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Mórmons Maçons, A Bem da Ordem Em Geral

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(…) Eu também pensei que o texto “Mórmons Maçons, O Último Réquiem” (OLIVEIRA, Cesóstre Guimarães de. Mórmons Maçons – O útimo réquiem. Disponível em: www.mormonsmacons.blogspot.com. Acesso em: 15/11/2010.) fosse o fim, mas não foi, eu voltei. Devo este retorno a um e-mail que me foi enviado por alguém que se auto-intitula “Santo dos Últimos Dias ofendido”, como não fui autorizado a citá-lo, em nenhuma parte deste trabalho seu nome aparecerá, mas é certo que ele se diz ofendido com minhas afirmações, e lança farpas contra a Maçonaria em um e-mail de quase três páginas A4, oportunidade em que aborda várias de minhas afirmações relativas á Maçonaria. Em meio a tantas criticas rancorosas, que ainda busco entender a razão, o que mais me surpreendeu foi ler que sua fonte de pesquisa é o livro “MAÇONARIA – DO OUTRO LADO DA LUZ” (Maçonaria – do outro lado da luz. 1. ed. São José dos Campos (SP) : CLC Editora, 1995). Após ler e reler seu e-mail várias vezes pude concluir que ele não se aprofundou em sua pesquisa, pois se tivesse lido o livro por completo, (eu li), teria notado que o autor por ele tão valorizado, neste mesmo compêndio (sic) faz perversas e irascíveis criticas a doutrina Mórmon. Como pode ele, um Mórmon, na defesa de seus pensamentos respaldar suas afirmações nas idéias daquele que nos combate? Caro amigo até mesmo para criticar precisamos estar respaldados em fontes confiáveis. Dentre as aberrações despejadas por ele, destaco a afirmação que considero mais leviana dentre todas, ele diz: “não acredito que você tenha fé e testemunho no evangelho restaurado, pois se tivesse, jamais teria se envolvido com esta trama diabólica chamada Maçonaria”. Parei por um momento e pensei… as férias acabaram!

Desde minha primeira publicação tenho recebido vários e-mails de Mórmons que são contrários a relação Mórmons Maçons, mas nenhum foi tão agressivo e pejorativo quanto este irmão. Para ele a Maçonaria é um mal que deve ser combatido, “qualquer aproximação de um Mórmon com a Maçonaria é sinal de apostasia”. Ele entende que a “passagem” de nossos primeiros líderes pela Maçonaria é justificada por uma razão que considera justa, (embora ele não tenha me dito qual foi esta razão justa), e que hoje nada justifica um membro da Igreja ser Maçom.
Diante do exposto, eu pergunto aos meus leitores, poderia eu continuar em silencio? Seria esta uma boa justificativa para que eu retorne ao blog? Não pude, nem posso ficar calado, a omissão não encontra encaixe em meu auto-retrato, por isso voltei, estou de volta para responder a este irmão, voltei para tentar, (embora eu mesmo acredite que não conseguirei), convencê-lo de que estar errado.

Penso que meu critico irmão antes de uma manifestação tão severa deveria se aprofundar na história da Igreja. Pois só fazendo isto descobrirá que aqueles que hoje enumera como inimigos do mormonismo, um dia foram vistos por nossos líderes como amigos. Seria bom que também aprofundasse sua pesquisa na história da Maçonaria, pois só assim descobrirá que ela é uma grande parceira das religiões, e por ser, limita-se a observar, sem evasivas tentativas de interferências em suas rotinas. Quem sabe se fizer isto não descobrirá que a Maçonaria quando instituição tem a preocupação de deixar a encargo do iniciado a decisão sobre a qual religião se reportar? É certo que após iniciado, o individuo é incentivado a desenvolver mais ainda uma relação de fidelidade para com a religião escolhida. E se por qualquer razão, o Maçom, resolver abandonar sua crença, ou decidir por dar nova direção a sua forma de crê, e conservar a essência da fé que nos liga ao Grande Arquiteto do Universo, não correrá nenhum risco de exclusão da fraternidade. Se meu irmão for um pesquisador atento (infelizmente não é) notará que a liberdade de culto que goza o Maçom nos concede a certeza de que a Maçonaria não é uma religião, mas infelizmente até mesmo esta compreensão é distorcida pelo raquitismo de alguns. Dentre tanto pesar, o maior de todos vem do saber que até mesmo entre meus irmãos mórmons existem aqueles que voluntariamente difundem as idéias distorcidas que nos rotulam de entidade religiosa pagã, eles ignoram que a milenar fraternidade é uma fonte continua e inesgotável de proteção para A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, já que neste universo de preconceitos e estigmas, tudo que foge ao padrão estabelecido é uma deformidade que deve ser combatida. Diante deste contexto, é mister que aquele que almeja ser agraciado com a iniciação maçônica saiba que é condição inalienável, a manifestação de fé no Ser Supremo, e isto independe da religião do candidato. Esta é uma condição não negociável, é primordial para que, sequer o candidato tenha seu nome analisado. Porém, além da manifestação religiosa, existem outros princípios que são relevantes, como por exemplo: não se pode ignorar que a Maçonaria é uma fraternidade que existe pela constante necessidade de busca da verdade. Acredito que todos saibam que a Maçonaria encoraja seus membros a manterem-se nos mais elevados padrões de moralidade, além de zelar para que nos conservemos dentro de parâmetros de honestidade.

