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Segredos e Conspirações

A Finalidade dos Ensinamentos da Ordem Rosacruz

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Frater Vicente Velado, OSB

Fratres e sorores da Rosa+Cruz: Saudações em todas as pontas do Sagrado Triângulo.

Foi dito aqui que os Rosacruzes terão papel preponderante na transformação da atual sociedade humana em algo melhor (sob o ponto de vista da Ética) como parte da evolução natural, um processo em contínuo andamento no Universo. Quando se fala aqui em Universo entenda-se não apenas o conjunto de tudo que é visível ao olho do homem, mas sim o conjunto de todos os Planos da Criação, visíveis e invisíveis, perceptíveis e imperceptíveis.

Quando se fala em Ordem Rosacruz -e nestes tempos modernos, com o advento da Internet, ela está mais acessível a todos do que nunca – a primeira imagem que vem à mente do público é a de uma sociedade secreta, envolvida no mínimo com magia, que realiza rituais e lida com coisas sobrenaturais. Na verdade, a Ordem Rosacruz é uma sociedade secreta, fechada em um Círculo Interno absolutamente protegido, ao qual os profanos de modo algum têm acesso, revestida por um Círculo Externo acessível a todos. Esse Círculo Externo funciona como uma espécie de filtro e dentro dele são conferidas iniciações e os princípios Rosacruzes são colocados em prática no convívio social entre fratres e sorores em unidades que os congregam. Assim, na Ordem Rosacruz AMORC existem os Pronaoi, os Capítulos (maiores) e as Lojas (maiores ainda), onde essa vivência é experimentada.

Contudo, ser Rosacruz não significa apenas pertencer a esta ou àquela Ordem Rosacruz – existem várias -, e não basta ter lido este ou aquele livro sobre o assunto, ou mesmo ter estudado academicamente tais ou quais monografias ou qualquer outro tipo de opúsculo. Na verdade, ser Rosacruz é ter uma linha de pensamento Rosacruz (investigativo e alquimista). O sistema de ensino da AMORC, originalmente concebido pelo Imperator Dr. Harvey Spencer Lewis (foto), visa exatamente a isto: formar mentes Rosacruzes capacitadas a moldar novas eras. Originalmente este ensino constituía-se de 12 Graus de Templo, precedidos por 3 Graus de Atrium, para provação e aclimatação dos neófitos admitidos aos estudos da Ordem. Os dois Graus finais eram os mais extensos, com 167 monografias no Décimo-Primeiro e 325 monografias no Décimo-Segundo. Ao atingir a monografia 32 do Décimo-Segundo Grau o estudante ingressava na Hierarquia Esotérica e aí, então, começava a sua preparação, novamente como neófito, para o acesso ao Círculo Interno, através do estudo agora já não em Graus, mas em 7 Planos. No centro de tudo isto fica a Rosa+Cruz, resguardada por uma outra Ordem, com outro nome. Todo esse processo de ascensão foi concebido pelo Mestre Alden (Spencer Lewis) para se completar em cerca de 25 anos, se o estudante não falhasse um só dia de estudo prescrito. Ele determinou que esses estudos fossem realizados semanalmente, na noite de quinta-feira, preferencialmente por volta das 19h, por motivos místicos que são do conhecimento dos membros do Círculo Interno.

Tinha-se, então, que o processo destinado à simples formação de um pensador Rosacruz durava um quarto de século e não se constituía de um mero estudo acadêmico, que pudesse ser levado a cabo por leitura comum de monografias. Na realidade, os verdadeiros ensinamentos não estavam impressos nas monografias, mas jaziam ocultos nas entrelinhas e só podiam ser percebidos através do estudo ritualístico, no Sanctum privado de cada estudante. O exercício metódico e incansável dos experimentos propostos, despertando centros psíquicos até então adormecidos, capacitava o estudante Rosacruz da AMORC a se harmonizar com os ensinamentos ocultos. Estes ensinamentos capacitavam o estudante a ingressar no Círculo Interno e lá ele deveria:

1 – Pensar por si próprio como Rosacruz, agregando novos conhecimentos – e novas propriedades esotéricas – à Egrégora Rosacruz, que não é estática, mas essencialmente dinâmica, dialética e em contínua elaboração e refino;

2 – Atuar como Rosacruz na moldagem de novas formas de manifestação do Ser nos Planos Físico, Mental e Abstrato, com a abertura de novas portas da percepção por meios exclusivamente metafísicos, resultando em sublimação da Arte e da Ciência.

