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Os venenos oferecidos sob forma de cura que paralisam e congelam
“Você tem que acreditar em você mesmo ou ninguém irá acreditar em você.” – Believer, Ozzy Osbourne
“Mexam os seus traseiros gordos.” – Tyler Durden, Clube da Luta
“Os deuses não farão pelos homens o que eles não fizeram por eles mesmos.” – Autor desconhecido.
Elas não fazem nada além de entravar a evolução e o progresso da humanidade – aliás, são duas armas poderosíssimas usadas na guerra contra isso. Elas são vistas pela maioria como duas qualidades essenciais para qualquer ser humano. Elas são as bengalas do fraco e covarde – uma de cada lado, uma em cada mão, são as únicas coisas que ele tem para se agarrar. Sim, caro leitor, eu estou falando destas duas velhas senhorinhas aparentemente inofensivas e bondosas tidas como título deste artigo. Como o autor deste texto costuma ser do contra, ao contrário da maioria, ele as vê como duas das piores coisas que alguém pode ter. Aliás, quase sempre é uma minoria que está certa, porque descobertas são feitas por indivíduos e não pela grande massa. A verdade mostra-se somente a quem lhe busca com ardor e afinco, e estes são poucos porque a maioria se contenta com as evidentes “verdades” já plenamente estabelecidas ou impostas – como a de que a Terra é plana, por exemplo. Imagino que você a essa altura já deva estar se perguntando os motivos de tantas críticas atrozes a estas duas companheiras de longa data da humanidade. Obviamente este texto não será apenas uma metralhadora cuspindo incessantemente “ofensas” – a verdade transforma as palavras em facas – contra elas, ele também se justificará dizendo e explicando por que atira. Pois ao contrário de alguns, este que vos escreve prefere explicar ao invés de impor à força sem dar espaço para questionamentos. Vamos supor que você quisesse matar alguém através da ingestão de veneno, ou talvez “apenas” fazer alguém beber uma fórmula mágica que o transformasse em seu escravo. O que você faria? Que caminho usaria para atingir seu intento? Talvez alguns tentassem forçar a pessoa em questão a ingerir o líquido maldito pelos mais diversos meios, mas como você deve ter imaginado existem algumas formas muito mais sutis. É muito mais fácil fazer alguém aceitar algo se este alguém pensar que este algo é bom e/ou faz bem, você não acha? Em nenhum momento deve-se retirar a máscara, revelar quem você realmente é e suas verdadeiras intenções. A astúcia sempre superou e vai superar a força bruta. O homem não está (supostamente) no topo da cadeia alimentar por ser o mais forte dentre todos os animais do planeta, mas sim por ser o mais inteligente. Note que ele é o único capaz de criar armadilhas, oferecer algo de bom como fachada para atrair suas vítimas, algo que elas desejem. É só armar a ratoeira e colocar o queijo. Obviamente, você tentaria convencer o indivíduo a provar do elixir da morte dizendo-lhe que aquilo fazia bem a saúde, daria-lhe muito mais força para executar suas tarefas, que depois de beber aquilo conseguiria fazer qualquer coisa, obteria o que desejasse. E se nenhuma das tentativas anteriores surtisse o efeito desejado, em última instância você apelaria dizendo : “Você está doente! Você precisa disso para viver!”. Simples assim, esta é a chave: PLANTAR A NECESSIDADE. Isso tudo não lhe parece um pouco familiar? Todas essas coisas que se poderiam dizer sobre um veneno para que alguém o tomasse não coincidem perfeitamente com o que se diz por aí sobre duas coisas muito comuns em nossas vidas? Não são poucas as vezes em que ouvimos que “é preciso ter fé e esperança para viver”. Tudo isso poderia muito bem estar escrito na bula destes dois “remédios” cujo efeito “colateral”(aspas aqui porque na verdade é o principal) é plena e total passividade mascarada de certeza e segurança. A maioria das pessoas ao se deparar com alguém em maus lençóis certamente lhe diria para “ter fé e esperança que as coisas vão mudar”. Agora, imagine uma pedra de proporções gigantescas que por algum motivo desconhecido as pessoas gostariam que fosse removida de onde está. O que elas vão fazer? Rezarem para que seja removida, fazerem promessas a quem nem sabem se existe, talvez até mesmo oferecerem coisas a estes seres hipotéticos por crerem que estes seres tenham o poder de realizar seu desejo. Nenhum homem poderia mover aquela rocha, mas qualquer deus poderia mandá-la para longe com um simples sopro – é assim que as pessoas pensam. Então, o que acontece é que elas passam suas vidas inteiras ESPERANDO alguma coisa acontecer, ACREDITANDO que alguma coisa iria acontecer. Mas no fim, acontece alguma coisa? Não, nada muda. Por que nada muda? Porque é só você mesmo que pode mudar, porque é só você mesmo que tem o poder de mudar, talvez simplesmente porque seja só você mesmo que exista. É claro que tentar mover uma rocha enorme sozinho é loucura, mas a força de toda a humanidade não seria suficiente para movê-la? O problema é que a humanidade não conhece a sua força, sua capacidade, seu poder, desde sempre ela foi condicionada a acreditar que fosse pequena, fraca, insignificante e todo tipo de adjetivo depreciativo que se possa imaginar. Na verdade, a humanidade é o único deus que pode efetuar alguma mudança, só que apenas uma parte muito pequena dela tem