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por Lilith Ashtart
“A ascensão se produz na dissolução do corpo material (…). Deixas este corpo entregue à alteração, e a forma que eras deixa de ser percebida (…) e os sentidos corporais remontam suas fontes respectivas, das quais tornam-se partes e são novamente misturados com as energias.”
Jamais devemos nos atar à imobilidade. Devemos estar sempre em busca da evolução e para isso, abertos às novas experiências, que se tornarão parte de um novo conhecimento e conseqüente aprendizado. Devemos ser como uma pedra preciosa: bruta em sua origem, mas que com as constantes lapidações se torna mais bela, rara e preciosa. Quando tomamos consciência de quem realmente somos já não reconhecemos mais quem éramos; por isso a morte do que fomos, e o renascimento de quem realmente somos, o que nos aproxima de nossa essência e consequentemente do Deus Pai. Nossa dissolução torna-se então primordial para nossa união com Ele.
“Por que oh! Homens nascidos da terra, deixai-vos à mercê da morte, se tendes a potência de participar da imortalidade? (…) E eis-me repleto do sopro divino da verdade. Também é com toda minha alma e com todas minhas forças que ofereça a Deus este elogio (…). Santo é Deus que quer que se conheça e que é conhecido por aqueles que lhe pertencem.”
Eis aqui a missão conferida aos Filhos dEle: tornar conhecida sua Palavra para aqueles que ainda se encontram perdidos possam nela se encontrar, se nela está refletida sua origem, e se unir a seus irmãos para instaurar definitivamente o Reinado sobre a Terra: um Reinado dos Filhos dEle.
O Discurso Universal trata do movimento dos seres, e do local em que se movem. O que move o homem deve ser maior do que ele, jamais algo menor. O homem deve se mover então em Deus. “Deus é alguma coisa de diferente e eis porque é objeto de pensamento de nós”. Ao se movimentar através de Deus, ou seja, ao evoluir através de sua vivência, o homem se torna cada vez mais divino, pois se torna a própria divindade.
“Não se trata de um movimento solidário, mas de um movimento oposto (…) e esta oposição implica um ponto de equilíbrio (…). Pois a resistência é parada do movimento.”
Está claro que para haver evolução jamais devemos negar os opostos, adorando um e demonizando o outro. Todos os opostos são necessários e existem em nossa vida: é ilógico e falso negar isso. As religiões escravagistas usam exatamente essa verdade para prender o fraco. Fazendo-o negar uma das naturezas contrárias proporciona nele um sentimento de frustração que o faz recorrer à crença para tentar se livrar do que tanto o incomoda. Por isso a resistência é a parada do movimento: a resistência e negação de faces de nossa própria natureza impedem nossa evolução.
A harmonia proporcionada pelos opostos é o que realmente move a vida do homem, pois apenas conhecendo-os e sabendo trabalhar com eles é que traz o homem à plenitude e ao conhecimento de todas as coisas.
“Assim então, o movimento do mundo e de todo vivente material deve provir não de causas exteriores ao corpo, mas interiores, operando de dentro para fora, quer seja dos inteligíveis, quer seja a alma ou o sopro ou qualquer outro incorpóreo.”
O verdadeiro movimento, ou transformação, ou evolução, só pode ocorrer através das verdades que se encontram em cada um. Nada que não seja relacionado a essa verdade deve ser aceito; ao contrário, deve ser abandonado tudo aquilo que nega nossa natureza. Tudo que tenta se impor contra nossa essência deve ser motivo de ira e destruição.
Não devemos tentar nos moldar ao exterior pela suposta autoridade de alguém. Nossa essência assim como a palavra é uma: ou a somos, ou não.
“Pois é o que se encontra dentro do corpo que é o motor da coisa inanimada e não esse corpo mesmo, que move de uma só vez os dois corpos.”
O corpo não deve ser negado, visto que é o veículo através do executamos a obra neste plano. Ao mesmo tempo, porém, ele é apenas o veículo, mas não o condutor da Obra. Nossa alma e essência é que devem ser o alvo de nossa atenção para que o corpo não permaneça estagnado em sua condição atual. O corpo é mortal enquanto a essência imortal, desde que seja descoberta e cultivada tal qual.
Alguns cometem o enorme erro de se dominar pelo corpo e negar a essência. Alguns o fazem pela completa ignorância em relação à Obra; outros pela ilusão de uma existência finita e outros ainda por simples comodidade. Afinal é mais simples e cômodo viver sem o conhecimento de sua essência; pois se conhecê-la terá que assumir as responsabilidades por todos seus atos, e pela sua própria vida, pelo que ela poderá vir a tornar-se. Nem todos têm a força e a vontade necessárias para isso: seu fim é acabar simplesmente sobrevivendo, sem jamais no entanto conhecer a vida…
Nota: Os termos “Deus Pai”, “Deus” e “Pai” utilizados neste ensaio referem-se ao próprio princípio criativo, o mestre interior, a essência divina intrínseca em cada ser, e não à um conceito antropomórfico de uma divindade masculina exterior a nós. Antes, remete-nos ao elo indissolúvel e interconectado entre a divindade macrocósmica e microcósmica, que nos tornam um todo com o Universo.
Lilith Ashtart é psicóloga, taróloga, escritora, pesquisadora e praticante de ocultismo e LHP. Editora da publicação aperiódica Nox Arcana. Autora do livro Lux Aeterna
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