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Conjurando o Inferno 

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Por E. A. Koetting, Works of Darkness: A Guide to Advanced Black Magick (Trabalhos das Trevas: Um Guia para a Magia Negra Avançada). Tradução de Ashiman e José. Revisão de Ícaro Aron Soares.

A medida em que o Mago Negro cresce em seus poderes e habilidades, ele olha para seu futuro mágicko e vê destacada a prática da Evocação Mágicka, o poder de ter batalhões de forças espirituais materializadas diante dele, batalhões que ouvem os comandos e desaparecem na noite para realizá-los. 

Há mais trabalho para o Evocador do que memorizar idiomas estranhos e desenhar no chão. Frequentemente, quando o diletante realiza seu primeiro ritual de evocação, o demônio irá se apresentar diante dele, mas a solidez de sua forma e a sintonia dos sentidos não irá coincidir, fazendo com que o convidado pareça ausente e o mago sozinho. 

Duas faculdades precisam ser desenvolvidas antes de o ritual de evocação seja executado com sucesso absoluto. A primeira delas é a habilidade de conjurar o demônio diante de si. Quando o nome do demônio é chamado e seu selo ativado como um portal entre os mundos, ele se aproximará e estará presente. Dessa forma o operador chamou o demônio, mas ele não o conjurou diante de si. Um rumor que circula nos meios ocultistas hoje é o de que o demônio não precisa se manifestar completamente para que o Magista possa usar sua força e poder. Isso é parcialmente verdade, mas qualquer coisa que não seja o espírito completamente manifesto diante do magista não pode ser considerada evocação, mas é preferivelmente algum tipo de sigilizacão mágicka ou pior, um tipo de súplica. Usando sigilos para chamar a presença do demônio ou ‘orar’ aos demônios pedindo assistência realmente pode produzir resultado, mas não se compara a ter um demônio presente e conversando com o Mago, planejando o futuro da matéria. A arte da verdadeira evocação mágicka, da manifestação da entidade neste plano, começa a se tornar ofuscada, sendo trocada pelas práticas menos efetivas da sigilização e oração. 

Outros substitutos que são noticiados pelos meios ocultistas como possíveis formas de evocação são a magia astral e a projeção astral. Depois de ter aprendido a evocar entidades em assombrosos graus de manifestação, numa reunião de ocultistas e pagãos na qual encontrei um homem cuja reputação de trabalhar com demônios é antiga. Nós conversamos sobre vários grimórios e da semelhança entre vários anjos judaicos tradicionais e alguns demônios, ele fez um comentário de que estava “trabalhando com todos os anjos de Deus e todos os demônios do Inferno”. Fiquei espantado com tal afirmação, especialmente considerando o uso do seu vocabulário que expressava uma crença absoluta na Dualidade. No entanto, a reputação de sucesso dele me convenceu a continuar a conversa, então me obriguei a continuar: 

“Então, você usa evocação para trazer o demônio diante de você?” 

Ele riu como se uma criança acabasse de lhe perguntar se a Lua era feita de queijo. “Se você quer falar com demônios, você deve ir onde eles estão. Você não pode esperar que eles venham até você”. Neste ponto terminei minha conversa. Mesmo sabendo que essa prática é plausível, isso requer domínio em projeção astral para ir até a entidade e eu tenho conjurado demônios diante de mim e esses têm se materializado e respondido às minhas ordens. As experiências que eu tive no plano astral foram sem dúvida surpreendentes, quando os espíritos se formaram diante de mim no meu templo, seu poder sobre o mundo físico foi instantaneamente reconhecido, os elementos que se combinam para formar os corpos que possuíam, as moléculas da superfície aparentemente se realinham a facilitar a presença da entidade e o resultado final sempre ultrapassou o que foi solicitado. 

A segunda faculdade que precisa ser cultivada pelo Mago Negro para se comunicar com uma entidade não física é a capacidade de se comunicar com o demônio quando este já está presente. Com uma imagem “holywoodiana” dos demônios de pele pintada, chifres, caudas, dentes distorcidos e aparecendo em qualquer lugar da casa muitos questionam se realmente precisam desenvolver faculdades para contatar tais criaturas. 

