recém declarado inimigo público número 1 da humanidade. Responsável pelo recente ataque terrorista aos Estados Unidos no dia 11 de setembro do mesmo ano. Mas por algum motivo essa notícia passou desapercebida. Claro, todos sabiam que Bin Laden era um homem doente, não doente no sentido de quem enche a cara e transa com a irmã e depois filma e põe no YouTube, mas doente no dentido de quem tem hepatite C e inúmeros outros problemas renais e hepáticos. Doente no sentido de precisar regularmente de tratamentos e hemodiálise. Todos sabiam disso não por ouvirem falar que um vizinho de um amigo da vizinha do cozinheiro do restaurante que o cunhado da sua irmã frequentam tinham ouvido falar, mas de matérias publicadas em inúmeros periódicos que acompanharam suas andanças nos anos anteriores ao atentado americano, quando o objetivo dos jornais era dar notícias sérias sobre o líder de um grupo árabe e não de um pop star. A lista de hospitais que tratou de Osama era extensa, inclusive um hospital norte-americano, ou estadunidense se preferir, em Dubai, onde esteve internado no dia 4 de Julho de 2001, sendo tratado com medidas emergenciais e com um aparelho de hemodiálise, como foi publicado pelo jornal The Guardian no dia 11 de novembro de 200, claro que como uma pessoa popular ele não ficaria sozinho lá, recebeu a visita de muitos amigos, inclusive o chefe da sessão local da CIA, amigo dele desde a época que trabalhou para a CIA, usando o nome Tim Osman, nas lutas contra os soviétcios no Afeganistão. O tratamento do hospital surtiu efeitos e um tempo depois Bin Laden teve alta.
Mas algum tempo depois, precisamente no dia 10 de setembro de 2001, Bin Laden foi levado a um novo hospital militar, em Rawalpindi, no Paquistão, para se submeter a uma nova diálise. Ele foi escoltado por soldados paquistaneses e os funcionários da clínica foram substituídos por pessoas de confiança (como foi esclarecido pela CBS). Se esse fosse um artigo sobre os horrores do 11 de Setembro (não a data, mas o evento, por isso o Setembro com maiúscula), o texto que se seguiria seria: “não é curioso que justamente no dia do ataque terrorista contra o Satã Branco, Bin Laden estivesse sob a custódia dos militares paquistaneses? Não é de arrepiar os pêlos da nuca que sete dias antes dos atentados e sete dias depois, o general Mahmoos Ahmed, a.k.a. chefe do serviço secreto paquistanês, estivesse em Washington, conversando com o Concelho de Segurança Nacional no que havia sobrado do Pentágono, com Marc Grossman, a.k.a. vice-secretário de estado para assuntos políticos, e com o diretor da CIA?” (http://www.karachipage.com/news/Sep_01/091001.html). Mas como este texto é sobre outro aspecto da “vida” de Bin Laden ele continuará da seguinte forma: isso significa que o governo americano, o governo paquistanês, assim como muitos outros, sabiam onde estava Bin Laden na época do acidente, e mais ainda, sabiam que ele estava de cama, e sob custódia. E depois de terminado o tratamento a que se submeteu ele voltou para o Afeganistão.
No dia 17 de setembro de 2001 ele ainda estava vivo, a emissora de TV Al Jazeera publicou uma notícia de Bin Laden sobre o 11/9 onde ele se vangloriava dizendo: “O governo dos EUA me culpa continuamente por cada um dos ataques. Eu gostaria de assegurar ao mundo, eu não planejei estes ataques, que parecem ter sido planejados por outras pessoas por motivos pessoais. Eu vivo no emirado islâmico Afeganistão e sigo as regras de seus governantes. Os governantes atuais não me permitem executar tal operação”. Bem, isso pode não ser exatamente se vangloriar, mas a CNN cobriu essa notícia. E ainda vivo ele fretou o avião que retirou, no dia 19 de setembro, todos os seus parentes de solo americano. Curiosamente todo o tipo de tráfego aéreo estava proibido nos EUA, mas esse avião recebeu uma permissão da Cas Branca para decolar, e para evitar constrangimentos, nenhum membro da família Laden foi interrogado durante a decolagem, como podemos ver no People’s Daily Online.