Infelizmente, mesmo primando por padrões tão elevados, temos aqueles que não são bons exemplos de cidadãos. Espero que não estejam surpresos por lhes dizer isso, assim como também espero que entendam que existe uma imensurável distancia entre reconhecer que eles existem, e culpar a Maçonaria por suas existências. Seria o mesmo que responsabilizar A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias pelos membros que envergonham nossa fé. A bem da verdade é necessário que seja dito os maus participes estão em todos os lugares, em todos os credos religiosos, ou será que você pensa que todos os mórmons se encontram no mesmo patamar de moral e honra? Não se deve cometer a infâmia de se responsabilizar a Maçonaria pelas ações duvidosas de um, ou outro Maçom, pois se eu estiver errado nestas afirmações todas as organizações sociais, podendo ser elas religiosas ou não, são culpadas das mazelas do ser humano. Pois se a instituição for responsabilizada pelas ações do individuo, que após devidamente instruído, faz sua opção pelo errado, o que impedirá o mundo de nivelar todos os mórmons pelas estaturas dos apostatas? Meus irmãos (mórmons), já passou da hora, deveis cessar as manifestações de intolerância contra a milenar fraternidade.

Todas as vezes que tenho lido ou ouvido os argumentos de um membro da Igreja que expressa sua repugnância pela Maçonaria, me sinto motivado a continuar escrevendo sobre este tema. É preciso elevar meus irmãos mórmons a condição de homens livres dos pensamentos nebulosos, que cirandam suas mentes (não todos). É preciso ajudá-los a esquecerem-se das fábulas infantis onde o bicho papão é a Maçonaria, estes meus irmãos que ainda são escravos destes vis temores precisam entender que estes são pensamentos e interpretações herdados do catolicismo medieval, quando o poder do Papa era absoluto, inclusive ditando regras quanto às crenças das pessoas. É inadmissível ponderar que existem pessoas na Igreja alicerçando suas convicções nas crenças daqueles que um dia desvirtuaram a verdadeira fé.

O pseudo-iconoclasta que cito no início deste texto em um dos parágrafos de seu e-mail diz: “Vocês [os maçons] são os verdadeiros culpado pelo medo ou aversão que as pessoas têm da Maçonaria, pois se vocês abrissem suas portas, se permitissem que as pessoas assistissem seus trabalhos não haveria mais o que argumentar”. Estas palavras podem parecer um sinal de boa vontade, mais não se iludam, não é. O desejo dele é mais uma vez tentar tornar a Maçonaria culpada pelos erros de outrem. Mas apenas para que eu posso formar uma linha de raciocínio, digamos que ele esteja certo, aceitemos que a Maçonaria deveria escancarar suas portas. Eu vos pergunto se esta regra também poderá ser aplicada a Igreja? Deveria a Igreja proceder da mesma forma, e abrir as portas sagradas do templo aos olhares profanos? Seria esta a solução que iria minorar as críticas desferidas contra os Templos Sagrados do Senhor Jesus Cristo? Claro que não, esta não é a solução. Escancarar as portas das Lojas maçônicas, ou as portas dos Templos não aplacará a ira dos críticos. Mesmo que a Maçonaria ou a Igreja abra profanamente suas portas, ainda assim teremos ferozes e implacáveis críticos a nos combater. Não somos combatidos por que somos sigilosos, somos combatidos por que os críticos não entendem o caráter sagrado do Templo, e o caráter sigiloso da Maçonaria. Eles não entendem que ambos estão limitados a um grupo de iniciados, apenas por que o sagrado e o sigiloso precisam ser protegidos dos olhares curiosos dos profanadores que a tudo adulteram. Não podemos permitir que o homem pedra bruta, tenha acesso a arvore do conhecimento do bem e do mal. Pois mesmo que lhes fosse permitido adentrar a nossos rituais, ainda assim, estes indivíduos veriam nos rituais maçônicos e nos rituais dos templos mórmons a realização de “pactos malignos”. O sigilo do Templo (Mórmon) e do Templo (Maçom) conduz o desafortunado de conhecimento por um estreito corredor que lhe priva da visão só concedida aos iniciados, esta cegueira de conhecimento em que estão envolvidos é a responsável por eles enxergarem na Igreja e na Maçonaria duas seitas secretas.

Alerto aos meus irmãos mórmons que antes de se deixarem contaminar pelas “teorias ignóbeis”, direcionem seus olhares ao passado e procurem entender esta relação que algumas vezes só é repudiada por que alguém precisa se justificar perante as idéias do catolicismo e do protestantismo contemporâneo. É graças aos temores destes prisioneiros do quarto do pânico, que nas fornalhas dos temores medievais, nascem os bichos papões que não passam de demônios irreais, que existem e vivem apenas nas mentes das crianças amedrontadas e/ou nas cabeças das pessoas desinformadas. Quantas vezes teremos que proclamar ao mundo que a Maçonaria não é religião? Algumas vezes me sinto como um pianista que excuta sua arte em um piano de uma só tecla, sempre repetindo a mesma nota para um público que não deseja escutar. Mas mesmo não querendo nos ouvir, as pessoas precisam ser ensinadas, ser Mórmon Maçom é um privilégio que se desdobra em responsabilidade continua. Por isso entendo que para um Mórmon Maçom é condição irrevogável, zelar para que a doutrina Maçônica exista numa condição de paralelismo ao mormonismo, tomando como referencia os bons costumes conforme é proposto pela doutrina da Igreja. É de extrema importância que saibam que mesmo após iniciado, um Mórmon continua livre para viver e praticar as sagradas doutrinas da Igreja. Tendo como diferencial a certeza de que a liberdade que emana da Maçonaria é uma novidade de vida que estar em perfeita harmonia com as doutrinas do Evangelho Restaurado, fazendo com que esta harmonia torne improcedente qualquer acusação de incompatibilidade entre a Maçonaria e nossas designações como membros da Igreja. O membro da Igreja que acusa a Maçonaria de ser religião exorbita o mais extremo ponto da verdade e da coerência, pois ao fazer tal acusação como ele justificará nossos profetas Mórmons Maçons. Fiquem tranquilos, não existe nada dentro do contexto maçônico que conduza o crente por caminhos que o afaste de sua crença, e até mesmo como pode ser a Maçonaria uma religião se as discussões teológicas nos são proibidas?