As entidades que chamamos na evocação existem em reinos além do físico. Embora haja muitas vezes a ideia de que eles estão em algum outro lugar do universo, ou fora do universo por completo, a morada demoníaca é mais adequadamente descrita em termos de dimensões alternativas ou níveis de realidade. Isso pode ser visualizado como várias folhas de papel empilhadas, uma acima da outra. Enquanto elas todas se tocam e todas interagem, cada plano ou folha de papel é único e distinto. Várias religiões e disciplinas classificam e nomeiam esses planos de forma diferente, mas a mais comum forma de classificação coloca o plano físico como base da pilha de papel, tendo o plano astral acima deste, o plano mental mais acima e o plano casual no topo. Além desses planos estão os planos ou dimensões da alma, do espírito ou de Deus, separados dos panos inferiores por um abismo, que é o caos original a partir do qual todas as coisas surgiram. 

A maioria das entidades que podem ser evocadas em um ritual existe em diversas áreas do plano astral e o ritual de evocação ‘arrasta-as’ de suas dimensões para dentro dessa, enquanto as outras formas de magia e rituais, ao contrário, enviam a vontade do magista deste ao plano astral, onde causará influência sobre nosso plano. O ritual de evocação permite chamar a entidade espiritual na realidade física construindo um organismo que irá inseri-la neste mundo estranho, similar ao método que deve ser usado para se projetar no plano astral, primeiro com a formação e solidificação do corpo astral de Luz que lhe permitirá viajar e interagir naquele reino. Há aqueles que insistem na idéia de que se o ritual for realizado corretamente, o espírito irá automaticamente assumir um corpo que é visível a todos, em alguns casos extremos, em uma forma que é ainda fotografável; a maioria dos ocultistas experientes afirma que o corpo formado não é de carne, mas sim uma forma etérea, que é realmente física, mas não é imediatamente percebida pelos sentidos mundanos. Este corpo etérico pode ser reforçado através de várias operações até que se torne realmente visível a várias pessoas (mas não fotografável), mas muitas vezes a visibilidade está limitada aos olhos que foram disciplinados a observar além do físico. 

Assim, quando um espírito (ou como citado neste texto, um demônio) pode ser chamado com êxito, ele pode não necessariamente estar diante do operador em um corpo de carne. Então a tarefa de sintonizar os sentidos com o que está lá, mas que não pode ser visto, é necessária antes de tentar o ritual de evocação. 

CONVOCANDO DEMÔNIOS 

Antes de uma evocação ser executada, o evocador deve ter uma finalidade específica para a convocação, ao invés de um simples desejo de poder. Uma vez estabelecido o objetivo, um demônio adequado deve ser escolhido. Embora existam tantos demônios no astral quanto supostamente à população na Terra, e embora qualquer um deles possa ser evocado, a manifestação, é melhor começar com aqueles que já foram evocados em várias ocasiões e por vários magistas diferentes; e dos quais podemos obter mais informações. 

O estudante moderno de Magia Negra tem a sorte de não ser mais necessário viajar a pé pelos desertos e subir montanhas; ir até templos ou bibliotecas onde os grandes grimórios eram guardados; convencer seu mestre de que é um discípulo digno; traduzir livros a partir de idiomas mortos em dialetos secretos que poucos conhecem (dialetos secretos das ordens) e estudar anos sob a tutela de seu mestre a fim de utilizar este poder e convocar os demônios. 

Sendo a Pedra Fundamental e a Imortalidade parte das Obras da Escuridão (Works of Darkness), a maioria dos antigos tomos foi preservada, traduzidos em línguas atuais e agora facilmente acessados. Grandes grimórios e obras do ocultismo podem ser facilmente compradas sem que o magista saia de casa. 

Pesquise em textos, nos grimórios modernos e clássicos, leia e releia os atributos de cada demônio, visualize todos os sigilos e pronuncie seus nomes. Muitas vezes, através desse método, um demônio em particular ganhará sua atenção, chamando-lhe, incitando-o a evocá-lo mais do qualquer outro. Renda-se a tentação. Escreva o nome do demônio ou destaque-o no livro. Se essa forma de seleção automática não acontecer, escolha aquele que mais se encaixe no seu intento. 

Quando encontrado o demônio certo para trabalhar, é hora de começar a tarefa de preparação do ritual propriamente dito. A parte mais difícil de se evocar com sucesso é a comunicação entre o Mago e o demônio. Na maioria das primeiras evocações é exatamente nesse ponto em que o ritual falha. As meditações iniciais geram e imbuem a área com bastante energia para o ato, a conjuração é recitada e o demônio responde surgindo perante o feiticeiro. Uma vez presente, o demônio não será percebido pelo evocador, pelo fato de esse desconhecer completamente as impressões causadas pela presença do demônio ou pelo fato de não possuir as faculdades necessárias para se enxergar as camadas abaixo da ilusão; ou ainda, o evocador sente o demônio, mas falta conhecimento ou habilidade de fazê-lo manifestar-se completamente. O demônio persiste em espera no plano astral, retornando depois para o lugar de onde veio. 

