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Força
A obra humana, para ter valia, deve estar dotada de Força. A acção do maçon deve beneficiar da Força.
Não é de força física que aqui se trata. Ao mencionar esta característica de que devem estar dotados os maçons e o comportamento e as obras destes, quer-se, em primeiro lugar, fazer referência à Força de Carácter que deve ser apanágio do maçon. Força de carácter para seguir o, por vezes estreito e acidentado, caminho da virtude.
Em segundo lugar, Força de Vontade. Força de vontade para combater o vício, isto é, para combater e anular, se possível, os defeitos que, infelizmente, todos nós temos.
Mas a Força não respeita apenas às características intrínsecas do Homem, refere-se igualmente às das suas obras.
E, neste plano, a Força de que aqui se fala respeita à Eficácia das acções humanas. Pode agir-se com muita boa vontade, mas se a nossa actuação for estéril, se a nada conduzir, se do nosso acto nada nascer, nada frutificar, nada mudar, nenhum efeito se obtiver, então mais valia ter estado quieto e poupado o esforço absolutamente inútil… Quando nada de útil se pode fazer, então manda o bom senso (a Sabedoria de que ontem falava…) que nada se faça. O Homem deve agir, deve actuar, mas deve fazê-lo com eficácia, de forma a que dos seus actos resultem efeitos, especialmente os efeitos pretendidos, que devem melhorar o que existia antes de se actuar.
Também no plano das características de que devem estar dotadas as obras humanas, a Força é sinónimo de Durabilidade. Pouca utilidade tem a construção que se desmorona ao mais leve sopro de vento ou que, ao jeito de construção na areia, é destruída logo que a maré sobe… Neste sentido, o Homem prudente procura que aquilo que constrói seja durável, que seja utilizável com proveito enquanto seja útil. E com isto, tanto nos podemos estar a referir à construção de um edifício ou de uma ponte, como à edificação da relação que partilhamos com a nossa companheira de vida ou àquela que temos com os nossos filhos, ou ainda aos laços de amizade que tecemos ao longo de nossas vidas.
A obra humana, seja física, seja relacional, deve, à imagem do seu autor, estar dotada de Força, isto é, deve corresponder ao que se pretende dela (eficácia) por todo o tempo que se destinar a durar (durabilidade), no limite para toda a nossa vida e, se possível, para além dela.
Para os maçons, é importante, mas não basta, que os seus actos estejam dotados de Sabedoria; é imperioso que tenham também a Força que os faça valer a pena.
É assim que a Força é outra coluna de suporte do Templo que interiormente cada um de nós deve edificar.
por Rui Bandeira
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