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De acordo com o cristianismo, pecado é:
1. É transgredir a lei de Deus.
2. É toda injustiça.
3. É uma dívida para com Deus.
4. É não cumprir com os deveres cristãos
5. É não dar crédito a Cristo; não ter fé em Cristo.
6. É praticar coisas duvidosas.
7. É errar o alvo verdadeiro.
Se pecado é transgredir a lei de Deus, significa ter, o homem, vontade própria. Daí a mudança de fórmula, que, no aeon de Osíris, era “seja feita a vossa vontade”, e passou a ser “seja feita a minha vontade. Dado o caráter divino do ser humano, não mais precisa prestar reverência a um demiurgo fascista. É mais que óbvio que a lei de Deus foi instituída por patriarcas antigos com o seguro intento de monitorar o ser humano. Agora, isso acabou: a liberdade é a única lei.
Pecado, a ser toda injustiça, é de se perguntar o que a Bíblia entende por injustiça. Pelos dogmas cristãos, injustiça “é tudo aquilo que não é reto segundo o padrão divino”, que também foi, o referido padrão, instituído pelo clero com o mesmo propósito de dominação.
Pecado é uma dívida para com Deus? Que Deus? O mesmo Deus que se compraz em aceitar a escravidão, inferiorizar a mulher, reprimir os instintos básicos do ser humano e condená-lo ao Inferno por mera desobediência? Que Deus é esse que exige o sacrifício da naturalidade do homem em prol de desígnios misteriosos e obscuros? Que validade possui esse Deus?
Pecado é não cumprir os deveres cristãos, mas tais deveres foram criados pelo clero, que é quem realmente se nutre com a subserviência dos fiéis, dominando sua vida, seu tempo, seu dinheiro, sua paciência e seu martírio na estrita observância de imposições dolorosas e mesmo impossíveis de serem seguidas, o que nutre um sentimento de culpa que impede a vida de ser saboreada em sua plenitude.
Pecado é não dar crédito a Cristo; não ter fé em Cristo. Pelos cânones cristãos, tal seria um insulto a Deus que o envio, mas a própria história reluta em aceitar a existência de Jesus, eis que não há provas autênticas de sua passagem pelo planeta. Além disso, as provas apresentadas pela Igreja são altamente duvidosas, dada a manufatura das mesmas.
Pecado é praticar coisas duvidosas. É óbvio que duvidoso é tudo que for contrário ao que o clero prega. Assim, o amor-livre, por exemplo, passa a ser duvidoso, porque o crente não está sob a égide da sacralidade do casamento religioso. Fornicar deveria ser um dos maiores deleites do ser humano, no entanto virou pecado.
Pecado é errar o alvo verdadeiro. O sentido original do grego hamartia, errar o alvo, foi acrescentado o adjetivo verdadeiro para referir-se a Deus e sua Glória. Contudo, o real pecado é o homem atentar contra sua natureza, o que se tornou plenamente verdadeiro, agora sim, com o advento das religiões “divinas”, altamente negadoras do Si.
O texto em mãos diz, ainda, que ninguém é excluído do pecado, por causa da geração humana, daí seu caráter universal. Pela Bíblia, o próprio Deus afirma tal condição. Assim, esta noção nefasta amealha todos em sua teia; ninguém escapa.
As conseqüências do pecado são:
1) Traz aflição e inquietação ao pecador.
2) Afasta o homem de Deus.
3) Escraviza o homem.
4) Conduz à morte eterna.
5) Exclui o homem do céu – sua herança.
Em primeiro lugar, o pecado realmente traz aflição e inquietação ao crente, porque nele está embutido o sintoma da consciência pesada. Trata-se de um jogo sutil, levado em nível inconsciente, de forma a torná-lo imensamente angustiado e, desta forma, fazer o que a Igreja realmente deseja.
O pecado não afasta o homem de Deus, porque o Deus cristão é um cascão pernicioso, alimentado pelas larvas de inúmeros padres, freiras, bispos e pastores doentios, sem nenhuma paixão pela vida. Qualquer pecado cristão deveria ser cometido de forma producente visando a retomada da alegria de viver.
