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Os cinco elementos – Panmagéia Infernal

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O número cinco sempre foi representado como místico, mágico e essencialmente humano. Basta se lembrar que cinco são os sentidos, cinco os dedos da mão e do pé, cinco representa o homem como estrela, com os braços e pernas abertos dentro do pentagrama.

 

Lorena de Manthéia explica que “O número cinco tira seu simbolismo do fato de ser: por um lado a soma do primeiro número par e do primeiro número ímpar (2+3) e, por outro lado, de estar no meio  dos nove primeiros números” (O número 9 é o que melhor expressa o ego, mas será tratado na parte de Numerologia). “É ainda o símbolo do homem (braços abertos, o homem parece disposto em cinco partes em forma de cruz: os dois braços, o busto, o centro – abrigo do coração – a cabeça, as duas pernas). Símbolo igualmente do Universo: dois eixos, um vertical, outro horizontal, passando por um mesmo centro.”

 

Além disso, cinco são os elementos: o éter (elemento imaterial), ar, terra, água e fogo (elementos materiais). O fato de e o éter estar acima dos demais elementos significa que rege os demais, na realização da mágica. O autor assume que o Éter é o elemento representativo do Self, o fator divino no ser humano.

 

O pentagrama refere-se à organização tradicional dos cinco elementos: éter, único elemento que é imaterial e serve para harmonizar os outros quatro, materiais, que são o ar, o fogo, a terra e a água.

 

Segundo Eliphas Levi, se invertido o pentagrama, o caminho seria involutivo, em busca do nada, da mentira etc., no qual não se pode concordar, uma vez que o melhor entendimento para a referida inversão é a aceitação dos aspectos “negativos” do ser, sem o qual a pessoa continua dividida entre uma parte de si “que gosta” e a outra parte, “que não gosta”. O primeiro passo é aceitar esta parte “de que não gosta”. Por outro lado, pelo simples fato de esta parte ter sido sempre reprimida, representa um alto poder mágico que pode transformar a vida do mago na ascensão pelo caminho da matéria. Há outra razão também: qualquer via espiritual inicia-se pelos portais da matéria. Até numa simples meditação é necessário trabalhar o carnal em primeiro lugar, através do relaxamento corporal, caso contrário nenhum avanço há. Por fim, já foi visto anteriormente que se criou esta idéia de inversão da estrela, ou “queda”, devido a migração dos povos pelo deserto, indo para o sul.

 

Na antiga esfinge, o ar seria representado pela águia (sabe ousar); a água pelo homem (sabe); a terra pelo touro (cala); e o fogo pelo leão (fogoso em seus desejos). Uma interpretação mais moderna sobre a esfinge dada por Pierre Weil trata os animais como inconscientes do homem, que podem ser interpretados pela linguagem corporal. Assim, a águia seria o inconsciente mental; o leão, o inconsciente emocional; e o boi (touro), o inconsciente físico.

 

Em relação ao elemento terra, os signos astrológicos são touro, capricórnio e virgem. Como os signos podem ser cardeais (iniciar uma ação), fixos (estabilizar o que for realizado) e mutáveis (alterar o que foi estabilizado), Capricórnio é um signo cardeal, voltado para a ação material; o Touro é um signo fixo,  para acumular bens materiais; e Virgem um signo mutável, para alterar o que aprendeu através de suas experiências, para aperfeiçoar. Anna Maria da Costa Ribeirodiz que “A terra é prática, objetiva, concreta, vê a utilidade prática das coisas.” O atributo humano mais marcante é a Sensação. Ritualmente, o seu ponto cardeal situa-se no Norte, o sinal do elemento é set, e o seu príncipe das trevas é Belial, a base da terra, a independência.

 

No tocante ao elemento fogo, os signos são áries, cardeal, com ação para firmar sua identidade (ou espiritualidade); leão, fixo, a fim de manter sua identidade; e sagitário, mutável, com o escopo de alterar ideais, a fim de melhor se expressar socialmente, através de considerações filosóficas, intelectuais e religiosas. A maior característica de fogo é a Intuição. Anna Maria relata as qualidades desse elemento: “Entusiasmo, alegria, otimismo, espontaneidade.” Ritualmente, o seu ponto cardeal situa-se no Sul, o sinal do elemento é thoum-aesh-neith, e o seu príncipe das trevas é Satan, o adversário e acusador.

 

Quanto ao elemento água, o signo cardeal é o câncer, ligado à ação emocional; o signo fixo é o escorpião, no sentido de controlar as emoções; o signo mutável, peixes, que adapta-se às situações, conforme as suas vivências e percepções emocionais ou psíquicas. Sua característica é o Sentimento, “percebe as coisas por via emocional, sentindo-se logo bem ou mal nas situações ou com pessoas”[4]. “Para água só o sentimento é real. Subjetivo, íntimo e profundo”, completa  a autora. Ritualmente, o seu ponto cardeal encontra-se no oeste, o sinal do elemento é auromoth, e o seu príncipe das trevas, Leviathan, serpente fora das profundezas, príncipe do mar.

 

Finalmente, para o elemento ar, o signo cardeal é libra, regedor da ação social e intelectual; o signo fixo é aquário, mantenedor das suas idéias; e o signo mutável é gêmeos, alterador daquilo que aprende social ou intelectualmente. A característica marcante é o Pensamento, “porque elabora coisas intelectualmente, raciocina e relaciona-se com coisas e pessoas. É abstrato. Tem como qualidades a objetividade, capaz de ver o ponto de vista do outro mesmo quando zangado, por isso sabe lidar com as decepções de forma filosófica. Boas maneiras, reflexão e explicações”.[5] Ritualmente, o ponto cardeal acha-se no leste, o sinal do elemento é shu, e o seu príncipe das trevas, Lúcifer, a estrela da manhã, transportador de luz, a iluminação.

 

ELEMENTO FOGO AR TERRA ÁGUA
SINAL DO ELEMENTO THOUM-AESH-NEITH SHU SET AUROMOTH
PRÍNCIPE SATAN LÚCIFER BELIAL LEVIATHAN
PONTO CARDEAL SUL LESTE NORTE OESTE
ATRIBUTO HUMANO INTUIÇÃO PENSAMENTO SENSAÇÃO EMOÇÃO

 

 

Para finalizar o estudo, deve-se descrever o sinal de cada elemento. Thoum-aesh-neith (sinal do fogo) é representado pelas mãos juntas na testa, com a palma para fora, formando um  triângulo no espaço vazio entre as junções dos polegares e indicadores. Shu (do ar) é representado pelas mãos espalmadas para cima da cabeça, como se fosse Atlas segurando o globo terrestre. Auromoth (da água), pela mesma junção da do fogo, só que agora o triângulo é apontado para baixo, com as mãos sobre o plexo solar. Finalmente, Set (da terra), por uma postura similar à da letra hebraica Aleph, ou seja, a mão direita espalmada para a frente, por cima da cabeça, a mão esquerda, espalmada para baixo e recuada, o pé direito situado à frente do corpo e o esquerdo, atrás.

Lord Ahriman


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