Eu quando um Mórmon, me sinto plenamente confortável em ser Maçom, pois é na Maçonaria que reconheço o exemplo de uma organização livre das paixões sectárias, livre dos sentimentos desagregadores que tanto mal fazem a humanidade. Considero um desafio tentar encontrar alguma outra organização onde seja possível reunir dentro do mesmo local de reunião, no mesmo momento, os seguidores de diversas vertentes da religião e da política, sem que eles, depois do primeiro minuto de debate passem a se tratar como inimigos, alegando para isto, que agem em defesa da perfeita fé. O que me tranqüiliza como Maçom, é saber que onde estiver um de nós, ali também vai estar uma lei imutável e eterna, que nos proíbe de participar das discussões sectárias. A razão pela qual estamos tão preocupados com isto, são as lembranças de que os sentimentos sectários por toda a história do homem foram os divisores de nações, de povos, de amizades. A harmoniosa paz que a Maçonaria promove entre os seus, é objeto de desejo não atingido por todos aqueles que não compreendem que a Maçonaria é preconizadora destas virtudes.
Desafio a quem quer que seja a apontar uma única organização, além da Maçonaria, que por mais que se esforce, consiga reunir em perfeita harmonia, pessoas provenientes de vários seguimentos culturais e religiosos, onde cada um é implacável defensor de suas crenças, e de suas opções políticas, e mesmo assim, permaneçam harmonizados tornando suas diferenças em simples detalhe que deve ficar a margem de suas relações de amizade e boa vontade. A discórdia e a inimizade, aparentemente, são características exclusivas do homo sapiens. Em nome de Deus o homem tem matado seu próximo, abandonado seu lar, deixado para trás seu cônjuge e filhos, e mesmo este sentimento sendo tão forte, na Maçonaria ele foi superado pelo respeito às diferenças religiosas.

Antes que meu irmão passe a traçar um perfil distorcido de minha personalidade, antes que pense haver encontrado em minhas palavras o motivo que buscava para me lançar na “santa fogueira da inquisição”, esclareço que quando apresento a religião como origem de desarmonia, minha intenção não é dizer que a religião é culpada dos pecados dos seus participes, mas sim, dizer que o sectarismo manifesto na fé de alguns é o culpado de tudo. Uma pena que somente a Maçonaria tenha conseguido tornar irmãos, o judeu, o mulçumano, o protestante, o católico, o Mórmon, o budista (etc.), tendo como premio a todos, beber da mesma taça sagrada, e mesmo divergindo na fé, abraçam-se como verdadeiros irmãos que são.

Receio pela forma que minhas palavras serão recebidas, não gostaria de perder mais do que já tenho sido privado, mas espero que meu leitor não esqueça em seus julgamentos que sou um Santo dos Últimos Dias (Mórmon) convicto das verdades que preconizamos como eternas, que compreenda que não escrevo para combater a Igreja, pelo contrário, sou seu incondicional defensor, além de ser convicto da fé que professo, ao escrever, o faço com o intuito de combater os sentimentos nebulosos que conduzem o homem ao caos. A antipatia que membros da Igreja, igual ao que me refiro no inicio do texto, demonstram pela Maçonaria é a mais pura demonstração de incoerência irracional. Como pode uma organização que de forma brilhante, tem agido em prol da humanidade, ser tratada com tanta manifestação de intolerância (?). A história é verdadeira quando retrata a Maçonaria como vitima dos vitupérios infligidos a nós maçons, por pessoas que tudo que sabem sobre nós é o que foi dito por terceiros. As mesmas fontes históricas também registram que quando o assunto discutido pelos religiosos anti-maçons são suas práticas doutrinárias, eles nunca conseguem harmonizar seus pontos de vista. Mas se a discussão se concentra na Maçonaria, eles não necessitam fazer nenhum esforço para harmonizar seus pontos de vista. A antipatia que demonstram pela Maçonaria é tão incompreensível e manipulada que ironicamente rompe as barreiras do sectarismo. Por vários anos tenho me dedicado a minha fé e a Maçonaria, e durante estes anos, nunca houve um dia em que eu tenha me arrependido de pertencer tanto a uma quanto à outra organização, cada uma delas tem seu próprio espaço, e uma não tenta anular a outra.

