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Sitra Achra

Um Feitiço para Cruzar o Deserto

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setne

A fórmula divina de Xepera Xeper Xeperu (se pronuncia Kéfera Kéfer Kéferu) cuja forma adentrou a consciência do Magus Aquino pela obra A Língua Egípcia de Budge, era em sua forma mais recente antes “um feitiço de Matar Apep e Conhecer as Manifestações de Re”, um feitiço escrito no mesmo ano que Alexandre o Grande morreu.

de a Língua Egípcia de E. A. Wallis Budge

Uma forma anterior do uso feitiço aparece em uma estátua de Ramsés III, segundo faraó da XX dinastia, na qual Ramsés III é retratado como o deus Khepher. A imagem de Khepher existe em um santuário no deserto oriental no qual os viajantes paravam antes de tentar uma travessia para o leste. Ramsés III é uma figura significativa entre os imperadores Setianos, porque ele é descrito no Grande Papiro Harris como “Xu tenru ast ast ari-f em suten” (traduzido como “Ele fez muitas coisas gloriosas e feitos poderosos como Sumo Sacerdote”). Esta frase foi incorporada no Livro da Vinda Noturna para descrever Anton LaVey, fornecendo um elo oculto para a fórmula Xepera Xeper Xeperu.

O feitiço não tem propósitos ilustrativos, embora ilustre o mito da Criação. Era um feitiço operativo para a sobrevivência por toda a extensão do deserto. Este teria sido um momento interessante de viver. Você estaria deixando para trás o Conhecido e entrando no Desconhecido. O Conhecido é a terra divina de Khem, diante de você o deserto Desconhecido com suas miragens, bandidos, escorpiões, tempestades de areia, etc. Além disso estão as terras estrangeiras governadas por Set. O que você diz como um encanto? Não uma oração para Set, cujas terras você estava entrando. Não uma oração aos deuses familiares do Egito, que você estava deixando. Mas uma declaração de alguém vindo a ser como o Criador. Agora, por que isso seria protetor? Ou, mais precisamente, o que estava sendo protegido? A resposta é que não é uma proteção do corpo. Não é uma oração para a chuva, nem um truque para comer, nem uma conjuração contra bandidos do deserto. É para a alma. O viajante inteligente já cuidou das necessidades do corpo adequadamente. Ele armazenaram comida e água e afiaram suas espadas. Mas agora eles param – na beira do Desconhecido – para fortalecer sua mente/alma. Eles estão entrando em um reino onde podem perder seu propósito – até mesmo morrer de maneira inusitada. Que melhor momento do que usar a urgência de uma luta futura para Trabalhar pela imortalização da mente/alma?

Nós também poderíamos nos beneficiar do exemplo. Como Setianos, estamos constantemente buscando experiências difíceis – nossa natureza semidivina exige que perturbemos o Cosmos. Então, onde e quando usamos a fórmula divina, Xepera Xeper Xeperu? Torna-se uma fórmula operante quando utilizada para a perpetuação e promoção do universo subjetivo. Esse mantra não lhe dará água no deserto, mas entendê-lo o ajudará a ganhar força mental para lembrar de levar sua água. Não salvará seu corpo de uma estratégia ruim, mas pode mudar a probabilidade de você sobreviver à morte do corpo. Este foi seu uso mágico original, e ainda é seu uso mágico. Ele operativamente conecta o Setiano a dois pontos de referência. O eterno ponto de referência – aquele reino onde existem conceitos como Justiça e Beleza – e o fato de que você já participa desse reino desde que você possa conceber esses conceitos.

O outro ponto é o mundo em constante mudança onde você pode ver o efeito que o seu Vir a ser teve. Como a Inteligência eterna do Universo, você pode interagir com qualquer um dos reinos, pois você está em um lugar que você mesmo criou entre eles. Você mora nesta fronteira o tempo todo, mas uma das melhores oportunidades mágicas para explorar esse limiar é quando você está no limiar. Liberdade e Responsabilidade (que são as formas conscientes de Caos e Ordem) giram então ao seu redor. Tudo é feito de novo e as decisões que você toma moldam o futuro – mas seu único guia é a sabedoria que você extraiu do seu passado.

Que momento maravilhoso para fazer uma pausa e preencher-se com as palavras “Xepera Xeper Xeperu” (“Eu vim a ser, e por minha vinda a ser, o caminho de vir a ser veio a ser!”) Isso nos lembra do importância do presente para moldar o futuro. Lembra da força do seu Ser, que criou todo o seu conhecimento de seu passado. Isso pega ativamente seu passado, presente e futuro e cria com eles um portão para a Eternidade. Ela toma do Eterno e abre uma porta para sua manifestação através de sua vida que é, afinal, o elo mágico para a Grande Obra.

Faça uma pausa no limiar entre o Conhecido e o Desconhecido, toque a Realidade e Realeza e siga em frente. Há um Universo esperando.

Fonte: The Order of Setne Khamuast (xeper.org)


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