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Os satanistas riem daqueles que acreditam que o satanismo é uma simples inversão do cristianismo, onde no lugar de adorar ao decadente Jeová se adora o Diabo. Antes disso, melhor entendimento teria se comparasse Satã a uma estação de rádio, seria necessário estabelecer a freqüência para sintonizar nessa rádio. Existe um modo muito fácil e muito simples para isso. Basta apenas tornar-se Si-mesmo. Que diabo é isso?
Primeiramente, tornar-se Si-mesmo deveria ser a tarefa mais espontânea, mais fácil e mais natural que existe. No entanto, acontece justamente o contrário. O ser humano se torna robotizado, artificializado, não-espontâneo, em prol de uma cultura perniciosa e doentia, que desvaloriza completamente o EU.
Exemplo. Quantas vezes você não ficou tentado a mandar o seu chefe para aquele lugar? Se você agir naturalmente, poderá perder o emprego. Se agir artificialmente, poderá perder o Eu. O que fazer? Simplesmente, mantenha o seu emprego e o seu eu. Fique com raiva, mas direcione a sua energia de modo inteligente. Você não precisa mandar o seu chefe para aquele lugar, mas também não precisa se tornar um pastel.
Tenho observado que as pessoas de energia forte sempre dominam a situação, mesmo em momentos de aparente fraqueza, porque, não apenas são naturais, como também não perdem a consciência. Manter-se consciente é fundamental, entre outros fatores, para não se deixar levar por impulsos idiotas, nem se tornar servil.
Completando o círculo, voltemos à sintonia da rádio. Ser natural e manter-se consciente significa sintonizar o arquétipo de Satan. Usei a metáfora da rádio por ser a que mais assemelha à situação. Nesse sentido, as crianças e os animais são (ou quase) normalmente sintonizados à rádio, como bem mencionou LaVey ao afirmar que são “magos naturais”.
Em nível cósmico, pode-se perscrutar o arquétipo da submissão e subserviência estúpida de um lado, e o arquétipo do hedonismo, da consciência e da liberalidade do outro. Um leva à profunda negação do Eu; o outro liberta o Eu. O outro se torna Satan.
Prática: Algaravias para sintonia interna
A técnica da algaravia ou simplesmente algaravias é uma das muitas formas possíveis para não perder esta sintonia fina. Foi adaptada da obra do indiano de Bhagwan Shree Rajneesh no seu Livro Orange.
Isolado em um ambiente de escuridão profunda permaneça alguns instantes em silêncio apenas respirando profundamente até que a noção de tempo perca o sentido. Então ainda olhos fechados comece a fazer sons – as chamadas algaravias. Estes sons não devem sofrer qualquer censura em seu formato. Durante os próximos quinze ou vinte minutos, mova-se totalmente nessa algaravia. Permita tudo para fora.
Bhagwan Shree Rajneesh demonstrou que a mente pensa sempre em termos de palavras. Ele diz: “A algaravia ajuda-o a romper esse padrão de verbalização contínua. Sem reprimir os pensamentos, jogue-os fora – na algaravia. Da mesma maneira, permita, permita que seu corpo se expresse.”
É interessante observar que essa técnica possui um sabor anárquico ao romper com padrões de linguagem e gestual, permitindo que camadas mais profundas do próprio ser venham à tona. Assim, consiste na expressão completa e irreprimida do próprio ser. A pessoa sentiu vontade de falar desconexamente, gritar, agitar as mãos, dar pernada no ar, seja lá o que for, sinta-se livre para fazê-lo. Aliás, a idéia é essa mesma, usufruir da mais plena liberdade.
Pessoalmente, realizo a técnica com os olhos abertos, movimento-me, expresso-me da maneira que queiro, sem refletir sobre o que estou fazendo. Apenas observo conscientemente.
A única regra é manter a consciência e a responsabilidade. Normalmente, essa técnica não oferece perigo. Serve para desenvolver o lado primal. Por experiência própria tenho visto imensos resultados. Enquanto o ser humano passa a vida toda padronizado, é excelente poder reconquistar a mais pura bestialidade.
O que a pessoa adquire com isso? Em primeiro lugar se livra de influências externas ao seu Eu Verdeiro e entra em sintonia com essa realidade profunda que chamamos Satã. Adquire ainda autoconfiança, magnetismo pessoal, carisma etc. etc. Em linhas simples, aumenta o poder pessoal. O ser humano, antes de mais nada, é um animal. Então nada melhor do que a reassumpção desse lado animal, tão olvidado, tão reprimido, tão relegado a um segundo plano.
Por outro lado, essa técnica é altamente catártica ou purgativa, o que significa que, além de estar liberando e aflorando dons reprimidos, também estará eliminando inúmeros bloqueios. Em miúdos, a pessoa estará desvelando o seu sátiro, a sua real e profunda natureza, como bem lembrou Aleister Crowley, citado por Kenneth Grant. No mesmo sentido, LaVey afirmou que há um demônio no interior humano que precisa ser exercitado, e não exorcizado.
Se a pessoa quiser, há inúmeras variantes possíveis. A pessoa pode assumir a forma de um animal real ou imaginário. Um lobisomem, por exemplo, pode ser assumido. Como exemplo, o filme Highlander. O personagem vivido por Sean Connery aconselha o personagem vivido por Christopher Lambert, o próprio Highlander, a assumir a forma de um búfalo que pastava por perto. Fazendo assim, o personagem acabou adquirindo os poderes inerentes a esse animal.
É interessante notar também que esta técnica pode dar insights do próprio animal. Ao assumir a forma de uma serpente, a pessoa sente como o animal rasteja, ataca, se acasala etc. Muito pode ser perscrutado. A criatividade reside na própria imaginação e neste sintonia com seu Eu mais profundo. Num ritual pode ser elaborada com a postura de um demônio. Nesse sentido, as técnicas voltadas para adentrar os túneis de Seth, usadas, por exemplo, na meditação do tattwa da terra. Para adentrar esses túneis, conforme dispõe a melhor técnica, deve-se assumir a postura de um demônio.
por: Maleficience
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