Para finalizar minha fala deixo aos meus irmãos mórmons maçons a recomendação de que continuem a trilhar sua estrada sem fim, nós somos os privilegiados, e por sermos, devemos nos esforçar para desempenhar com fidelidade inquestionável nossas atividades na Igreja, é nosso direito, é nosso dever. Devemos nós, mais que qualquer outro, participar das reuniões da igreja, exercitar nossa fé, nos esforçar para manter pura nossa relação com a família e os amigos. Pois somente desta forma a Maçonaria e A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias continuarão a ser compatíveis. Parafraseando **Martin Luther King eu digo: “Eu tenho um sonho…” de que um dia todos os mórmons compreenderão a importância da Maçonaria para o Evangelho Restaurado.

*A Constituição de Anderson – 1723 – é considerada o principal documento e a base legal da Maçonaria Especulativa e que aos poucos foi substituindo os preceitos tradicionais que até então regulavam as atividades da Maçonaria Operativa.

** O Dr. Martin Luther King, Jr (15 de janeiro de 1929, Atlanta, Georgia – 4 de abril de 1968. Memphis, Tennesee) foi um pastor e ativista político estadunidense. Pertencente a Igreja Batista, tornou-se um dos mais importantes líderes pelo ativismo dos direitos civis nos Estados Unidos e no mundo, através de uma campanha de não-violência de amor para com o próximo. Torno-se a pessoa mais jovem a receber o Premio Nobel da Paz em 1964, pouco antes de seu assassinato. Seu discurso mais famoso e lembrado é “Eu tenho um sonho” (Extraído da Wikipédia em 22 de novembro de 2010).

Desde o momento em que a existência da Maçonaria se tornou domínio publico, nós maçons temos sido vitimas de furiosos vitupérios oriundos de pessoas embriagadas pela filha da irracionalidade, a demência. Muitas das vezes eles se confundem em suas razões, esquecendo-se até mesmo do real motivo de sua fúria. Em meio a estas tempestades comportamentais, em um passado bem longínquo, é possível que algum Maçom tenha sonhado que no futuro a intolerância a Maçonaria seria algo superado.

Hoje, passado os séculos, com a chegada do futuro, a humanidade continua envolta na irracionalidade que preconiza novas eras de intolerância, e isto tão somente só me dar a certeza de que nada mudou. Os pensadores incoerentes ainda desnivelam o fiel da balança, ainda somos obrigados a conviver com pessoas que necessitam da opinião de terceiros para ratificar suas convicções. São estes os indivíduos de quem falo quando afirmo que agem pelo impulso dos pensamentos desordenados. Estas são as pessoas que estão sempre dispostas a acreditar em qualquer bobagem que lhes seja dita, para isto importa apenas que seja feito em nome de Deus. Eles não passam de vitimas da carência de compreensão, já que nada assimilam sobre o sagrado e o belo. Estas pessoas carentes vivem a espera de alguém que lhes diga o que fazer, ou o que pensar, mesmo que as idéias e pensamentos apresentados sejam cópias mal feitas daquilo que um dia foi desvirtuado pelo catolicismo medieval, idéias maquiavélicas que um dia convenceram ao mundo de que a Maçonaria é uma entidade satânica, (…) e assim numa estranha osmose, os aprendizes da iconoclastia exercitam sua arte de desvirtuar tudo aquilo que lhes parece incompreensível.

Infelizes prisioneiros de seus mais íntimos temores. Vivem na escuridão de suas estranhas fobias, aguardando que a qualquer momento a Maçonaria assuma o controle do mundo (sic). Suas ações são dedicadas a incansáveis e inúteis vigílias, onde esperam a consumação de uma realidade só possível em alguma produção cinematográfica de Hollywood.

Fico sensibilizado com a condição de prisioneiros do medo, a que estão submetidos, aqueles a quem popularmente denominam defensores da “teoria da conspiração”. Estes seres desnutridos de coerência e razão, dificilmente serão libertos das masmorras onde se encontram aprisionados. É bem provável que permaneçam cativos de seus medos por toda uma existência, e nesta danosa condição letárgica a que estão voluntariamente submetidos, bradam suas teorias como se estas encerrassem alguma nova verdade revelada. Infelizmente, muitos são os que aderem a suas desconexas idéias, mas, o que realmente me deixa constrangido é saber que eles fazem discípulos até mesmo entre meus irmãos mórmons. Conseguem convencer não só aqueles desprovidos de profundidade doutrinária, mas, até mesmo os mais esclarecidos, e fazem isto com incompreensível facilidade.

É estranho saber que alguns Santos dos Últimos Dias são partidários das idéias anti-maçons, eles deixam até mesmo de notar que as pessoas que encabeçam o combate a Maçonaria, são os mesmos que atacam ferozmente A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

Bem poucos são os que estão dispostos a aprender sobre a verdade, a grande maioria prefere dedicar sua busca nos sites e publicações que combatem a milenar fraternidade, mesmo que estes sites sejam os mesmos que acusam A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias de ser uma ferramenta de “Satanás”.

Mas, como toda regra têm suas exceções, esta também terá as suas, uma destas exceções me procurou para conversar, trata-se de uma pessoa por quem tenho grande estima, ele disse ter muitas curiosidades sobre Maçonaria, e desejava elucidá-las, queria saber se eu poderia ajudá-lo, conforme me disse sua intenção era “construir” uma opinião imparcial sobre o assunto.

