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Vejamos agora a posição bíblica acerca da família. Em Gênesis 22:2, Deus diz a Abraão: “Toma o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai à terra de Moriá, e oferece-o em holocausto sobre um dos montes que te mostrarei.” Apesar de depois o anjo ter impedido, Abraão iria cumprir o que Deus determinou. O próprio anjo disse “agora sei que temes a Deus, pois não me negaste o teu filho”.
Logo se conclui que, para provar temor a Deus, até o sacrifício de um filho é exigido, ainda que não aconteça. Além disso, em Gênesis 3:16, a própria concepção dos filhos já é vista como um castigo, pois “em dor darás à luz filhos”, o que tem levado muitas mulheres a verem a gravidez como uma espécie de “doença”. Mateus 24:19, Marcos 13:17 e Lucas 21:23 repetem a sentença: “Ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias!” E Lucas 23:29 arremata: “Bem aventuradas as estéreis, os ventres que não geraram e os peitos que não amamentaram!”
Em relação à monogamia que o Cristianismo tanto defende, em Gênesis 21:14 Abraão tem um filho com Hagar, a sua serva egípcia, e, quando Sara, a sua outra esposa fica com ciúmes, Deus faz com que Abrão despeça Hagar e o filho para o deserto.
Estaria o incesto contra os interesses da Bíblia? Observe Gênesis 19:33-36: “Deram, pois, a seu pai vinho a beber naquela noite, e veio a primogênita, e deitou-se com se pai. Não sentiu ele quando ela se deitou, nem quando se levantou. No dia seguinte disse a primogênita à menor: Eu ontem à noite me deitei com meu pai. Demos-lhe vinho a beber também esta noite, e então entra tu, deita-te com ele, para que conservemos descendência de nosso pai.
Deram, pois, a seu pai vinho a beber também naquela noite, e a menor foi-se, e deitou-se com ele. De novo, não sentiu ele quando ela se deitou, nem quando se levantou. Assim as duas filhas de Ló conceberam do próprio pai.” Observe que não houve nenhum castigo para Ló ou suas filhas, sinal de que Deus aceita o incesto, ao contrário do que o Cristianismo prega.
Como se comportam os heróis bíblicos em relação à propria família? Bem, em Gênesis 12:10-19, Abraão, com medo de ser morto, pede a Sarai, sua esposa, que se passe por sua irmã e, assim, é tomada mulher pelo faraó. Em 26:7- 9, Isaque também oferece a sua mulher, como irmã, pelo mesmo motivo. Em 19:8, Ló oferece as duas filhas virgens a um bando de vagabundos. Em 25:31-33, Jacó engana o irmão Esaú, para ficar com a primogenitura, em seguida engana o pai (27:19); contudo Deus amou Jacó e aborreceu a Esaú, a vítima (Malaquias 1:3 e Romanos 9:13).
Em Mateus 19:29, Jesus promete que “todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por causa do meu nome, receberá cem vezes mais, e herdará a vida eterna”. Já havia dito, em 10:35-36, que “eu vim trazer divisão entre o homem e seu pai, entre a filha e sua mãe, entre a nora e sua sogra” e que “os inimigos do homem serão os seus próprios familiares”. Por fim, em Lucas 14:26, “se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e até mesmo a sua própria vida, não pode ser meu discípulo”. Portanto, a família é vista como inimiga do discípulo de Jesus, que deve ignorá-la, desprezá-la, odiá-la e, finalmente, afastar-se dela.
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