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Muito se fala a respeito do Satanismo. O que se encontra quando vamos procurar a definição de “satanismo” é algo bem generalizado. E como não poderia deixar de ser, vamos ao início onde todo o ‘mito’ do satanismo começou. Óbvio que poucas linhas não irão definir – e nem há aqui a pretensão disso – todo o Universo Satanista, mas penso que, depois de ler este artigo, o Satanismo será uma ideia melhor esclarecida em sua mente.
Vamos fazer uma viagem no tempo, especificamente em 1229 quando a Igreja Católica oficializou a perseguição às outras religiões pagãs, destruindo tudo que pudesse estar ligado ao culto a outros deuses, à natureza ou ao que promovesse o autoconhecimento, a famigerada SANTA INQUISIÇÃO.
Com uma mentalidade misógina e um sadismo doentio, todos os cultos ligados à Grande Deusa Mãe foram perseguidos e todos os que demonstraram uma não afinidade ao conceito Fálico Solar da Igreja Católica Medieval, foram cruelmente torturados e mortos somando mais de 9 milhões – por baixo – contados (somente) até o seu término em 1834 na Espanha, que foi o último país a abolir a lei que legitimava tal perseguição. (Veja bem que não estamos levando em consideração, nesse número, todas as outras vítimas da igreja, como as crianças que sofreram por abuso de padres no atual escândalo de pedofilia que rola pela mídia; sendo assim, que fique claro que este número se torna bem maior à medida que a sujeirada toda vai sendo descoberta.)
Dentro desse período de perseguição, não obstante pagãos ou aqueles tidos como bruxos entre outros fossem perseguidos, aqueles que de alguma forma se colocassem em oposição à supremacia da igreja, também padeciam sob o jugo do Santo Ofício. No meio disso, foi surgindo formas de protesto silenciosas que tomaram força quando em 1312 a Ordem dos Templários foi oficialmente extinta também pela Igreja. Para justificar o esmagamento da Ordem dos Templários foi inventado um sem número de ‘delitos’ cometidos pelos mesmos, inclusive um dos mais graves que seria a “Celebração da Missa Negra” aproveitando o ensejo para associar neste momento a “Imagem de Baphomet” (andrógina) que era usada por eles. Daí a conexão de Baphomet e Satanismo pelo cristianismo.
A “missa negra” só passou a existir depois que foi inventada pela igreja. E como se tratava de uma desculpa muito boa e convincente – pois tudo que é cercado de mistério e coloca medo no povo é justamente aquilo que funciona – foi exatamente aquilo que a igreja usou, depois, para associar todo culto pagão à acusação e julgamento que levava a todos para os modos mais violentos de tortura e morte conhecidos na história, até os tempos de hoje!
Para tornar ainda mais terrível a figura destes supostos cultos contra o cristianismo, a igreja promoveu uma bem sucedida campanha de criação de um mito: O DIABO – que obtém até hoje a patente por tudo de mau que acontece no mundo. E à ele associou todas as práticas pagãs associando seu também mítico exército de “demônios” às atitudes e pensamentos alheios ao modo ‘católico / cristão’ de atuar.
O Satanismo se Torna Religião Oficial – Em abril de 1966, eis que uma figura que atendia pelo nome de Anton Szandor Lavey funda, nos Estados Unidos da América, a IGREJA DE SATÃ, ou Church of Satan (CoS).Tendo como objetivo o afrontamento aberto ao cristianismo, Lavey usou o temor que os cristãos tinham das ditas Missas Negras e as agregou nos cultos da CoS, assim como a imagem de Baphomet – que se tornou o símbolo oficial da CoS – e outros elementos, como a caracterização da figura do ‘diabo’.
Os mais populares e viajados – por exemplo, os artistas – já tinham anteriormente uma noção sobre a essência do conceito satanista e com o surgimento do Movimento Rock (1950), que nasceu para fazer crítica à governos, religiões e toda forma de PODER, trataram de plantar suas sementes, que germinaram no alvorecer das revoluções culturais pelo mundo. Alguns reconheceram – no satanismo de Lavey – essa essência e isso fortaleceu todo o conceito satanista dentro da música revolucionária da época; algo vivo até o presente momento.
Levando em consideração que daquela época até um tempo atrás as pessoas ainda não faziam uso da internet e sabendo que “satanismo” era um tema quase proibido, e sabendo também que a falta de informação é a causa de muita confusão mental na cabeça das pessoas, tivemos aí os ingredientes perfeitos para que então o Satanismo fosse rotulado como “Religião do malvadismo”, pois nesse instante se confirmou que o satanismo fazia uso de todos os elementos que a igreja o acusou durante todos aqueles séculos. Juntando isso aos movimentos culturais e musicais rebeldes e revolucionários, temos a criação de um conceito superficial meio surreal, não entendido pela massa, sobre o que seria o Satanismo. Essa confusão mental levou muitas pessoas a agirem de modo errado, muitas vezes confundindo a “oposição”, que é algo proposto pelo satanismo, com “ilegalidade” ou “ilícito”.