consciência disso. Esse fato sempre foi escondido e ocultado de todas as formas possíveis por aqueles que não desejam nenhuma mudança – estes justamente aqueles que dizem que você deve ter fé e esperança. Mas uma voz que não pode ser silenciada de nenhuma forma está sussurrando isso nos ouvidos de cada vez mais pessoas e não há nada que os adeptos da involução possam fazer. Todos reclamam das coisas como estão, da atual situação, todos dizem que a realidade é péssima, mas quem faz algo para mudá-la? Ninguém. Por que ninguém faz nada para mudá-la? Porque pensam que não podem mudá-la, porque estes que desejam sua mudança esperam ansiosamente por algum político, algum salvador, algum messias, que venha solucionar todos os problemas do mundo, todas as injustiças. E os autores destas mesmas injustiças tiveram a brilhante idéia de plantarem, cultivarem e criarem na mente da grande massa a fé e a esperança para que ela nunca faça nada, e sim espere por alguém que faça, creia que algum dia alguém faça. Elas vão sendo alimentadas até tornarem-se maiores do que você mesmo, então te dominam e te impedem de agir. Se você deseja beber um copo d’água, você mesmo deve ir até a pia, abrir a torneira e encher um copo, certo? Infelizmente muitas pessoas esperam que alguém faça tudo por elas. E assim elas ficam lá, paralisadas, congeladas, sem ação, esperando que alguém lhes traga um copo d’água. Talvez elas não tenham parado para pensar que talvez estejam sozinhas em casa. Por isso, não tenha esperança nenhuma, não tenha fé nenhuma. Como diriam os punks: faça você mesmo. Pois se você não fizer, ninguém fará. Alguns poderiam me dizer: “Mas eu realmente não tenho o poder de efetuar a(s) mudança(s) que desejo!”. Para estes, tudo que eu tenho a dizer é que busquem o poder, procurem ter essa faculdade. Por exemplo: ao invés de pedir que o prefeito da sua cidade aprove essa ou aquele lei, candidate-se a prefeito! Enquanto isso, vá movendo as pequenas pedras se você ainda não tem o poder de mover uma rocha. Mate toda fé e esperança que existem dentro de você, e comece a viver, pois quem tem elas já – ou ainda – está morto. Quando é que elas foram úteis para a humanidade em alguma coisa? De que serviram? Se alguém ganha na loteria foi por causa delas? Será que se este alguém não as tivesse tido, o resultado teria sido diferente? Não, elas de forma alguma interfeririam no resultado, não possuem o poder de alterá-lo. O destino é indiferente à elas! O destino é indiferente à fé e esperança, ele só é afetado pela mão do homem. Você poderia dizer que se não fosse pela existência delas muitos objetivos e metas não teriam sido atingidos, talvez nem existissem computadores, não existisse coisa alguma. Mas a partir do momento que você tenta fazer alguma coisa, a partir do momento que você se levanta da cama na escuridão da noite e vai até a cozinha por não aguentar mais a sede, você já não tem mais esperança nenhuma, você abandona toda e qualquer esperança. A ação, sua antagonista, finalmente acaba por derrubar-lhe. A esperança é a maior inimiga da ação. Não se faz uma coisa por esperar que ela dê certo, você faz uma coisa para você mesmo ver se ela vai dar certo! Ou seja, já não há mais esperança. A esperança também é inimiga da ciência, vê? Mas o homem que vai beber sua água tem fé sim, é verdade. Fé que vai conseguir chegar até a cozinha, fé que ele pode, acreditando que mesmo que tropece no escuro ele pode levantar-se e seguir seu caminho. Mas esse é um tipo muito diferente de fé, exatamente o oposto da anterior: a fé em si mesmo. E é dela que a humanidade precisa, não da fé no exterior. Em outras palavras mais curtas, diretas e objetivas: a fé em si mesmo, de que você pode fazer algo por si próprio ou até mesmo por outrem, é benigna, mas a fé de que alguém ou algo pode fazer alguma coisa por você ou seja lá quem for, é maligna. Não se deixe levar pela aparência delas e esquarteje-as impiedosamente, elas já estão velhas mesmo, e nunca fizeram nada por você. Para quê iria precisar delas? Só se for para ficar parado, essa é a única resposta sensata que existe. Mate a esperança e faça a mudança. Você pode transformar chumbo em ouro, mas lembre-se: seu poder é seu maior tesouro.
A fé e esperança na vinda de um messias salvador manteve a humanidade atolada em inércia por todos estes séculos, como meros espectadores esperando pela entrada no palco do herói da peça. Alguns começam a perceber que a salvação não vem de fora, mas de dentro – você é seu próprio messias. Ao invés de esperar por um agente da mudança, eles mesmos tornam-se agentes dela, e estes são aqueles que escrevem a história do mundo com o próprio sangue. A humanidade já começou a perceber que talvez seja melhor tentar fazer mesmo o impossível ao invés de ficar rezando e perder-se em lamúrias. Só você pode mudar sua condição e estado. Só é incapaz aquele que assim considera-se.
O que motiva e causa a ação não é a fé e a esperança, mas sim a perda delas. A ação é fruto do inconformismo, e muitas vezes, até mesmo do desespero.
“Você sofre de incerteza e insegurança? Tome FÉ & ESPERANÇA! – O Ministério da Saúde adverte: fé e esperança causam passividade e dependência psíquica, não existem níveis seguros para consumo destas substâncias.”
por Fenix Konstant
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