Durante os meses que se seguiram, o embaixador do Talibã no Afeganistão dizia que bastava que os EUA apresentassem qualquer evidência da participação de Bin Laden na catástrofe americana que eles o extraditariam. Claro que para extraditar alguém, você deve ter acesso a essa pessoa, o problema é que como provas nunca foram apresentadas, Bin Laden continuou lá no Afeganistão, com seu fígado indo pro saco, seus rins falhando, e precisando de seus tratamentos. Podemos ver em uma de suas últimas fotos antes de Setembro de 2001 como ele estava fisicamente.
Magro, pálido, meio acabado.
A ultima vez que se comunicou com seus comandos no Afeganistão foi no dia 15 de Dezembro de 2001. E então no dia 26 de Dezembro vem a notícia do jornal Egípcio. BUM ele havia morrido. Fim de papo.
Claro que não podemos afirmar que Bin Laden tenha de fato morrido em dezembro de 2001, afinal não podemos confiar apenas em notícias de jornais que nem traziam fotos, certo? Mas algumas personalidade da época tinham suas opiniões a respeito:
O presidente paquistanês Musharraf declarou, de acordo com a CNN que: “Eu acredito que muito provavelmente Bin Laden está morto, pois ele não poderia ser continuamente tratado de sua insuficiência renal”.
O presidente afegão Karsai, ainda de acordo com a CNN, disse: “Osama Bin Laden está provavelmente morto, mas o antigo chefe talibã Mullah Omar está ainda vivo”.
Já a BBC publicou que o diretor do departamento anti-terror do FBI, Dale Watson afirmou que “Eu acredito que Bin Laden esteja morto”.
O chefe-redator da londrina Arab News Magazine escreveu: “Nós publicamos o último desejo de Bin Laden, que foi escrito no final de 2001 e mostrá-lo deitado prestes a morrer ou já morto”.
O serviço secreto israelense: “Nós não vemos Bin Laden como um perigo e ele não está em nossa lista” (Janes) e ainda “Bin Laden morreu provavelmente na ocasião dos ataques dos norte-americanos em dezembro de 2001. O aparecimento de novas notícias e fotos são provavelmente uma fabricação”.
Mas então a vida resolveu imitar a arte, e, espantosamente, ninguém percebeu que ele morreu, e para deixar tudo mais divertido ofereceram uma recompensa de U$ 25.000.000,00 de dólares para quem o capturasse. De fato se ele estivesse vivo a recompensa não seria tão alta, porque não deve ser difícil capturar uma pessoa doente, correndo para cima e para baixo ligada em uma máquina de hemodiálise. Claro, se ele estivesse morto a recompensa poderia ser um valor mais alto – se pensarmos que o jogador português Cristiano Ronaldo tira 12.000.000€ por ano podemos iniciar um debate sobre economia e valores de recompensas, mas não vamos nos dispersar – mas isso traria um problema: e o que seria feito da Guerra Contra o Terror? E todos aqueles poços de petróleo largados naquela terra esquecida por Deus? Precisamos que Bin Laden se torne o novo Morto Muito Louco, e como Bernie no filme, arranjaram uma maneira de fazer ele dançar e se divertir e assustar as pessoas: deixarem ele gordo e negro! (lembre-se, eles não tinham como encontrar o corpo para fazê-lo se requebrar como o filme), e aparentemente a idéia deu certo, nos vídeos que surgiram ninguém notou a diferença entre esses homens, os da esquerda Bin Laden, o da direita o Morto Muito Louco:
Você nota a diferença? no andar de cima um Morto Muito Louco rejuvenescido, barba preta, cara bronzeada, no de baixo um Bin Laden parecido com um Papai Noel africano. De fato é quase impossível diferenciar do homem da esquerda, por isso tanta gente nunca questionou a diferença entre os dois homens.
Claro que eventualmente alguém perceberia que por mais que árabes barbudos fossem parecidos aqueles homens não eram o mesmo. O próprio filho de Bin Laden, quando viu os primeiros vídeos declarou que aquele homem não poderia ser seus pai. Assim recebemos fitas de vídeo de Bin Laden em:
– 17 de setembro de 2001: dizendo que não tinha nada a ver com a atentado.