Sabendo disto, mais que de imediato me dispus a ouvi-lo, eu não poderia perder esta oportunidade. Marcamos um encontro para outro dia, afinal no dia em que nos encontramos era conferência de nossa estaca, e eu não estou disposto a entrar em conflito com meus líderes, além do bom senso me dizer que este não era o local nem dia adequado para este tipo de conversa. No dia marcado e já bastante atrasado, ele chegou, e após o natural quebra gelo, eu falei a ele que gostaria de gravar nossa entrevista, contei que minha intenção era transcrever tudo para o papel, e que posteriormente iria publicar no Blog Mórmons Maçons, meio relutante (…) ele concordou, mas, não, sem antes recomendar que em nenhum momento da escrita seu nome poderia aparecer. Ele disse que temia ter suas palavras compreendidas como apologia a Maçonaria e não era este seu desejo, (eu não acreditei, penso que o medo de represália por parte de algum líder tenha sido o motivo). Por essa razão aqui o identificarei apenas como Senhor X.

Segue agora a transcrição da entrevista, que foi bem longa. Durante todo o tempo falamos sobre muitas coisas, algumas delas não tinham relação com a Maçonaria, por isso foram descartadas.

Senhor X – Dentro de alguns dias será Natal, nada mais justo então do que iniciar por ele. Eu li uma vez que o Presidente Howard W. Hunter disse:”O verdadeiro Natal acontece para aquele que adota Cristo em sua vida como força motivadora, dinâmica e vivificante”, e a Maçonaria o que diz do Natal?

Cesóstre – Alguns já sabem disto, e você saberá agora: Maçonaria não é religião. Ela não se envolve nas questões teologais, inclusive o Natal. A doutrina maçônica deixa que o Maçom resolva qualquer questão relacionada à sua fé, com a religião. Portanto se eu (quando Mórmon) te apresentar uma compreensão religiosa do Natal, esta será a mesma apresentada pelo Presidente Hunter.
Mas se esta compreensão for à luz da história, aí terei algo diferente para falar. Mas antes preciso te dizer que apoio de forma incondicional a todos os meus líderes, e que embora isto seja verdade, não posso deixar de me sentir incomodado com a atenção especial dispensada ao Natal de 25 de dezembro. Penso que todo membro da Igreja sabe, (pelo menos deveria saber), que o nascimento do Senhor Jesus Cristo ocorreu no dia 6 de abril, e por isso ser verdade, tenho muita dificuldade em assimilar o porquê da Igreja dar tanta importância ao 25 de dezembro, chegando até mudar nossa rotina diária. Essa atenção especial pode deixar na cabeça do desavisado a impressão de que o temor por represálias do catolicismo, e/ou protestantismo, conduzem a Igreja a menos valorizar o verdadeiro Natal.
Confesso que tenho dificuldade em assimilar certas coisas, por exemplo: como eu, sendo um Santo dos Últimos Dias, alguém que conhece a verdade restaurada, sabedor que Jesus Cristo nasceu no dia 6 de abril, tenha que aceitar mudar nossa rotina em função do dia 25 de dezembro, sob a falsa alegação de estar comemorando o nascimento de Jesus Cristo? Tenho aprendido através de rebuscadas pesquisas que o Senhor Jesus Cristo não poderia ter nascido no dia 25 de dezembro, e que na sua origem, esta festa de Natal nem mesmo é cristã (salve Mitra que nos deu o natal), eu pergunto: estaria a Igreja do Salvador reverenciando-O em uma data profana, que inclusive em sua origem nada tem haver com Ele?
A história é irremediavelmente convicta quando afirma que, conforme o contexto bíblico, é impossível o nascimento do Senhor Jesus Cristo ter acontecido no mês de dezembro, uma vez que os registros colocam os pastores cuidando de suas ovelhas no campo, no momento da natividade. Fato este impossível de acontecer, pois neste período do ano o inverno da Judéia (… onde cristo nasceu – Hinário SUD – nº 123) é mortalmente lacerante em função do frio.
Ninguém precisa disputar com Heródoto o título de pai da história para saber que as origens da comemoração do Natal no dia 25 de dezembro são todas pagãs. Os registros dizem que foi somente no ano 350 d.C, que esta festa (aos olhos do cristianismo) pagã, foi transformada na maior comemoração da cristandade. Os méritos desta confusão não pertencem ao menino Jesus, mas sim ao Papa Júlio I que numa brilhante estratégia de marketing político religioso enxertou esta festa pagã no mais sagrado coração do cristianismo. Esta decisão nada teve haver com o Senhor Jesus Cristo, ou sua doutrina, foi apenas uma disputa de poder entre os homens. A idéia foi apresentar aos pagãos uma nova opção religiosa, seria hoje como se alguém lhe dissesse: Agora você pode ser cristão, nós também comemoramos o dia 8 de abril (nascimento de Buda).

P.S – Não entendam os budistas, a referencia que fiz a Siddharta Gautama, como idéia pejorativa, respeito sua crença, o fiz apenas para que os cristãos entendam melhor meu pensamento.

Senhor X – Algumas pessoas dizem que existem semelhanças entre as ordenanças sagradas do Templo e os rituais da Maçonaria, procede esta informação?

Cesóstre – Sim, as semelhanças existem, mas não permita que esta informação mine sua fé. A intenção de alguns quando apontam as “semelhanças” é provar que Joseph Smith foi um charlatão, eles pensam que provando a existência destas similaridades, também podem provar que Joseph apenas copiou os rituais da Maçonaria, e com isto acreditam desacreditá-lo como profeta.
Em meu livro “Os Mórmons e a Maçonaria” eu trato de forma bem detalhada da existência destas semelhanças, como o assunto é muito extenso, não posso te explicar de forma satisfatória com apenas duas ou três palavras, meu aconselho é que leia o livro, para que possa entender todo o contexto.

