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Pentagrama é a estrela de cinco pontas, ou linhas (penta = cinco; grama = linha). Além de simplesmente representar os cinco Elementos da Alquimia – Ar, Fogo, Água e Terra, e a quintessência, o Espírito –, o pentagrama sempre foi, desde a Antiguidade, um símbolo da deusa Vênus (Lúcifer) e do planeta de mesmo nome. Os elementos associados ao Pentagrama, que também são os elementos da Alquimia (a Arte Negra), estão relacionados às suas manifestações luciféricas no iniciado, como segue: Ar, inteligência, mente expandida, intelecto; Fogo, animus, amor e ódio impetuosos, impulso sexual; Água, anima, emoções, sentimentos, instintos; Terra, corpo físico, força, resistência, veículo que carrega e suporta todas as consequências da inteligência, e também da inépcia que leva ao aprendizado pela dor indesejável, do amor, do ódio, das emoções caudalosas e dos sentimentos mais profundos; Espírito, a Individualidade, o Logos luciférico, o Daimon que assimila todas as experiências do indivíduo iniciado e sem sempre se iniciando.
O pentagrama também se tornou conhecido como um dos selos de Salomão (se é que esse rei realmente existiu), já que ele adotou tal símbolo, pois sua mitologia (sim, mitologia) o mostra como um fenício politeísta que cultuava Vênus, entre outros diversos deuses e deusas. Assim como muitos sacerdotes e “feiticeiros” da época, os reis, que se consideravam filhos e esposos de Vênus, também a cultuavam (sob outros nomes) para se obter as dádivas da fertilidade (em seu sentido amplo), prosperidade para o povo, riquezas, ascensão social e êxito no amor, além de marcar as fases do ano, as celebrações religiosas e de empreender rituais de morte e renascimento – na Àrvore cabalística do Conhecimento do Bem e do Mal o Caminho da Morte vai de Netzach/Vitória (Vênus) a Tiphareth/Beleza (Sol) e das qliphoth A’Arab Zaraq (os “Corvos da Dispersão” de Odin) a Thagigiron (o Sol Negro, o “Instigador”).
Na Mesopotâmia, Vênus era conhecida por diversos outros nomes tais como Asherah, Ashtart, Baalat, Ishtar, Shekinah, Baalat, Inanna, Anat e Astaroth. Este último é também o nome de um espírito goético da Clavicula Salomonis – Lemegeton, um grimório atribuído a Salomão mas possivelmente escrito na Idade Média. Interessante notar que o sigilo, ou selo, de Astaroth é composto principalmente por um pentagrama, entre outros símbolos.
Como planeta, Vênus é o terceiro corpo sideral mais brilhante no céu visto da Terra, tendo um albedo de 79 % (o “Portador da Luz”), e aparece de manhã, ao leste, antes do nascer do Sol, sendo, portanto, chamado de Estrela da Manhã, Estrela d’Alva ou Estrela Matutina. Desde a Antiguidade Vênus tem sido observado e seu movimento estudado. O percurso que faz em sua órbita para formar conjunções com a Terra e o Sol descreve o pentagrama invertido a partir do ponto inicial da primeira conjunção com a Terra; cada ponto de conjunção é uma ponta do pentagrama. E a cada oito anos um pentagrama invertido se forma no espaço, com as conjunções entre Vênus, Terra e Sol.
Em Magia e Ocultismo, o pentagrama é utilizado como um símbolo protetor e de emanação de força que bane influências nocivas (não das Trevas, como são entendidas) quando devidamente traçado no ar em direção aos quatro pontos cardeais. O pentagrama invertido traçado no ar significa que forças venusianas, draconianas ou luciferianas, estão sendo invocadas para a Terra, que influências astrais e siderais de Vênus estão sendo “puxadas” para o nosso plano físico, para o magista e para o templo, para atuarem em seus rituais, especialmente de magia sexual (um ponto forte do “culto” draco-venusiano).
Como o pentagrama invertido também sugere a cabeça de Baphomet, o caprino híbrido, isso indica sua associação com a natureza, com os cultos à fertilidade, crescimento e riqueza, pois Baphomet (“batismo de sabedoria”) é uma outra representação do deus grego Pan (“Tudo”), o fauno que se deliciava com as ninfas. Pan é o deus dos bosques e da natureza em geral, bem como a representação da sabedoria da Mãe Natureza (Vênus, Sophia). Assim, o pentagrama invertido é utilizado especialmente nos trabalhos de magia sexual, como mencionado anteriormente, já que ele está associado à deusa Vênus, à fertilidade, ao amor e ao sexo, além de representar de forma bastante estilizada os órgãos sexuais femininos.
No contexto da Filosofia Oculta e da Magia, o pentagrama é também um símbolo da Sabedoria e do Amor, pois Sophia é Vênus, a deusa do Amor e esposa de Lúcifer – a Estrela Matutina e Vespertina, ou Fósforo e Héspero. Aliás, consta que entre os gregos foi o sábio Pitágoras quem primeiro observou que Fósforo e Héspero eram o mesmo planeta, pois se acreditava que fossem planetas distintos, um surgindo pela manhã e o outro, à tarde.
A sabedoria sempre foi o ideal dos filósofos, e, novamente entre os gregos, foi Pitágoras quem cunhou o termo “filósofo”, referindo a si mesmo como um “amante da sabedoria”, ou de Vênus em toda sua significância, incluindo aí, principalmente, a prática de magia sexual com a esposa-sacerdotisa que encarna Sophia-Vênus no ritual. Além disso, sua Escola Pitagórica, iniciática e semi-secreta, tinha como símbolo o pentagrama, considerado como a representação da perfeição, do microcosmo (ser humano), da harmonia entre as forças opostas (homem e mulher, luz e trevas, positivo e negativo) e da natureza. Todos esses significados do pentagrama se justificam, pois ele próprio apresenta em suas medidas a razão áurea que está presente em tudo (Pan)…
Adriano Camargo Monteiro é escritor de Filosofia Oculta, Draconismo, Mão Esquerda e é estudioso de simbologia e mitologia comparadas. Possui diversos livros publicados e escreve também para a Revista Universo Maçônico, para o Jornal Madras, para o site Morte Súbita, para o Zine Lucifer Luciferax e para blogs pertinentes.
Fr.’. Adriano Camargo Monteiro
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