– 7 de outubro de 2001: dizendo que a América havia sido atingida por Allah e agradecendo a Deus que os seus prédios mais gloriosos haviam caído – com certeza Deus não conhece Las Vegas.
– 3 de Novembro de 2001: Onde fala mal do Ocidente, da ONU, de Israel e da guerra santa.
– 13 de Dezembro de 2001: Osama bate papo com um amigo, contando do atentado e dos mártires enquanto o amigo fica falando Deus é Grande, esse era um vídeo informal e ganhou uma tradução da Casa Branca para os americanos que não falavam árabe, os que falavam, junto com outros tradutores de línguas orientais disseram que a tradução da Casa Branca errada e de certa forma manipuladora, inclusive as partes em que Bin laden descreve os detalhes do atentado a legenda não era fiel ao que estava sendo dito, nem de perto. Alguns árabes inclusive disseram que existem partes do vídeo onde não podemos sequer ouvir o que está sendo dito, mas que possuem legendas claras.
Já neste vídeo Bin Laden está completamente diferente do primeiro, onde diz que não tem nada a ver com o atentado.
– 27 de dezembro de 2001 – O morto muito louco já fala de como o terrorismo cntra a américa é algo louvável.
Ai acharam que seria abusar da sorte continuar mostrando um Bin Laden bizarro e de repente temos fitas de audio.
– 12 de novembro de 2002: fita encontrada e ninguém conseguiu confirmar que a voz era de Bin Laden.
– 12 de fevereiro de 2003: surge uma transcrição de uma mensagem de Bin Laden.
– 10 de setembro de 2003: uma fita de vídeo antiga mostra O Morto Muito Louco escalando uma montanha e tendo a inspiração de explodir as torres gêmeas.
– 29 de outubro de 2004: numa dessas coincidências do mundo, logo antes das eleições que reelegeram George Bush, o melhor exemplo do que é um ser americano para os americanos, surge uma fita de vídeo com 18 minutos onde O Morto Muito Louco faz um discurso justamente para o povo americano, onde ele fala dos 19 pilotos que sequestraram o avião e explica porque curtia fazer aquele tipo de coisa. Alguma causa misteriosa fez os americanos, depois de ouvirem essa fita, votarem em Bush de novo, que prometeu continuar caçando O Morto Muito Louco, outra ponto interessante é que neste vídeo O Morto Muito Louco fala de um lugar em especial: o iraque! Isso fez Bush começar um discurso estranho que dizia que por isso o Iraque era amigo do terror e inimigo dos EUA.
– 19 de janeiro de 2006: fita de Audio onde Bin Laden de novo conversa com os americanos.
– 23 de abril de 2006: partes de uma fita de audio onde O Morto Muito Louco fala que é culpa do ocidente a cruzada Sionista contra o Islam.
– 23 de Maio de 2006: uma gravação de audio de 5 minutos onde O Morto Muito Louco fala que escolheu pessoalmente os sequestradores.
– 30 de junho de 2006: um site islâmico postou um novo vídeo de 19 minutos do Morto Muito Louco, mas desta vez era uma foto dele estática com uma gravação de uma mensagem de voz.
– 14 de Julho de 2007: Um vídeo com menos de um minutos, os especialistas dizem qeu aparentemente era reaproveitamento de filmagem antiga e não pode ter a veracidade comprovada.
– 7 de setembro de 2007: uma fita de vídeo fresquinha, mostrando o Morto Muito Louco falando de coisas atuais, finalmente, como aquecimento global, o presidente da frança e como a guerra contra o terror era ruim, mas por causa de um probleminha, ele apenas se move por alguns instantes, permanecendo aimagem congelada enquanto ele fala pelo restante do tempo. Como no filme, sempre que queriam mostrar que Bernie estava vivo o colocavam em uma fila de Conga ou alguma outra dança divertida, este vídeo teve o efeito de, apesar da imagem comprometida e da imagem de Bin Laden ser diferente do original, fazer as pessoas verem que, como Bernie dançando, ele ainda estava vivo.
– 11 de setembro de 2007: comemorando 6 anos do atentado que disse que não realizou, O Morto Muito Louco produz outro vídeo, curiosamente os primeiros 14 minutos trazem apenas uma voz falando, para todos terem certeza que era Bin Laden colocaram de fundo uma fotografiazinha dele no centro da imagem.