Senhor X – Na entrevista para receber recomendação para o Templo, é perguntado se “você participa ou estar associado a alguma organização que ensina ou pratica algo que seja contrário aos ensinamentos de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias?” Como você responde a esta pergunta?

Cesóstre – Minha resposta sempre foi, e será, NÃO. Pois não existe na Maçonaria nada que contradiga a sagrada doutrina do Senhor Jesus Cristo. Pense comigo: você acha que se houvesse algo na Maçonaria que fosse contrário as doutrinas do Salvador teríamos cinco profetas iniciados, além de vários apóstolos, setentas, etc. (?)

Senhor X – Sempre que alguém fala de Maçonaria a história dos segredos aparecem logo atrás. Dizem que um Maçom morre antes de os revelar, eu te pergunto: que segredo é este?

Cesóstre – Você quer que eu morra? (risos).
É verdade, existe um segredo, na verdade são vários. (Parece que falar isto provocou mais curiosidade no Senhor X, ele gesticulou algo como se estivesse a dizer… Prossiga).

Vê-lo ansioso me fez pensar que eu havia entrado num beco sem saída, agora precisava encontrar uma porta para não desanima-lo.
Após pensar por alguns momentos, esperando que em meu socorro, acontecesse uma manifestação epifânica, que, lógico, não veio. Perguntei ao Senhor X se ele daria uma navalha de barbear para uma criança brincar?

Senhor X – Não vejo nenhuma relação entre minha pergunta e sua resposta, mas como penso que você estar a se enrolar… Responderei. (sorriso descontraído).
Não, eu não faria isso. A pessoa que fizer isto, se é que alguém tem coragem de fazer, é extremamente irresponsável, e eu não sou.

Cesóstre – Com certeza você sabe que o Senhor Jesus Cristo, nosso maior exemplo, também guardou alguns segredos relativos sua doutrina, afinal o que eram as parábolas, se não uma forma de restringir a um determinado grupo seu ensinamento?
A explicação que encontramos nos manuais para esta prática doutrinária, é que nem todos os discípulos que o seguiam, se encontravam no mesmo nível de preparação para assimilar seus ensinamentos. Razão pela qual somente os 12 Apóstolos foram agraciados com a plenitude dos mistérios. Entenda que compartilhar certas verdades com aqueles que não estão preparados para ouvi-las, é a mesma coisa que entregar navalhas para uma criança brincar, com certeza ela sairá muito machucada. Esta é a razão pela qual somos tão sigilosos quanto a Maçonaria.

Senhor X – Então o que devo fazer para estar qualificado a saber quais os segredos da Maçonaria?

Cesóstre – Antes de tudo, você precisa provar que deseja obtê-los, precisa dar garantias de que poderá mantê-los em sigilo, então, e só então, os segredos te serão revelados… lentamente.

Senhor X – Quer dizer que eu tenho que provar que mereço ser Maçom?

Cesóstre – Certamente que sim. A Maçonaria não abrirá suas portas (para um candidato) até que prove estar disposto a fazer o necessário para adquirir tesouros inimagináveis. Ninguém encontra um diamante a céu aberto (a não ser em ocasiões excepcionais), eles estão enterrados, e algumas vezes sob grandes montanhas de pedras e barro, e se você o desejar, terá que demonstrar ser merecedor. É preciso dedicar parte do tempo, dinheiro e energia para que fique provado que realmente o candidato merece o privilégio.

Chegamos ao final da entrevista, foi quando entreguei ao Senhor X uma proposta de iniciação. Não sei se ele a preencherá, mas estou contente comigo mesmo, penso que fui feliz em minhas respostas. Talvez ele nunca venha a ser iniciado, mas, agora ele sabe (pela fonte) um pouco mais sobre Maçonaria.

por Cesóstre Guimarães de Oliveira

 

Mórmons Maçons, Introspecção

 

“Até quando você tentará nos chocar com suas palavras?”

Esta pergunta me foi feita por um irmão Mórmon, que após ler meu texto “Mórmons Maçons, A Bem da Ordem Em Geral II”, se dizendo indignado, definiu tudo que escrevo como “aberrações” doutrinárias. Ler este irmão, me fez refletir na possibilidade de iniciar um novo texto a partir de sua manifestação de descontentamento.

Para respondê-lo eu disse: minha vida é um livro aberto, se não gostar da leitura, por favor, coloque de volta na prateleira. Não sei se ele me entendeu, depois disto, não voltamos a nos falar, se isto tivesse acontecido teria sido uma gratificante oportunidade poder lhe explicar o contexto da frase, eu queria ter lhe dito que minha intenção foi somente esclarecer que não escrevo para agradar, o faço por entender que a verdade precisa ser externada a qualquer preço. Minhas palavras objetivam dar mais luz e verdade às pessoas “contaminadas” pelo “vírus” do preconceito e da ignorância.

Embora meu trabalho seja desprovido de sentimento egocentrista, saber que existem pessoas que se identificam com minhas afirmações […] me preenche de inefável sentimento. Embora não esteja a buscar reconhecimento, confesso que ele me agrada. Mas que fique claro, quando escrevo, meu objetivo é de apenas compartilhar uma verdade, que em nome da fé de alguns, e por culpa de uns poucos, insiste em permanecer nos porões da intolerância.