Do que Trata o Satanismo
Basicamente o Movimento Satânico tem a intenção de quebrar as algemas impostas pelo cristianismo, mas não numa forma comportamental, do tipo, incendiando igrejas. A intenção é uma quebra de paradigmas aonde a pessoa possa ganhar emancipação e com isso aprender a pensar por si mesma. Ora, isso é algo perigoso, pessoas que pensam por si saem do domínio e do jugo de igreja e governos, e sabemos bem que ambos estão conectados pelo interesse de manter o povo, a massa, nas rédeas.
Por esse motivo, não só o satanismo, mas tudo que se opor à essa Castração Político Religiosa será imediatamente excluído, execrado, esmagado pelos meios da mídia e via quaisquer outras formas de se chegar à mente da coletividade.
As várias formas de Satanismo
Há variações, dentro do Satanismo. Há, por exemplo, o Satanismo Gótico que foi muito divulgado há tempos atrás e nele há elementos do Satanismo “criado” pela Igreja Católica.
Há o Satanismo Tradicional (também chamado de Satanismo Primordial) – que nada tem a ver com o satanismo gótico – onde se crê na existência de Satan como uma Real entidade e trabalha-se dentro desse contexto com rituais elaborados.
Há o Satanismo Moderno, citado um pouco acima, onde o conceito de SATAN é diferente do tradicional, pois aqui se aplica a figura de Satan como Arquétipo, sendo esse o lado primitivo e animal de todo ser humano, estando, portanto, presente em todos, sendo esta a origem de Força e Deidade dentro de cada Ser.
Há os Dabblers Satânicos, que nada mais são do que Posers, normalmente jovens e adolescentes levados pelo “modismo” da mídia, comumente influenciados por alguma Banda de Rock, que se vestem como um suposto satanista usando roupas pretas e cruz invertida. Na verdade, a cruz invertida tem a ver com o apóstolo São Pedro, que no ato de sua crucificação não se sentiu à altura de Jesus o Cristo, pedindo então para ser crucificado de cabeça para baixo. Pode-se inclusive encontrar, num Trono Papal, na Capela de St. Peter- Vaticano, Roma – uma grande cruz invertida.
Há, ainda, o Luciferianismo, que não é o Satanismo em si, mas deriva deste. No Luciferianismo há também divisões como o Deísta e o Agnóstico, mas ambos têm uma identificação de Lúcifer como sendo ‘O Portador da Luz’ ou ‘O Iluminado’.
Enfim, há uma série de variações ou vertentes, mas o Verdadeiro Satanismo se manifesta não através de roupas, nem através de “Cristianismo ao Contrário”, como queimar igrejas por exemplo.
O que seria então o SATANISMO
O Verdadeiro Satanismo é aquilo vivo dentro de cada um, ativo na mente e que se manifesta através do comportamento da pessoa. Essa manifestação ocorre quando a pessoa se torna emancipada, quando o ser humano se reconhece e se faz reconhecido como ‘Senhor de Si’. A pessoa Satanista faz valer os seus direitos, entre eles, o mais importante: PENSAR.
A figura do satanista é sempre de questionador, aquele que gosta de ler e estudar, aquele que busca a verdade, que age de acordo com sua vontade e que compreende e assume as consequências de seus próprios atos. O satanista saberá amar, saberá ser Leal e Fiel quando isso lhe convir – aliás, a Honra é algo prezado aqui – e em nada se parecerá com a figura maléfica criada pela Igreja.
O Satanista é um Líder Nato! E sempre impõe sua presença, aonde quer que vá. O perfil de um Satanista é de Força e Equilíbrio, pois ele tem o domínio de si mesmo. E sua meta é moldar sua realidade de acordo com sua vontade. Talvez a maior conquista do Satanista seria ver e buscar agir em contra mão a uma sociedade alienada pela TV. Satanismo te livra do câncer social e te propõe um preço pela cura, para que as doenças sociais não o atinjam novamente. A busca real Satânica é, no fim das contas uma busca Interna.
Uma integração daquilo que você diz ser ‘bom’ e ‘ruim’ e a transcendência para uma nova Era dentro de Si. Aonde o Homem Luciférico é seu Próprio Satan – E é mais que um dever para ele, construir o seu Inferno, o seu Reino Pessoal.
Por Solange Stanquini – http://www.solangetarologa.com.br/
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