Como resultado dessas duas condições – e atuações – preliminares tinha-se o fechamento da Lei do Triângulo:

3 – O estudante obtinha nada mais nada menos que o Domínio da Vida.

O Domínio da Vida constitui-se, então, como se vê, em viver não sob controle, mas no controle, com destino definido e propósito estabelecido, e não mais como uma nau ao sabor dos ventos e das borrascas. Aquele que assim vive é não só o agente da Alquimia Rosacruz em vários planos mas também o seu paciente, igualmente em vários planos de compreensão e tendo o controle desse processo. Aquele que obteve o Domínio da Vida pode, entre várias coisas, decidir se reencarna como a continuação de uma linha de pensamento específica, inclusive definindo como será a sua nova personalidade, para a consecução de uma meta. Como também pode decidir ir para a Vida Eterna. Quando se pensa que a quase absoluta maioria da Humanidade ao fim da vida terrestre será simplesmente reciclada no cadinho do Nada Absoluto, sem que cada unidade de manifestação do Ser possa decidir seu destino com autonomia, tem-se a medida da importância dos Estudos Rosacruzes desenvolvidos e organizados pelo Mestre Alden. Através desses estudos o homem, sem perder a condição de abelha da colméia, torna-se simultaneamente a consciência coletiva dela.

Mas afinal, perguntariam, o que vem a ser exatamente essa linha de pensamento Rosacruz, que pode envolver preparação tão longa, normalmente 25 anos, como já foi dito? O pensamento Rosacruz não é acadêmico e nem convencional, não está preso à lógica humana e também não é subjetivo, porque, na verdade, funciona segundo um novo tipo de objetividade. Seria difícil, praticamente impossível, passar esse exato conceito para um leigo, mas pode-se dizer, de uma forma simplificada, que o pensamento Rosacruz não analisa a Criação de um ponto-de-vista meramente terrestre, humano. O homem concebe Deus como sendo um Ser dotado de mente e de propósito, isto é, ao concebe-Lo molda-O à sua imagem, quando Deus não é ente, não tem mente e muito menos propósito, justamente por não estar circunscrito ao tempo, como o homem, que tem começo e fim e procura dar sentido a esses dois pontos unindo-os (quando o faz!) por uma linha de atuação, que visa a um resultado para se justificar a si mesma, formando-se aí o propósito. O pensamento Rosacruz vê a criação de um ponto de vista situado acima dessa plataforma início-propósito-fim. E é por este motivo que aquele que adquiriu essa visão tem o Domínio da Vida.

E os membros do Círculo Interno, o que fazem eles? Muitos se retiram do convívio mundano para se dedicarem a trabalhos especiais em prol da Grande Obra; outros vão trabalhar – ou continuam trabalhando – no âmbito do Círculo Externo, geralmente em funcões aparentemente secundárias e não se revelam, de forma a melhor poderem atuar junto àqueles que estão se iniciando. Todos, porém, têm em comum o objetivo de tornar o mundo melhor, com mais paz, saúde e prosperidade, projetando no futuro uma sociedade com nível de consciência mais elevado e buscando no passado inspiração para fazê-lo. O Dr. Harvey Spencer Lewis, de feliz memória, foi um homem que soube fazer isso com rara propriedade e com tal proficiência que se consubstanciou em autêntico gênio do Misticismo. É muito tênue a linha que separa o Misticismo da Ciência e neste Novo Milênio essas duas vertentes estarão perfeitamente unificadas. O trabalho do Mestre Alden como Spencer Lewis, produzindo o Estudo Rosacruz, é sem dúvida alguma uma das bases para essa extraordinária simbiose que iluminará a Nova Era.

Nota: O Frater Vicente Velado, eremita da Ordem Beneditina, integra a Hierarquia Esotérica da AMORC, da qual é membro vitalício. Este artigo representa opinião pessoal sua e não opinião oficial da AMORC


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