O pecado não escraviza o homem. Os dogmas cristãos é que o fazem. Qualquer um que adote o cristianismo como religião passa a ser escravizado, perde a autonomia de sua vida e vira uma marionete nas mãos dos templos que pululam por aí. Trata-se, tal afirmação, de uma hipócrita inversão de valores.
O pecado conduz à morte eterna e exclui o homem do céu? Tanto um quanto outro são meros contos para amedrontar os incautos. A vida do homem já é eterna e sua real recompensa é livrar-se de todos os engodos religiosos.
Tratando da necessidade de um Salvador, são feitas as seguintes assertivas:
1) Você é pecador. Reconheça isso.
2) Sendo pecador, você está sob condenação.
3) Como você escapará da condenação?
4) Obras não podem salvar.
5) Só Jesus pode salvar.
Nota-se que o texto cristão enfatiza o fato de você ser pecador e já estar condenado. Incute na mente a necessidade de reconhecer o fato de ser pecador e ainda indaga como escapará de sua condenação. Diz, ainda, que obras não podem salvar, mas só Jesus. Este processo, nos cinco itens, nada mais é do que uma lavagem cerebral, dá para perceber o silogismo embutido nas premissas, de forma indelével?
De fato, os itens não deixam alternativa para uma segunda opção. Este é o problema do encadeamento lógico a serviço da fé cega. A pessoa não pode questionar “por que sou um pecador?” porque a Bíblia diz que é Deus quem assim afirma. Não pode indagar “por que já estou condenado?” pois a danação eterna tornou-se uma promessa “divina” para qualquer um rotulado como pecador. Afirma ainda que obras não podem salvar, pois é necessária a devoção irrestrita ao corpo religioso, que, sob a marca registrada de Jesus, tomou amplamente as rédeas em suas mãos.
Mais adiante, segue o seguinte trecho: “Muita gente não entende porque as Escrituras mencionam tanto os sacrifícios cruentos. Uns chegam a dizer que o evangelho é a “religião do matadouro”, mas o derramamento de sangue tão enfatizado na Bíblia para expiar o pecado, tão somente evidencia a hediondez deste e que seu salário é a morte. Os sacrifícios do AT eram imperfeitos e não poderiam expiar de vez o pecado, mas o Cordeiro de Deus – o Senhor Jesus Cristo – com Seu sacrifício no Calvário, resolveu para sempre o problema do pecado.”
Bem, se resolveu para sempre o problema do pecado, então é sinal de que se pode pecar à vontade. É de se perguntar porque sacrifícios de sangue seriam necessários para lavar uma pretensa desobediência a Deus (leia-se desobediência ao patriarcalismo). Na verdade, o AT é um antro de barbárie primitiva, sem sentido de espécie alguma.
Os pontos básicos relativos ao sangue:
1) Sem derramamento de sangue não há remissão de pecados.
2) No AT, Deus deu o sangue de animais para fazer expiação pelas almas.
3) o Senhor Jesus deu o Seu sangue para a remissão de pecados.
4) É pelo sangue de Jesus que somos justificados diante de Deus.
É incrível que tais premissas atinjam as mentes de quaisquer pessoas esclarecidas, pois apontam a apologia do sacrifício animal e humano, este contido na figura mitológica de Jesus, para que os pretensos pecados sejam “justificados diante de Deus”. Ainda que fossem válidos os pecados apontados pelo cristianismo, somente o pecador deveria pagar por eles, e não terceiros que nada têm a ver com o erro daquele. Termina o capítulo, citando a versão bíblica que “há muitas religiões e seitas que negam a eficácia do sangue de Jesus na redenção da humanidade”, o que serve para “demonizar” todas as outras doutrinas que perceberam a absurdidade de tais escritos, que só serviram para execrar o ser humano de todas as formas possíveis e buscam, corajosamente, caminhos mais adequados para a transformação qualitativa do bicho-homem.
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