– 20 de setembro de 2007: outra fita de audio, nela o Morto Muito Louco fala como vai derrubar o presidente Pervez Musharraf.
– 22 de outubro de 2007: fita de audio onde o Morto Muito Louco pede que o povo do Iraque se una e se rebele.
– 29 de novembro de 2007: fita de audio pedindo para o povo da europa parar de se meter nas guerras do Afeganistão.
– 29 de Dezembro 2007: mais uma fita de audio.
– 19 de março de 2008: fita de audio.
– 20 de março de 2008: mais uma fita de audio onde o Morto Muito Louco pede pros mulçumanos apoiarem o iraque.
– 16 de maio de 2008: mais audio, falando que está triste com todo esse papo de Israel.
– 18 de maio de 2008: nova fita de audio.
– 14 de Janeiro de 2009: novo audio pedindo uma Jihad contra israelitas na faixa de Gaza.
– 3 de junho de 2009: um novo audio onde o Morto Muito Louco fala mal do Osama.
– 13 de setembro de 2009: novo audio.
– 25 de setembro de 2009: finalmente um vídeo do Morto Muito Louco, mas infelizmente ele não dança, é apenas uma imagem fixa dele com um pronunciamento gravado.
– 10 de janeiro de 2010: audio onde o Morto Muito louco diz que é o responsável pela tentativa de bombardear de Umar Farouk Abdulmutallab.
– 29 de janeiro de 2010: nova fita de audio, O Morto Muito Louco fala pra todo mundo parar de comprar produtos americanos por causa da maneira irresponsável que tratam do clima do planeta.
– 25 de março de 2010: novo audio falando que a execussão de Khalid Sheik Mohammed iria resultar na morte de americanos e mais americanos.
– 1 de outubro de 2010: novo audio. O Morto Muito Louco explica em 11 minutos como evitar futuras enchentes no Paquistão.
– 2 de outubro de 2010: novo audio, pedindo ajuda aos afetados pelas enchentes do Paquistão.
– 27 de outubro de 2010: novo audio. O Morto Muito Louco está louco da vida com o exército francês no Afeganistão e pede para eles sairem.
– 11 de janeiro de 2011: novo audio, quando o Morto Muito Louco negocia reféns franceses.
Além de ninguém parecer notar as diferenças da aparência nos vídeos que ele se mexe, nenhuma fita de audio foi comprovada como sendo autêntica, ou ao menos a voz sendo autêntica. Houve uma época, inclusive, que algumas pessoas começaram a acusar a al-Jazeera de tentar sobreviver às custas de produzir novas fitas de Bin Laden para vender para os meios de comunicação, mas deixemos isso para lá.
Nós sabemos que Hollywood é exigente, e o sucesso de bilheteria do primeiro filme deu origem a uma sequência em 1993: Um Morto Muito Louco II, que trazia como subtítulo a frase ” Bernie voltou… e continua morto!” E da mesma forma Bin Laden, depois de 2001, voltou… e continuava morto.
Dia 2 de novembro de 2007 David Frost entrevistou na TV Al-Jazeera a antiga chefe de governo e líder da oposição do Paquistão Benazir Bhutto. Durante a entrevista Bhutto diz: “Ele também possuia ligação com Omar Shaik, o homem que assassinou Osama Bin Laden”. O vídeo está aqui, e a parte interessante é entre 2:10 e 2:30. Claro que como no filme ninguém percebia que Bernie estava morto, esse tipo de declaração passava batido, os que prestaram atenção ainda disseram que ela se enganou, disse Osama Bin Laden ao invés de dizer “Daniel Pearl”, nomes bem parecidos de fato, qualquer um confundiria. Essa segunda morte de Bin Laden passou desapercebida por muita gente, e claro que Benazir Bhutto poderia esclarecer a dúvida se ela não tivesse sido assassinada em dezembro do mesmo ano, pouco mais de um mês depois da declaração.