O novato descrito acima tem um único objetivo em mente: a evocação do demônio. O primeiro objetivo da evocação é se comunicar com o demônio, essa comunicação é o meio pelo qual se pode obter informações, desejos podem ser definidos, métodos exigidos e mudanças feitas. A segunda meta é a conquista final da vontade do mago. Com esses dois requisitos firmes em mente, a evocação tem tudo para ser bem sucedida, sem eles o novato estará tentando não conseguir nada e conseguirá obter este nada. 

Sabendo as reais capacidades de sua própria clarividência, você poderá definir melhor quais artifícios mediúnicos utilizar (espelho negro, etc). Se você dominou os exercícios de clarividência do capítulo 8 (livro Works of Darkness), nenhum artifício mediúnico será necessário, simplesmente apague as luzes, abra sua Visão e comece o ritual. 

Se você é capaz de usar o espelho negro com qualquer nível de utilidade, o demônio deve ser evocado de forma a se encaixar nessa prática e de forma a facilitar a comunicação. Na maioria das disciplinas, os rituais de evocação variam um pouco quando se usa ‘scrying’ do que quando se é possível interagir diretamente com o demônio. A evocação em si não precisa mudar quando a alteração é apenas a forma de comunicação. O demônio pode ser chamado em plena manifestação no plano físico, mesmo que o Feiticeiro necessite do uso de dispositivos para ver, ouvir e falar com ele. Isso irá garantir que todo o poder e presença do demônio sejam focados no Mago Negro e em seu objetivo, não dará margem para dúvida “era na verdade um demônio que estava aqui?” e abrirá o caminho para cada nova evocação. 

PREPARANDO O CAMINHO PARA O DEMÔNIO

As preparações especiais no templo são necessárias para o ritual de evocação. É muitas vezes uma boa ideia traçar ou estabelecer uma representação física do Círculo no solo, de modo que em todas às vezes você pode ver, sem dúvida, o limite entre si e aqueles que são conjurados. Este círculo não é concebido como um dispositivo pelo qual o mago pode manter os “terríveis” demônios com os quais ele está trabalhando, mas consolida para o demônio que há um lugar reservado para você e outro para ele. Mais importante, o Círculo simboliza o centro metafísico do universo, o eixo de toda a existência. 

Ao sul do Círculo, um triângulo deve ser desenhado: o Triângulo de Manifestação. Este é o espaço que é reservado para o demônio. Apesar das reivindicações de Cabalistas, o Triângulo não é para constranger a entidade dentro dele como uma prisão astral, mas sim lhe dar um espaço definitivo para se materializar. Um bom número de Evocadores prefere construir um triângulo permanente com um material que acharem mais propício. Se você acha melhor ter um triângulo permanente, este deve ser pintado de preto fosco, com as bordas pintadas de vermelho e um círculo perfeito dentro, também limitado em vermelho, em cada aresta deve haver no mínimo 60 centímetros. Muitos magos gostam de escreverem palavras de poder do sistema que usam no Triângulo, as sentenças Ex Rhombus in Triangularum (do Círculo ao Triângulo) no lado esquerdo, Ex Regnum Spiritus in Manifestus (do Reino dos Espíritos à Manifestação) no lado direito e Tuam es Eliciat (tens a Licença) na base inferior do Triângulo servem bem para esse propósito. 

Embora em algumas evocações seja melhor ficar em pé, você pode usar uma cadeira dentro do seu circulo, de frente para o altar e o Triângulo em que o demônio vai se manifestar. É uma posição confortável e eficaz, especialmente quando estiver utilizando um dispositivo de vidência como o espelho. Se você estiver usando um espelho de cristal, ele deve ser colocado no centro do altar e os cuidados devem ser tomados para que a luz de velas ou utensílios que refletem não atrapalhe. Este livro também pode estar sobre o altar ou perto dele, aberto nas páginas que contenham a Fórmula de Evocação e a Conjuração do demônio. Um caderno e caneta devem estar perto do altar, para assim, escrever os pontos importantes no registro do ritual quando este estiver concluído. 

