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Considerando possíveis divergências com a utilização do termo “vampiro psíquico” ou “psi-vamp” entre Satanistas e pessoas que seguem a Senda Vampí(y)rica, procuraremos aqui aprofundar um pouco a questão.
Nos EUA o termo “psychic vampire” ou sua abreviação “psi-vamp” denotam, enquanto categoria de pensamento êmico, isto é, enquanto utilizado e compreendido pelos próprios membros ativos da subcultura vampírica, e não de pessoas de fora da mesma, denotam duas possibilidades:
1) Uma pessoa que para se equilibrar de vitalidade precisa absorver a vitalidade alheia (na forma de prana ou energia vital sutil e etérica), ou como também, em sentido mais profundo e complexo, magos, alquimistas e xamãs sombrios que necessitam desta energia para fins claros e objetivos, racional e cuidadosamente calculados, visando fins em vida e após esta vida…Usa-se o termo “vampiros psíquico”, como se usa “fenômeno psíquico”, “poderes psíquicos”, isto é, aqueles poderes associados à mente e às paixões do ser humano em atuações paranormais, estudados que são pela moderna parapsicologia.
2) Um vampiro emocional, isto é, pessoas que para viver precisam explorar outras pessoas, fazendo que vivam em suas funções, anulando suas próprias vidas e individualidades em prol destes parasitas. É o chefe arrogante, dominador e expansivo em nosso ambiente trabalho, é o namorado(a) que quer que façamos tudo por ele(a) sem que ele(a) faça nada por nós, é a pessoa chorosa e dependente que faz você se sentir culpado por não ajudá-la, etc.
Parte da subcultura vampírica não aceita esta dualidade, e foge desta nomenclatura, aceitando para si a definição de “vampiros reais”, “vampiros energéticos”, “vampiros prânicos”, etc, sem falar nos “vampyros”… que empregam o “y” em substituição ao “i” na palavra “vampire”, ficando “vampyre”, termo arcaico da palavra em inglês, no sentido de diferenciar os místicos vampiros psíquicos (1), energéticos e prânicos atuais das vampiros dos filmes, literatura, folclore, e dos vampiros emocionais e psíquicos (2) já citados, e de jogos de RPG. No entanto como o termo não foi adotado por todos, mas principalmente pelos que direta ou indiretamente são influenciados pelas práticas da “Ordo Strigoi Vii” (Ordem dos Vampiros Vivos) e, como o termo “vampyro” tem sido usado também por “lifestylers”, isto é, pessoas que se atém apenas à estética vampírica (capas, dentes postiços (fangs), etc) sem desenvolver a mística do vampirismo psíquico (1) ou energético em si, o termo “vampyro” pode e é interessante de ser usado, mas devemos concluir que seu uso não é unânime, e se usado, ainda necessita de devidos esclarecimentos.
Quando se lê na Bíblia Satânica, no Livro de Lúcifer, no capítulo “Nem todos os Vampiros Chupam Sangue”, sobre “psychic vampire”, a meu ver, Anton Szandor LaVey se refere por todo esse capítulo a vampiros psíquicos na concepção do item 2 acima. Tudo estaria muito certo se não houvesse a seguinte frase de LaVey: “Vampiros psíquicos são indivíduos que drenam dos outros sua energia vital”. Ora isto se aplica também aos vampiros psíquicos do item 1 acima, isto é, se aplica aos vampiros energéticos e, conseqüentemente, a quase toda subcultura vampírica! Será? Pessoalmente penso que não, e ali usou o termo no sentido figurado e metafórico de energia. Sustento esta impressão por tudo o que ele fala no decorrer de seu texto.
Quando me refiro aqui a pessoas que se assumem como vampiros, não tenham como referência a Bíblia Vampírica da “Temple of the Vampire”, tão conhecida no Brasil, que embora também pertença à subcultura vampírica, desde sua origem na década de 80 se isolou e acabou sendo isolada. Me refiro sim a formas muito menos predadoras de energia humana, eticamente construídas e preocupadas em não prejudicar ninguém, dinâmicas, comunicativas e integradas com a sociedade, com amplo e sofisticado espectro de apropriações culturais, porém..ainda tomadoras da energia prânica humana sim (porém jamais sangue!), e sempre de forma ética e sem prejudicar ninguém, além de outras formas de energia vital de natureza ambiental.
Na década de noventa, surgem timidamente, com medo do ridículo, da execração pública as primeiras pessoas, místicos, alquimistas, magistas que se assumem como vampiros psíquicos, psi-vamps (ambos com a conotação 1 deste pequeno texto), vampiros prânicos e de energia. Sem estas pessoas hoje esta senda da mão esquerda não existiria, como não haveria satanismo no Brasil se alguém um dia não dissesse com a maior “cara de pau”: Eu sou um Satanista ! Uma tal pessoa poderia ser acusada de querer “causar”, aparecer, ou coisas tais…
Eu sou um vampiro psíquico, um psi-vamp (na concepção 1)!
Eu sou um vampiro energético (jamais consumo sangue), místico e Teósofo em uma concepção Satanista (isto é, Satanismo conforme se apreende nos seis volumes da “Doutrina Secreta” de H.P. Blavatsky, isto é, como sendo o ideário ancestral que sempre procurou exaltar o Eu Divino e imortal de cada um; exaltar a racionalidade individual contrária a toda fé religiosa e cega; e exaltar o uso das emoções como forma controlada de iluminação espiritual) a mais de 15 anos, e respeito rigorosamente todas as Leis civis brasileiras, assim como todas as linhas da mão esquerda que têm o mesmo respeito, pois são estas mesmas Leis que nos garantem o direito à nossa expressão religiosa/filosófica.
E não tenho vergonha… pois isto é tão comum como se dizer yogui quando se pratica yoga, ou ser satanista quando se segue esta filosofia. É preciso, penso, no Brasil acabar com esta timidez que há mais de uma década foi vencida nos EUA e Europa. Ninguém é melhor ou pior que ninguém por seguir a Senda Vampírica conforme esboçada acima. E se não nos assumimos e ficamos no anonimato, jamais poderemos saber da existência de outros semelhantes a nós… e, uma vez sabendo da existência uns dos outros… podemos trocar conhecimentos, e crescer em sabedoria, amor e poder.
Por: Otto (Zmijj)
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