Não posso, […] e não quero ficar calado, já fiz minhas escolhas há muito tempo, não retrocederei em minhas palavras e ações, mesmo que a idéia de retroceder me ocorresse, não o faria, pois considero o retrocesso uma ação da incoerência, esta não se enquadra em minhas convicções. As manifestações contrárias a mim manifestadas são frutos que estou a colher [Vide Terceira Lei Newton], pois quem será o desatento que não sabe que mesmo o cultivo das rosas, [a rainha das flores], produz também cardos? Se por algum motivo eu tivesse que retomar meu projeto desde o inicio, confesso que repetiria as mesmas ações, pois minha jornada me atribuiu responsabilidades que considero inalienáveis.

Há alguns dias, quando recebi o e-mail de um irmão Mórmon, dizendo: “você é primeiro mórmon maçom disposto a falar francamente sobre esta relação, com quem tenho oportunidade de dirimir minhas dúvidas”, me senti preenchido por um gratificante sentimento de dever cumprido. São mensagens como esta que motivam a continuidade de minhas ações.

Somado a este incentivo, tenho as dúvidas dos quem me escrevem, é comum receber e-mails onde a pessoa me faz perguntas iguais ao questionamento de outro leitor Mórmon, [ainda não] Maçom, que desejava saber, se após iniciado, será obrigado [pela Maçonaria] a proceder como eu, ou seja, externar ao mundo que é Maçom, ele pergunta ainda se a Maçonaria lhe permitirá manter em oculto [pelo menos dos líderes da Igreja] sua condição de iniciado. Sempre que uma pergunta, neste contexto, é feita a mim procuro aconselhar que a pessoa deva ter uma conversa franca com os líderes locais, acredito na força da verdade, e, já que não vejo razões para alguém manter esta informação em sigilo, embora esta decisão seja de caráter pessoal, penso que uma conversa franca é um excelente procedimento. Mais se mesmo assim, o iniciado, preferir o silencio, o tranqüilizo afirmando que a Maçonaria não arbitra sobre esta decisão, somos livres para proceder conforme os ditames de nossa consciência.

Faço questão de que todos saibam, a forma como procedo é de minha livre escolha, e que, inclusive, durante os primeiros momentos de minha vida maçônica me mantive na mais completa e obscena [era assim que me sentia] clausura do anonimato. É importante que saibam, que quando Maçom, o individuo é livre para tomar suas decisões. É de livre escolha do iniciado, e não da Maçonaria, definir se tornar publica, ou não, a informação de que é um iniciado, nenhum Maçom é obrigado a externar para além dos umbrais da Maçonaria sua condição de iniciado.

Assim como fiz minhas escolhas, qualquer iniciado é livre para fazer as suas. Lógico que “ação e reação”, é uma lei da física que também se aplica a este caso, como exemplo, trago as escolhas [ação] que fiz, elas me conduziram por caminhos que, talvez, a maioria dos mórmons maçons não estejam dispostos a trilhar [reação], mas sei que fiz a coisa certa, não existem arrependimentos. Fazer minhas escolhas significou abrir mãos de alguns objetivos, que se tornaram secundários em prol das novas prioridades, na verdade, nós fazemos escolhas diferentes a cada novo dia. Não pensem que estou a questionar as decisões dos mórmons maçons que preferem o anonimato, respeito suas escolhas, eles devem ter suas razões, eles fizeram suas escolhas, e em nossas diferentes esferas estamos a realizar a coisa certa.

O não iniciado que pleiteia ser Maçom, antes de qualquer outro pensamento, deve entender que ser Maçom significa fazer novas escolhas todos os dias, significa optar entre agir e cruzar os braços, digo-lhes mais, assim como no mundo externo, também na Maçonaria, a inércia não é virtude. Todo ser humano, independente de ser mulher ou homem, Maçom ou não Maçom, em algum momento da vida terá que fazer escolhas difíceis. Foi, e [a cada dia], estar sendo assim comigo, para cada novo dia, novas escolhas, dentre as escolhas, no contexto Mórmon Maçom, a que mais adversidades despejaram aos meus pés, foi a decisão de escrever sobre a enigmática relação da Igreja com a Maçonaria. Em virtude dos textos que tenho escrito, algumas vezes, posso notar uma sutil expressão de dissabor na face de alguns dos meus irmãos mórmons. Mas, mesmo esta reação, não é uma surpresa para mim, pois desde o inicio, eu soube que meu trabalho seria de grande desagrado para muitos.

Saber que nem todos aceitam a publicação desta verdade tão incômoda, que foi envolvimento de nossos primeiros líderes mórmons com a Maçonaria, de certo modo é um incentivo para mim. Vejo nesta reação um estimulo ao esclarecimento da verdade. Sou sabedor de que nem todos assimilam esta relação, sei em plena consciência que à grande maioria dos meus irmãos mórmons preferem que tudo isto se torne em inverdade, mas na impossibilidade disto acontecer, sentem-se felizes se permanecer em oculto.

Diferente do que alguém possa pensar, as manifestações contrárias não me incomodam, na verdade até considero um mal necessário, entendo a importância da oposição em todas as coisas. Eu mesmo algumas vezes já fui interpretado como oposicionista as explicações que são atribuídas aos nossos líderes, mas faço questão de frisar aqui que este pensamento não tem respaldo na verdade, os que vêem em mim um opositor não assimilam que algumas vezes minha abordagem apenas dar nova luz aos dogmas que não encontram respaldo no bom senso.