A maioria dos ensinamentos do ocultismo hermético exige que a cor da luz no templo, coincida com a esfera ou província original da entidade evocada, sugerindo que seja bastante difícil para a entidade viajar de sua casa para o plano físico e construir um corpo temporário, que pode se fazer visível para o operador, o Mago deve portanto acomodar a entidade evocada por fazer aparecer o Templo semelhante à casa do espírito. Na realidade, esta preparação é mais para a subjugação da mente do evocador do que para facilitar a materialização da entidade. Criar esse “clima” permite ao Evocador estar constantemente consciente do tipo de entidade que está chamando e por que ele está fazendo tal, mantendo o foco. 

No caso de demônios, uma vela preta deve ser colocada em cada ponta do triângulo. Em algumas formas avançadas de evocação, dentro do círculo interior do triângulo pode ser colocado um incensário com a essência propícia. A teoria afirma que as entidades do astral têm um corpo etéreo que a fim de manifestar-se, precisam de partículas densas que possam manipular em um corpo visível. Há algumas verdades e algumas falácias em tal teoria. Embora as misturas específicas, incensos, óleos e outros líquidos podem proporcionar um nível elevado de energia para o ritual em geral e para a área do Triângulo, em particular. 

A substância dentro do Triângulo se houver, só serve para reforçar a ligação entre o físico e o espiritual. Por esta razão, o sangue é sempre o melhor conteúdo – em forma de espírito, o fluído de alimentação líquida – uma arte que será explicada mais tarde neste texto. Para efeitos destas experimentações iniciais com a evocação, no entanto, como um catalisador não é necessário, embora um simples incenso possa ser usado lá, se desejar, caso contrário, o círculo dentro do triângulo deve ficar vazio até que o demônio o ocupe. 

O altar deve deter o punhal ritual, o cálice e o sigilo do demônio que será convocado. Duas velas pretas podem ser usadas no altar caso as três velas ao redor do triangulo não forneçam luz suficiente para ver claramente o sigilo da entidade ou ler a conjuração. 