Dia 27 de Abril de 2007 o presidente paquistanês Asif Ali Zardafi declarava: “Nosso reconhecimento acredita que ele esteja morto”. Um ano depois da declaração de Bhutto o ex diretor da CIA, Robert Baer, falou em uma rádio, no dia 2 de outubro de 2008: “Mas é claro que Bin Laden está morto!”
Então a pergunta a se fazer é: qual o enteresse em se livrar justo agora deste peso morto? Que necessidades atende revelar ao mundo que somente agora faz-se necessario declarar a morte do “terrorista” mais procurado do mundo? Por que não continuar com a mentira? Olhemos para trás para depois tentar olhar para frente: se Osama teve algo a ver com o 11 de Setembro, então os EUA o deixaram escapar mancando da época em que esteve no hospital, também por algum motivo liberou sua família do pais quando nenhum avião podia. Se Osama não morreu em 2001 ele foi um doente especialmente difícil de ser capturado. Agora imaginemos que ele não tenha tido nada a ver com 11 de Setembro, como declarou em vídeo, mas estivesse vivo. Como os EUA poderiam criar a Guerra Contra o Terror? Por que Osama, o magro, abatido e caucasiano, não o bronzeado, gordinho e de barba tingida, não desmentiria constantemente aquilo? Agora suponha que Osama estivesse doente, indo de um hospital para o outro. Os EUA precisavam de um bode expiatório. Se Osama estivesse nas últimas e garantisse que sua família estaria segura longe dos EUA, que mal seria ser esse bode expiatório? Graças a ele os EUA finalmente conseguiram entrar em uma nova Guerra, conseguiram congelar e confiscar bens ao redor do mundo, conseguiu impor uma nova lei para todos, e conseguiu se tornar um pais digno de pena. Os EUA conseguiram chamar mais atenção do que os paises assolados pelo Tsunami de 2004, pelos desastres naturais desde então e mesmo agora com o Japão tentando se reerguer sem brilhar no escuro eles conseguem ser motivo de celebração. Quando O Morto Muito Louco começou a enviar vídeos tirando sarro dos EUA, deu motivo para invadirem o Iraque e ainda matar Saddam Hussein, já que falava bem do Iraque e o tinha como aliado. Ainda serviu de desculpa para que as tropas americanas permanecessem no afeganistão, matando crianças e tirando fotos segurando os corpos, protegendo campos de papoulas (o talibã é absolutamente contra o consumo de ópio) e tentando resolver problemas que não existiam antes delas chegarem lá. O Morto Muito Louco reelegeu Bush. O Morto Muito Louco conseguiu que somas incríveis de dinhiero continuassem a ser movimentadas para longe de coisas secundárias como educação, saúde, etc. Agora vamos jogar isso para frente, para o futuro, e especular.
A resposta rápida é a reeleição de Obama, que fez questão de deixar claro que uma das metas principais de seu governo era acabar com Osama. Com este feito talvez o primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos tenha garantido mais alguns anos no poder com uma possivel reeleição em 2012. Mas talvez o buraco seja mais fundo do que uma plataforma de petróleo consiga cavar. A morte de Bin Laden por um lado angariou respostas positivas de várias nações do mundo (incluindo China e Russia) em unir esforços na luta definitiva conta o Terror. O lider líbio Kadafi está na mira de muitas pessoas, talvez Osama consiga um livre conduto para que o matem como mataram Saddam, um ditador a menos, e um pais sem direção a mais, esperando que alguém assuma o controle. Ao mesmo tempo a morte oficial faz de Osama Bin Laden um mártir e certamente vai encorajar uma nova onde de atentados vindos do mundo islamico, justamente na hora em que assitiamos a “Primavera Árabe” pela democracia. Ou ainda pior, certamente pode ser usada como cobertura a certas operações que podem ter terroristas árabes vingativos como um novo bode expiatório. Matem alguém! Foram os terroristas putos com a morte de Osama. Vamos mudar a Estátua da Liberdade, essa enjoôu! Explodam e culpem terroristas retaliando… O que estamos vendo é a polarização cada vez maior de um mundo entre Ocidente e Islam. A quem interessa essa polarisação é uma resposta que só o futuro poderá nos dar. Ou a arte, alguns anos atrás.
versão beta.
sem revisão, correção. Apenas como foi ***ado.
3/5/2011 – 17:23
por LöN Plo
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