Penso que deixei evidente no início deste texto, que escrevo por acreditar que procedendo assim, estou ajudando a esclarecer algumas verdades implícitas. Sempre ao iniciar um novo texto, não deixo de me perguntar, como farei para ajudar meus irmãos mórmons [?], talvez por ter essa preocupação, em alguns momentos, minhas palavras parecem ganhar vida própria. Surpreendo-me com as conclusões que algumas vezes destoam daquilo que é aceito por padrão de verdade, os pensamentos fluem numa lógica que me deixa desconcertado, sem entender por que ele nunca havia me ocorrido. Esta falsa dualidade faz com que eu relute em publicar alguns de meus textos, pois temo, [pelo testemunho], pela reação daqueles que escolhem no que acreditar. Pessoas assim, não deixam espaços para o crescimento do conhecimento, e vivem uma vida limitada onde o saber é um mal que deve ser evitado. Os textos dos quais falo, [em minha compreensão], são verdadeiros elos perdidos da doutrina, são neles também, que no mais intimo silêncio da racionalidade, me arrisco a fazer afirmações que despretensiosamente objetivam corrigir opacas afirmações, que sem nenhum respaldo doutrinário, em sua defesa, apenas dizem: “estas são coisas do Senhor, por isso não discutimos sobre elas, […?]”. Mas, como meu objetivo não é a discussão teológica, peço que perdoem meus devaneios, e retornemos ao que realmente [aqui] nos interessa.

Aprendi pela observação e consulta que a Maçonaria, de forma inconfundível, tem se mostrado uma instituição impar, ela desperta os mais profundos sentimentos de lealdade em seus membros, isto ao mesmo tempo em que é mal compreendida por aqueles que deveriam reverenciá-la, ela, a bem feitora da humanidade estar relegada a clandestinidade na vida de alguns. Esta injustiça ocorre, talvez, por que pareça incompreensível aos olhos dos intolerantes donos da fé, e por conta disto, algumas vezes tem sido motivo das piadas de mau gosto nas rodadas de riso fácil. Sinto-me sensibilizado pela falta de maturidade histórica de algumas pessoas. Eles não entendem que um grupo de homens reunidos, mesmo a portas fechadas, podem estar fazendo ou planejando algo de benéfico para a humanidade. Estes pobres ignorantes  desconhecem que os maiores benefícios relativos à liberdade do homem, foram primeiramente conquistados nas portas fechadas da Maçonaria [no Brasil: Independência e Proclamação da Republica]. Cegos pelo preconceito, feridos pela ignorância, é difícil para eles aceitarem que nos reunimos também, como forma de incentivo a uma vida de maior rigor religioso e familiar. Os “pequeninos” críticos [da Maçonaria] têm se convencido, e convencido a outros de que ela é uma obra do diabo, [como se a Maçonaria se envolvesse em questões religiosas], Deduzo que procedem assim, talvez, para se sentirem justificados por combater a mais antiga fraternidade humanitária registrada na história do homem. Eles não medem seus esforços para  combater aquilo que entendem ser o mal. Para eles, nenhuma distorção da verdade, nenhuma mentira, é grande o suficiente. Acreditam estarem justificados pelas obras, definem seu “trabalho” como “Santa Missão”.

Apesar dos nossos esforços [maçons] para combater estes insanos sentimentos, a cada dia, mais e mais, indivíduos são contaminados pelos pensamentos absurdos que nascem e proliferam nas mentes dos carentes do raciocínio lógico. Inclusive, repetem-se na mesma abjeta afirmação de que a Maçonaria é um grupo religioso secreto que planeja dominar o mundo em preparação ao reinado terreno de Satanás.

Na contramão deste pensamento, eu pergunto: quem é o indouto que desconhece a afirmação que diz que para ser iniciado Maçom, o individuo estar obrigado a declarar sua crença na existência do Grande Arquiteto do Universo, que é Deus? Como prova de sua incoerência, os doutores da lei, insistem em nos rotular de inimigos de Deus. Eles alegam que nem todos os maçons são cristãos e por isso a Maçonaria não pode ser uma organização boa para um cristão estar. Embora seja verdade que o cristianismo não seja absoluto em representação dentro da Maçonaria, isto não importa, pois não discutimos nossas crenças religiosas dentro de nossos templos, diferente de nossos trabalhos, escolas, faculdades, clubes sociais, [etc.], onde muitas vezes estas discussões finalizam longos anos de amizade e em alguns casos mais dramáticos, até mesmo casamentos. O cristão não Maçom convive com todos os seguimentos religiosos, mantendo relações comerciais até mesmo com os desafetos, porque então a diversidade religiosa dentro da Maçonaria deveria ser vista como algo ruim? Não sabem que agimos à margem das manifestações religiosas?

Já estar mais que comprovado, a Maçonaria não é contaria ao cristianismo, ou qualquer outro seguimento religioso, estamos acima desta discussão desagregadora. Aprenda isto: A Maçonaria não é satânica, a Maçonaria não é uma religião, a Maçonaria não ensina que a salvação vem pelas obras, pois este contexto é das religiões. Um cristão ao ser iniciado Maçom, dentre outras coisas, aprenderá a importância de fazer o bem, não porque isto signifique alguma forma de ganhar salvação, mas sim, por que esta é uma obrigação do ser racional.

por Cesóstre Guimarães de Oliveira


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