FÓRMULA DE EVOCAÇÃO 

  1. Medite e foque sua mente no trabalho que você está prestes a realizar. Aproxime-se da evocação com admiração e respeito. Acenda as velas ao redor do Triângulo. Antes de desenhar um círculo ao redor do altar e de si mesmo, esteja imediatamente fora do triângulo de manifestação, com o punhal de ritual em sua mão direita. Coloque a ponta do punhal direcionado para o vértice mais próximo do altar, visualize o punhal e o ponto que toca na cor vermelha. Trace todo o triângulo, visualizando uma marca vermelha brilhante como o seu duplo astral. É esta a impressão energética da qual o demônio vai reconhecer como o espaço que foi criado reservado para ele. Recite: “Triângulo da Arte, pelos poderes da escuridão, eu selo-o como a plataforma para a manifestação do demônio (nome e título do demônio)”. 
  2. Volte para o seu lugar atrás do altar. Desenhe mentalmente um círculo azul em torno de si e do altar, visualizando-o em azul ardente. Muitas vezes, nas primeiras evocações, antes que você se tornar mais confortável na presença de demônios, uma ansiedade inevitável se arrasta dentro de si uma vez que o Círculo e o Triângulo são desenhados e você pode sentir a força do seu trabalho se aproximando ao ponto de ouvir o farfalhar dos demônios nas portas da realidade. Se estiver muito ansioso, é recomendado que se sente e procure se acalmar, recuperando a compostura e a concentração antes de chamar o demônio para manifestação. 
  3. Trace o sigilo do demônio a ser evocado com a ponta da adaga ritual, visualizando cada linha escura brilhante no momento que é tocado pela lâmina. Coloque as palmas das mãos sobre o altar e o sigilo do demônio entre elas. Olhar para ele até que veja o sigilo piscando, sinalizando que o demônio é consciente de si e do ritual que você está executando; e sua atenção e energia estão concentradas em sua direção. 
  4. Olhos fechados com o sigilo em mente, de forma clara, recite firmemente o seguinte encantamento: “(nome de demônio), eu te chamo diante de mim a comparecer neste triângulo, a tomar forma e falar de forma agradável e inteligível. (N.), pelos poderes das trevas, eu o chamo aqui. (N.), venha!”. Se a entidade em questão possuir um superior, você pode acrescentar o nome daquele que é superior ao demônio que pretende trabalhar: “Em nome de (nome do superior), apareça diante de mim”, embora tal artimanha não seja obrigatória e nem necessária, fica a critério de sua vontade. 
  5. Quando as palavras finais da conjuração são faladas: “(N.), venha”, mova os olhos para o Triângulo. Mesmo se você estiver usando um espelho para se comunicar com o demônio, este não estará materializando-se no espelho, mas dentro do Triângulo. O espelho é apenas uma janela através da qual você pode ver o demônio, um dispositivo remoto que lhe permitirá ver o que se materializou fora do círculo. Com um olhar tranquilo e ainda com o sigilo em mente, veja o Triângulo. No momento em que esteve fitando o sigilo do demônio, você deve ter sentido uma determinada energia emanando daquele ato, esta é a assinatura energética do demônio. Silenciosamente, calmamente busque seus sentimentos mais profundos, ganhando plena consciência de tudo o que está ocorrendo mais sutilmente dentro de você. Com sua mente ainda ligada ao demônio específico, procure sentir sua assinatura energética e mantenha seus olhos focados no triângulo da arte, repita o nome do espírito mentalmente, quantas vezes forem necessárias e então você começará a sentir a presença do demônio no Templo, a partir do Triângulo da Manifestação. 
  6. Se você estiver usando um espelho negro, olhe para ele nesse momento, caso contrário, continue a permitir que sua visão maior se abra até que você poderá ver o demônio em pé diante de ti. Na maioria das vezes, essa experiência que induz a uma perda total de palavras, um fenômeno para o qual o Praticante tem de estar preparado. É incomum para o demônio falar em primeiro lugar, mas mesmo se isso acontecer, ponha sua autoridade em prática e o cumprimente respeitosamente, ainda na mesma firmeza com que a conjuração foi dada. “(N.), Dou-lhe as boas vindas por ter comparecido ao meu templo e lhe agradeço por sua presença. Eu sou (seu nome).” 
  7. Apesar de haver uma grande parcela de magos modernos que aconselham ao Evocador ordenar que o evocado mostre seu nome no espelho, há uma lei astral infalível determinante que um demônio seja incapaz de adotar o nome de outro, é extremamente raro uma entidade não convocada comparecer. Peça ao demônio para se identificar e dizer seu nome. Se no lugar do demônio vir uma entidade impostora, a simples pergunta por seu nome a deixará confusa e desconfortável, suas mentiras serão facilmente identificadas pelo Evocador. Nesse caso, a entidade deve ser banida e todo o processo reiniciado. 
  8. É necessário indicar ao demônio seus desejos específicos, o mais concisamente possível. Nenhum comando deve ser feito, mas uma proposta simples do que você deseja. “(N.), eu chamei-lhe aqui, para que eu…”. Se ele possui o conhecimento que você procura, pergunte questões específicas ao demônio, tendo-as preparado com cuidadosa antecedência. Se ao invés desejar que certa mudança tenha efeito em sua vida, explique claramente como quer que aconteça. Não seja vago, procure não gaguejar ou se encontrar confundido, muito menos com pudor. O demônio muito provavelmente já conhece o seu desejo e está apenas esperando que você fale. 
  9. Uma vez que o demônio tenha oferecido as informações que você procura ou se você tiver chegado a um acordo sobre o curso dos acontecimentos futuros, agradeça mais uma vez por ele ter prontamente comparecido ao seu chamado e educadamente permita que ele parta. “(N.), eu te agradeço por ter vindo e por compartilhar seu conhecimento e poder comigo, seu irmão e companheiro da escuridão. Volte agora aos seus domínios e comece o trabalho que temos pela frente. Pelo poderes das Trevas, parta”. 

Realizar um ritual de banimento após a evocação é desnecessário e contraproducente, livrando o Templo e o evocador da energia e potência do ato. Antes de fechar o ritual completo, procure anotar em seu diário mágicko todo o trajeto do ritual, citando tudo o que é de importância ou que se destaca em sua mente. Este registro deve ser guardado por pelo menos três dias após a evocação, permitindo a sua mente voltar ao seu estado inerte psiquicamente sem interferir com o trabalho do demônio. 

Quando você terminar de escrever e soprar as velas. Visualize o círculo azul em torno de você desvanecendo, bem como o triângulo vermelho em sua frente. Quando tudo voltou ao seu estado anterior, você pode deixar o templo com mais experiência do que antes. 


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